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NOTA: esta artigo foi publicado inicialmente como complemento da nossa tradução de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, no ano de 2017.
“LIVRO DOS ESPÍRITOS”, obra VIVA, obra ABERTA
Um livro é um objeto fabricado algures por alguém que vale pelo que nos conta, pelas informações que nos dá, pelos sentimentos e convicções morais que nos transmite. O Livro dos Espíritos tem várias dessas qualidades, vertidas num formato que tem a grande vantagem da dignidade intelectual e a difícil superioridade da solidez moral.
Um livro assim não deve ficar apenas confiado à justificada veneração pelo seu autor, ou pela suposta intimidade com a transcendência – da qual todos somos filosoficamente equidistantes.
Um livro como este – amadurecidamente antigo ou palpitantemente moderno – deve ser, antes de tudo, uma porta aberta à vontade de torná-lo entendido até à fronteira limite do que nos diz.
Depois de termos dado esse passo, sentimos como um dever ajudar mais pessoas a encontrar essa porta, a abri-la e entrar por ela. Dar vida a um gesto participativo, comunicar o pensamento, o abraço aberto à fraternidade, à verdade e à justiça.
As pessoas que têm um conhecimento razoável dos textos e da palavra de Allan Kardec conhecem bem as definições que deu do ensinamento dos Espíritos, nomeadamente no pequeno livro de apresentação, “O que é o Espiritismo”:
“O Espiritismo é simultaneamente uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, abrange todas as consequências morais que derivam dessas relações.
Pode definir-se da seguinte forma:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.”
É praticamente impossível redigir uma outra definição da ideia que seja tão organizada, sucinta e completa como esta. Quanto à definição do espiritismo e dos efeitos inspiradores que produz em nós a obra que realizou, embora admirando aquela que transcrevemos acima, podemos optar por uma fórmula mais próxima da realidade vital imediata:
Quando planeamos uma viagem a um país distante necessitamos de um bem elaborado guia de viagem, que nos diga o que nos espera e que nos ensine a movimentarmo-nos.
Se comprarmos um aparelho complicado no seu funcionamento – um computador, por exemplo – precisamos de um bom livro de instruções ou, de preferência, de um curso avançado de informática.
Simplificando muito, “O Livro dos Espíritos” é, para nós, um esplêndido guia de viagem para toda a aventura da vida, para que saibamos qual a sua razão de ser, as suas determinações originais e os seus objetivos finais, isto é: tudo o que se segue na continuação da “viagem”.
Como livro de instruções e orientação pessoal, familiar, social e espiritual, “O Livro dos Espíritos” é o patamar essencial de um curso avançado a respeito de nós mesmos, da realidade que nos cerca e da transcendência que nos determina.
A proposta ousada de fazer deste Livro uma obra VIVA e ABERTA sempre terá – como teve no passado – a mais séria razão de ser.
Este “Caderno de apontamentos da tradução de O Livro dos Espíritos” descreve a forma como entrámos no Livro como se fosse coisa nossa, com consciência do valor das palavras que usamos todos os dias, pensando nos homens de génio e sensibilidade que construíram a nossa língua, instrumento da fala de quase trezentos milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo.
Obedecemos com isso ao imperativo de fazer de “O Livro dos Espíritos” uma obra VIVA e ABERTA
José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites
Braga, Portugal – 22 de Abril de 2017
Apontamentos da tradução de O Livro dos Espíritos para português de Portugal
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