Bibliografia geral e leituras

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Ilustração de: Wooli Chen, visto em This Works / WeTransfer

Temos andado a publicar aqui momentos especiais do trabalho de tradução de “O Livro dos Espíritos”. Esta notícia tem por tema a pequena bibliografia geral relativa às Notas Finais.

O Prefácio dos tradutores destina-se a preparar as pessoas que nunca tenham lido o livro antes;
As Notas Finais servem para informar o leitor do critério de tradução de certas palavras e para fornecer opiniões de contextualização cultural de textos com mais de 150 anos.
A pequena bibliografia geral também é destinada aos leitores que nunca encontraram antes “O Livro dos Espíritos”, obra que servirá – se atentamente o lerem – para esclarecer um segredo há muitos séculos desvendado por homens de ideias, com experiência de vidas vividas, mas persistentemente escondido pelas forças determinadas em conservá-lo oculto e secreto.

Esse segredo é o conhecimento fundamental e fundamentado da origem e do destino dos seres humanos. Saberem porque estão vivos e conhecerem bem as regras que orientam a sua vida presente, abrindo-lhes as portas para um mais claro futuro de progresso e de felicidade.
Mesmo para os que desconfiarem que é promessa exagerada, vale a pena começar já a ler, para que não percam mais tempo em desvendá-lo, já que facilita a marcha pela estrada, por vezes acidentada, que nos conduz ao  futuro.

A bibliografia geral que aparece depois das Notas Finais de todo o livro não manipula consciências nem condiciona as opções do leitor. Apenas revela as principais ajudas com que caminhámos ao encontro desta cultura que ensina a viver e, ao mesmo tempo que produz conhecimentos livres de compromissos de grupo ou fronteiras dogmáticas, também ajuda a construir a felicidade.

Bibliografia geral e leituras


ALLAN KARDEC:
‒ Todas as obras e publicações editadas em vida pelo autor, de 1857 a 1869;

GABRIEL DELANNE:
Todas as suas obras e publicações, em especial as seguintes:
‒ O Espiritismo perante a Ciência. Paris, 1885;
‒ O Fenómeno Espírita. Paris, 1893;
‒ A Evolução Anímica. Paris, 1895;
‒ A Alma é Imortal. Paris, 1897;
‒ A Reencarnação. Paris, 1927.

LÉON DENIS:
Todas as suas obras e publicações, em especial as seguintes:
1885 – O Porquê da Vida, 1885;
1898 – Cristianismo e Espiritismo, 1920 (última edição);
1889 – Depois da Morte, 1920 (idem);
1903 – No Invisível, 1924 (idem);
1905 – O Problema do Ser do Destino e da Dor, 1922 (idem);
1910 – Joana D’Arc Médium, 1926 (idem).

sobre JESUS HISTÓRICO:


o professor Antonio Piñero

ANTÓNIO PIÑERO,
Catedrático de Filologia Grega, com especialidade em Língua e Literatura do Cristianismo Primitivo da Universidade Complutense de Madrid, autor, entre outras, das seguintes obras:

– CIUDADANO JESÚS – Las respuestas a todas las perguntas; Atanor Ediciones, Madrid, várias edições desde 2012;
– GUIA PARA ENTENDER EL NUEVO TESTAMENTO; Editorial Trotta, múltiplas edições desde 2006, Madrid;
– ORIGENES DEL CRISTIANISMO – Antecedentes y primeiros passos; Ediciones El Almendro e Universidade Complutense de Madrid, 2004;
– JESÚS, LA VIDA OCULTA – Según los Evangelios rechazados por la Iglesia; Esquilo Ediciones, 1ª edição 2007, Badajoz;
– JESÚS DE NAZARET – El hombre de las cien caras” – textos canónicos y apócrifos; EDAF, Madrid, México, Buenos Aires, SanJuan, Santiago, Miami, 2012;
– EL OUTRO JESÚS – Vida de Jesús segun los evangelios apócrifos – Ediciones El Almendro, Córdoba; primeira edição: 2004.

Mosa JS

JACOB SLAVENBURG:
– (n. 1943 em Gorinchem, Holanda). Desde jovem percebeu que os acontecimentos históricos reais eram muito diferentes dos que tinha aprendido na escola ou nos círculos religiosos. Licenciado em História Cultural, dedicou-se à história das religiões depois da extraordinária descoberta dos manuscritos de Nag Hammadi, em especial a respeito do homem de Nazaré. Atualmente é professor em várias instituições e a sua obra é muito conhecida:
– A HERANÇA PERDIDA DE JESUS (De verloren erfenis) – A verdadeira história das origens do cristianismo, Marcador Editora, Queluz de Baixo, 2012

MEMÓRIA da HUMANIDADE:


“Aquellos que no recuerdan el pasado, están condenados a repetirlo.”
George Santayana.

As obras aqui indicadas, embora muito importantes, representam apenas um exemplo simbólico da atenção que é devida ao conhecimento da História Universal, sem a qual é impossível enquadrar os conceitos científicos, culturais e morais. Sem recursos minimamente estruturados desta disciplina cultural é impossível ter uma ideia válida da importância da obra de Allan Kardec e da cosmovisão espírita. Impossível será igualmente ultrapassar o contexto de um planeta de expiação e de provas, sujeito ainda à tutela dominante do pensamento dogmático e da predominância de espíritos ainda não muito evoluídos.

A Chegada das Trevas é a história largamente desconhecida – e profundamente chocante – de como uma religião militante pôs deliberadamente fim aos ensinamentos do mundo clássico, abrindo caminho a séculos de adesão inquestionável à “única e verdadeira fé”.

O Império Romano foi generoso na aceitação e assimilação de novas crenças. Mas com a chegada do Cristianismo tudo mudou. Esta nova fé, apesar de pregar a paz, era violenta e intolerante. Assim que se tornou a religião do império, os zelosos cristãos deram início ao extermínio dos deuses antigos – os altares foram destruídos, os templos demolidos, as estátuas despedaçadas e os sacerdotes assassinados. Os livros, incluindo grandes obras de Filosofia e de Ciência, foram queimados na pira. Foi a aniquilação.

Levando os leitores ao longo do Mediterrâneo – de Roma a Alexandria, da Bitínia, no norte da Turquia, a Alexandria, e pelos desertos da Síria até Atenas -, A Chegada das Trevas é um relato vívido e profundamente detalhado de séculos de destruição.

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ALEXANDRE HERCULANO dispensa apresentações para todos aqueles que têm conhecimento do seu imenso prestígio como historiador e cidadão que lutou com imensa bravura e se exprimiu como investigador e grande homem de pensamento, dos mais insígnes de toda a nação cultural portuguesa.

A sua obra a respeito da Inquisição em Portugal é de leitura fundamental.

Clicando na capa poderá descarregar uma versão brasileira do livro. Assim manifestamos homenagem à imensa generosidade de divulgação de valores e partilha do imenso povo brasileiro:.ALEXANDRE 

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– HISTÓRIA DA ORIGEM E ESTABELECIMENTO DA INQUISIÇÃO EM PORTUGAL- Alexandre Herculano (1810-1877).

 

 

 

07-trat– PEQUENA HISTÓRIA DAS CRUZADAS; Londres 2004 – Chistopher Tyerman; Edições Tinta da China, Lisboa 2008.

08-trat

RECURSOS LINGUÍSTICOS:


Entre outros:

– CNRTL/ORTOLANG: http://www.cnrtl.fr/definition/;
– LEXILOGOS: http://www.lexilogos.com/francais_langue_dictionnaires.htm

ortol.

Alexandre Herculano, Herculano Pires e a memória da Humanidade

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AHerc 01 p.

“Aquellos que no recuerdan el pasado, están condenados a repetirlo.”
― George Santayana

Não é possível avaliar certos factos importantes da vida, nem discutir as ideias, os princípios morais e a natureza das relações colectivas sem cultivar a memória culta dos povos.
A História é a ciência que regista os caminhos que a Humanidade foi trilhando e quais os bons e os maus passos que foi dando. Recordar com inteligência as figuras, os factos e os exemplos mais marcantes que configuraram a alma colectiva é o primeiro passo para o progresso de todos e de tudo.
Esquecer é deitar fora tesouros valiosíssimos da experiência, é correr o risco de estar sempre a regressar aos mesmos erros, facto que acontece com lamentável frequência.
A esse respeito vem muito a propósito falar daqueles que souberam defender a memória como património da Humanidade, alicerce principal das condutas individuais e colectivas.

Os povos, os países, as culturas de qualquer género são aquilo que for a memória que os habita, que os ilumina e que os conduz.

Vou recordar dois homens importantes e moralmente marcantes nos países em que viveram, visto que o exercício de relembrar os bons exemplos é a parte que toca aos cidadãos no trabalho muito sério de reforçar e valorizar a memória.

JHPir

Falo de José Herculano Pires, individualidade que, em meio espírita, não é necessário apresentar e de um outro insigne HERCULANO, desta vez a excepcional figura de escritor, investigador e cidadão português que foi Alexandre Herculano.
A associação entre estes dois nomes não é apenas derivada da presença comum do nome “Herculano”.

Entre não crentes, aqueles que só levam em conta aquilo que é trivialmente imediato, o pouco que tocam com as mão e alcançam com a vista, esse facto não passará de uma mera coincidência ou pura casualidade.
Os espíritas, habituados a entender e estudar toda a outra maior parte do Universo, aquela que não se revela através dos nossos limitadíssimos cinco sentidos, para esses, o campo da pesquisa é muito mais extenso e as hipóteses de compreensão muito mais numerosas.

Chamo pois a atenção dos leitores para a obra de Jorge Rizzini: “J. Herculano Pires, o Apóstolo de Kardec – o Homem, a Vida, a Obra”, na qual traça a biografia do prestigiado professor, também seu grande amigo.
Ali se tece uma relação especialíssima entre esses dois homens de memória qualificada que é mais do que a de simples familiaridade, um dos tais elos misteriosos engendrados pela trama admirável da sucessão das vidas.
Leiamos pois algumas linhas da citada obra de Rizzini, a respeito das impressões que trocara com Herculano Pires a respeito da sua anterior encarnação e que era para guardar em segredo, pelo menos enquanto fosse vivo:

“…Herculano Pires, certamente tomado por um súbito sentimento de pejo, não revelou o nome que tivera na existência anterior em Portugal, mas anos depois de sua desencarnação pesquisei a vida dos grandes vultos da literatura lusitana do século XIX e descobri inúmeros pontos de contato (a começar pelo nome) entre ele e o célebre jornalista, romancista, poeta e historiador Alexandre Herculano, o qual ao tempo de Allan Kardec se exilara na França. O mesmo caráter impoluto e inflexível; o sentimento religioso; a oposição ao clero; o amor à literatura, particularmente à poesia e ao romance; e, sobretudo, a fidelidade à verdade.
A propósito da extremada fidelidade à verdade, medite o leitor sobre o seguinte texto, mas procurando descobrir se o autor é o Herculano nascido em Portugal ou o brasileiro:

“Quando a justiça de Deus põe a pena na destra do historiador, ao passo que lhe põe na esquerda os documentos indubitáveis de crimes que pareciam escondidos para sempre debaixo das lousas, ele deve seguir avante sem hesitar, embora a hipocrisia ruja em redor, porque a missão do historiador tem nesse caso o que quer que seja de divina.”

(Texto extraído do volume terceiro, página 192, da obra Opúsculos, de Alexandre Herculano (autor, inclusive, da História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal).

Parece-nos evidente tratar-se de um só Espírito.
As informações sobre a reencarnação de Herculano Pires foram por mim guardadas, sigilosamente, durante décadas. Somente dias atrás, em conversa com Heloísa Pires, referi-me à pesquisa, mas antes que lhe revelasse o resultado ela exclamou sorrindo:
– Meu pai é a reencarnação de Alexandre Herculano. O pai, certa vez, comentou isso!
Não foi, pois, por outra razão que quatro anos antes da desencarnação Herculano Pires redigira um extenso e belo artigo exaltando sua antiga pátria e o renascimento do movimento espírita lusitano.
Vide a revista “Estudos Psíquicos”, de Lisboa, edição de junho de 1975.
Não estamos, porém, dogmatizando, mesmo porque o julgamento final cabe, evidentemente, ao leitor.”

Como forma de coroar a ideia de que a memória é um apetrecho fundamental na cultura do aperfeiçoamento das sociedades, nada melhor que publicar, em complemento coerente com o direito (e o dever…) de enriquecer a memória, uma das mais notáveis, entre todas as outras muito notáveis obras de Alexandre Herculano, mas de que se fala pouco:

História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal – 1854-1859

inserção que me foi sugerida pela própria referência que foi feita por Jorge Rizzini na parte do texto que acima está inserido. Clicar no texto a seguir, para ter acesso ao livro:

História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal
(1854/1859)/Alexandre Herculano (1810-1877)
Nona edição definitiva conforme com as edições da vida do autor
dirigida por David Lopes (1867-1942)/Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Homenagem ao generoso sentido de partilha do povo brasileiro

Faço aqui uma muito singela homenagem à vitalidade participativa e à grande generosidade de partilha dos brasileiros.
A inserção desta obra nesta página foi tornada mais fácil e vantajosa devido ao enorme trabalho que os brasileiros desenvolvem em torno da partilha de livros e outros documentos, da sua e de outras culturas – que neste caso são muitíssimo beneficiadas – como é o caso da cultura portuguesa, em muitíssimos aspectos.

Esta edição da referida obra de Alexandre Herculano também pode ser consultada em Portugal, numa edição antiga, nomeadamente no muito vasto site  da Biblioteca Nacional de Portugal.
A edição que preferi foi encontrada num site generosíssimo de partilha de livros:

http://www.ebooksbrasil.org

porque a edição em causa, além de nos oferecer  a obra em si, também tem carácter informativo quanto ao direito livre ao seu acesso, para efeitos não comerciais e de divulgação cultural, como é este caso. Inclui também a abrir uma breve apresentação biográfica do autor, o que tem interesse.

AH Inq.

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