A respeito do nome de Jesus, origem do designativo “Cristo”

“Head of Christ,” c. 1648 1650 by Rembrandt Harmensz. van Rijn, Dutch, is a part of the “Heads of Christ” series shown at the Philadelphia Museum of Art through Oct. 30.

Caros Amigos,
A respeito do nome de Jesus, e da origem do designativo “Cristo”, tomo a liberdade de inserir a Nota final nº 11 que inserimos na nossa tradução de “O Livro dos Espíritos”:

[11 – O nome de Jesus] – Introdução VI
É neste ponto de “O Livro dos Espíritos” que surge a primeira referência ao nome de Jesus, tendo utilizado Allan Kardec o adjetivo “Cristo”, o que nos obriga a esclarecer qual foi o motivo que nos levou, ao longo de toda esta obra, a usar exclusivamente o seu verdadeiro nome para designá-lo.

Há dois mil anos, no Próximo Oriente como em muitas outras partes do mundo, as pessoas não tinham nomes tão organizados como agora, com sobrenomes e apelidos. Tinham apenas um nome pessoal ao qual se juntava um designativo para diferençar homónimos: o seu local de origem, a profissão ou uma caraterística muito própria do indivíduo. Jesus (derivado do nome judaico Joshua ou Jeshua) era conhecido no local onde vivia como filho de José, o carpinteiro, e mais genericamente como “o nazareno”. É muito comum, em meio espírita, usar-se esta designação: Jesus de Nazaré.

No tempo de Allan Kardec, numa sociedade profundamente influenciada pelo pesadíssimo predomínio católico, “Jesus Cristo” era designação usual, tanto que uma imensa maioria de católicos julgava que “Cristo” seria parte integrante do nome de Jesus, o que não é verdade.

Sendo o espiritismo uma cultura que é orientada pela ordenação racional de factos comprováveis pela experiência, isto é, uma filosofia não dogmática que parte de uma ciência de observação, não pode correr o risco de se deixar embalar por ideias que não são apenas diferentes, são antagónicas.

Ou seja, o espiritismo não aceita dogmas como o da designada “santíssima trindade”, que sacralizou Jesus de Nazaré, afastando-o da sua natureza humana, escamoteando o seu papel fundamental de modelo de comportamento moral que nos propõe o ensino dos Espíritos.
Isto é muito claro ao lermos a pergunta 625 de O Livro dos Espíritos, que pedimos leiam com a melhor atenção, bem como o comentário de Allan Kardec que se lhe segue.
Sendo Jesus de Nazaré modelo de todos os seres humanos, é impossível conceber Jesus como entidade constituído de forma artificialmente diferente de qualquer um de nós, seus irmãos, também muito legitimamente honrados pela categoria inalienável de filhos de Deus.
“Cristo”, por seu turno, é um nome que deriva da palavra grega “christos”, que no contexto do cristianismo primitivo de influência greco-judaica inseria Jesus no elenco do messianismo judaico, que quer dizer exatamente “o messias”, “o enviado”, “o ungido”.
S. Paulo, que nunca conheceu pessoalmente Jesus, deu um primeiro passo nessa direção, quando criou “O Cristo da fé” que se afastava muito do Jesus histórico, cuja vida e mensagem lhe não interessavam, uma vez que centrava toda a sua doutrina na “morte e ressurreição” de Jesus.
Quando o cristianismo começou a helenizar-se e a expandir-se entre os gentios (os não judeus), o título de Cristo passou a ser uma espécie de sobrenome.
Depois do colapso do poder dos Césares de Roma, esvaziados da prerrogativa da sua divinização que lhes era conferida pelo paganismo, tiveram que lançar mão da popularidade crescente e progressiva do cristianismo.
Este tinha avançado de forma imparável, impulsionado pelos ensinamentos de Jesus de Nazaré, em coerência com as antigas sabedorias e com a vanguarda científico filosófica das escolas de pensamento Grego, nomeadamente Pitágoras, Sócrates e Platão (Ver capítulo III da Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo).
O Império romano, aliado ao poder de alguns altos dignitários do cristianismo nascente, apoderou-se do cristianismo para impor a universalidade da sua influência política e estratégica.
Cristo foi-se tornando uma expressão corrente, enquanto o Jesus ressuscitado recebia o sobrenome de “senhor” ou “kyrios”, fórmula que encaixa adequadamente nas determinações políticas que foram assumidas no Concílio de Niceia, no ano de 325, pelo Imperador Constantino, o grande, para obedecer exclusivamente a interesses de predomínio político e estratégico.
Allan Kardec usou indistintamente as palavras Jesus, Cristo, e até Jesus Cristo com o mesmo significado. Porém, quer na ordem das ideias de carácter doutrinário, quer na ordem da consideração histórica da pessoa de Jesus, cento e cinquenta anos depois da elaboração de O Livro dos Espíritos, entendemos que é forçoso fazer opções quanto à utilização desta diversidade de nomes, que pode carregar consigo o peso de graves contradições. A nossa decisão não é apenas linguística nem apenas doutrinária: respeita e faz a devida utilização da memória dos povos, leva em conta as trágicas consequências de mais de 1.700 anos de dogmatismos impiedosamente intolerantes e sangrentos.
Reforçando ideias, repetimos as esclarecidas palavras de Kardec (ver comentário pergunta nº 625 desta obra): “…Se alguns dos que pretenderam instruir os seres humanos na lei de Deus algumas vezes os desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que eram apenas leis humanas, criadas para servir as paixões e dominar os homens.”jose (04/12/2021 13:23:30)

José da Costa Brites/Maria da Conceição Brites/
https://palavraluz.com/

“AS PALAVRAS TÊM ALMA” apontamentos tradução OLE

.
.E


para ter acesso ao “Caderno”, é favor clicar sobre a imagem

NOTA: esta artigo foi publicado inicialmente como complemento da nossa tradução de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, no ano de 2017.

“LIVRO DOS ESPÍRITOS”, obra VIVA, obra ABERTA

Um livro é um objeto fabricado algures por alguém que vale pelo que nos conta, pelas informações que nos dá, pelos sentimentos e convicções morais que nos transmite. O Livro dos Espíritos tem várias dessas qualidades, vertidas num formato que tem a grande vantagem da dignidade intelectual e a difícil superioridade da solidez moral.

Um livro assim não deve ficar apenas confiado à justificada veneração pelo seu autor, ou pela suposta intimidade com a transcendência – da qual todos somos filosoficamente equidistantes.

Um livro como este – amadurecidamente antigo ou palpitantemente moderno – deve ser, antes de tudo, uma porta aberta à vontade de torná-lo entendido até à fronteira limite do que nos diz.

Depois de termos dado esse passo, sentimos como um dever ajudar mais pessoas a encontrar essa porta, a abri-la e entrar por ela. Dar vida a um gesto participativo, comunicar o pensamento, o abraço aberto à fraternidade, à verdade e à justiça.

As pessoas que têm um conhecimento razoável dos textos e da palavra de Allan Kardec conhecem bem as definições que deu do ensinamento dos Espíritos, nomeadamente no pequeno livro de apresentação, “O que é o Espiritismo”:

“O Espiritismo é simultaneamente uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, abrange todas as consequências morais que derivam dessas relações.

Pode definir-se da seguinte forma:

O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.”

É praticamente impossível redigir uma outra definição da ideia que seja tão organizada, sucinta e completa como esta. Quanto à definição do espiritismo e dos efeitos inspiradores que produz em nós a obra que realizou, embora admirando aquela que transcrevemos acima, podemos optar por uma fórmula mais próxima da realidade vital imediata:

Quando planeamos uma viagem a um país distante necessitamos de um bem elaborado guia de viagem, que nos diga o que nos espera e que nos ensine a movimentarmo-nos.

Se comprarmos um aparelho complicado no seu funcionamento – um computador, por exemplo – precisamos de um bom livro de instruções ou, de preferência, de um curso avançado de informática.

Simplificando muito, “O Livro dos Espíritos” é, para nós, um esplêndido guia de viagem para toda a aventura da vida, para que saibamos qual a sua razão de ser, as suas determinações originais e os seus objetivos finais, isto é: tudo o que se segue na continuação da “viagem”.

Como livro de instruções e orientação pessoal, familiar, social e espiritual, “O Livro dos Espíritos” é o patamar essencial de um curso avançado a respeito de nós mesmos, da realidade que nos cerca e da transcendência que nos determina.

A proposta ousada de fazer deste Livro uma obra VIVA e ABERTA sempre terá – como teve no passado – a mais séria razão de ser.

Este “Caderno de apontamentos da tradução de O Livro dos Espíritos” descreve a forma como entrámos no Livro como se fosse coisa nossa, com consciência do valor das palavras que usamos todos os dias, pensando nos homens de génio e sensibilidade que construíram a nossa língua, instrumento da fala de quase trezentos milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo.

Obedecemos com isso ao imperativo de fazer de “O Livro dos Espíritos” uma obra VIVA e ABERTA

José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites
Braga, Portugal –  22 de Abril de 2017

Apontamentos da tradução de O Livro dos Espíritos para português de Portugal

.

.

.

.

.

.

“O Céu e o Inferno” de Allan Kardec, tradução em português de Portugal

   

Tendo começado há algum tempo a tradução para a língua portuguesa de Portugal dos nossos dias, das cinco obras principais da cultura espírita da autoria de Allan Kardec, apresentamos agora a versão digital de “Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo”.
Não sendo membros de nenhuma organização espírita, temos divulgado nesta página todas as nossas traduções de Allan Kardec a que demos o carácter de iniciativa sem objectivos materiais.
As centenas de obras que já foram descarregadas em diversas plataformas importantes por todo o mundo, nada custaram aos interessados, e enchem-nos de satisfação.


A ADULTERAÇÃO DAS DUAS ÚLTIMAS OBRAS DE ALLAN KARDEC, APÓS A SUA MORTE

Este fenómeno é dificílimo de compreender, agora como no tempo em que ocorreu, sem levarmos em conta o muito escasso interesse que o espiritismo suscitou, sobretudo em França, ao longo de tempos muitíssimo conturbados por conflitos imensos de toda a ordem.
O espiritismo é, no país em que nasceu, uma minoria sem categoria estatística, e o grande interesse que merece o espiritualismo científico quer na Europa quer noutros continentes, é algo que só minorias muito isoladas associam a Allan Kardec.
As piores consequências dessas adulterações, tiveram os seus efeitos no Brasil, onde a percentagem de pessoas interessadas naquilo que se chama ali “o espiritismo”, e que tem variadíssimas facetas, chegou a alcançar uma expressão estatística como em nenhuma outra parte do mundo.
A precedência histórica e social nesse vastíssimo país, era marcada pela poderosa influência do catolicismo, o que facilitou, quase naturalmente, a insinuação da trágica deformação do “roustainguismo”, inventada em França, como o próprio espiritismo, mas que naquele país não teve os mesmos efeitos e projecções que no Brasil.
Se um bom número de franceses tivesse tomado a devida nota do conteúdo e do significado das autênticas obras espíritas, as falsificações que ocorreram logo após a morte do seu autor, não teriam a mínima hipótese, porque teriam defendido – como era justo – uma grande obra universalista, que seguirá em frente, ajudada pelos bons Espíritos, com grande esperança e fervor da nossa parte.
Os próprios contemporâneos franceses que sobreviveram a Allan Kardec e que tinham o conhecimento exacto do conteúdo dos seus livros, alguns houve que deram conta das movimentações dos péssimos sucessores herdeiros de Kardec e, tendo tomados posições claras, não conseguiram fazer-se ouvir nem impor as suas razões.
A instabilidade geral da França em termos político-estratégicos e sócio-económicos, nessa época, teve efeitos avassaladores e o espiritismo, praticamente, foi esquecido.
O roustainguismo e a teosofia, entre várias outras formas de adulteração do espiritualismo, tiveram a sua vida facilitada e foram ostensivamente divulgadas na revista que sucedeu àquela que Kardec tinha fundado. Não tiveram uma propagação notável, mas ajudaram muitíssimo a desprestigiar o verdadeiro espiritismo.

OS TRABALHADORES HUMILDES – OS MAIS DEVOTADOS SEGUIDORES DO ESPIRITISMO

 Em França, a classe que principalmente apoiava e tinha interesse no espiritismo era a dos trabalhadores humildes dos principais sectores da economia. Conflitos tremendos e confrontações sangrentas a nível nacional e internacional transtornaram de tal forma toda a sociedade – e sobretudo as classes trabalhadoras – que não foi possível evitar o pior que, neste caso também foi essencialmente prejudicial para a cultura espírita em todo o mundo.
Um século e meio depois, com a disponibilidade evidente de originais franceses das obras autênticas de Kardec em certas bibliotecas públicas e particulares, se o espiritismo fosse matéria devidamente estudada na Europa, o nome de Allan Kardec não seria tão escandalosamente ausente em quase todas as obras que falam no espiritualismo nas suas várias facetas, que hoje se afirmam das mais diversas maneiras em várias sociedades.
Dedicamo-nos há vinte anos à investigação de tais matérias e temos originais franceses não adulterados, que foram aqueles pelos quais fizemos as nossas traduções.
Para dispor deles não tivemos que sair de casa. Quem faz as buscas na internet em mais do que uma língua, pode consegui-los sem dotes milagrosos, basta ter interesse e saber escolher.
Sempre encarámos o Espiritismo com maiúscula, como ele é para nós, e sempre tivemos o roustainguismo, com seus sucedâneos e afins, como incompreensíveis aberrações.
Já publicámos a tradução em português de Portugal de “A Génese” expurgada dessas adulterações, publicando agora a tradução de “O Céu e o Inferno”, igualmente fiel à às palavras de Allan Kardec.
Chamamos a atenção para um estudo exaustivo de todas as modificações introduzidas pelas adulterações em “A Génese”:

É favor ver: https://palavraluz.com/2021/01/13/compgeneseporponto/

É evidente que tentaremos publicar simultaneamente com esta tradução um trabalho semelhante aplicado ao texto de “O Céu e o Inferno”.
Um prefácio que esclarecesse todos os factos desta área de problemas, teria a dimensão de uma obra extensíssima, que não só referisse a sua origem histórica, como as gravíssimas consequências prejudiciais a uma cultura importantíssima que se viu desfigurada de alto a baixo, durante mais de século e meio após o seu início.
Isto deu-se pelas movimentações originadas no Brasil, da parte de entidades federadas, que conseguiram poderes invulgares de intervenção e vantagens materiais que têm tido reflexos em diversos outros países, atendendo à vitalidade comunicativa dos brasileiros.

A NOSSA TRADUÇÃO DE “O CÉU E O INFERNO”

Esta tradução da última das grandes cinco obras de Allan Kardec, foi feita, em princípio, para nossa própria utilidade de aprendizes de uma sabedoria que achamos fundamental para o entendimento e construção das vidas da actualidade e de todas as outras que se seguem.
Não temos como objectivo criar uma escola, ou formar uma tendência. As nossas traduções foram feitas como leitura aprofundada dos originais para nossa própria conveniência, largamente acompanhados pela leitura atenta da Revista Espírita, também publicada por Allan Kardec.
Temos seguido o princípio de redigir prefácios que revelam a visão que temos de cada uma dessas magníficas obras, ao mesmo tempo que procuramos tomar conhecimento do desenvolvimento de ideias convergentes com esta, de base científica.
A reincarnação, as memórias de outras vidas e até a própria semelhança fisiológica e os sinais corporais de fenómenos ocorridos em vidas anteriores, têm sido investigadas a nível académico-científico em vários países muito desenvolvidos, bem como muitos outros fenómenos cuja naturalidade não poderia escapar a uma imensidade de observadores, durante muitos séculos. Basta procurar ler o que existe a este respeito em várias das línguas mais conhecidas no mundo, na imensíssima área de pesquisa que é a Internet. 

A CHAMADA “REVOLUÇÃO ESPÍRITA”

Apareceu recentemente no Brasil um movimento esclarecedor das gravíssimas adulterações das duas últimas obras de Allan Kardec, logo depois do seu falecimento, “A Génese” e “O Céu e o Inferno”.
Temos seguido todo esse fenómeno, embora para nós – que temos investigado sempre por fontes legítimas pesquisadas em arquivos franceses – não constituiu de forma nenhuma novidade.
Podíamo-nos ter enganado, é evidente, e até nem vale a pena acrescentar razões. As recentes investigações de SIMONI PRIVATO GOIDANICH e de LUCAS SAMPAIO, feitas nos arquivos franceses vieram consagrar as escolhas que fizéramos antes, confirmando a felicidade óbvia das nossas pesquisas de exemplares originais.

A EXTRAORDINÁRIA IMPORTÂNCIA DA OBRA DE PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO

A mais importante série de obras que tem vindo, na nossa opinião, a transformar positivamente a visão do espiritualismo racional no Brasil deve-se a Paulo Henrique de Figueiredo.
Recorrendo a um processo naturalíssimo de referenciação histórico-cultural, PHF remete o início da odisseia do espiritualismo racional para muito mais atrás de Allan Kardec, recuperando com especial incidência a figura de Franz Anton Mesmer e o prodigioso trabalho que fez a respeito do magnetismo animal, referido claramente por Allan Kardec na primeira de todas as suas Revistas Espíritas, tal como PHF nos informa com toda a justificação, no início do Capítulo VIII da sua obra “Mesmer, a ciência negada do magnetismo. animal”, ao aludir às “Ciências solidárias”.

Nessa obra, como noutras, PHF recheia páginas e páginas de uma magnífica sequência de citações à cultura desse tempo, que não esquece, antes valoriza, a imensa antiguidade do profundo relacionamento que a Humanidade sempre desenvolveu com o Mundo dos Espíritos.

A sua passagem à obra “REVOLUÇÃO ESPÍRITA – A teoria esquecida de Allan Kardec” é uma tentativa apaixonada para preencher esse esquecimento, enriquecendo a perspectiva habitualmente traçada em vôo de pássaro por sobre acontecimentos arriscadamente simplificados da história “habitual” do espiritismo. Como nós temos tentado mostrar, há imensidade de exemplos, desde os tempos mais remotos da Antiguidade ao progresso evidente de todas as ciências e da evolução do pensamento nos últimos séculos, que revelam o Espírito como cenário principal da vida profunda e da evolução sem fim.

Nesse grande Teatro de ideias sempre disponível para os Espíritos abertos, como seria possível prestar atenção, um instante que fosse, à perspectiva cruel dos dogmatismos absurdos?

Como poderia acreditar-se num Deus que criasse Céus para espíritos de cores imóveis e luz fluorescente, e Infernos povoados de criaturas abandonadas para todo o sempre, devoradas pela solidão da dor e do medo?

SIMÓNI PRIVATO GOIDANICH e LUCAS SAMPAIO

Um dos livros mais importantes publicados no Brasil a respeito do espiritismo, foi “O LEGADO DE ALLAN KARDEC”, resultante das investigações feitas por Simoni Privato Goidanich nos arquivos franceses a respeito das adulterações feitas em França dos dois últimos livros daquele autor. Na mesma linha foram feitas investigações, também em França, por Lucas Sampaio que, juntamente com Paulo Henrique Figueiredo publicaram um texto chave para todas estas questões, com a obra “Nem Céu nem Inferno”.

A NATUREZA DE TODOS OS SERES, A SUA ORIGEM E O SEU DESTINO

Julgamos que este título refere tópicos culturais e filosófico-científicos, que são do maior valor para toda a gente. Entendemos que o nosso prefácio já vai longo e não podemos dizer tudo.
Por isso desejamos as maiores felicidades a todos, recomendando, como pessoas de mais idade que a grande maioria dos leitores – disso não temos dúvidas – que façam o favor de usar algum do vosso precioso tempo livre para ler pelo menos, as nossas traduções dos livros de Allan Kardec.
Vai ser tempo ganho, podem crer. E contribuirá para a felicidade e o bem-estar presente e futuro de todos os que o fizerem.

Maria da Conceição Brites e José da Costa Brites

 Este trabalho não é de uma empresa editora.
É de dois cidadãos portugueses que leram Allan Kardec com a máxima atenção da primeira à última linha.

 

“A Génese” de Allan Kardec, tradução para português de Portugal

O ESPIRITISMO, REENCONTRO E CLARIFICAÇÃO

O Espiritismo encontra-se num momento extraordinário de reencontro e de clarificação de erros fundamentais que o mantiveram na penumbra dos mais graves equívocos, desde o momento em que faleceu o seu fundador, Allan Kardec.

É essencial que os leitores de “A Génese”, e também de “O Céu e o Inferno”, cuja tradução inteiramente fiel aos originais legítimos também já fizemos, tomem conhecimento das falsificações deliberadas que foram feitas nestas duas obras, logo após o falecimento do seu autor, e que depois se tornaram especialmente nefastas em todas as áreas de língua portuguesa e sul americana.

Versões falsificadas têm sido publicadas durante todo o tempo até hoje, com um conteúdo que não é diferente das obras originais em pormenores aparentemente casuais: é o conteúdo dessas obras especializadamente adulterado.

O ESCLARECIMENTO FUNDAMENTAL DE QUEM INVESTIGOU

Para ilustrar convenientemente estes temas recorremos, como finalização desta abertura, a dois textos muito importantes e recentes da autoria do conhecidíssimo investigador espírita Paulo Henrique de Figueiredo e da sua compatriota, igualmente investigadora e ativa divulgadora do espiritismo: Simoni Privato Goidanich.
Têm o intuito de revelar acontecimentos que tiveram lugar em França, logo após o falecimento de Allan Kardec, e que viriam a ter consequências muitíssimo graves para o teor e desenvolvimento do espiritismo.
Esclarecemos que a tradução que fizemos deste livro, seguiu os verdadeiros originais da autoria de Allan Kardec, expurgando todas as modificações muito especializadas que transformam radicalmente a sua verdadeira mensagem. Um prefácio que explicasse toda esta complexa ordem de razões, além de certos aspectos dos nossos próprios pontos de vista seria impossível, porque os temas são vastos.
Nestas nossas páginas da internet publicaremos em breve bibliografias base a respeito destes temas, de obras para descarga livre.

Temos dedicado os últimos anos da nossa vida a ler e a traduzir Kardec, tarefa que se nos afigura fundamental para nossa própria conveniência intelectual e moral.
Felizmente que o espiritismo é uma cultura para ser assimilada pelo indivíduo, de acordo com a liberdade que a sua intuição lhe permite alcançar. A autonomia da vontade e do raciocínio confere a independência necessária para ir adiante, adotando as melhores ideias e o nível da evolução espiritual de cada um.
Embora achemos fundamental a comunicação entre as pessoas, na troca de ideias de progresso e evolução, aconselhamos que essa busca seja independente e livre, apelando à razão e ao livre arbítrio.
Esse é, na assimilação de princípios de humanismo progressista, o caminho mais concreto para o entendimento, para a compreensão, numa palavra – PARA A PAZ NO MUNDO.

Não fazemos parte de nenhum grupo espírita nem obedecemos aos princípios de nenhum sector de opiniões. Fazemos a nossa própria investigação, de acordo com as nossas possibilidades e a nossa sensibilidade intelectual.

Maria da Conceição Brites e José da Costa Brites
Lousã/Portugal −  Ano de 2020

 

 

 

NEM CÉU NEM INFERNO

Visões de um mundo novo, sem céu nem inferno 

Não sendo profissionais, lemos Allan Kardec nas suas versões originais, com o intuito de conhecer e divulgar a sua magnífica obra.

Tendo feito o melhor trabalho que nos foi possível, oferecemos aqui a final corrigida de “O Céu e o Inferno”.
Merece descarga para o vosso arquivo e uma leitura completa.

https://palavraluz.files.wordpress.com/2021/08/oci-17-02-2022.pdf

Portugal um dos países mais pacíficos do mundo?

Portugal é um país que os estrangeiros que nos visitam ou que para aqui vêm residir consideram pacífico, sereno e em que se pode viver sem a ameaça constante que abunda, infelizmente, por esse mundo fora.
Os portugueses, contudo, são frequentemente surpreendidos por notícias de não nos libertam, de maneira nenhuma, de preocupações pela falta de generosidade, de sentido de convivência e que, numa ordem mais geral, nos colocam longe da perfeição dos bons costumes e das práticas generosamente amigáveis.
O caso lamentável e que nos prova que estamos muito longe da melhor convivência civilizada e amistosa é – entre outros exemplos – o da violência doméstica. Chega a acontecer o caso absurdo dos namorados espancarem as namoradas, mesmo que depois se venham a casar com elas!…

Haverá em Portugal um conhecimento adequado da cultura espírita?

Os centros espíritas em Portugal são núcleos de boas pessoas, com a vontade evidente de se aproximarem de um modelo de vida óptimo, mas que têm sido muito prejudicados pela sua falta de independência face a influências ideológicas predominantemente originárias daquilo que se passa no Brasil.
Não vale a pena pormenorizar, a evidência de tal fenómeno parece-me evidente, mas está a tornar-se insuportável no momento em que no próprio Brasil se têm estado a afirmar, com imensa força moral e intelectual, transformações de ordem históricocultural, verdadeiramente extraordinárias.

O que é que isso tem a ver com a nossa tradução de “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec?….

A nossa compreensão muito fácil do ideia que temos do espiritismo, deriva do verdadeiro começo dos nossos dias, no início dos anos quarenta, devido a uma intuição fora do comum para este tipo de cultura.
Para mais, a cidade de Leiria, onde um de nós vivía, deu-nos o conhecimento bastante aprofundado de tudo que com ele se relaciona. Além disso, o nosso circulo familiar relacionava-se, há mais de cem anos, com o espiritismo.

O decurso das vidas levou-nos para longe e perdemos o contactos com os espíritas, que só retomámos, em pleno, há pouco mais de vinte anos. A nossa juventude e toda a nossa idade adulta foi vivida muito longe do trágico movimento “roustainguista”, tendo-nos parecido os raros contactos com o meio espírita muito estranhos, face à ideia que tínhamos do espiritismo.
Foi então que começámos a ler Allan Kardec, nos livros franceses antigos e autênticos, pesquisados junto de bibliotecas francesas institucionais.

A adulteração dos dois livros finais de Allan Kardec, depois do seu falecimento, em França; a “Génese” e “O Céu e o Inferno”, e o desvio dramático de toda uma cultura, cujo objectivo era a libertação da própria HUMANIDADE.

Neste blogue já inserimos notas informativas mais do que suficientes para esclarecer como se passou todo este fenómeno, nomeadamente através da abordagem do tema do aparecimento do roustainguismo e da recente ideia da Revolução Espírita, levada a cabo pelo autor brasileiro Paulo Henrique de Figueiredo, a recolocação da ideia da Autonomia e do Livre Arbítrio, fortemente relacionadas com as adulterações de “O Céu e o Inferno”, que estão cuidadosamente pesquisadas em artigo aqui publicado


%d bloggers gostam disto: