A estrutura didática de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, palestra de Cosme Massi

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Tendo restabelecido o contacto com os caros seguidores e todos os visitantes em geral, informamos que não temos estado de modo nenhum afastados do interesse pela cultura espírita.
Temos até já muito avançados uma série de trabalhos para publicar em “espiritismo cultura” e “espiritismo estudo”.
Para já vamos privilegiar uma abordagem metódica a uma obra central do vastíssimo legado de Hippolyte Léon Denisard Rivail, aliás Allan Kardec: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”.

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Sem ComM

Apresentamos hoje mais uma palestra da autoria do professor COSME MASSI, investigador e divulgador da cultura espírita de nacionalidade brasileira, que tem por tema a “Estrutura Didática de O Livro dos Espíritos”, a cujo ficheiro PDF é possível aceder pela ligação colocada ao fundo desta notícia.

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No fim da palestra acima referida, o professor Cosme Massi respondeu a algumas perguntas do auditório, não audíveis na gravação. Devido ao interesse das respostas e para enriquecer esta notícia juntamos uma síntese de extratos de momentos dessas intervenções:

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SOBRE A INTERVENÇÃO DE ALLAN KARDEC NA CONFIGURAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA

“…para edificar a doutrina espírita Allan Kardec usou uma metodologia própria. A obra tem muito dele.
Também há o equívoco de achar que a obra é exclusivamente dos Espíritos, a obra tem muito de Kardec que foi o seu coautor. Isso está demonstrado por vários autores. É uma obra também de produção humana; tem a produção espiritual e a produção do homem. Sofre todas as dificuldades da produção do homem…”

KARDEC NUNCA ENTENDEU O ESPIRITISMO COMO VERDADE ABSOLUTA;

“…Kardec contrariou firmemente a ideia de uma verdade absoluta de qualquer teoria ou doutrina.
O Espiritismo jamais se colocou, na visão de Allan Kardec, como detentor da verdade absoluta.
Em “A Génese” no Capítulo I, número 13, e seguintes, na definição do carácter da revelação espírita, vemos que o espiritismo é uma doutrina eminentemente progressista.
(…)
Kardec afirma no nº 55 no referido Capítulo I de “A Génese” que: “…caminhando a par com o progresso, o espiritismo jamais será ultrapassado, porque se verdades novas demonstrarem que ele está em erro acerca de um ponto, ele modificar-se-á nesse ponto”.
Significa isto que o espiritismo é progressivo e não afirma verdades absolutas, NO SENTIDO DE UMA DOUTRINA QUE TENHA O EXCLUSIVISMO DA VERDADE…”

A CIÊNCIA MATERIALISTA ACADÉMICA E A CIÊNCIA ESPÍRITA

“…a ciência não tem que se encarregar do estudo da reencarnação, não é função dela. Há entretanto vários cientistas em várias universidades do mundo interessados no estudo de alguns fenómenos que, no campo da psiquiatria ou da psicologia, colocam o problema da reencarnação. Isso é uma decisão deles, mas o objeto das ciências é sempre do domínio material.
As ciências não admitem, pelo âmbito materialista dos seus estudos, as premissas fundamentais para estudar a reencarnação, que é a existência do próprio espírito.
(…)
Pode ser que as limitações da explicação desses fenómenos apenas à base do cérebro cheguem a um momento em que a ciência seja obrigada a DAR O SALTO. Quando a ciência já não conseguir de maneira nenhuma explicar certos fenómenos à base do estudo materialista do cérebro, passando o tempo, poderá ver-se obrigada a admitir OUTRA HIPÓTESE DE ESTUDO, nomeadamente a hipótese da existência do espírito.
(…)
Há pessoas que têm a certeza da sobrevivência da alma, porque:
– É UMA CERTEZA TÃO FORTE COMO A CERTEZA CIENTÍFICA – essa certeza pertence à ciência espírita, que é uma ciência tão boa como qualquer outra, só que está fundamentada em premissas diferentes.
A diferença entre as ciências depende muito das premissas de que elas partem. Não existe uma coisa que seja “a ciência” que concorde em tudo com ela própria.
(…)
Não há portanto “A CIÊNCIA”, há CIÊNCIAS, no plural; diferentes e de acordo com os teóricos que as adoptam. O que faz parte do progresso intelectual.
Nós acreditamos que a realidade do espírito se irá impor um dia como teoria muito sólida, até nas academias.
Vamos aguardar…”

PERGUNTA SOBRE A NECESSIDADE DE MODIFICAÇÃO DO ESPIRITISMO

“…Uma questão muito frequentemente abordada por certas pessoas é a de que o espiritismo precisa de modificações. O problema é que nunca apontam onde.
Não sendo dogmático e não considerando o espiritismo como uma obra perfeita, acho que quem quer mudanças deve dizer onde deveriam ser feitas.
Kardec recomenda em “A Génese” que se reflita sobre tudo; uma das características da doutrina espírita é de que exige, obriga à crítica e ao exame sério.
O espiritismo exige que se faça um exame sério das questões, convida a fazer uma crítica profunda.
O espírita não pode ser dogmático; tem que ser aberto.
Mas não pode ser aberto sem sentido de responsabilidade, não pode aceitar tudo o que aparece, o que é muito comum. Responsável não é o que aceita tudo; é o que aceita depois de crítica, de exame profundo, de reflexão…”


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A estrutura didática de O LIVRO DOS ESPÍRITOS – PDF

(clicar neste título para descarregar ficheiro)

 

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