A nossa tradução do LIVRO DOS ESPÍRITOS

Informamos os nossos leitores de que a designação desta tradução, para a qual não fomos consultados, como sendo “O Verdadeiro LIVRO DOS ESPÍRITOS”, com a qual não estamos de acordo, foi iniciativa da empresa Editora e não nossa.

Este livro, ao qual os editores de Lisboa chamaram “O Verdadeiro Livro dos Espíritos”, apresenta uma tradução muito cuidada, inteiramente independente de grupos ou organizações de qualquer tipo, e está muito valorizada com um vasto conjunto de Notas Finais, para as quais solicitamos uma leitura muito atenta.

Publicado pela primeira vez em 1857, “O Livro dos Espíritos” é uma obra que marcou um importante marco na história do espiritualismo científico. Escrito por Allan Kardec, pseudónimo do educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, o livro tornou-se fundamental para o desenvolvimento e divulgação das ideias espíritas, com fundamento e projeção progressistas.

Ao abordar temáticas como a imortalidade da alma, a comunicação com os espíritos e a lei de causa e efeito, Kardec lançou as bases da doutrina espírita e promoveu uma nova forma de entendimento da vida, da morte e do universo.

“O Livro dos Espíritos” – dividido em quatro partes, aborda desde conceitos fundamentais até questões mais complexas, como a evolução espiritual, a pluralidade dos mundos habitados e a lei de justiça, amor e caridade.

A publicação do livro gerou um grande impacto na época, despertando o interesse de diversos estudiosos e curiosos, tanto na França como noutros países ao redor do mundo. Ao longo dos anos, “O Livro dos Espíritos” tornou-se uma referência obrigatória para quem deseja estudar e compreender o espiritualismo científico.

Apesar de ter sido publicado há mais de um século, a obra mantém sua relevância, oferecendo um conhecimento profundo sobre a espiritualidade, as leis que regem o universo e a esperança de progresso e evolução constante do ser humano. “O Livro dos Espíritos” é um convite à reflexão e ao auto conhecimento, proporcionando uma visão mais ampla e esclarecedora da vida e do seu propósito.

Um quadro de um amigo vosso, e a sugestão de uma ótima leitura…

Convidamos os visitantes a fazer duas coisas interessantes:

– Verem a imagem abaixo, tão ampliada quanto possível. É a reprodução de uma pintura minha, executado com tintas acrílicas s/ tela, s/platex de 70 x 90 cms. No próprio quadro está registada a época em que foi executado: entre 1995 e 1998, com tintas acrílicas s/ tela s/ platex; A primeira das datas, 1995, foi da execução quase completa, tendo feito apenas algumas modificações em 98.

– Lerem depois um livro com grande interesse de autoria do Dr. RAYMOND MOODY, conhecidíssimo autor de nacionalidade norte americana, disponível num blog das nossas melhores relações, “A Vida depois da Vida”:
https://espiritismocultura.wordpress.com/2023/04/17/a-vida-depois-da-vida-da-autoria-do-dr-raymond-moody-jr/

Desenho e pinturas de Costa Brites

Em data próxima, a publicação da nossa tradução de “O Livro dos Espíritos” – de Allan Kardec

 Está a aproximar-se a data de apresentação pública da nossa tradução de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, que terá lugar em Lisboa, por iniciativa da muito prestigiada
“LIVRARIA BERTRAND”.
PEDIMOS A TODOS OS QUE JÁ LERAM
A IMPORTANTÍSSIMA OBRA
E SOBRETUDO A QUEM AINDA A NÃO LEU
TODA A ATENÇÃO POSSÍVEL !!!….

Esta tradução de “O Livro dos Espíritos”, bem como o original conjunto de anotações, é da nossa exclusiva autoria, como pessoas INDEPENDENTES DE QUALQUER ORGANIZAÇÃO IDEOLÓGICA, RELIGIOSA OU POLÍTICA

A nova edição da nossa tradução de “O Livro dos Espíritos” directamente do francês para português de Portugal, inclui duas notas de apresentação de grandes amigos nossos e distintos espíritas, JOÃO XAVIER DE ALMEIDA e JOÃO DONHA, ambos notáveis conhecedores da nobre língua portuguesa, um português, outro brasileiro.

O trabalho geral de revisão do livro traduzido foram movidos pelos seguintes propósitos:

Primeiro
Aproximação mais acentuada do francês praticado pelo autor da obra ao português falado nos nossos dias, com critérios de ordem gramatical e lexical coerentes com o espírito da cultura respetiva.

Segundo
Sendo “O Livro dos Espíritos” a obra basilar da cultura espírita, o leitor terá um acesso mais fácil e penetrará mais fundo na restante obra de Allan Kardec.


Terceiro
A vontade de abertura sinalizada no prefácio de autores e o franco desejo de debate de ideias sugerido nas Notas finais do Livro sugerem o recentramento da obra de Allan Kardec no estudo fundamental da cultura espírita

Sendo “O Livro dos Espíritos” a obra basilar da cultura espírita, o leitor terá um acesso mais fácil e penetrará mais fundo na restante obra de Allan Kardec.

Quarto
A vontade de abertura sinalizada no prefácio de autores e o franco desejo de debate de ideias sugerido nas Notas finais do Livro sugerem o recentramento da obra de Allan Kardec no estudo fundamental da cultura espírita

De João Xavier de Almeida:
recebemos a mensagem de um prestigiado e histórico dinamizador e organizador da cultura espírita em Portugal.
Do seu valioso prefácio colhemos o seguinte momento, que convida todos os leitores à leitura completa do texto:

Jamais nos demitamos do dever de gratidão ao Brasil, pelas diversas traduções (totalizando, todas, muitos milhões de exemplares editados) que facultaram ao leitor português a obra colossal de Allan Kardec; convenhamos porém: a tradução que ora ouso prefaciar supre finalmente uma nada lisonjeira omissão editorial lusitana, tão longa e desconfortável aos nossos brios.
Dizer grandiosa e transcendente a obra traduzida, O Livro dos Espíritos, nada tem de exagero. Ela integra um pentateuco hodierno de que é o volume basilar, e configura um relevante marco civilizacional judaico-cristão de cultura universal. Sagra-se como a terceira dum ciclo de grandes revelações, iniciado com Moisés e aperfeiçoado por Cristo. Mas… revelação agora em estilo direto, lógico, assertivo, coerente com a profundeza latente das duas precedentes; uma revelação já não necessitada de alegorias e formalismos requeridos outro ra pelo verdor evolutivo do Homem. Enfim, uma revelação sobre factos e leis naturais sistematizados com inatacável metodologia científica. Consistente, elucidativa, ela emerge vigorosa duma época onde o racionalismo, inebriado pela emancipação da opressiva tutela eclesiástica, derrapava no materialismo presunçoso que decretou “a morte de Deus” e entronizou a Deusa Razão.

De João Donha,

da cidade de Curitiba, no Brasil recebemos o favor fundamental de um testemunho de leitura; palavras de acolhimento e abertura de horizontes, para inspirarem à leitura mais proveitosa deste Livro, que nos oferece:
“…o novo paradigma do Espírito, da imortalidade, da responsabilidade individual pelos próprios atos, e da multiplicação ao infinito das oportunidades de correção e progresso…

alguns parágrafos de João Donha:

1
…o paradigma teocrático… gerava um Estado teocrático, sustentado por uma poderosa instituição sacerdotal, com sua hierarquia sólida, seus ritos mágicos e sua capacidade de sugestão controlando as massas. O comportamento era subordinado à suposta vontade divina e, a adoração aos seus desejos. E, muito sangue foi derramado pelas religiões em nome da Divindade.

2
…o paradigma humanista, onde a ênfase é retirada da Divindade e passa a ser dada ao Homem, suas necessidades, seus direitos, suas aspirações e suas destinações. E, novamente, muito sangue foi derramado pelas revoluções em nome da Humanidade.

3
…um novo paradigma, onde a ênfase que já foi exclusiva da Divindade e, depois do Homem, transcende o imediato e passa a ser dada ao Espírito, ou seja, à nossa individualidade que sobrevive à extinção do corpo físico.

Este é o novo paradigma que o presente livro e as obras subsequentes que o completam está construindo. O Paradigma do Espírito, da imortalidade, da responsabilidade individual pelos próprios atos e, da multiplicação ao infinito das oportunidades de correção e progresso.

A realidade do mundo espiritual

A realidade do mundo espiritual que esteve antes e estará depois é lamentavelmente ignorada pelas grandes maiorias

Esse é o principal motivo dos imensos problemas que afligem o planeta. Os nossos conteúdos revelam factos antigos já confirmados pela ciência, capazes de transformar a vida de perigosos conflitos que o mundo está a enfrentar.

https://espiritismocultura.wordpress.com/

A Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como “a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença.”
A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga eram conhecidas e admiradas no final do Renascimento.

O Espiritismo na Sua Expressão Mais Simples, de Allan Kardec – apresentação original

Sem caridade não há salvação;
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei; Fé inquebrantável, só aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

Exposição sumária do ensino dos Espíritos e da natureza das suas manifestações

Tradução a partir de um texto original francês ao gosto pessoal de leitura do autor deste blogue e conforme a língua portuguesa de Portugal

“O Espiritismo na sua Expressão mais simples”

 Este é um começo ideal no estudo dos textos base mais importantes e legítimos do espiritismo. O livrinho que Allan Kardec escreveu em 1862, ainda não estava completa a série de obras da codificação, poderá constituir – conforme aqui se procura demonstrar – um precioso auxiliar na divulgação rápida do Espiritismo.
Chamou-se em francês “Le Spiritisme à sa plus Simple Expression”.
Por ser um texto muito rico, recheado de ideias fundamentais e momentos fortes, tomei a iniciativa de criar um encadeado de sub-títulos que servirão para individualizar esses momentos, criando um ritmo de leitura propício à reflexão.
Com a boa-vontade com que foram colocados, tenho a ideia que o professor Hipólito Leão não iria zangar-se…

José da Costa Brites

Da sombra do dogma à Luz da Razão

Caros visitantes

Andando dia após dia em busca de valores positivos para entregar aos nossos visitantes, publicamos agora algo que julgamos ter sido uma descoberta por excelência, que já lemos e estudámos com a máxima atenção e que vos entregamos, com o conselho urgente de uma preciosa leitura.
É obra do muito prestigiado autor PEDRO ALCIRO BARBOZA DE LA TORRE, venezuelano já falecido, ativo militante da mais nobre cultura espírita, que nos oferece vastíssimo interesse histórico-cultural.

A quantos espíritas, finalmente, importa o espiritismo?

A CEPA, como entidade kardecista, laica, livre-pensadora, humanista, pluralista, progressiva e progressista, constitui um espaço aberto no qual se sentem cómodos todos os espíritas que se impressionem e reflitam diante de perguntas como estas e decidam, como sugeria Kardec, atrever-se a pensar, a privilegiar a razão e antepor os valores éticos como guias de suas convicções. Isso é indispensável para a consolidação de um movimento espírita que possa contemplar sem complexos o século XXI e enfrentar com êxito seus enormes desafios.

(Tomamos a liberdade de reproduzir o texto original em língua castelhana, tão familiar para todos os portugueses)


RESEÑA BIOGRÁFICA DEL DR. PEDRO ALCIRO BARBOZA DE LA TORRE

El Doctor Pedro Alciro Barboza de la Torre nació en Maracaibo (Venezuela) el 8 de Noviembre de 1917, en su niñez y juventud demostró grandes dotes en varias disciplinas. En 1944 obtuvo el doctorado en Ciencias Políticas, trabajó durante muchos años como profesor universitario. A decir, por Herivelto Carvalho en la reseña biográfica que escribió: “Dejó una extensa obra sobre historiografía venezolana, pedagogía, filosofía, ciencias sociales, ciencias políticas, derecho y pedagogía. La obra de Pedro Alciro fue también muy importante para la consolidación de la sociología en su país”. En el campo espírita se destaca siendo un notable escritor con obras como las siguientes:
“Espiritismo para Católicos (1962),
Organización de una Sociedad Espírita (1962),
Espiritismo para Espiritistas (1963),
Desarrollode Médiums (1970),
Repertorio experimental para la mediumnidad (1975),
El espiritista Dr. Enrique María Dubuc (1976),
De la sombra del Dogma a Luz de la Razón (1981),
Cronología espírita (1983)

Además, fue cofundador de la Federación Espírita Venezolana en 1960, presidente y organizador del VI y XI Congreso Espírita Panamericano en 1969 y 1978, respectivamente. Fue presidente de la Confederación Espírita Panamericana (1990-1993), entre otros importantes logros.

*Boletín informativo de CEPA News Letter Nº 20,
correspondiente a los meses de julio/agosto 2020, con el título: “Memoria de la CEPA: Pedro Alciro Barboza de la Torre

O que é a Pós-modernidade

Pós-modernidade

Pós-modernidade é um conceito que representa toda a estrutura sócio-cultural desde o fim dos anos 80 até os dias atuais. Em suma, a pós-modernidade consiste no ambiente em que a sociedade pós-moderna está inserida, caracterizada pela globalização e domínio do sistema capitalista.

Vários autores dividem a pós-modernidade em dois principais períodos.

A primeira fase teria começado com o fim da Segunda Guerra Mundial e se desenvolvido até o declínio da União Soviética (fim da Guerra Fria).

Já a segunda e derradeira etapa teve início no fim da década de 1980, com a quebra da bipolaridade vivida no mundo durante a Guerra Fria.

Características da pós-modernidade

A pós-modernidade é caracterizada pela rutura com os ideais iluministas que eram defendidos durante a era moderna, como os sonhos utópicos da construção de uma sociedade perfeita com base em princípios tidos como verdadeiros e únicos.

Entre outras características de destaque, ênfase para:

  • Substituição do pensamento coletivo, e perda do sentimento de individualismo, representado pelo narcisismo, hedonismo e consumismo;
  • Valorização do “aqui e agora” (Carpe Diem – “goze os dias”);
  • Hiper-realidade (mistura entre o real e o imaginário, principalmente com o auxílio das tecnologias e ambientes online);
  • Subjetividade (nada é concreto e fixo. A ideia antes tida como verdadeira passa a ser interpretada apenas como mais uma no conjunto das hipóteses);
  • Multiculturalismo e Pluralidade (fruto da globalização e mistura entre características típicas de cada cultura, por exemplo);
  • Fragmentação (mistura e união de vários fragmentos de diferentes estilos, tendências, culturas, etc);
  • Descentralização;
  • Banalização ou ausência de valores.

Veja também o significado de Multiculturalismo.

Etapas da Pós-modernidade

Primeira etapa da Pós-Modernidade

De modo geral, a pós-modernidade representa a “quebra” com antigos modelos de pensamento linear defendidos na era moderna pelos iluministas. Estes eram baseados na defesa da razão e ciência como parte de um plano em prol do desenvolvimento da humanidade.

Porém, com os horrores presenciados na Segunda Guerra Mundial, começou a crescer um forte sentimento de insatisfação e decepção na sociedade, visto que todo o “plano” moldado com base nos ideais iluministas havia falhado.

De acordo com Jean François Lyotard (1924 – 1998), um dos mais importantes filósofos a conceituar a pós-modernidade, esta pode ser claramente exemplificada como a total falência das ideias tidas como certas e verdadeiras em outrora pelos pensadores modernos.

A pós-modernidade questiona as grandes utopias e antigas certezas que antes eram defendidas pelos iluministas. Desta forma, passa a considerar tudo como um conjunto de meras hipóteses ou especulações.

Segunda etapa da Pós-Modernidade: consolidação

Muitos estudiosos consideram o fim da década de 1980 como a consolidação definitiva da Pós-Modernidade como uma estrutura social, política e económica no mundo.
Com o fim da bipolaridade imposta pela Guerra Fria, o mundo passou a viver sob uma Nova Ordem, baseada na ideia de pluralidade e globalização entre quase todas as nações.

Os avanços tecnológicos e nos meios de comunicação, o boom da internet e o monopólio do sistema capitalista são algumas das características que ajudaram a consolidar os princípios que definem a sociedade pós-moderna.

A definição de pós-modernidade é complexa e existem diferentes pontos de vista sobre a sua formação e significado. Vários sociólogos, filósofos, críticos e estudiosos buscam explicar esse fenómeno que “substituiu” os princípios que em outrora marcaram a modernidade.

Diferença entre Modernidade e Pós-modernidade

Para muitos estudiosos, a chamada “era moderna” teria se iniciado a partir da Revolução Francesa (século XVIII), quando houve o rompimento com os pensamentos que vigoravam no período medieval para ascender os ideais iluministas.

ModernidadePós-modernidade
Início na Revolução Francesa (séc. XVIII).Início no fim da Guerra Fria (anos 80 do séc. XX).
Pensamento linear e cartesiano.Pensamento fragmentado.
Plano coletivo, em busca do “sonho utópico”.Individualismo / Cada pessoa em busca de seus prazeres e satisfações individuais.
Busca pela ordem e progresso.Quebra de barreiras territoriais e culturais / Globalização.
Trabalhar em prol de um “plano” coletivo para o futuro.Hedonismo / Viver o “aqui e o agora”.

Segundo os princípios do Iluminismo, durante a Modernidade predominava a razão e a ciência como meios exclusivos de conquistar a verdade absoluta de todas as coisas.

Durante a era moderna também teve início da Revolução Industrial, que se desenvolvia enquanto a sociedade vivia em meio a um grande conflito ideológico. Vale ressaltar que naquela época era assimilada a ideia da existência de uma verdade derradeira e definitiva.

Diferente do estado fragmentado da pós-modernidade, na modernidade predominava o pensamento linear e cartesiano, onde a sociedade se reunia sob o manto de um propósito em comum. Os “planos” em prol de construir estruturas sociais utópicas era o que motivava a humanidade durante esse período.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma profunda crise na sociedade que começa a abandonar os antigos “planos” fracassados da era moderna. Assim, emerge, aos poucos, todas as características que definem a atual sociedade pós-moderna: o individualismo, o predomínio do capitalismo, o consumismo, a valorização do prazer individual, etc.

Diferença entre Pós-modernidade e Pós-modernismo

  • ausência de regras e valores;
  • individualismo;
  • pluralidade;
  • choque e mistura entre real e imaginário (hiper-real);
  • liberdade de expressão, etc.

Para Jameson essa diferenciação é importante, pois enquanto o estilo é algo efémero (que muda facilmente), a alteração de uma estrutura não é tão fácil.

Zygmunt Bauman e a ‘Modernidade Líquida’

Os estudos feitos por Bauman (1925 – 2017) sobre a pós-modernidade e suas consequências, são considerados um dos mais significativos, seja no campo sociológico ou filosófico.
O pensador polonês cunhou a expressão “modernidade líquida” para se referir ao período conhecido como pós-modernidade.
Para Bauman, as relações sociais na pós-modernidade são muito efémeras, ou seja, assim como se constroem facilmente, tendem a ser destruídas com a mesma facilidade. Os relacionamentos mantidos através das redes sociais na internet é um bom exemplo do princípio da fluidez das relações contemporâneas.
A instabilidade, fragmentação, descentralização e multipluralidade, que são algumas das características mais marcantes da sociedade pós-moderna, ajudam a entender a ideia do uso da palavra “líquida” para definir o estado da atual “modernidade”, de acordo com Bauman.
Assim como os líquidos não possuem uma forma e podem “deslizar” com mais facilidade de um lado para outro em um jarro, por exemplo, dessa forma também podem ser descritos os comportamentos e valores humanos da sociedade globalizada.

Há uma grande discussão em volta do uso correto desses dois termos. Alguns estudiosos consideram ambos sinónimos, enquanto outros tratam de enfatizar as diferenças entre a pós-modernidade e o pós-modernismo.
Fredric Jameson, crítico literário norte-americano e um dos principais autores a analisar a pós-modernidade, defende que, embora semelhantes em alguns aspetos, os dois conceitos são diferentes.
A pós-modernidade seria uma estrutura, ou seja, o modo como a atual sociedade está configurada. Para Jameson este período pode ser chamado de “capitalismo tardio” ou “terceiro momento do capitalismo”. Em suma, representa o período em que a globalização se consolida, assim como as mudanças nas áreas tecnológicas, comunicacionais, científicas, económicas, etc.
Por outro lado, o pós-modernismo deve ser interpretado como um estilo artístico-cultural, que nasceu essencialmente a partir da arquitetura e se espalhou para as artes e literatura.
Ou seja, seria correto usar o termo pós-modernismo para se referir às obras e demais trabalhos estilísticos que apresentam características da pós-modernidade, como:

Todo o conteúdo deste bloco, foi copiado fielmente da sua origem brasileira situada na internet:
https://www.significados.com.br/pos-modernidade/
Trata de fenómenos de natureza socio-cultural de imensa projecção e influência nos dias de hoje e de cuja importância as grandes maiorias não fazem a mínima ideia.

Novos Futuros Felizes, Paz e Espírito Livre para tudo e todos

Para todos os lares, para os que estão em boa companhia ou acidentalmente sós, os nossos votos de anos e anos de paz, sensibilidade e compreensão da maravilhosa vida que nos espera e que devotadamente construimos com amor e esperança.

Um site artístico de nossa autoria em ACADEMIA.EDU

https://coimbra.academia.edu/CostaBrites

Os autores deste sítio da net são portugueses de Portugal e vivem na Lousã, pequena localidade no centro do país.
São independentes de qualquer organização ideológica, religiosa ou política.
Os temas que aqui apresentam são de aquisição pessoal e familiar.
O seu único propósito é o de partilhar as suas aquisições culturais.

CLICAR PARA VER MAIOR:

Um outro site da nossa autoria
https://wordpress.com/view/espiritismocultura.wordpress.com

A Casa de Mozart em Júpiter

Caros Leitores: As reproduções desta obra de arte, nem sempre dão uma ideia da sua extraordinária simbologia, visão mediúnica de um edifício sem alicerces no mundo em que habitamos. Tivemos, evidentemente, que efetuar o melhor esforço possível para conseguir o resultado aqui presente. PARA VER MELHOR, É FAVOR CLICAR sobre a imagem.

Victorien Sardou, na Revista Espírita, ano 1858, descreve a morada de Mozart em Júpiter, com os seguintes detalhes:

É sobre a margem direita desse rio, diz o Espírito, cuja água te oferecia a consistência de um leve vapor”, que está construída a casa de Mozart, que por meu intermédio Palissy houve por bem reproduzir sobre cobre. Só apresento aqui a fachada sul. A grande entrada fica à esquerda, dando para a planície; à direita fica o rio; os jardins estão localizados ao norte e ao sul.

Perguntei a Mozart quais eram seus vizinhos.- ‘Mais acima – disse ele e mais abaixo, dois Espíritos que não conheces; mais à esquerda, apenas uma grande campina me separa do jardim de Cervantes’. […]

Quanto à morada aérea de Mozart, apenas constato a sua existência: os limites deste artigo não permitem que me estenda sobre este assunto.

Não terminarei, entretanto, sem dar explicações a propósito do género de ornamentos que o grande artista escolheu para sua moradia. Neles é fácil reconhecer a lembrança da sua música; a clave de sol é nela frequentemente presente e, coisa bizarra, jamais a clave de fá! Na decoração do térreo encontramos um arco, uma espécie de teorba ou bandolim, uma lira e uma pauta completa de música. Mais alto, é uma grande janela que lembra vagamente a forma de um órgão; as outras têm a aparência de grandes notas, enquanto notas menores são abundantes por toda a fachada.

Seria erro concluir que a música de Júpiter seja semelhante à nossa, e que se represente pelos mesmos sinais. Mozart explicou-se sobre isso, de maneira a não deixar qualquer dúvida. Mas na decoração de suas casas, os Espíritos lembram com prazer a missão terrestre que lhes fez merecer a encarnação em Júpiter, e que melhor resume o caráter de sua inteligência. Assim, na residência de Zoroastro, os astros e a chama constituem os únicos detalhes da decoração.

Há mais; parece que esse simbolismo tem suas regras e seus segredos.

Todos esses ornamentos não estão dispostos ao acaso: têm sua ordem lógica e sua significação precisa. Mas é uma arte que os Espíritos de Júpiter não nos dão a conhecerer, pelo menos até hoje, e sobre a qual não se explicam de bom grado.

De minha parte, não terei perdido tempo e serei muito feliz por me haverem os Espíritos escolhido como intérprete, se seus desenhos e inscrições inspirarem a um só crente o desejo de subir mais rápidamente para Julnius, e a coragem de tudo fazer para consegui-lo.”

Victorien Sardou, (Allan Kardec, Revista espírita: jornal de estudos psicológicos, ano 1858, 3. ed., p. 356-360).

Estimados leitores interessados nas matérias que apresentamos

pintura sobre sobre cartolina de Costa Brites

Devemos informar que somos cidadãos totalmente independentes de qualquer religião, partido ou sector sócio-cultural organizado. Eu, José da Costa Brites, sou bastante idoso e estou há muito a dedicar-me exclusivamente, com o auxílio e a valiosíssima colaboração de minha esposa, Maria da Conceição Brites, aos temas de que tratam os nossos blogues.

O interesse que nos move está connosco desde sempre, porque quem vos escreve foi pessoa que nasceu sob a influência de razões bem evidentes na sua constituição pessoal, certo nível de perceções muito úteis e interessantes – sem ser um caso raro ou prodigioso como há tantos – muito mais simples do que muita gente pensa. A nossa vida é uma grande escola e só ignora tais coisas, quem desistiu de se informar.
É melhor viver numa casa com amplas vistas sobre o horizonte do que habitar no rés-do-chão ou num subterrâneo!…

Saber as perspetivas reais das vidas, e ter a noção esclarecida do que esteve antes e virá depois, com a imensa informação que há a esse respeito, é uma condição cultural que poderia marcar profundamente o dia a dia de toda a Humanidade!…

O conhecimento das extraordinárias regras que orientam as vidas na Terra e os seus antecedentes e consequentes são fundamentais, deles dependendo a nossa felicidade.

As razões da vida, a continuação das vidas, as regras a que estamos universalmente sujeitos são temas abundantemente tratados nas nossas escritas e em todas as publicações que temos divulgado. Convidamos pois todos a dedicar alguma atenção aos nossos conteúdos, fazendo – se assim entenderem – uma divulgação dos que acharem adequados para esse fim.
A vida é um segredo que só não esclarece quem não quer, devido aos avanços da cultura em geral que a ciência mais atualizada confirma plenamente: as vidas continuam para todo o sempre, tal como temos demonstrado nas informações e estudos aqui publicados, já de há vários anos.

José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites

https://pala-vra-luz.com/
https://espiritismocultura.wordpress.com/ https://revisaodemat.blogspot.com/, etc

A reencarnação estudada por académicos junto de povos com profunda memória das suas raízes

Antonia Mills (nascida em 1942) é antropóloga, pesquisadora de reencarnação e professora emérita do Departamento de Estudos das Primeiras Nações da Universidade do Norte da Colúmbia Britânica. Mills é um dos pesquisadores mais proeminentes no domínio cultural da reencarnação. É especializada em crenças e experiências de reencarnação de povos indígenas da região noroeste da América do Norte, mas também investigou e analisou casos na Índia e no Ocidente. IAN STEVENSON


Antonia Mills

Wehrstein, KM (2021). ‘Antonia Mills’. Enciclopédia Psi . Londres: A Sociedade de Pesquisa Psíquica. <https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/antonia-mills&gt;. 8 de Novembro de 2022.


Antonia Mills (nascida em 1942) é antropóloga, pesquisadora de reencarnação e professora emérita do Departamento de Estudos das Primeiras Nações da Universidade do Norte da Colúmbia Britânica. Mills é um dos pesquisadores mais proeminentes no domínio cultural da reencarnação. É especializada em crenças e experiências de reencarnação de povos indígenas da região noroeste da América do Norte, mas também investigou e analisou casos na Índia e no Ocidente.

IAN STEVENSON

NOTA: ESTE ARTIGO REDIGIDO EM LINGUA INGLESA NO SITE DA PSI ENCYCLOPEDIA PELA Society for Psychical Research em Londres, FOI TRADUZIDO PARA A LÍNGUA PORTUGUÊSA, COM TODAS AS ADAPTAÇÕES QUE JULGÁMOS ADEQUADAS.
https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/antonia-mills

Vida e antecedentes
Antonia Mills nasceu em Iowa City, Iowa, EUA, em 14 de abril de 1942. 1 Licenciou-se em Radcliffe/Harvard em 1964. Nesse mesmo ano, começou a pesquisa de campo com a Beaver First Nation, também conhecida como Dane-zaa.

Antónia Mills diz-nos:

Quando comecei os meus estudos sobre crenças espirituais dos índios norte-americanos, tinha pouco conhecimento da profundidade e amplitude dos conceitos de reencarnação nas suas culturas. Mesmo depois de fazer cursos de espiritualidade dos índios na Universidade de Harvard, não estava ciente de quão difundida era essa crença.
Foi somente em 1964, quando fui estudar com os índios Beaver do nordeste da Colúmbia Britânica,no Canadá, como estudante de pós-graduação, que aprendi como a experiência da reencarnação é integral e vibrante entre esse povo do norte de Athabaskan. A experiência de encontrar idosos devolvidos como bebés entre eles foi, e ainda é, muito real para essas pessoas. 2

Para a tese de doutorado sobre os costumes espirituais dos Indios Beaver, Mills observou a importância da reencarnação na sua visão do mundo. Analisou as dez diferentes regiões da cultura indígena na América do Norte para a crença na reencarnação, descobrindo que ela era generalizada. 3 Esta tese rendeu a Mills o doutorado em antropologia de Harvard em 1982.

Mills escreveu e editou vários livros e muitos artigos sobre tópicos antropológicos gerais sobre povos indígenas do noroeste da América do Norte, bem como sobre reencarnação (veja a bibliografia selecionada abaixo). Além de pesquisar os costumes e pontos de vista desses povos, é uma defensora apaixonada pela sua vontade de manter as suas ligações milenares com a terra em face de invasões corporativas e governamentais.
Mais notavelmente, foi contratada pelo Conselho Tribal Gitxsan e Witsuwit’en para escrever um relatório de especialista e testemunhar a seu favor num processo histórico para impedir o abatimento de árvores nas suas terras. Isso resultou num julgamento favorável da Suprema Corte do Canadá em 1997. 4 O relatório foi publicado em forma de livro como Eagle Down Is Our Law: Witsuwit’en Law, Feasts, and Land Claims em1994. 5

Antonia Mills tem quatro filhos e seis netos. 6

Pesquisa de reencarnação

Durante o início dos anos 1980, Ian Stevenson passou algum tempo estudando casos de reencarnação entre os índios Gitxsan, que vivem na bacia do rio Skeena, na Colúmbia Britânica, e noutras tribus próximas. Em 1984, em busca de mais pesquisadores para trabalhar em casos da região, fez uma consulta no departamento de antropologia da UBC, que o ligou a Mills. Esta não tinha ouvido falar do seu vasto trabalho sobre reencarnação, mas concordou de bom grado em adicionar a sua metodologia aos protocolos antropológicos existentes no seu trabalho de campo durante o verão de 1984. Membros da tribo de Índios Beaver responderam à abordagem de Ian Stevenson fornecendo muito mais informações sobre reencarnação do que anteriormente. Gitxsan, em apenas uma semana, forneceu-lhe 33 casos locais de reencarnação mostrando as características que Ian Stevenson tinha encontrado na sua pesquisa em todo o mundo:

*marcas de nascença relacionadas com feridas ou marcas;
*reconhecimentos e declarações de crianças pequenas feitas do ponto de vista da pessoa anterior;*semelhanças de temperamento, habilidades e talentos;
*afectosemedosexplicáveis ​​com base na vida anterior, mas não na atual. 7

Em 1985, Antonia Mills recebeu uma bolsa de pós-doutorado de dois anos pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas do Canadá para continuar seu trabalho entre os Gitxsan e Witsuwit’en. 8

Entre setembro de 1987 e janeiro de 1989, fez três viagens à Índia, motivado por um pedido de Ian Stevenson para tentar replicar seus resultados encontrando casos igualmente fortes usando suas técnicas. 9   Ao mesmo tempo, Erlendur Haraldsson e HH Jürgen Keil faziam o mesmo no Sri Lanka e na Turquia, respectivamente. Os três pesquisadores co-publicaram seus resultados bem-sucedidos em 1989. 10

Em 1988, IanStevenson ofereceu a Antónia Mills dois cargos na Universidade da Virgínia: assistente de pesquisa na Divisão de Estudos de Personalidade, agora chamada Divisão de Estudos Perceptivos (DOPS) , da qual ele era então diretor, e professor no departamento de antropologia. Ela aceitou e mudou-se da Colúmbia Britânica para Charlottesville, Virgínia, permanecendo ali seis anos.

Antonia Mills realizou vários estudos sobre o tema da reencarnação durante seus seis anos trabalhando com Ian Stevenson. Co-editou (com Richard Slobodin, o antropólogo mais proeminente que compartilha a sua especialidade) uma antologia de ensaios sobre crenças e experiências de reencarnação entre os povos indígenas norte-americanos, intitulada Amerindian Rebirth: Reincarnation Belief Among North American Indians and Inuit . 11

Antónia Mills redigiu dois capítulos, um sobre três casos de reencarnação de Gitxsan com marcas de nascença correspondentes a piercings nas orelhas que tinha usado nas encarnações anteriores, que se relacionavam com as suas identidades em dois casos, e um guerreiro reencarnado no terceiro. 12
Noutro capítulo, alargou o trabalho transcultural que fez para sua tese de doutorado colaborando com o colega antropólogo e pesquisador de reencarnação James G Matlock na realização de um inventário de tais crenças, como costumes das culturas tribais na América do Norte, descobrindo que estão presentes em mais da metade delas. 13

Em 1990, publicou as suas investigações sobre casos de reencarnação inter-religiosa na Índia. Analisou oito casos de filhos de famílias muçulmanas que se lembravam de vidas passadas, sete casos de filhos de famílias muçulmanas que se lembravam de vidas passadas como hindus e onze casos de filhos de famílias hindus que se lembravam de vidas passadas como muçulmanos.
Descobriu que os pais de ambas as religiões achavam problemático ter um filho com memórias, preferências e costumes arraigados numa religião diferente, e ofereceu isso como um contra-argumento à afirmação frequentemente feita de que os casos de reencarnação são resultado de hábitos sociais ou de estudo. 14   Mais tarde, redigiu mais dois artigos em revistas de estudos antropológicos e religiosos, incluindo um estudo longitudinal explorando os efeitos da lembrança de vidas passadas na infância nas crianças, agora jovens adultos em 2006. 15

Outros projetos iniciados durante o tempo de Antónia Mills no DOPS incluem um estudo de pesadelos de crianças ocidentais aparentemente resultantes de eventos de vidas passadas, 16 e uma comparação das experiências de crianças americanas com companheiros imaginários e crianças indianas com memórias de vidas passadas. 17

Em 1994, deixou o DOPS para aceitar uma cátedra na Universidade da Columbia Britânica do Norte, e continuou a sua série de artigos sobre crenças e casos de reencarnação de Gitzsan, Wetsuwet’en e Beaver. Além disso, publicou uma longa análise de um forte caso indiano sobre o qual havia escrito anteriormente; nele mediu a intensidade do caso usando a “Strength of Case Scale”, 18 ferramenta criada pelo sucessor de Ian Stevenson no DOPS, Jim B Tucker , fez uma tentativa frustrada de quantificar a probabilidade de as afirmações da criança estarem corretas e avaliou os efeitos das suas memórias sobre o assunto, quando já com 25 anos. 19

Mills também colaborou com o filósofo Kuldip Dhiman para investigar melhor o caso indiano de Sumitra Singh, que aparentemente tinha morrido e despertado depois como Shiva Tripathi, uma jovem que alegou ter sido assassinada noutra aldeia. Como Sumitra tinha escrito cartas após a mudança, apesar de ser analfabeta, novas cartas compartilhadas pelo pai de Shiva forneceram provas importantes, especialmente quando traduzidas para o inglês pela primeira vez. Mills e Dhiman atualizaram o histórico do caso, revelando que Sumitra se sentia Shiva até à sua morte. 20

Em Março de 2014, Antónia Mills apresentou um documento de conferência explorando o papel da reencarnação em pessoas de dois géneros usando três casos, dois dos quais com pessoas bem adaptadas à sua situação, os factos, dessas pessoas bem estimadas nas suas culturas matrilineares, e uma que havia sido espancada por seus comportamentos masculinos quando criança, pois sua cultura era patrilinear. 21

Antónia Mills escreveu dois capítulos sobre fenómenos psicológicos relacionados com a reencarnação para a American Psychological Association em sucessivas edições de sua antologia Varieties of Anomalous Experience: Examining the Scientific Evidence , primeiro em colaboração com Steven Jay Lynn, em 2000 22 e depois em colaboração com Jim Tucker, em 2013. 23

Mills concluiu ainda um livro intitulado ‘Essa é minha cadeira’: Experiência de renascimento dos Gitxsan e Wetsuwet’en, baseado em seus muitos anos de pesquisa entre os dois povos. Está atualmente à procura de uma editora para essas obras .

Mills aponta que os conceitos e experiências sobre a reencarnação entre os indígenas norte-americanos e outros aspectos da sobrevivência pós-morte provaram ser duradouros, apesar de 500 anos de influência ocidental que duraram até hoje.

Antónia Mills concluiu que as ideias sobre a reencarnação são encontrados na maioria das principais religiões, bem como entre os povos indígenas em todo o mundo. Esclareceu que são “parte da experiência religiosa humana fundamental”. 24

Prémios e honras

Antonia Mills recebeu muitas bolsas e prémios ao longo da sua carreira, incluindo uma bolsa do Shastri Indo-Canadian Institute Fellowship, que forneceu o principal financiamento para seuestenso estudo feito no Norte da Índia. 25

Em 2015, recebeu o “Buttedahl Career Achievement Award” da Confederation of University Faculty Associations of British Columbia, em reconhecimento pelas suas contribuições para comunidades não académicas por meio de trabalhos de investigação. 26

Antónia Mills foi duas vezes convidada a comparecer como Oradora do Banquete na convenção anual da Parapsychological Association , em 2001 e 2003. 27

Vídeo

Um documentário da BBC Wales TV de 1992 sobre reencarnação, In Search of The Dead , mostra Mills trabalhando na Colúmbia Britânica, com trechos de entrevistas, relatos de casos por testemunhas e close-up de aparentes marcas de nascença relacionadas à reencarnação.

Publicações sobre Reencarnação

Livros

Mills, A. ‘Essa é minha cadeira’: Experiência de renascimento do Gitxsan e Wetsuwet’en. (Em submissão.)

Mills, A. & Slobodin, R. (1994). (eds.) Renascimento Ameríndio: Crença de Reencarnação entre índios norte-americanos e inuits . Toronto: University of Toronto Press.

Artigos em revistas de parapsicologia da autoria individual de Antónia Mills, ou com co-autores:

Mills, A. (1989). Um estudo de replicação: Três casos de crianças no norte da Índia que dizem se lembrar de uma vida anterior . Journal of Scientific Exploration 3 , 133-84.

Mills, A. (1990). Casos muçulmanos do tipo reencarnação no norte da Índia: um teste da hipótese de identificação imposta . Partes I e II. Journal of Scientific Exploration 4, 171-202.

Mills, A. (1994a). Pesadelos em crianças ocidentais: uma interpretação alternativa sugerida pelos dados em três casos. Jornal da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica 88 , 309-25.

Mills, A. (2004). Inferências do caso de Ajendra Singh Chauhan: O efeito do questionamento dos pais, de conhecer a família da “vida anterior”, uma tentativa abortada de quantificar probabilidades e o impacto em sua vida como um jovem adulto . Journal of Scientific Exploration 18/4 , 609–41.

Mills, A., & Dhiman, K. (2011). Sumitra retornado no corpo de Sumitra: Um estudo longitudinal póstumo do significado do caso Shiva/Smitra do tipo possessão. Proceedings of the Society for Psychical Research 59 , 145-93.

Mills, A., Haraldsson, E., & Keil, HHJ (1994). Estudos de replicação de casos sugestivos de reencarnação por três investigadores independentes . Jornal da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica 88 , 207-19.

Artigos em revistas tradicionais

Mills, A. (1988a). Uma investigação preliminar de reencarnação entre os índios Beaver e Gitksan. Anthropologica 30, 23-59.

Mills, A. (1988b). Uma comparação dos casos Wet’suwet’en do tipo reencarnação com Gitksan e Beaver. Journal of Anthropological Research 44, 385-415.

Mills, A. (1993). Casos de reencarnação muçulmana relatados na Índia hindu: um estudo da fronteira entre metáfora e realidade. Revista Internacional para o Estudo das Religiões 1/2 , 41-57.

Mills, A. (1994b). Contraste cultural: A avaliação do Tribunal da Colúmbia Britânica dos Gitksan-Wet’suwet’en e seu próprio senso de auto-estima, conforme revelado em casos de reencarnação relatada . Estudos BC 104, 149-72.

Mills, A. (2001). Terra sagrada e retorno: como a reencarnação de Gitxsan e Witsuwit’en estende as fronteiras ocidentais . Canadian Journal of Native Studies 21 , 309-31.

Mills, A. (2003a). Diz-se que crianças com companheiros imaginários e crianças se lembram de categorias de vidas anteriores comparáveis ​​culturalmente? Psiquiatria Transcultural 40 , 63-91.

Mills, A. (2005). A experiência de Gitksan e Witsuwit’en dos limites do eu: limitado ao corpo ou limitado ao espírito? Revista de Estudos Religiosos e Teologia 24/2 , 81-116.

Mills, A. (2006). De volta da morte: Jovens adultos no norte da Índia que, quando crianças, se lembravam de uma vida anterior, com ou sem mudança de religião (hindu para muçulmano ou vice-versa). Antropologia e Humanismo Trimestral 31 , 141-56.

Mills, A. (2010). Entendendo o enigma da experiência de renascimento do Castor, Gitxsan e Witsuwit’en. Antropologia e Humanismo 35 , 172-91.

Mills, A., & Champion, L. (1996). Reencarnação como integração, adoção como dissociação: Exemplos das Primeiras Nações do noroeste da Colúmbia Britânica. Antropologia da Consciência 7/3, 30-43.

Mills, A., Nyce, D., Nyce, E., Gosnell, J., Grandison, P., & Plante, L. (2011). O paradigma Nisga’a de renascimento. Canadian Journal of Native Studies 31/2 , 85-95.

Contribuições de livros

Mills, A. (1994c). Fazendo uma investigação científica de casos etnográficos sugestivos de reencarnação. Em Ser Transformado por Encontros Transculturais: A Antropologia da Experiência Extraordinária , ed. por DE Young & J.-G.[A.] Goulet, 237-69 . Peterborough, ON.

Mills, A. (1994d). Renascimento e identidade: Três casos Gitksan de marcas de nascença de orelha furada. In Amerindian Rebirth: Reincarnation Belief Among North American Indians and Inuit , ed. por A. Mills & R. Slobodin, 211-41. Toronto: University of Toronto Press.

Mills, A. (1994e). Crença de reencarnação entre índios norte-americanos e inuítes: contexto, distribuição e variação. In Amerindian Rebirth: Reincarnation Belief Among North American Indians and Inuit , ed. por A. Mills & R. Slobodin, 15-37. Toronto: University of Toronto Press.

Matlock, JG & Mills, A. (1994). Um índice de traços para crenças de reencarnação de índios e “inwitt” norte-americanos . In Amerindian Rebirth: Reincarnation Belief Among North American Indians and “Inuitt” , ed. por A. Mills & R. Slobodin, 299-356. Toronto: University of Toronto Press.

Mills, A. (2008a). Prefácio. In Reencarnation Beliefs of North American Indians: Soul Journeys, Metamorphoses, and Near-Death Experiences , ed. por W. Jefferson, 1-3. Summertown, TN: Native Voices.

Mills, A. (2008b). Essa é a minha cadeira: O caso de reencarnação Gitkxan de Rhonda Mead. In Reencarnation Beliefs of North American Indians: Soul Journeys, Metamorphoses, and Near-Death Experiences , ed. por W. Jefferson, 20-27. Summertown, TN: Native Voices.

Mills, A. & Lynn, SJ (2000). Experiências de vidas passadas. Em Variedades de Experiência Anómala: Examinando a Evidência Científica  (Dissociação, Trauma, Memória e Hipnose) , ed. por E. Cardeña, SJ Lynn, & S. Krippner, 283-313. Washington, DC: Associação Americana de Psicologia.

Mills, A. & Tucker, JB (2013). Experiências de vidas passadas. Em Variedades de Experiência Anómala: Examinando a Evidência Científica  (Dissociação, Trauma, Memória e Hipnose) , ed. por E. Cardeña, SJ Lynn, & S. Krippner, (2ª ed.) 303-32. Washington, DC: Associação Americana de Psicologia.

Mills, A. & Tucker, JB (2015). Reencarnação: Estudos de campo e questões teóricas hoje. Em Parapsicologia: Um Manual para o Século XXI , ed. por E. Cardeña, J. Palmer, & D. Marcusson-Clavertz, 314-26. Jefferson, Carolina do Norte: McFarland.

Documento da Conferência

Mills, Antónia. (2014). Corpo/género e mente se encaixam e desajustam em três casos: Uma exploração preliminar do papel da reencarnação em pessoas de dois espíritos. Paper lido na reunião anual da Society for the Anthropology of Consciousness Conference, Universidade da Califórnia em Berkeley, 24-28 de março.

KM Wehrstein

Literatura Adicional

Matlock, JG (sd). Os principais pesquisadores de reencarnação: Antonia Mills, Ph.D. [Página da Web, recuperada em 20 de janeiro de 2021.]

Mills, A (1994f). Eagle Down é a nossa lei: Lei Witsuwit’en, festas e reivindicações de terras. Vancouver, British Columbia, Canadá: University of British Columbia Press.

Mills, A. (2003b). O xamanismo defende um povo . Trimestral de Sobrevivência Cultural (junho).

Mills, A. (2008c). Comentários sobre Ian Stevenson, MD, Diretor da Divisão de Estudos de Personalidade e pioneiro da pesquisa de reencarnação . Journal of Scientific Exploration 22/1, 104–6.

Tucker, JB (2000). Uma escala para medir a força das reivindicações das crianças de vidas anteriores: Metodologia e resultados iniciais . Journal of Scientific Exploration 14/4, 571-81.

Universidade do Norte da Colúmbia Britânica (nd). Faculdade: Estudos das Primeiras Nações: Emérita: Mills, Dra. Antonia. [Página da Web, recuperada em 20 de janeiro de 2021.]

Notas finais

  • 1.Matlock (nd) As informações neste artigo são extraídas desta fonte, exceto quando indicado de outra forma.
  • 2.Mills (2008a).
  • 3.Mills (2008c).
  • 4.Mills (2003b).
  • 5.Mills (1994g).
  • 6.Matlock (sd)
  • 7.Mills (2008a). Esta pesquisa preliminar foi publicada em Mills (1988a).
  • 8.Ver Mills (1988a, 1988b).
  • 9.Ver Mills (1989).
  • 10.Mills, Haraldsson & Keil (1989).
  • 11.Slobodin & Mills (1994).
  • 12.Mills (1994d).
  • 13.Matlock & Mills (1994).
  • 14.Mills (1990).
  • 15.Mills (2006).
  • 16.Mills (1994a).
  • 17.Mills (2003a).
  • 18.Ver Tucker (2000).
  • 19.Mills (2004).
  • 20.Mills & Dhiman (2011).
  • 21.Mills (2014).
  • 22.Mills & Lynn (2000).
  • 23.Mills & Tucker (2013).
  • 24.Mills (2008a).
  • 25.Mills (2006).
  • 26.Veja aqui .
  • 27.Veja aqui .

Formulário de pesquisa

Informações do artigo

Autor: KM Wehrstein

Contagem de palavras: 2.600

Criado: 6 de fevereiro de 2021

Última atualização: 17 de maio de 2021


Pode ser citado como:

Wehrstein, KM (2021). ‘Antonia Mills’. Enciclopédia Psi . Londres: A Sociedade de Pesquisa Psíquica. <https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/antonia-mills&gt;. Recuperado em 8 de novembro de 2022.






	

Gerações de investigadores de alto prestígio continuam a estudar a fenomenologia psíquica

Este trabalho é uma adaptação para a língua portuguesa de um artigo original em língua inglesa que foi visto no seguinte endereço:
https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/eminent-people-interested-psi

Ernest Einstein

Numerosos cientistas, pensadores, escritores, políticos e artistas de elevadíssimo nível levaram a sério a realidade dos fenómenos psíquicos. Aqui são referidos mais de duzentos casos muito notáveis.

Num momento em que a ciência materialista ainda duvida da realidade dos fenómenos psíquicos, é importantíssimo saber que numerosos cientistas de alto perfil consideram e consideraram que é real e merecedora de estudo científico. 

Muitos cientistas tiveram essa atitude, assim como pensadores e artistas de todos os tipos – especialmente desde 1880, quando as sociedades de pesquisa foram estabelecidas pela primeira vez para investigar os fenómenos psíquicos

Se acreditamos nesses fenómenos, talvez persuadidos pela literatura científica ou pelas nossas próprias experiências, essa lista de mais de duzentos intelectuais lembra que nos mantemos em boa companhia.

Objeções podem ser feitas a algumas das inclusões. Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, foi tão dogmático na defesa dos fenómenos espíritas que foi bastante criticado por intelectuais cépticos. 

As descrições dos fenómenos psíquicos de nível pessoal vivenciadas pelo dramaturgo sueco August Strindberg interessariam mais a um psicólogo clínico do que a um pesquisador de parapsicologia. Alguns tinham opiniões desagradáveis: o pioneiro biólogo francês Alexis Carrel era a favor da eugenia nazista, por exemplo. 

Tomada como um todo, a lista mostra com profunda evidência que mulheres e homens de génio em muitas áreas da vida – ciência, artes, política e investigação – mostraram um interesse vivo e às vezes profissional a respeito dos fenómenos psíquicos, e ficaram contrariados com aqueles que tentaram desvalorizá-los.

Pensou-se durante muito tempo que os fenómenos psíquicos são simplesmente postos de lado por normas científicas – as restrições impostas pela física, por exemplo, ou pelo conhecimento de como o sistema nervoso funciona. A crença na possibilidade de fenómenos psíquicos que foi mantida por titulares do Prémio Nobel, como os físicos Einstein e Planck, e os cientistas do cérebro Eccles e Ramón y Cajal, sugere que devemos tratar essas opiniões com cautela. 

Tampouco devemos distrair-nos com afirmações de que apenas um fenómeno parapsicológico está qualificado para detectar as inúmeras maneiras – sejam sensoriais ou cognitivas – pelas quais a informação pode ser transmitida, considerando a presença aqui de figuras fundamentais que estudaram os fenómenos psíquicos, fenómenos de psícologia experimental, behaviorismo, e fenómenos de psícologia dinâmica, e o fato de que alguns cientistas nestes campos continuarem a apoiar o estudo dos fenómenos psíquicos.

As pessoas de grande prestígio mencionadas nesta lista alcançaram grande importância em aspectos muito variados, diferentes da parapsicologia, viveram durante o último século e meio, em que os fenómenos psíquicos se tornaram objeto de pesquisa científica.

Excluem-se indivíduos eminentes que não demonstraram conhecimento ou interesse em fenómenos psíquicos enquanto buscavam preocupações espirituais ou ocultas. Escritores e artistas são listados se se interessaram pelos fenómenos psíquicos, mas não se apenas se referiram a eles, como no caso do poeta espanhol Federico García Lorca, que parecia antever a data de sua execução cinco anos antes do evento em uma de suas peças. Como nada se sabe sobre suas opiniões sobre fenómenos psíquicos, também não foi aqui referido. 

Dúvidas também há sobre o grande mágico de palco Harry Houdini, que deixou um código como forma de verificar se ele poderia entrar em contacto com sua esposa após a sua morte, mas era abertamente hostil à ideia de médiuns conversando com os mortos. 

As entidades que fazem parte desta lista acreditavam nos fenómenos psíquicos pelas mesmas razões que a maioria das outras pessoas: devido à sua experiência pessoal (própria ou de entes queridos) ou pela leitura a respeito do tema. 

Na primeira categoria vem Mark Twain, que sonhou em detalhes com a futura morte do seu irmão, e as visões vividas pela mãe de Ted Hughes

Na segunda categoria vêm Cesare Lombroso e membros fundadores da Society for Psychical Research, como Eleanor Sidgwick e Richard Hodgson, que foram impressionados por pesquisadores antes de darem valor aos fenómenos. 

As pessoas aqui mencionadas manifestaram o seu interesse neste tema de maneiras diferentes. Uma delas deixou para trás uma atividade científica dominante para se concentrar principalmente na pesquisa dos fenómenos psíquicos. O cientista francês Charles Richet é um bom exemplo disso: mais tarde na vida, abandonou os estudos de fisiologia que lhe renderam o prémio Nobel para se concentrar em psicologia e hipnose, tendo-se tornado presidente da Society for Psychical Research bem como do Institut Métapsychique International.

Em contraste, um interesse central paralelo foi dedicado a empreendimentos científicos dominantes enquanto eram pesquisados fenómenos psíquicos. Um exemplo é Henry Sidgwick, um dos grandes filósofos éticos modernos, foi o primeiro presidente da Society for Psychical Research, mas continuou contribuindo muitíssimo em assuntos relacionados com a ética, a política e a ciência enquanto era professor na Universidade de Cambridge. A sua esposa Eleanor (nascida Balfour), que mais tarde foi presidente da SPR, era professora de matemática e diretora do Newnham College que era uma das raras entidades desse tipo a aceitar mulheres, ao mesmo tempo em que se dedicava com profundidade à pesquisa psíquica.

Para algumas das figuras da lista, os interesses fenómenos psíquicos eram secundários em relação às suas outras atividades. Estes incluem os Prémio Nobel Marie e Pierre Curie, que participaram de sessões com Eusapia Palladino e escreveram sobre a importância de estudar os fenómenos psíquicos.  Outros são Santiago Ramón y Cajal  e John C Eccles

Algumas figuras visavam integrar fenómenos psíquicos com preocupações maiores. O caso de William James, uma figura muito empenhado em filosofia, que participou na pesquisas fenómenos psíquicos como escreveu artigos importantes a seu respeito – mais notoriamente sobre a médium Leonora Piper, a quem considerava como seu “corvo branco” – e que procurou integrar fenómenos psíquicos dentro de um quadro mais vasto. 

Na física, David Bohm discutiu como os fenómenos psíquicos podem ser acomodados dentro da sua teoria da totalidade e ordem implícita, enquanto Evans Harris Walker desenvolveu uma teoria da mecânica quântica de fenómenos psíquicos.  

O filósofo Henri Bergson considerou os fenómenos psíquicos na sua discussão mais ampla sobre tempo, consciência e evolução. 

Os fenómenos psíquicos também serviram de inspiração para conquistas tecnológicas e artísticas. Entre os cientistas, há o caso extraordinário de Hans Berger, inspirado por uma experiência em que sua irmã, a 110 quilômetros de distância, sentiu intuitivamente o seu contacto com a morte durante um exercício militar e imediatamente fez com que seu pai lhe enviasse um telegrama. Quando Berger mais tarde inventou o eletroencefalograma (EEG), foi em parte para descobrir se a máquina poderia detectar fenómenos psíquicos. 

Os fenómenos psíquicos têm sido usados ​​como tema de ficção

Nos romances de Philip K Dick, nas peças de JB Priestley ou nos filmes de Andrei Tarkovsky, entre muitos outros. 

Mas também serviram como inspirações da vida real para as próprias obras. André Breton descreveu uma série de fenómenos psíquicos ostensivos em Nadja , L’Amour Fou e outros livros, como parte de uma exploração surrealista de alterações de consciência e fenómenos psíquicos. 

O poeta James Merrill canalizou parcialmente por meio de um tabuleiro Ouija seu vencedor do Pulitzer e do National Book Awards “The Changing Light at Sandover, provando que não apenas o pap metafísico (prova de aptidão profissional) vem da escrita automática. 

Podem os fenómenos psíquicos eliminar completamente a necessidade de uma expressão física da obra de arte? Isso é o que František Kupka e Wassily Kandinsky pensaram no início do século 20 , assim como agora a artista performática Marina Abramović

Outra categoria é a de autores que trabalharam como pesquisadores-participantes de fenómenos psíquicos . Isso aplica-se ao romancista americano Upton Sinclair, cujo livro Mental Radio descreve uma longa série de experiências de telepatia que ele mesmo realizou, com sua esposa Mary Craig Kimborough atuando como o sujeito perceptivo. Outro livro influente foi An Experiment with Time, de JW Dunne, no qual o autor discutiu em detalhes vários de seus sonhos premonitórios ostensivos.

Havia muitas pessoas notáveis que tinham um interesse velado em fenómenos psíquicos. Uma delas foi a pintora Hilma af Klint, que além de sua atividade principal de pintar retratos e plantas realizou um programa de décadas de outras atividades pictóricas, baseadas seja na escrita e pintura automática direta, ou na elaboração de mensagens que ela acreditava ter recebido de fontes espirituais superiores.

No campo da política, pelo menos dois primeiros-ministros, o britânico Arthur Balfour e o canadense William Lyon Mackenzie King, consultaram médiuns em particular, sem que isso afetasse seu trabalho profissional.

Na categoria de aceitação explícita pode ser citada uma menção casual do escritor dissidente russo Aleksandr Solzhenitsyn no seu livro The Gulag Archipelago do interesse em fenómenos psíquicos de um um dos seus ex-colegas de cela: “Não há dúvida de que ele tinha o dom da precognição”, escreveu Soljenitsin. Mais de uma vez deu a volta à cela de manhã e disse: Eles hoje vêm buscar você; vi isso no meu sonho. E foi o que aconteceu.

O cientista da computação pioneiro Alan Turing  referiu-se à evidência estatística ‘esmagadora’ para a telepatia num artigo de referência sobre inteligência artificial. Um tipo diferente de exemplo é Otto Stern, que tinha tanto medo dos efeitos fenómenos psíquicos prejudiciais que o colega físico Wolfgang Pauli parecia deixar atrás de si, e que o impediram de entrar no seu laboratório.

Finalmente, há aqueles que podem ser caracterizados como verdadeiros céticos, estando abertos à possibilidade de fenómenos psíquicos sem terem chegado a uma conclusão definitiva.  Nesta categoria encontramos Albert Einstein, que num simpático prefácio ao Mental Radio de Sinclair confessou que a sua descrença original se abrandou à medida que se familiarizou com fenómenos psíquicos. 

Da mesma forma, Max Planck expressou apoio às pesquisas do colega físico Oliver Lodge sobre os fenómenos psíquicos, considerando-os plausíveis. 

Nota: esta lista pode sub-representar as pessoas que preenchem os critérios e tende a favorecer autores dos continentes americano e europeu, para quem a informação era mais facilmente acessível. A maioria das entradas contém uma única referência, embora algumas tenham feito muitas contribuições. Algumas dessas informações apareceram anteriormente numa edição do Mindfield, no boletim da Associação dos Parafenómenos psíquicosciológicos.

Etzel Cardeña

Lista de indiviualidades interessadas pelos fenómenos psíquicos com Prémios Nobel:

Henri Bergson (1859-1941), filósofo, Prêmio Nobel de Literatura em 1927, presidente da Society for Psychical Research e teórico da consciência e fenómenos psíquicos. 

Bjørnstjerne Bjørnson (1832-1910), Prêmio Nobel de Literatura de 1903, escreveu um artigo sobre uma pessoa que se dizia ser psíquica.

Pearl S Buck (1892-1973), Prêmio Nobel de Literatura de 1938, visitou as reuniões de parafenómenos psíquicoscologia de JB Rhine. 

Nicholas Murray Butler (1862-1947), Prêmio Nobel da Paz de 1931, Presidente da Universidade de Columbia, filósofo e diplomata, escreveu sobre fenómenos psíquicos e ajudou a organizar a Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica.

Alexis Carrel (1873-1944), Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1912, discutiu a cura anômala em um livro. 

Arthur Holly Compton (1892-1962), Prêmio Nobel de Física de 1927, apoiou fenómenos psíquicos em sua correspondência com JB Rhine. 

Marie Curie (1867-1934), Prêmio Nobel de Física de 1903, Prêmio Nobel de Química de 1911, participou de sessões com Eusapia Palladino e escreveu sobre a importância da pesquisa em parafenómenos psíquicoscologia. 

Pierre Curie (1859-1906), Prêmio Nobel de Física de 1903, participou de sessões com Eusapia Palladino e escreveu sobre a importância da pesquisa em parafenómenos psíquicoscologia.

John Eccles (1903-1997), Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1963, editou um livro discutindo fenómenos psíquicos e participou de conferências relacionadas. 

Albert Einstein (1879-1955), Prêmio Nobel de Física de 1921, escreveu o prefácio de um livro de telepatia e comentou: “Não temos o direito de descartar a priori a possibilidade de telepatia. Para isso, os fundamentos de nossa ciência são muito incertos e incompletos.’ 

TS Eliot (1888-1965), Prémio Nobel de Literatura de 1948, figura importante na poesia e no ensaio, “considerava altamente” a teoria da precognição de Dunne e reimprimiu seu An Experiment with Time enquanto era diretor da Faber and Faber. Ele descreveu uma visão semelhante do tempo em seu poema Burnt Norton.

Brian Josephson (1940-), Prêmio Nobel de Física de 1973, escreveu sobre fenómenos psíquicos e tem sido um defensor ferrenho da pesquisa fenómenos psíquicos por décadas.

Maurice Maeterlinck (1862-1949), Prêmio Nobel de Literatura de 1911, escreveu sobre fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos. 

Thomas Mann (1875-1955), Prêmio Nobel de Literatura de 1929, participou e relatou sessões espíritas.

Guglielmo Marconi (1874-1937), Prêmio Nobel de Física de 1909, desenvolvedor do rádio e da radiotelegrafia, interessado no espiritismo, queria inventar uma tecnologia para se comunicar com os falecidos.

Kary Banks Mullis (1944-), Prêmio Nobel de Química de 1993, participou da pesquisa fenómenos psíquicos e falou em apoio a ela. 

Wolfgang Pauli (1900-1958), Prêmio Nobel de Física de 1945, discutiu com Carl Jung a noção de sincronicidade e acreditava, por ele e por colegas, ter um efeito fenómenos psíquicoscocinético interferente nas máquinas.  ( Veja Otto Stern, abaixo )

Jean Perrin (1870-1942), Prêmio Nobel de Física de 1926, foi membro do Grupo de Estudos de Fenômenos Psíquicos do Institut Général Psychologique (IGP ) .

Max Planck (1858-1947), Prêmio Nobel de Física de 1918 e autor da teoria quântica, expressou seu interesse pela pesquisa psíquica em sua correspondência. 

Sully Prudhomme (1839-1907), Prêmio Nobel de Literatura de 1901, participou do comitê da Société de Psychologie Physiologique para o estudo da telepatia. 

Santiago Ramón y Cajal (1852-1934), Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1906, pesquisou fenômenos de hipnose e fenómenos psíquicos e escreveu um livro sobre eles (destruído durante a Guerra Civil Espanhola).

Sir William Ramsay (1852-1916), Prêmio Nobel de Química de 1904, descobridor dos gases nobres, colaborador de Lord Rayleigh, foi membro da SPR e correspondeu-se com Rayleigh nas atividades de pesquisa da SPR.

Charles Richet (1850-1935), Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1913, fundou os Annales des Sciences Psychiques , presidente da Society for Psychical Research (1905) e do Institut Métapsychique International (1923).

George Bernard Shaw (1856-1950), Prémio Nobel de Literatura de 1925, mais conhecido por suas peças muito influentes, incluindo Pigmalião e Armas e o Homem. Ele compareceu com o pesquisador fenómenos psíquicos Frank Podmore às reuniões da Sociedade (britânica) de Pesquisa Psíquica e mencionou incidentes de fenómenos psíquicos ostensiva.

Albert Schweitzer (1875-1965), Prémio Nobel da Paz de 1925, relatou os fenómenos paranormais que observou na África e comentou que gostaria de realizar pesquisas fenómenos psíquicos.

Glenn Seaborg  (1912-1999), Prémio Nobel de Química de 1951 pela investigação dos elementos do traunsurânio, co-escreveu com Margaret Mead uma declaração de elogio sobre um livro sobre parafenómenos psíquicoscologia. 

Aleksandr Solzhenitsyn (1908-2008), Prémio Nobel de Literatura de 1970, menciona a precognição como um fato em sua obra. 

Diz-se que Otto Stern (1888-1969), Prémio Nobel de Física de 1943, baniu Pauli de seu laboratório, por medo de que o efeito involuntário de PK de Pauli interferisse no maquinário de lá. 

John William Strutt, Lord Rayleigh (1842-1919), Prémio Nobel de Física de 1904, descoberto do argônio, colaborador de William Ramsay, presidente da Society for Psychical Research. 

Eugene Wigner (1902-1995), Prêmio Nobel de Física de 1963, incentivou pesquisas sobre física e fenómenos psíquicos. 

JJ Thompson (1856-1940), Prêmio Nobel de Física de 1906, membro do conselho administrativo da Society for Psychical Research por 34 anos. 

WB Yeats (1865-1939), Prêmio Nobel de Literatura de 1929, membro da Society for Psychical Research, escreveu extensivamente sobre fenómenos psíquicos e esoterismo. 

Outras figuras eminentes: Física, Química, Engenharia, Invenção

Jacques-Arsène d’Arsonval (1851-1940), médico, físico e inventor, liderou o IGP e realizou pesquisas com um médium espírita. 

John Logie Baird (1888-1946), engenheiro e inventor da televisão, assistiu a sessões espíritas e aderiu à sua evidência . 

Sir William Barrett (1845-1925): Presidente de física no Royal College of Science em Dublin, membro da Royal Society e fundador e presidente da Society for Psychical Research. 

Olivier Costa de Beauregard (1911-2007), físico quântico, publicou sobre fenómenos psíquicos, primeiro sob o pseudónimo de E. Xodarap, e considerou os fenómenos psíquicos como ‘esperados como muito racionais ‘. 

Alexander Graham Bell (1847-1922), inventor do telefone, pensou que o aparelho poderia permitir a comunicação com os mortos. 

John Stewart Bell (1928-1990), físico, desenvolveu o teorema de Bell, funcionário do Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear (CERN), criador do teorema de Bell, escreveu sobre manter uma mente aberta em relação a fenómenos psíquicos. 

David Bohm (1917-1992), teórico quântico, procurou integrar sua teoria com fenómenos psíquicos. 

Édouard Branly (1844-1940), físico, inventor de um componente de telegrafia sem fio, membro da Academia Francesa de Ciências, foi membro do Grupo de Estudos de Fenómenos Psíquicos do IGP. 

Alexander Butlerov (1828-1886), químico, pioneiro da teoria da estrutura química e descobridor de vários elementos, pesquisou manifestações psíquicas ostensivas e escreveu artigos sobre elas. 

Chester Carlson (1906-1968), físico e inventor da eletro-fotografia, doou dinheiro e interessou-se pela pesquisa de fenómenos psíquicos. 

Sir Arthur C. Clarke (1917-2008), escritor e inventor de ficção e ciência, discutiu fenómenos psíquicos nos seus romances e noutras publicações, foi cético, mas não totalmente a respeito do paranormal. 

Gérard Cordonnier (1907-1977), matemático, engenheiro, vencedor da Medalha de Prata de Artes, Ciências e Letras, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 

Sir William Crookes (1832-1919), químico, físico e inventor, realizou pesquisas sobre DD Home e espiritualismo, presidente da Society for Psychical Research. 

JW Dunne (1910-1949), engenheiro aeronáutico, escreveu An Experiment with Time , um livro sobre precognição. 

Freeman Dyson (1923-2020), físico teórico e matemático que fez contribuições fundamentais para várias áreas da ciência, escreveu um prefácio de um livro sobre fenómenos psíquicos no qual afirmou: ‘ESP é real, como a evidência sugere, mas não pode ser testado com as ferramentas desajeitadas da ciência.’ 

Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor da luz elétrica e da gravação de som, entre outras coisas, foi convencido por algumas demonstrações de fenómenos psíquicos e propôs que instrumentos pudessem ser desenvolvidos para se comunicar com o falecido. 

Harold Eugene Edgerton (1903-1990), professor de engenharia elétrica do MIT, participou de pesquisas sobre visão remota. 

Gerald Feinberg (1933-1992), físico, trabalhou nas universidades de Columbia e Princeton, considerava a precognição a base da maioria, ou talvez de todos os fenômenos fenómenos psíquicos. 

Camille Flammarion (1842-1925), astrónomo e escritor, fundador e primeiro presidente da Société Astronomique de France, escreveu sobre fenómenos psíquicos e mediunidade.

JT Fraser  (1923-2010), engenheiro e inventor, fundou o estudo multidisciplinar do tempo. No seu livro mais importante, refere-se positivamente ao trabalho naturalista e experimental sobre a precognição do Reno.

Richard Buckminster Fuller (1895-1983), teórico de sistemas, inventor, falou sobre a realidade da telepatia. 81

George Gamow (1904-1968), físico, escreveu sobre o efeito macro-PK ostensivo chamado Efeito Pauli. 82

Arnaud de Gramont (1861-1923), físico, membro da Académie des Sciences francesa, membro fundador do Institut Métapsychique International. 83

Heinrich Hertz (1857-1894), físico, mostrou a existência de ondas eletromagnéticas, foi membro da Society for Psychical Research. 84

Robert Jahn (1930-2017), reitor de engenharia da Universidade de Princeton, pioneiro da propulsão do espaço profundo, fundou o Princeton Engineering Anomalies Research Lab para estudar as interações mente-máquina e outros fenômenos fenómenos psíquicos. 85

Ernst Jordan (1902-1980), físico quântico, escreveu sobre mecanismos quânticos e fenómenos psíquicos. 86

Sir Oliver Lodge (1851-1940), físico e matemático, desenvolvedor da telegrafia sem fio, diretor da Universidade de Birmingham, presidente da Society for Psychical Research, escreveu sobre mediunidade e sobrevivência. 87

Henry Margenau (1901-1997), Professor Higgins de Física em Yale e funcionários de Princeton e MIT, filósofo da ciência, escreveu favoravelmente sobre parafenómenos psíquicoscologia. 88

James Smith ‘Mac’ McDonnell  (1899-1980), engenheiro e presidente da corporação McDonnell-Douglas, apoiou pesquisas em parafenómenos psíquicoscologia. 89

Edgar Dean Mitchell  (1930-2016), engenheiro aeronáutico, 6ª pessoa a pisar na lua. Ele fundou o Instituto de Ciências Noéticas, no qual a pesquisa sobre fenómenos psíquicos é conduzida, e publicou um estudo fenómenos psíquicos ele mesmo. 90

Edward Pickering (1846-1919) astrônomo e físico, diretor do Harvard College Observatory, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 91

Sir Alfred Pippard (1920-2008), Professor Cavendish de Física, Cambridge, fez um discurso para uma associação conjunta SPR/Parafenómenos psíquicoscológica sobre as experiências telepáticas de sua mãe. 92

Michael Polanyi  (1891-1976), fez contribuições importantes para vários campos, incluindo química, economia e epistemologia, incluindo os conceitos de conhecimento pessoal  e  tácito.  Ele conhecia o trabalho de JB Rhine e permaneceu aberto a ele, mencionando a explicação parafenómenos psíquicoscológica como a mais simples. 93

Archie E. Roy (1924-2012), professor de astronomia da Universidade de Glasgow, presidente da SPR, escreveu sobre pesquisa psíquica. 94

Giovanni Schiaparelli (1835-1910), astrônomo, historiador da ciência e senador, pesquisou Eusapia Palladino. 95

Richard Shoup  (1943-2015), cientista da computação, inovador em animação digital e vencedor de um Emmy e um Oscar, propôs uma teoria de fenómenos psíquicos simétrica no tempo. 96

Balfour Stewart (1828-1887), físico, membro da Royal Society, presidente da Society for Psychical Research. 97

FJM Stratton (1881-1961), Professor de Astrofísica e Diretor do Solar Physics Observatory em Cambridge, presidente da Society for Psychical Research. 98

Julien Thoulet (1843-1936). Professor de Mineralogia da Universidade de Nancy, oceanógrafo 99 , descreveu um evento fenómenos psíquicos em uma carta a Charles Richet. 100

Cromwell Fleetwood Varley  (1828-1883), engenheiro e desenvolvedor da tecnologia do telégrafo, realizou experimentos físicos com médiuns. 101

Evan Harris Walker (1935-2006), físico e inventor, desenvolveu uma explicação quântica de fenómenos psíquicos. 102

Arthur M Young (1905-1995), polímata, inventor de helicópteros, buscou integrar a parafenómenos psíquicoscologia a outros ramos da ciência. 103

Johann Karl Friedrich Zöllner (1834-1882), astrofísico que forneceu uma medida do brilho do Sol e criou ilusões de ótica. Ele era um pesquisador psíquico e escreveu sobre seus experimentos com o médium Henry Slade, que muito provavelmente era fraudulento. 104

Matemáticos

Burton H Camp (1880-1980), presidente do Instituto de Ciências Matemáticas, escreveu que as análises estatísticas conduzidas por Rhine e sua equipe eram “essencialmente válidas”. 105

Augustus de Morgan (1806-1871), matemático e lógico, avançou no estudo da indução. Sua esposa Sophia, sob pseudônimo, escreveu um livro relatando suas investigações sobre fenômenos psíquicos, com prefácio pseudônimo de De Morgan, no qual esses fenômenos não eram considerados em si impedidos pela ciência e era proposta uma visão verdadeiramente agnóstica sobre os fenômenos psíquicos. 106

Sir Ronald A Fisher (1890-1962), estatístico e geneticista, correspondeu-se com JB Rhine e publicou artigos sobre análises estatísticas em parafenómenos psíquicoscologia. 107

Thomas Greville (1910-1988), estatístico, professor da Universidade de Wisonsin-Madison, editor do Journal of the Society for Industrial and Applied Mathematics, desenvolveu técnicas estatísticas para experimentos fenómenos psíquicos. 108

Irving Good (1916-2009), estatístico e criptologista, colega de Alan Turing, sugeriu um método fisiológico para estudar fenómenos psíquicos inconsciente. 109

Hans Hahn  (1879-1934), matemático e filósofo, foi vice-presidente da Sociedade Austríaca de Pesquisa Psíquica e colaborou na pesquisa sobre fenómenos psíquicos. 110

John Littlewood (1885-1977), Professor Ball de Matemática, Cambridge, membro da Royal Society, conduziu experimentos de adivinhação de cartas e escreveu sobre suas estatísticas. 111

Eleanor Sidgwick (1845-1936), matemática, diretora do Newnham College, presidente da Society for Psychical Research. 112

Alan Turing (1912-1954), matemático, pioneiro da ciência da computação e da inteligência artificial, escreveu sobre a evidência estatística “esmagadora” da telepatia. 113

fenómenos psíquicoscólogos e Cientistas Sociais, Neurocientistas, Biólogos, Médicos

Roberto Assagioli (1888-1974), fenómenos psíquicosquiatra, pioneiro da fenómenos psíquicoscologia humanista e transpessoal, escreveu um livro sobre fenómenos psíquicos. 114

David Bakan (1921-2004), professor de fenómenos psíquicoscologia nas Universidades de Chicago e York, discutiu a profecia bíblica e a pesquisa fenómenos psíquicos contemporânea em seus cursos 115

Vladimir Bekhterev (1856-1927), neurologista e fenómenos psíquicoscólogo reflexo, estudou fenómenos psíquicos em humanos e animais. 116

Hans Berger (1873-1941), neurologista, criou o eletroencefalograma, inspirado em um evento telepático com sua irmã. 117

Filippo Bottazzi (1867-1941), fisiologista, bioquímico, escreveu um livro sobre fenômenos mediúnicos. 118

Henry Pickering Bowditch (1840-1911), médico, reitor da Harvard Medical School, membro fundador da Society for Psychical Research, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 119

William Brown (1881-1952), diretor do Instituto de fenómenos psíquicoscologia Experimental da Universidade de Oxford, apoiou a pesquisa fenómenos psíquicos. 120

Luther Burbank (1849-1926), botânico, criador ou desenvolvedor de muitas espécies, fundador da ciência agrícola. Ele descreveu suas próprias habilidades telepáticas e de sua família em sua autobiografia. 121

Dorothy Tiffany Burlingham (1891-1979), pioneira da fenómenos psíquicoscanálise infantil e cofundadora da Hampstead Clinic em Londres (atualmente Anna Freud Centre). Escreveu um artigo postulando os processos fenómenos psíquicos entre mães e filhos. 122

Rémy Chauvin (1913-2009), biólogo, professor honorário da La Sorbonne, pesquisou e escreveu sobre fenómenos psíquicos animal. 123

Irvin L Child (1915-2000), catedrático de fenómenos psíquicoscologia da Universidade de Yale, escreveu uma meta-análise de apoio do programa de pesquisa dos sonhos Maimonides. 124

Frederik Willem van Eeden (1860-1932), fenómenos psíquicosquiatra, escritor e pensador progressista, participou de sessões espíritas e escreveu sobre sonhos lúcidos. 125

HJ Eysenck (1916-1997), fenómenos psíquicoscólogo, pesquisador em personalidade, inteligência e fenómenos psíquicoscoterapia, apoiou a validade de alguns fenômenos fenómenos psíquicos e criticou o dogmatismo cientificista. 126

Gustav Fechner (1801-1887), físico, um dos fundadores da fenómenos psíquicoscologia experimental, participou de sessões espíritas e escreveu sobre a possibilidade de sobrevivência após a morte. 127

Sándor Ferenczi (1873-1933), teórico central da fenómenos psíquicoscanálise, escreveu sobre os fenômenos fenómenos psíquicos no desenvolvimento e na terapia e se comunicou com Freud sobre isso. 128

Théodore Flournoy (1854-1920), fenómenos psíquicoscólogo, professor da Universidade de Genebra, escreveu livros importantes sobre dissociação sem descartar a possibilidade de processos fenómenos psíquicos. 129

Sigmund Freud (1856-1939), fundador da fenómenos psíquicoscanálise, escreveu vários artigos sobre fenómenos psíquicos na fenómenos psíquicoscoterapia. 130

Hans Driesch (1867-1941), biólogo e filósofo, escreveu um livro sobre fenómenos psíquicos, presidente da Society for Psychical Research. 131

Sir Ronald A Fisher (1890-1962), estatístico e geneticista, correspondeu-se com JB Rhine e publicou artigos sobre análises estatísticas em parafenómenos psíquicoscologia. 132

William Hewitt Gillespie (1905-2001), Presidente da Associação fenómenos psíquicoscanalítica Internacional, Freud Memorial Professor de fenómenos psíquicoscanálise no University College, Londres, escreveu apoiando os fenômenos fenómenos psíquicos. 133

Karl Gruber (1881-1927), zoólogo, professor da Politécnica de Munique, conduziu pesquisas fenómenos psíquicos em animais. 134

Guðmundur Hannesson (1866-1946), médico, fundador da Sociedade Científica da Islândia e reitor da Universidade da Islândia, investigou o médium Indriði Indriðason. 135

Sir Alister Hardy (1896-1985), Professor de Zoologia de Linacre em Oxford, fundador da Unidade de Pesquisa de Experiência Religiosa em Oxford, Presidente da Sociedade de Pesquisa Psíquica, escreveu sobre fenómenos psíquicos e religião. 136

Raúl Hernández-Peón (1924-1968), neurofisiologista do sono, procurou integrar fenómenos psíquicos e neurofisiologia 137

James Hillman  (1926-2011), fenómenos psíquicoscólogo, autor junguiano, escreveu sobre fenómenos psíquicos e fenómenos psíquicoscologia profunda. 138

Sir Julian Huxley (1887-1975), biólogo evolucionista e primeiro diretor da UNESCO, mencionou fenómenos psíquicos de forma favorável em seus escritos. 139

Aniela Jaffé (1903-1991), fenómenos psíquicoscóloga, autora junguiana, escreveu sobre fenómenos psíquicos e sincronicidade. 140

William James (1842-1910), fenómenos psíquicoscólogo e filósofo, presidente das Sociedades Britânica e Americana de Pesquisa Psíquica. 141

Pierre Janet (1859-1947), pioneiro no estudo da dissociação, teve sucesso em experimentos sobre hipnose e fenómenos psíquicos (mas depois tornou-se cauteloso com fenómenos psíquicos). 142

CG Jung (1875-1961), fundador da fenómenos psíquicoscologia analítica, escreveu sobre sincronicidade e fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos. 143

Elizabeth Kübler-Ross  (1926-2004), fenómenos psíquicosquiatra, proponente do movimento de cuidados paliativos, escreveu sobre as experiências de quase morte e a possibilidade de sobrevivência. 144

AN Leontiev  (1903-1979), chefe do departamento de fenómenos psíquicoscologia da Universidade de Moscou, investigou a visão remota. 145

Jacques Jean Lhermitte (1877-1959), neurologista e neurofenómenos psíquicosquiatra, diretor clínico do hospital Salpêtrière, membro do Institut Métapsychique International. 146

Cesare Lombroso (1835-1909), criminologista e médico, escreveu um livro sobre espiritualismo e fenómenos psíquicos. 147

Alexander Luria (1902-1977), neurofenómenos psíquicoscólogo, escreveu sobre parafenómenos psíquicoscologia. 148

Elizabeth Lloyd Mayer (1947-2005), fenómenos psíquicoscanalista, professora da Universidade da Califórnia, investigou fenómenos psíquicos em profundidade depois que um médium rastreou um valioso bem roubado. 149

William McDougall (1871-1938), professor de fenómenos psíquicoscologia em Harvard e mais tarde em Duke, presidente das Sociedades Americana e Britânica de Pesquisas Psíquicas. 150

Margaret Mead (1901-1978), antropóloga cultural, ajudou a Associação Parafenómenos psíquicoscológica a se tornar membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência e escreveu uma introdução de apoio a um livro de visão remota. 151

Paul Meehl (1920-2003), fenómenos psíquicoscólogo e filósofo da ciência, escreveu sobre a provável compatibilidade entre ciência e PES. 152

Thomas Walter Mitchell (1869-1944), médico, por muitos anos editor do British Journal of Medical Psychology , presidente da Society for Psychical Research. 153

John Muir (1838-1914), geólogo e naturalista, relatou em uma carta ter uma premonição precisa de encontrar um amigo inesperado em um vale. 154

Gardner Murphy (1895-1979), presidente da American Psychological Association e da Society for Psychical Research, 155 escreveu extensivamente sobre potenciais humanos e fenómenos psíquicos. 156

Traugott Konstantin Oesterreich (1880-1949), fenómenos psíquicoscólogo e filósofo, professor em Tübingen, escreveu sobre possessão espiritual e fenómenos psíquicos. 157

Sir Alan S Parkes (1900-1990), pesquisador do University College, em Londres, sobre biologia reprodutiva, organizou e participou de um simpósio sobre fenómenos psíquicos. 158

Candace Pert (1946-2013), neurofarmacologista, chefe da Seção de Bioquímica do Cérebro do Ramo de Neurociência Clínica do Instituto Nacional de Saúde Mental, estava interessada em efeitos fenómenos psíquicoscocinéticos em sistemas vivos e energias sutis. 159

Théodule-Armand Ribot (1839-1916), fenómenos psíquicoscólogo, professor do Collège da França e da Sorbonne, publicou artigos sobre pesquisa psíquica em sua revista Revue Philosophique . 160

Sante de Sanctis (1862-1935), médico, fenómenos psíquicoscólogo e fenómenos psíquicosquiatra, investigou fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos. 161

Hans Schäfer (1906-2000), professor e diretor do departamento de fisiologia da Universidade de Heidelberg, epidemiologista, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 162

Rocco Santoliquido (1854-1930), médico e Diretor Geral de Saúde Pública, pesquisou um médium e foi fundador e presidente do Institut Métapsychique International. 163

Pitirim Sorokin (1889-1968), fundador e diretor do departamento de sociologia de Harvard, escreveu uma introdução a um livro sobre fenómenos psíquicos. 164

Mabel St Clair Stobart (1862-1954), fundadora do Women’s Sick and Wounded Convoy Corps (1912) e da Women’s National Service League (1914), escreveu sobre o espiritualismo. 165

Wilhelm Stekel (1868-1940), um dos primeiros associados de Freud e prolífico escritor, escreveu um livro sobre telepatia em sonhos. 166

John R Swanton (1873-1958), presidente da American Anthropological Association e editor da American Anthropologist , endossou a parafenómenos psíquicoscologia. 167

Leonid I Vasiliev  (1891-1966), professor de fisiologia na Universidade de Leningrado, pesquisou extensivamente fenómenos psíquicos e sugestão à distância. 168

Alfred Russel Wallace (1826-1923), co-criador da teoria da evolução, investigou e foi um defensor do espiritismo. 169

William Gray Walter (1910-1977), neurofisiologista e inventor de robôs, escreveu sobre o uso do EEG para investigar fenómenos psíquicos. 170

Humanistas, Filósofos

Bhikhan L Atreya (1897-1967), professor de filosofia na Banaras Hindu University, especialista em hinduísmo, realizou pesquisas e escreveu sobre parafenómenos psíquicoscologia. 171

Samuel Bergman (1883-1975), filósofo da física, reitor da Universidade Hebraica, escreveu um livro sobre telepatia. 172

Émile Boirac (1851-1917), filósofo, presidente das universidades de Grenoble e Dijon, pesquisou Eusapia Palladino, escreveu um livro sobre pesquisa psíquica. 173

Kenneth E Boulding (1910-1993), economista , cientista de sistemas, filósofo, presidente da Associação Americana para o Avanço das Ciências, declarou ao Washington Star em 1979: “A evidência da parafenómenos psíquicoscologia não pode ser descartada imediatamente” . 174

CD Broad (1887-1971), Professor Knightsbridge de Filosofia Moral em Cambridge, presidente da Society for Psychical Research. 175

Kenneth Burke  (1897-1993), teórico literário, discutiu os fenômenos fenómenos psíquicos no contexto da criatividade. 176

Rudolf Carnap (1891-1970), filósofo e membro do Círculo de Viena, escreveu sobre a importância de pesquisar fenómenos psíquicos. 177

Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), filósofo e palentólogo, escreveu sobre a evolução das habilidades fenómenos psíquicos em O Fenômeno do Homem . 178

CTK Chari (1909-1993), chefe do departamento de filosofia do Madras Christian College, escreveu sobre filosofia da física e fenómenos psíquicos. 179

Ernesto de Martino (1908-1965), historiador da religião e antropólogo, escreveu sobre a ligação entre etnologia e parafenómenos psíquicoscologia.

Jacques Derrida (1930-2004), filósofo, fundador do desconstrucionismo, escreveu um ensaio discutindo a natureza da telepatia e sua relação com a fenómenos psíquicoscanálise. 180

Max Dessoir (1867-1947), filósofo, fenómenos psíquicoscólogo, professor da Universidade de Berlim, cunhou “parafenómenos psíquicoscologia” e outros termos fenómenos psíquicos. 181

ER Dodds (1893-1979), erudito clássico, Regius Professor of Greek (Oxford), presidente da Society for Psychical Research. 182

CJ Ducasse (1881-1969), professor de filosofia nas Universidades de Washington e Brown, escreveu sobre parafenómenos psíquicoscologia e foi membro do Conselho da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica. 183 

Mircea Eliade (1907-1986), professor da Universidade de Chicago, historiador da religião e escritor de ficção, afirmou que fenômenos paranormais reais estavam na base de algumas crenças religiosas. 184

Antony Flew  (1923-2010), filósofo da religião, embora não convencido dos fenômenos fenómenos psíquicos, opinou que havia “evidências muito interessantes e sugestivas”. 185

Isaac K Funk (1839-1912), lexicógrafo, editor, fundador de Funk & Wagnallis, escreveu sobre fenômenos fenómenos psíquicos. 186

Maurice Garçon (1889-1967), advogado, escritor, mágico, membro da Académie Française, pesquisou fenômenos fenómenos psíquicos. 187

James H Hyslop  (1854  1920), filósofo, fenómenos psíquicoscólogo, professor da Universidade de Columbia, escreveu extensamente sobre fenómenos psíquicos. 188

LP Jacks (1860-1955), professor de filosofia e diretor do Manchester College, Oxford, presidente da Society for Psychical Research. 189

Andrew Lang (1844-1912), escritor e antropólogo, presidente da Society for Psychical Research. 190

Gabriel Marcel (1889-1973), filósofo, membro da Académie des Sciences Morales et Politiques, presidente honorário do Institut Métapsychique International. 191

Gilbert Murray (1866-1957), classicista, professor nas universidades de Oxford e Harvard, vice-presidente da Sociedade da Liga das Nações após a Primeira Guerra Mundial, presidente da Sociedade de Pesquisas Psíquicas. 192

Frederic Myers (1843-1901), erudito e poeta clássico, presidente e um dos principais autores da Society for Psychical Research. 193

Haraldur Níelsson (1868-1928), teólogo e espiritualista, primeiro reitor da Universidade da Islândia, investigou o médium Indriði Indriðason. 194

HH Price (1899-1984), filósofo, Wykeham Professor of Logic em Oxford, presidente da Society for Psychical Research. 195

Adolf Reinach (1883-1917), fenomenologista pioneiro e teórico da linguagem e do direito, documentou e discutiu casos de pressentimento (precognição) dos soldados na Primeira Guerra Mundial de sua morte iminente. 196

Josiah Royce (1855-1916), filósofo, professor da Universidade da Califórnia e Harvard, membro da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 197

Ferdinand de Saussure (1857-1913), linguista e semioticista, assistiu a sessões de Hélène Smith (Catherine-Elise Müller) e analisou suas linguagens criadas. 198

FCS Schiller (1864-1937), professor de filosofia nas Universidades de Oxford, Cornell e Southern California, presidente da Society for Psychical Research, apoiou a fundação epistemológica da parafenómenos psíquicoscologia. 199

Henry Sidgwick (1838-1900), Professor Knightsbridge de Filosofia Moral em Cambridge, Presidente da Sociedade de Pesquisa Psíquica. 200

Kees van Peursen (1920-1996), filósofo e teólogo, professor de filosofia em Groningen e Leiden U, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 201

AW Verrall (1851-1912), estudioso de clássicos e primeiro rei Eduardo VII da cátedra de inglês, estava interessado em fenómenos psíquicos junto com muitos outros de sua família imediata. 202

Johannes Maria Verweyen (1883-1945), filósofo, combatente da resistência antinazista, poeta, escreveu sobre parafenómenos psíquicoscologia e ocultismo. 203

Gerda Walther (1897-1977), filósofa, fenomenóloga pioneira com importantes contribuições também para a parafenómenos psíquicoscologia e para o estudo da esquizofrenia. 204

Aloys Wenzl (1887-1967), filósofo, reitor e presidente da Ludwig-Maximilians-Universität München, foi um observador oficial em uma conferência sobre fenómenos psíquicos em 1954. 205

Escritores, Artistas

Jelly d’Arányi (1893-1966), violinista, participou de sessões espíritas e canalizou várias mensagens. Irmã de Adila Fachiri. 206

L Frank Baum (1856-1919), escritor, criador da série Oz, participou de sessões espíritas e escreveu sobre elas. 207

Ingmar Bergman (1918-2007), diretor de cinema e teatro e autor, relatou fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos autobiográficos 208

Algernon Blackwood (1869-1951), escritor, declarou que seu interesse em assuntos psíquicos era “em questões de consciência estendida ou expandida” e viu “a aproximação entre a Física Moderna e os chamados fenômenos psíquicos e místicos”. 209

Jorge Luis Borges (1899-1986), escritor, publicou um prefácio apreciativo a uma versão em espanhol de An Experiment with Time , de JW Dunne . 210

Victor Brauner (1903-1966), pintor surrealista, considerava-se também um visionário. 211

André Breton (1896-1966), fundador do surrealismo e conhecedor da literatura fenómenos psíquicos, pesquisou experimentalmente e escreveu extensivamente sobre fenómenos psíquicos e automatismos, muitas vezes em colaboração com outros surrealistas. 212

John W. Campbell, Jr. (1910-1971), escritor de ficção científica (SF) e editor de Astounding Science Fiction durante a Idade de Ouro da Ficção Científica. Ele discutiu fenômenos fenómenos psíquicos em sua revista e encorajou sua inclusão na literatura de FC 213

Gilbert Keith (GK) Chesterton (1874-1936), escritor, mais conhecido talvez por sua série Father Brown, defendia uma investigação aberta e consideração dos fenômenos fenómenos psíquicos. 214

Samuel Clemens (Mark Twain) (1835-1910), escritor, membro da Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica, descreveu vários eventos fenómenos psíquicos autobiográficos. 215

Michael Crichton (1942-2008), escritor, médico e cineasta, escreveu sobre suas experiências pessoais com fenómenos psíquicos. 216

Rubén Darío (Félix Rubén García Sarmiento) (1867-1916), escritor e diplomata pioneiro do movimento literário modernismo. Ele se referia a pesquisadores psíquicos em seu trabalho (por exemplo, em seu conto El caso de la señorita Amelia ) e estava interessado em parafenómenos psíquicoscologia, sonhos e espiritualismo. 217

Robert Desnos (1900-1945), poeta surrealista e automatista, afirmou ter estado em contato telepático com outro artista, Marcel Duchamp e ver o futuro de outras pessoas. 218

Philip K Dick (1928-1982), escritor, descreveu vários fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos em suas obras autobiográficas, incluindo xenoglossia e um diagnóstico preciso da hérnia de seu filho. 219

Charles Dickens (1812-1870), escritor, membro do The Ghost Club, organização dedicada à pesquisa psíquica. 220

Charles Dodgson (Lewis Carroll) (1832-1898), autor de Alice no País das Maravilhas , matemático, membro da Society for Psychical Research. 221

Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), criador de Sherlock Homes, defensor inabalável dos fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos e do espiritualismo. 222

Theodor Dreiser (1871-1945), escritor e jornalista, correspondeu-se com o pesquisador fenómenos psíquicos Hereward Carrington. 223

George Eliot (Mary Ann Evans) (1819-1880), escritora, correspondeu-se com pesquisadores psíquicos e colocou-a como premissa  The Lifted Veil  em fenómenos psíquicos. Ela escreveu a George Combe em 1852: “Mas as indicações de clarividência testemunhadas por um observador competente são de grande interesse e me dão um desejo incansável de obter provas mais extensas e satisfatórias.” 224

Adila Fachiri (1886-1962), violinista, participou de sessões espíritas e canalizou várias mensagens. Irmã de Jelly d’Arányi. 225

Anne Francis (1930-2011), atriz, ganhadora do Globo de Ouro e indicada ao Emmy, descreveu seu interesse pelos fenômenos psíquicos em sua autobiografia. 226

Maxim Gorky (1868-1936), escritor, estava convencido da existência da telepatia. 227

Graham Greene (1904-1991), romancista pré-selecionado para o Prêmio Nobel, estava convencido de que a visão de Dunne sobre a precognição estava correta e explicou parte de sua visão. 228

Alec Guiness (1914-2000), ator, escreveu que previu o acidente fatal de James Dean. 229

Thomas Hardy  (1840-1928), escritor, afirmou ter tido uma telepatia e outras experiências fenómenos psíquicos. 230

Victor Hugo (1802-1885), escritor, criador de Les Misérables , experimentou a escrita e o desenho automáticos, participou de sessões espíritas. 231

Ted Hughes (1930-1998), Poeta Laureado Britânico, descreveu fenômenos fenómenos psíquicos em sua vida. 232

Aldous Huxley (1894-1963), escritor, proponente do Mind at Large, conselheiro da Parapsychology Foundation. 233

James Joyce (1882-1941), escritor, sua irmã afirmou que ela e ele tinham visto o fantasma de sua mãe. Ele leu e foi influenciado pela Personalidade Humana de Myers, e sua Sobrevivência da Morte Corporal . 234

Wassily Kandinsky (1866-1944), pintor e teórico da arte, escreveu sobre a transmissão direta da arte. 235

Hilma af Klint (1862-1944), pintora, pioneira do abstracionismo, trabalhou como médium com escrita automática, desenho e pintura. 236

Arthur Koestler (1905-1983), autor, forneceu fundos para o que se tornou a Unidade Koestler para o estudo de parafenómenos psíquicoscologia na Universidade de Edimburgo, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 237

Stanley Kubrick (1928-1999), diretor de cinema, roteirista, produtor, etc., discutiu fenómenos psíquicos positivamente como inspiração para seu filme O Iluminado . 238

Einar Hjörleifsson Kvaran  (1859-1938), escritor, editor e espiritualista, participou das investigações de médiuns islandeses, incluindo Indriði Indriðason e Hafstein Björnsson. 239

František Kupka (1871-1957), um dos fundadores da arte abstracionista, propôs uma transmissão direta mente a mente do mundo interior do artista. 240

Dame Edith Sophy Lyttelton  (1865-1947), dramaturga, ganhadora de vários prêmios, incluindo Dame Commander of the British Empire, escreveu livros sobre fenômenos fenómenos psíquicos. 241

James Merrill (1926-1995), poeta, vencedor do Pulitzer entre outros prémios, algumas das suas obras derivam de sessões com um tabuleiro ouija durante mais de duas décadas. 242

Robert Musil (1880-1942), escritor, autor de um dos romances mais importantes do século XX, O Homem sem Qualidades, mencionou a possibilidade de fenômenos fenómenos psíquicos durante as sessões espíritas. 243

Vladimir Nabokov (1899-1977), escritor, autor de Lolita e outros clássicos em prosa, manteve um diário para testar se seus sonhos poderiam antecipar eventos futuros, inspirado em An Experiment with Time, de Dunn. 244

JB Priestley (1894-1984), escritor, apoiou a noção de precognição em seus ensaios e peças. 245

Marguerite Radclyffe-Hall (1880-1943), escritora, pioneira da literatura lésbica com The Well of Loneliness. Ela é coautora de um importante estudo sobre a médium Gladys Osborne Leonard. 246

Rainer Maria Rilke (1875-1926), um dos principais poetas da língua alemã, participou de sessões espíritas e experimentou a escrita automática. 247

George Rochberg  (1918-2005), compositor, discutiu fenômenos fenómenos psíquicos no contexto de seu trabalho criativo. 248

Gene Rodenberry (1921-1991), escritor e criador de Star Trek , estava convencido da realidade dos fenômenos fenómenos psíquicos. 249

Jules Romains (Louis Henry Jean Farigoule) (1885-1972), escritor, membro da Académie Française , escreveu um livro sobre visão cega e aludiu a fenómenos psíquicos em outros escritos. 250

John Ruskin (1819-1900), crítico de arte influente, membro da Society for Psychical Research. 251

George William (AE) Russell (1867 –1935) , escritor, pintor, ativista, afirmava-se clarividente. 252

Sigfried Sassoon (1886-1967), poeta da Primeira Guerra Mundial, membro do The Ghost Club. 253

Victorien Sardou (1831-1908), escritor, mais conhecido pelo libreto de Tosca, experimentou a escrita e o desenho automáticos. 254

Alvin Schwartz (1916-2011), escritor de ficção e ensaísta, discutiu fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos em sua vida. 255

Upton Sinclair, Jr. (1878-1968), vencedor do prêmio Pulitzer, escreveu um relato detalhado de experimentos fenómenos psíquicos com sua esposa em seu livro Mental Radio . 256

Dame Edith Louisa Sitwell (1887-1964), poeta e crítica, ajudou a direcionar algumas pesquisas com médiuns. 257

Olaf Stapledon (1886-1950), escritor e filósofo, interessou-se e recomendou o estudo científico dos fenômenos fenómenos psíquicos. 258

William Thomas Stead (1849-1912), pioneiro do jornalismo investigativo e ativista progressista que combateu, entre outros temas, a prostituição infantil. Ele publicou Borderland, um trimestral sobre tópicos psíquicos, descrito usando escrita automática e telepatia, e escreveu repetidamente sobre naufrágios e sobre si mesmo como se afogando após um, antes de perecer durante o naufrágio do Titanic. Também foi alegado que ele se comunicou post-mortem. (Veja William T Stead .) 259

Rudolf Steiner (1861-1925), filósofo, fundador teórico da educação Waldorf, escreveu sobre experiências pessoais de fenómenos psíquicos. 260

Robert Louis Stevenson (1850-1894), autor de Treasure Island , membro da Society for Psychical Research, correspondeu-se com FWH Myers. 261

Karlheinz Stockhausen (1928-2007), um dos mais influentes da música eletrônica clássica e de vanguarda, em entrevista citou “telepatia e telecinese” como fatos. 262

August Strindberg (1849-1912), escritor, pintor e dramaturgo, discutiu experiências pessoais que interpretou como parafenómenos psíquicoscológicas em seus escritos. 263

Andrei Tarkovsky (1932-1986), diretor de cinema e teatro e escritor, discutiu fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos como fontes para seus filmes. 264

Alfred, Lord Tennyson (1809-1892), Poeta Laureado da Grã-Bretanha e Irlanda, membro da Society for Psychical Research. 265

Jacques Tourneur (1904-1977), diretor de vários filmes de terror aclamados, incluindo Cat People. Ele mesmo era considerado um médium. 266

Kurt Vonnegut, Jr. (1922-2007), autor de Matadouro Cinco , artista, descreveu fenômenos fenómenos psíquicos ostensivos que ocorreram em sua vida. 267

Florizel von Reuter (1890-1985), violinista e compositor, professor da Academia Musical de Viena, escreveu sobre sua experiência como médium. 268

H(erbert) G(eorge) Wells (1866-1946), escritor de ficção e não-ficção, e futurista, presidente do PEN, autor de A Máquina do Tempo e A Guerra dos Mundos . Seu resumo de biologia em vários volumes, em co-autoria com Julian Huxley e GP Wells, incluiu uma discussão simpática e bem informada da pesquisa psíquica no Livro 8, ‘ Man’s Mind and Behaviour’ no Voume 3 .. 269

Políticos, exploradores, outros

Alexander Aksakov (1832-1893), conselheiro de Estado russo, escritor, pesquisou, contribuiu e editou publicações sobre fenómenos psíquicos. 270

Arthur Balfour (1848-1930), filósofo, primeiro-ministro britânico, presidente da Society for Psychical Research. 271

Gerald Balfour (1853-1945), estudioso, secretário-chefe da Irlanda, presidente da Society for Psychical Research. 272

Donald Campbell  CBE (1921-1967), recordista de velocidade em terra e água, membro do Ghost Club. 273

Air Chief Marshal Hugh Dowding (1882-1970), comandante da RAF durante a Batalha da Grã-Bretanha, autor de vários livros sobre sobrevivência e membro do Ghost Club. 274

Winifred Coombe Tennant (1874-1956), sufragista, política, representante na Liga das Nações, praticada como médium. 275

Alexandra David-Néel  (1868-1969), exploradora, escritora, especialista em Tibete, declarou que os fenômenos psíquicos deveriam ser estudados ‘como qualquer outra ciência’. 276

Willliam Gladstone (1809-1898), serviu como primeiro-ministro britânico por quatro mandatos diferentes, membro da Society for Psychical Research, comentou que a pesquisa fenómenos psíquicos ‘é o trabalho mais importante do mundo’. 277

Claiborne de Borda Pell (1918-2009), senador dos EUA por seis mandatos, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado, apoiou a pesquisa fenómenos psíquicos. 278

William Lyon Mackenzie King (1874-1950), primeiro-ministro mais antigo do Canadá, espiritualista. 279

Loren McIntyre  (1917-2003), fotojornalista, descobridor da nascente do rio Amazonas. Ele descreveu a comunicação telepática com o chefe xamã de uma tribo Majoruna. 280

Dame Edith Lyttelton (1865-1948), delegada britânica da Liga das Nações, autora, presidente da Society for Psychical Research, escreveu sobre fenómenos psíquicos. 281

Francisco I Madero (1873-1913), forneceu a base intelectual para a revolução mexicana e tornou-se seu primeiro presidente democraticamente eleito, praticou a escrita automática e a mediunidade. 282

Erik Kule Palmstierna (1877-1959), político e diplomata sueco, escreveu livros baseados em material canalizado. 283

Sir Henry Morton Stanley (1841-1904), explorador e jornalista, escreveu sobre fenômenos fenómenos psíquicos em sua autobiografia. 284

Cort van der Linden (1846-1935), primeiro-ministro progressista da Holanda, era membro da Sociedade (britânica) de Pesquisa Psíquica. 285

Henry A. Wallace (1888-1965), vice-presidente progressista dos Estados Unidos, além de ocupar outros cargos importantes. Ele era um patrocinador da Round Table Foundation, que patrocinava pesquisas sobre parafenómenos psíquicoscologia. 286

RESUMO DE IDEIAS

Há dias um amigo telefonou-me fazendo perguntas a respeito daquilo que acontece depois da morte, impressionado pelo facto de sua mãe ter morrido há poucos dias.

É impressionante a ignorância da maioria das pessoas a esse respeito.
Resolvi fazer um resumo de ideias para facilitar ao máximo o acesso ao principal do que SEI a este respeito.
Digo que SEI e não digo que ACREDITO, porque as ideias que existem de parte de muita gente em Portugal e em muitos países estrangeiros, sobretudo os mais evoluídos cientificamente, ESTE ASSUNTO DE HÁ MUITOS ANOS QUE NÃO É MATÉRIA DE FÉ, MAS SIM DE CONHECIMENTO BASEADO EM FACTOS DEMONSTRÁVEIS NA PRÁTICA OBJETIVA.
Vou ordenar a seguir, pela ordem de tamanho e de acessibilidade, os textos que tenho publicados e que podem servir para esclarecer o assunto de que se trata realmente: RESUMO DE IDEIAS SOBRE A VIDA DEPOIS DA VIDA:

Observar cada um dos textos, escolhendo para ler aquele que parecer mais interessante para leitura imediata.

Da cultura da Grécia antiga a Allan Kardec, a falta de memória da Humanidade

O Espiritismo na sua expressão mais simples, de Allan Kardec

Albert de Rochas e a tese das vidas múltiplas

A realidade do mundo espiritual que esteve antes e estará depois é lamentavelmente ignorada pelas grandes maiorias

Esse é o principal motivo dos imensos problemas que afligem o planeta. Os nossos conteúdos revelam factos antigos já confirmados pela ciência, capazes de transformar a vida de perigosos conflitos que o mundo está a enfrentar.

https://espiritismocultura.wordpress.com/
https://pala-vra-luz.com/

A Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como “a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença.”
A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga eram conhecidas e admiradas no final do Renascimento.

INVESTIGAÇÃO DO DR. IAN STEVENSON

O Dr Ian Stevenson

A pesquisa do Dr. Ian Stevenson a respeito do fenómeno da reencarnação começou em 1960 quando soube de um caso no Sri Lanka de uma criança que disse lembrar-se de uma vida passada.
Tendo-se deslocado propositadamente àquele país, interrogou exaustivamente a criança e os seus pais, bem como as pessoas de quem a criança se recordava terem sido seus pais na sua vida anterior.
Este facto o levou-o à convicção de que a reencarnação era uma realidade, tendo publicado, nesse mesmo ano, dois artigos a esse respeito no Journal of the American Society for Psychical Research. 
Tendo-se dedicado a fazer outras pesquisas nessa região do mundo, onde o entendimento dos fenómenos psíquicos tinha uma tradição antiquíssima e muito mais aberta que no ocidente, identificou número suficiente de casos que achou serem fortemente demonstrativos do tema que desejava aprofundar.

Quanto mais casos descobriu, maior se tornou a sua ambição de definir cientificamente a reencarnação – um dos maiores mistérios do mundo e da vida – que tinha sido praticamente ignorado pela ciência no passado, sob influência das concepções religiosas de perfil dogmático que se tinham implantado em todo o mundo ocidental.

Em 1982, o Dr. Stevenson foi um dos fundadores da Society for Scientific Exploration.
Foi autor de cerca de 300 artigos e 14 livros sobre reencarnação.
O seu livro de 1966, “Twenty Cases Suggestive of Reincarnation” tornou-se um clássico nos anais da pesquisa de reencarnação.
Em 2003, o Dr. Stevenson publicou o seu segundo livro sobre reencarnação, European Cases of the Reincarnation Type“.
Em 1997 publicou o seu grande clássico: o livro de 2.268 páginas, de dois volumes, “Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects,” que se focaram principalmente em deformidades e outras anomalias com as quais nascem as crianças.
Este clássico monumental contém centenas de imagens que apresentam as provas que descobriu.
Documenta 200 casos de crianças com memórias e marcas de nascença que correspondiam às vidas e feridas de pessoas falecidas que estas crianças recordam como tendo vivido numa vida passada. Em 1997, o Dr. Stevenson publicou uma versão condensada deste livro para o público em geral intitulado “Where Reincarnation and Biology Intersect.”

Where Reincarnation and Biology Intersect

Ian Stevenson

Foram identificadas numerosas crianças que disseram lembrar-se de uma vida anterior. Manifestaram-se em muitas partes do mundo, especialmente nos países budistas e hindus do sul da Ásia, entre os povos xiitas do Líbano e da Turquia, as tribos da África Ocidental e o noroeste americano.
Ian Stevenson investigou mais de 2.600 casos de memórias de vidas passadas, dos quais 65 relatórios detalhados foram publicados.
Informações específicas das memórias das crianças foram reunidas e comparadas com os dados da sua identidade anterior, família, residência e a forma como tinham morrido.
Descobriu-se que marcas de nascença ou outras manifestações fisiológicas se relacionavam com experiências de vidas passadas de que se recordavam, especialmente as de morte violenta. Escrevendo como especialista em psiquiatria e como investigador científico de renome mundial de eventos paranormais relatados, Ian Stevenson pede-nos para relativizar as nossas tendências ocidentais de não acreditar na reencarnação e considerarmos a realidade do crescente registo de casos agora disponível.
Este livro resume as descobertas de Ian Stevenson que são apresentadas na íntegra no trabalho de vários volumes intitulado Reencarnação e Biologia: Uma Contribuição para a Etiologia de Marcas de Nascimento e Defeitos de Nascimento, também publicado pela Praeger.

Ian Pretyman Stevenson (Montreal, 31 de Outubro de 1918 — Charlottesville, 8 de Fevereiro de 2007), M.D., foi um cientista e professor de psiquiatra da Universidade da Virginia; um dos mais importantes pesquisadores na temática das experiências espirituais. A sua pesquisa incluía principalmente o tema da reencarnação, a problemática do relacionamento entre mente e cérebro e a continuidade da personalidade após a morte. O astrofísico e divulgador da Ciência Carl Sagan supostamente expressou que o trabalho deste psiquiatra era um dos poucos estudos sobre um fenômeno paranormal que merecia ser analisado, mas é possível que a sua opinião tenha sido distorcida.
Stevenson aposentou-se em 2002, deixando o seu trabalho para sucessores, dirigidos pelo Dr. Bruce Greyson.
Dr. Jim Tucker, um psiquiatra infantil, continua com trabalho de Ian Stevenson com crianças, concentrando-se em casos norte-americanos.

Jim Tucker é director médico da Clínica de Psiquiatria Infantil e Familiar, e Professor Associado de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentaies da Universidade de Virginia. O seu principal interesse de investigador são as crianças que dizem recordar-se de vidas anteriores, e as lembranças pré-natais e do nascimento. É autor de Life Before Life: A Scientific Investigation of Children’s Memories of Previous Lives (que foi traduzido ao português como Vida Antes da Vida), que apresenta uma visão de mais de 40 anos de investigação sobre a reencarnação no Setor de Estudos da Percepção da Universidade de Virginia.

O Espiritismo na sua expressão mais simples, de Allan Kardec

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Sem caridade não há salvação;
Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei; Fé inquebrantável, só aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.

Exposição sumária do ensino dos Espíritos e da natureza das suas manifestações

Tradução a partir de um texto original francês ao gosto pessoal de leitura do autor deste blogue e conforme a língua portuguesa de Portugal

“O Espiritismo na sua Expressão mais simples”

 Este é um começo ideal no estudo dos textos base mais importantes e legítimos do espiritismo. O livrinho que Allan Kardec escreveu em 1862, ainda não estava completa a série de obras da codificação, poderá constituir – conforme aqui se procura demonstrar – um precioso auxiliar na divulgação rápida do Espiritismo.
Chamou-se em francês “Le Spiritisme à sa plus Simple Expression”.

Por ser um texto muito rico, recheado de ideias fundamentais e momentos fortes, tomei a iniciativa de criar um encadeado de sub-títulos que servirão para individualizar esses momentos, criando um ritmo de leitura propício à reflexão.
Com a boa-vontade com que foram colocados, tenho a ideia que o professor Hipólito Leão não iria zangar-se…
José da Costa Brites

RESUMO HISTÓRICO DO ESPIRITISMO

O início das comunicações organizadas com os espíritos

Por volta de 1848, começou a prestar-se atenção nos Estados Unidos da América a certos fenómenos estranhos, ruídos, pancadas e movimento de objectos sem causa conhecida.
Esses fenómenos sucediam com frequência de modo espontâneo, com uma intensidade e uma persistência singulares; notou-se também que se produziam especialmente sob influência de certas pessoas designadas como “médiuns”, que podiam provocá-los à sua vontade, ou seja, podiam repetir as experiências.
Foram usadas para isso mesas; não por serem objectos mais práticos do que outros, mas unicamente porque é o móvel mais cómodo para alguém se sentar à sua volta.
Obteve-se, dessa maneira, a rotação das mesas, depois movimentos em todos os sentidos, sobressaltos, quedas, levantamentos, pancadas com violência, etc.

Foi o fenómeno designado a princípio, como das “mesas girantes” ou “dança das mesas”

Até aí o fenómeno podia perfeitamente explicar-se por razões electromagnéticas, ou por acção energética desconhecida, e essa foi mesmo a opinião que se formou.
Não tardou porém a reconhecer-se nesses fenómenos a categoria de efeitos inteligentes.
Isso porque o movimento obedecia ao que era solicitado; a mesa movia-se para a direita ou para a esquerda em direcção à pessoa designada e, uma das pernas da mesa levantava-se podendo dar o número certo de pancadas no chão, a compasso, etc., tudo conforme fosse pedido.

As mesas falavam porque eram controladas por seres inteligentes

Desde então tornou-se evidente que a causa não era puramente física e, de acordo o axioma de que:  “Se todo o efeito tem uma causa, todo o efeito inteligente deve ter uma causa inteligente”.
A conclusão que se tirou foi de que o fenómeno deveria ser provocado por uma vontade inteligente.
Qual era a natureza dessa inteligência?
O primeiro pensamento foi que isso poderia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência logo demonstrou ser impossível; os resultados obtidos eram completamente alheios ao pensamento e aos conhecimentos das pessoas presentes, e mesmo contrários às suas ideias, à sua vontade e ao seu desejo.

A origem da ação inteligente só podia pertencer a um ser invisível.

O meio para averiguar isso era muito simples: Era necessário entrar em conversação com o ser que provocava os efeitos observados, o que se fez por meio de pancadas da perna da mesa.
De acordo com o número combinado, as pancadas significariam um SIM ou um NÃO a certas perguntas, ou ajudariam a designar certas letras do alfabeto para com elas formar palavras. Inventou-se assim uma forma de fazer perguntas e de obter respostas do ser que provocava os fenómenos.

Os seres inteligentes eram os espíritos e a sua mensagem era coerente

A partir desse momento as mesas deixaram de ser “dançantes” ou “girantes” e passaram a chamar-se MESAS FALANTES porque comunicavam deliberadamente mensagens.
Os seres que comunicavam tais mensagens, interrogados sobre a sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencerem a um mundo invisível.
Tendo-se repetido os mesmos efeitos em grande número de localidades, por intermédio de pessoas diferentes e testemunhados por pessoas sérias e esclarecidas, tornou-se impossível aceitar que todos fossem vítimas de ilusão.

Dos Estados Unidos para vários países na Europa

Da América o fenómeno passou para a França e para o resto da Europa onde, durante alguns anos, as mesas girantes e falantes estiveram em moda nos salões onde se buscava entretenimento. Deixando de ser novidade, foram postas de lado em benefício de novas distrações.
O fenómeno não tardou a assumir um novo aspeto, deixando de ser uma mera curiosidade. Dado que a brevidade deste resumo não nos permite descrever todas as fases desse processo, passamos a descrever quais os aspetos que passaram a atrair, sobretudo, a atenção dos mais sérios interessados.
Digamos à partida e de passagem que a realidade do fenómeno encontrou numerosos contradictores; Alguns, sem levarem em conta o desprendimento material e a honradez dos experimentadores, apenas viram neles malabarismo hábil e passes de ilusionismo.
Aqueles que nada admitem para além da matéria, que só acreditam no mundo visível, que pensam que tudo morre com o corpo, os materialistas, numa palavra: aqueles que, por se sentirem “espíritos fortes”, imunes a patranhas, rejeitam a existência dos espíritos invisíveis que arrumam na classe de fábulas absurdas; classificaram de loucos aqueles que levavam essas experiências a sério e tentaram acabrunhá-los com sarcasmos e troça.
Outros, não podendo negar os fatos, e sob o império de uma certa ordem de ideias, atribuíram esses fenómenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, por esse meio, atemorizar os tímidos.
Actualmente o medo do diabo perdeu o estatuto que possuía; tanto dele se falou, foi pintado de tão variadas formas que se trivializou, tendo muita gente ficado com a ideia que talvez não fosse pior ideia acabar por conhecê-lo para ver como de facto é.
O resultado disso é que, à parte um pequeno grupo de mulheres receosas, o anúncio de chegada do verdadeiro diabo não deixava de causar sensação junto dos que apenas o tinham visto pintado na tela ou às piruetas no palco.
Tornou-se por isso um atractivo que pregou uma partida aos que quiseram servir-se dele para colocar uma barreira frente a novas ideias, tendo acabado de desempenhar – contra vontade – o papel de eficazes denunciadores dos disparates de que foram inventores.
Os outros críticos não tiveram maior sucesso, porque perante os fatos concretos e os raciocínios categóricos, só puderam opor desmentidos.
Lede o que publicaram e por toda parte encontrareis a prova da ignorância e da falta de observação séria dos fatos, jamais tendo conseguido demonstrar a sua impossibilidade.
Tudo o que afirmaram se resumia a dizer que “não acredito, por isso, nada existe”; “todos os que acreditam são parvos”; “só nós é que temos o privilégio da razão e do bom-senso”.
O número dos adeptos produzidos pela crítica séria ou brincalhona é incalculável, porque por todo o lado só se encontram opiniões pessoais vazias de provas de impossibilidade. Prossigamos, pois, com a nossa apresentação.

A evolução das técnicas de comunicação com os espíritos

As comunicações por pancadas eram lentas e incompletas; Verificou-se que adaptando-se um lápis a um objecto móvel: cesta, prancheta ou outro qualquer que se segurasse com os dedos, esse objecto punha-se em movimento e desenhava letras.
Mais tarde concluiu-se também que tais utensílios eram dispensáveis, demonstrando a prática que o o espírito podia actuar directamente por intermédio dos membros do médium, que escrevia a mensagem pela sua própria mão. Isso deu origem aos médiuns de escrita, isto é, pessoas que escrevem involuntariamente sob a influência dos espíritos de quem se tornam instrumentos ou intérpretes.

Finalmente: falar em direto com os espíritos

A partir daí as comunicações tornaram-se mais fáceis e a troca de pensamentos pôde começar a fazer-se como entre pessoas vivas, com rapidez e fluência. Foi um vasto campo que se abriu à exploração e descoberta de um mundo novo: o mundo dos invisíveis, da mesma forma que o microscópio tinha revelado o mundo das coisas ínfimas.
O que são esses espíritos? que papel desempenham no universo? Com que propósito comunicam com os mortais? Eram essas as primeiras perguntas que era necessário esclarecer. Em breve se soube, por eles mesmo, que não eram seres à parte na criação, mas sim as próprias almas dos que tinham vivido sobre a terra ou noutros mundos; almas que, libertas do seu veículo, ou envoltório corporal , povoavam e percorriam ainda o espaço.

Os espíritos dão provas porque são pessoas conhecidas ou de família

Deixou de poder duvidar-se da proximidade dos espíritos quando, dentre as várias entidades contactadas, foi possível reconhecer amigos e familiares; Quando estes mesmo vieram dar provas de existirem, demonstrando:

− que neles apenas haviam falecido os corpos;
− que os espíritos continuavam vivos, que estavam ali junto de nós, observando-nos e vendo-nos como quando viviam ainda materialmente, rodeando de atenções os seus entes queridos cuja recordação continuava a ser para eles a mais doce satisfação.

A constituição científica de todos os seres humanos como nós

Tem-se geralmente dos espíritos uma ideia completamente falsa. Não são, como é vulgar imaginá-los, seres abstractos, vagos e indefinidos, nada que se pareça com uma mancha luminosa ou uma centelha. Pelo contrário são seres bem reais, individualizados e com formas definidas. Pode-se ter uma ideia aproximada a seu respeito da seguinte maneira:

As pessoas enquanto materialmente vivas são constituídas por três elementos essenciais:

1º − a alma ou espírito, princípio inteligente no qual reside o pensamento, a vontade e o sentido moral;
2º − O corpo, parcela, ou invólucro material, pesado e comparativamente mais denso, que serve para que o espírito se relacione dom o mundo exterior;
3º − o perispírito, parcela ou sistema energético, muito leve, que serve de elemento de ligação e intermediário entre o espírito e o corpo.

A morte não existe

Quando a parcela ou invólucro material, o corpo, se gasta e deixa de funcionar, o espírito desembaraça-se dele como fruto da casca ou como quem despe um fato já usado.
A morte é só a destruição desse elemento mais denso se comparado com o espírito e que lhe serve de veículo durante a vida terrena.
Durante toda essa vida o espírito está constrangido às limitações da matéria à qual é transitoriamente associado e que condiciona parte significativa das suas faculdades.
A morte do corpo liberta-o desse constrangimento, do qual se vê livre recuperando a liberdade natural que lhe é própria, tal borboleta que se desprende da crisálida.
Mas só se liberta do corpo material, mantendo a seu serviço e levando consigo para o mundo espiritual o já falado perispírito, que passa a ser o seu corpo etéreo e vaporoso, cuja imponderabilidade conserva o aspecto humano, sua forma-tipo.

As propriedades do perispírito

No seu estado normal o perispírito é invisível para nós, podendo o espírito imprimir-lhe modificações que o tornam momentaneamente acessível à vista e ao tacto, como se passa com o vapor condensado. É sob essa forma que pode revelar-se-nos em aparições.
Com a ajuda do perispírito, o espírito pode actuar sobre a matéria, produzindo ruídos, movimentando objectos e provocando actos de escrita.

As manifestações dos espíritos

Certos ruídos e movimentação de objectos são meios de que os espíritos se servem para dar provas da sua presença e chamarem a atenção, da mesma forma que fazemos para revelar a nossa presença. Em certos casos não se limitam a ruídos moderados, indo ao ponto de simular grande barulheira de louça partindo-se, portas abrindo e fechando-se, ou móveis que caiem ao chão.
Pelas pancadas e movimentos combinados puderam começar a revelar os seus pensamentos, oferecendo-lhes a escrita um processo mais rápido e cómodo. Foi esse o que preferiram. Do mesmo modo que puderam traçar letras passaram a guiar as mãos executando desenhos, compondo música, e tangendo instrumentos musicais. Numa palavra, não dispondo já de corpo activo, serviram-se do corpo dos médiuns para se manifestar aos homens de forma perceptível.
Há ainda outras formas pelas quais se podem manifestar os espíritos, entre outras pela vista e pela audição. Certas pessoas, chamados médiuns auditivos têm a faculdade de ouvir, e podem por isso conversar com eles.

Os médiuns videntes

Outras pessoas podem ver os espíritos, são os médiuns videntes. Os espíritos que se manifestam dessa forma apresentam-se geralmente de forma análoga àquela que tinham em vida, embora vaporosa.
Certas vezes, porém, esse aspecto reproduz exactamente um ser vivo, ao ponto de provocar a ilusão completa das pessoas em carne e osso com as quais foi possível conversar e apertar a mão, sem reparar que se tratava de espíritos, senão no momento da sua desaparição súbita.
A visão permanente e geral dos espíritos é raríssima, mas as aparições individuais frequentes, sobretudo no momento da morte.  Os espíritos que se libertam da vida material parece terem urgência de ver os seus familiares e amigos, como para avisá-los de que deixaram a terra e que continuam vivos.
(NT.: ter em atenção o fenómeno das “visões no leito de morte” estudado e recenseado por especialistas de diversas áreas, mesmo sem ser espíritas).
Se as pessoas em geral fizerem um inventário de recordações ver-se-á ao certo qual o número de factos deste género a que não se deu atenção e que sucederam não apenas de noite, durante o sono, mas em pleno dia no estado mais completo de vigília. Outrora entendiam-se tais fenómenos como sobrenaturais e maravilhosos, e atribuíam-se à magia ou à feitiçaria. Os incrédulos levam-nos à conta de imaginários, mas, desde a altura que a ciência espírita esclareceu as suas causas, sabemos como se produzem e que são acontecimentos da ordem dos fenómenos naturais.

Os espíritos nem são todos bons nem são todos sábios

Acreditou-se além disso que os espíritos, pela simples razão de o serem, dominariam toda a ciência e toda a sabedoria. É um erro que a experiência não tardou a revelar. Dentre as comunicações dos espíritos há as que têm uma sublime profundidade, eloquência, sabedoria, moral e que só respiram bondade e benevolência. Paralelamente há as que mostram vulgaridade, ligeireza, trivialidade e mesmo grosseria, revelando que o espírito comunicante revela instintos os mais perversos. É evidente que esta diversidade de comunicações não deriva das mesmas fontes e que tanto existem espíritos bons como espíritos maus.
Os espíritos, que não passam de almas humanas, não podem tornar-se perfeitos no momento em que deixam o corpo físico. Até que se não dê a sua evolução, conservam todas as imperfeições da vida corporal. É por esse motivo que existem espíritos de todos os graus de bondade e de maldade, de sabedoria e de ignorância.

Quem fundou o espiritismo foram os espíritos, que são almas dos homens

Os espíritos comunicam com as pessoas deste mundo com prazer, sendo para eles uma satisfação ver que não foram esquecidos. Descrevem com boa vontade as suas impressões a respeito da partida para o mundo espiritual e da sua nova situação, a natureza das suas alegrias e dos seus sofrimentos no mundo em que se encontram,
Uns são muito felizes, outros infelizes, alguns passam mesmo por tormentos horríveis, segundo a maneira como viveram e de acordo com o bom ou mau emprego, útil ou inútil, que fizeram da sua vida. Observando-os em todas as fases da sua nova existência, de acordo com as posições que ocuparam na terra, o género de morte pelo que passaram, os seus caracteres e hábitos enquanto homens chega-se a um conhecimento, senão completo, pelo menos bastante exato do mundo espiritual, o que nos permite avaliar as nossas futuras condições e pressentir que sorte nos espera, feliz ou infeliz.
As instruções dadas por espíritos de ordem elevada a respeito dos assuntos que interessam à humanidade, as respostas que deram às perguntas que lhe foram apresentadas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado, constituem toda a ciência, toda a doutrina moral e filosófica que tem o nome de Espiritismo.

O Espiritismo É, POIS, a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensinamento dos espíritos.
Essa doutrina encontra-se exposta de maneira completa em:
− “O Livro dos Espíritos” nos seus aspectos filosóficos;
− “O Livro dos Médiuns” nos aspectos da sua prática experimental;
− “O Evangelho segundo o Espiritismo” nos seus aspectos morais;

Nota do tradutor: ao tempo da publicação desta pequena obra – em 1862 – não estavam ainda publicados os restantes livros da codificação espírita, a saber: “O Céu e o Inferno” e “A Génese”.)
Podemos ajuizar, pela análise que fornecemos conjuntamente dessas obras da variedade, da extensão e da importância das matérias que a doutrina referida abarca.
Tal como foi dito acima o Espiritismo teve o seu início no fenómeno vulgar das mesas girantes, que falava mais aos olhos que à inteligência e estimulava mais a curiosidade que o sentimento.
Uma vez esgotada a novidade, no caso de nada se ter compreendido, o interesse morria.
Esse panorama mudou por completo quando foram tiradas as devidas conclusões a respeito dos factos e se atingiram as causas respetivas.
Sobretudo quando se concluiu que essas “mesas girantes”, que tinham servido serões de divertimento, tinham a capacidade de produzir uma doutrina moral dirigida às almas;
− dissipando a dúvida angustiante da origem e do futuro das nossas vidas;
− e preenchendo o enorme vazio provocado pela falta de esclarecimento sobre o destino da humanidade;
as pessoas sérias receberam de braços abertos o benefício dessa nova doutrina que, desde logo, longe de declinar, se viu progredir na sociedade com incrível rapidez.

(…)

O Espiritismo, contudo, não é uma descoberta moderna. Os factos e os princípios sobre os quais se apoia perdem-se na noite dos tempos, encontrando-se os seus vestígios nas crenças de todos os povos, em todas as religiões e na maior parte dos escritores dos textos sagrados e profanos. Somente os factos, incompletamente observados foram frequentemente interpretados de acordo com as superstições da ignorância, e deles não se tinham retirado as respetivas conclusões.
Com efeito o Espiritismo fundou-se na existência dos espíritos, que eram exatamente as almas dos homens.
Desde que há homens, há espíritos; o Espiritismo nem os descobriu nem os inventou.
Se as almas, ou espíritos podem manifestar-se aos vivos é porque isso está na própria natureza e é por isso que tais manifestações se verificaram desde sempre.
Por esse facto, são de todos os tempos e de todos os lugares as provas de tais manifestações, especialmente abundantes sobretudo nos textos bíblicos.

O Espiritismo: a verdade comprovada pelos fatos

O que é moderno é a explicação lógica dos factos, o conhecimento mais completo da natureza dos espíritos, do seu papel e das suas formas de agir, da revelação do nosso estado futuro, enfim, da constituição de um corpo científico e doutrinário e suas aplicações.
Os antigos conheciam os princípios e os modernos conhecem os detalhes.
Na antiguidade o estudo destes fenómenos era privilégio de certas castas que só os revelavam aos iniciados em tais mistérios. Na Idade Média aqueles que se dedicavam ostensivamente a tais estudos eram olhados como feiticeiros e eram queimados nas fogueiras.
Hoje não há mistérios para ninguém, já não se mandam pessoas para as fogueiras. Tudo se passa às claras e todos têm o direito de aprender e de fazer experiências, porque os médiuns abundam.
A própria doutrina que é hoje ensinada pelos espíritos nada tem de novo. Encontra-se fragmentada pela maior parte dos filósofos da Índia, do Egito e da Grécia, e por inteiro nos ensinamentos do Cristo.

Os efeitos do Espiritismo

A que vem agora o Espiritismo?
Vem confirmar novos testemunhos, demonstrados pelos factos verdades desconhecidas ou mal compreendidas e colocar no seu devido lugar ideias que têm sido mal interpretadas.
O Espiritismo não ensina nada de novo, é certo. Mas é muito importante provar de modo claro e inegável a existência da alma, a sobrevivência e a conservação da individualidade depois da morte, a imortalidade, as penas e recompensas futuras!…
Imensa gente acredita nessas coisas, mas com uma vaga reserva de incertidão, dizendo de si para consigo: “Se calhar, as coisas não são bem assim!” Muitos terão sido levados à incredulidade por lhes ter sido apresentado o futuro de maneira que não podiam conceber racionalmente.
Para o crente duvidoso é fundamental poder dizer para si próprio de uma vez por todas: “Agora, tenho a certeza!” Tanto como para o cego é fundamental poder ver claramente de novo.

Pelos factos e pela sua lógica o Espiritismo vem

− dissipar a ansiedade da dúvida e trazer à fé aqueles que dela se tinham afastado;
− revelando-nos a existência do mundo invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos sem disso fazer a mínima ideia, dá-nos a conhecer, pelo exemplo daqueles que deixaram de viver, as condições que nos cabem da felicidade ou da infelicidade que nos espera.
− Explica-nos a causa dos nossos sofrimentos na vida terrena e os meios que de que dispomos para aliviá-los.

A propagação do Espiritismo terá como consequência inevitável a destruição das doutrinas materialistas que não podem resistir à evidência dos fatos.
O homem, convencido da grandeza e da importância da sua existência futura, que é eterna, compara-a à incertidão da vida terrestre, que é tão curta, e eleva-se pelo pensamento acima das questiúnculas humanas.
Conhecendo a causa e o propósito das suas misérias, suporta-as com paciência e resignação, porque sabe que são um meio para alcançar um estado de melhor evolução.
O exemplo daqueles que vêm de além-túmulo descrever o seu júbilo e as suas dores, como provas da vida futura, prova de igual modo que nenhum vício fica impune e nenhuma virtude fica sem recompensa.
Acrescentemos enfim que as comunicações com os entes queridos que nos deixaram são causa da doce consolação de que eles existem, e que mais próximos deles nos encontramos que se – estando vivos – tivessem ido morar para qualquer país estrangeiro.

Em resumo o Espiritismo abranda a a amargura dos desgostos da vida,

− acalma os desesperos e as agitações da alma,
− dissipa as incertezas e os receios do futuro,
− desencoraja o intuito de encurtar a vida pelo suicídio; por isso mesmo torna felizes aqueles que à vida e ao futuro se entregam; e é esse o grande segredo da sua rápida propagação.

Sob o ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões : Deus, a alma, a imortalidade, as penas e recompensas futuras, mas é independente de qualquer espécie de culto.
A sua finalidade é a de provar àqueles que negam ou que duvidam que a alma existe, não só que ela existe como sobrevive ao corpo; que, após a morte, sofre as consequências do bem e do mal que tenha feito durante a vida corporal. Isso, é de todas as religiões.
O Espiritismo, como crença nos espíritos é igualmente de todas as religiões e de todos os povos, porque onde há homens há almas e espíritos e de todos os tempos são as manifestações cujos relatos em todas se podem encontrar sem exceção.
Pode ser-se católico, grego ou romano, protestante judeu ou muçulmano, e acreditar-se nas manifestações dos espíritos e, por conseguinte, ser-se espírita; a prova é que o Espiritismo tem aderentes de todas essas correntes religiosas.
Como moral é essencialmente Cristão, porque a moral que ensina é justamente o desenvolvimento e a aplicação da moral de Jesus, a mais pura de todas e cuja superioridade não é contestada por ninguém, o que faz dela a lei de Deus. A moral está ao serviço de todos os homens.

O Espiritismo não é uma religião

O Espiritismo, sendo independente das formas de culto, não prescreve nenhum; não se ocupando de dogmas, não é religião, dado que nem tem padres nem templos. Aos que lhe perguntam se fazem bem em seguir esta ou aquela prática, responde: “Se acreditais que a vossa consciência nisso vos empenha, fazei-o”: Deus leva sempre em conta as intenções.
Numa palavra, o Espiritismo não se impõe a ninguém nem se dirige aos que têm fé, e aos que com a fé se satisfazem, mas à categoria numerosa dos inseguros e dos incrédulos; não os tira da Igreja da qual se separaram moralmente no todo ou em parte; obriga-os a fazer três quartas partes do caminho para nela entrar – cabendo-lhe a ela fazer a parte restante da tarefa.
É certo que o Espiritismo combate algumas ideias como a das penas eternas, a do fogo do inferno e da figura do diabo, etc. Algumas destas crenças impostas como indiscutíveis produziram incrédulos ao longo dos séculos, tal como ainda hoje o fazem.
O Espiritismo, dando destes dogmas e de alguns outros uma explicação racional, devolve desse modo a fé aos que a haviam abandonado, prestando à religião um serviço de valor. A esse respeito afirmava um venerando membro do clero: “O Espiritismo faz com que se acredite em algo. E é melhor isso do que não acreditar em nada”.
Sendo os espíritos propriamente almas, não podemos negar uns sem negar as outras.
Admitindo-se a existência das almas e dos espíritos na sua expressão mais simples, a questão que se coloca é esta: as almas daqueles que já morreram podem comunicar com os que ainda estão vivos na carne?
O Espiritismo dá a essa pergunta uma resposta afirmativa baseado em factos materiais. Que provas podem dar-se de que tal não é possível?
Se tais comunicação são um facto, nem todas as negações do mundo podem pô-las em dúvida. Essas comunicaçóes não são um sistema ou uma teoria. São uma lei da natureza, contra a qual a vontade do homem nada pode. De boa ou de má vontade é preciso aceitar as suas consequências, acomodando a ela crenças e hábitos.

RESUMO DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

Deus

  1. Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
    Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom. Deve ser infinito em todas as suas perfeições, porque supondo-se um único de seus atributos imperfeito, já não seria Deus.
  2. Deus criou a matéria que constitui os mundos; criou também seres inteligentes, que chamamos Espíritos, encarregados de administrarem os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, os quais podem ser aperfeiçoados na sua própria natureza, aproximando-se por isso da divindade.

O espírito

  1. O espírito propriamente dito é o princípio inteligente. A sua natureza íntima é-nos desconhecida; para nós é imaterial porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
  2. Os Espíritos são seres individuais; têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, complexíssimo sistema energéticoflui com configuração semelhante à da forma humana. Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do relâmpago e constituem o mundo invisível.
  3. A origem e o modo de criação dos Espíritos são desconhecidos; sabemos apenas que foram criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal mas com igual aptidão para tudo porque Deus, em sua justiça, não poderia isentar uns do trabalho que tivesse imposto a outros para chegarem à perfeição. Ao princípio estão numa espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência.
  4. Tendo-se desenvolvido o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as ideias, disse-lhes Deus: “Podeis todos aspirar à felicidade suprema quando houverdes adquirido os conhecimentos que vos faltam e cumprida a tarefa que vos imponho. Trabalhai, pois, para o vosso aperfeiçoamento. O objectivo é este:  atingi-lo-eis seguindo as leis que gravei na vossa consciência.”

O livre arbítrio e o Mal

Em consequência de seu livre arbítrio, uns tomam a estrada mais curta, que é o do bem, outros a mais longa, que é a do mal.

  1. Deus não criou o mal; estabeleceu leis e essas sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observaram e o mal resultou, para eles, da sua desobediência. Pode dizer-se, pois, que o bem é tudo o que está conforme com a lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.

A encarnação

  1. Para contribuir, como agentes do poder divino, para a edificação dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho que sua existência corpórea necessita, aperfeiçoam a sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna.
  2. A encarnação não foi imposta ao Espírito, de início, como punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e à realização das obras de Deus, e todos devem passar por ela, tomem o caminho do bem ou do mal; somente aqueles que seguem a rota do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a atingir o objetivo e alcançam-no em condições menos penosas.
  3. Os Espíritos encarnados constituem a Humanidade, que não é circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos disseminados no espaço.
  4. A alma do homem é um Espírito encarnado. Para ajudá-lo no cumprimento da sua tarefa, Deus deu-lhe como auxiliares, os animais que lhe são submissos e cuja inteligência e caráter são proporcionados às suas necessidades.

A evolução do espírito

  1. O aperfeiçoamento do Espírito é fruto do seu próprio trabalho; não podendo, numa só existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, faz isso por uma sucessão de existências, em cada uma das quais dá alguns passos em frente no caminho do progresso.
  2. Em cada existência corpórea, o Espírito deve dedicar-se a uma tarefa proporcional ao seu desenvolvimento; quanto mais rude e laboriosa for, mais mérito tem em cumpri-la. Cada existência, assim, é uma prova que o aproxima do objetivo. O número dessas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito encurtar o seu número, trabalhando ativamente pelo seu aperfeiçoamento moral; do mesmo modo que depende da vontade do obreiro que tem uma tarefa reduzir o número de dias que leva para cumpri-la.
  3. Quando uma existência foi mal empregada não terá proveito para o Espírito, que deve repeti-la em condições mais ou menos penosas, em função da sua negligência e da sua má vontade; assim é que, na vida, pode ser-se constrangido a fazer no dia seguinte, o que não se fez na véspera, ou a fazer de novo o que se fez mal.

Os espíritos são imortais − a vida normal é passageira

  1. A vida espiritual é a vida normal do Espírito: é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
  2. No intervalo de suas existências corpóreas, o Espírito é errante. A erraticidade não tem duração determinada; nesse estado, o Espírito é feliz ou infeliz, segundo o bom ou o mau emprego que fez de sua última existência; estuda as causas que apressaram ou retardaram o seu adiantamento; toma as resoluções que procurará pôr em prática na sua próxima encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que julga mais ajustadas para progredir: algumas vezes engana-se ou sucumbe, não assumindo como homem as resoluções que tomou como Espírito.
  3. O Espírito culpado é punido por sofrimentos morais no mundo dos Espíritos e por penas físicas na vida corpórea. As suas aflições são consequência das faltas cometidas, quer dizer, das infrações à lei de Deus; São por isso, ao mesmo tempo, uma expiação do passado e uma prova para o futuro; o orgulhoso pode vir a ter uma existência de humilhação, o tirano uma de servidão e o mau rico uma de miséria.

A pluralidade dos mundos habitados

  1. Há mundos apropriados para diferentes graus de adiantamento dos Espíritos e onde a existência corpórea se encontra em condições muito diferentes. Quanto mais atrasado é o Espírito, mais os corpos que reveste são pesados e espessos; à medida que se purifica, passa para mundos moral e fisicamente superiores. A Terra não é nem dos primeiros nem dos últimos, mas é do grupo dos mais atrasados.
  2. Os Espíritos culpados encarnam nos mundos menos avançados, onde expiam as suas faltas pelas atribulações da vida material. Esses mundos são para eles verdadeiros purgatórios, mas depende deles saírem dali, trabalhando pelo seu adiantamento moral. A Terra é um desses mundos.

Não existem as penas eternas – a evolução será completa e igual para todos

  1. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não condena suas criaturas a castigos perpétuos por faltas transitórias; oferece-lhes permanentemente meios de progredir e de reparar o mal que tenham podido fazer. Deus perdoa mas exige o arrependimento, a reparação e o regresso à prática do bem. A duração do castigo é proporcional à persistência do Espírito no mal; donde se conclui que o castigo seria eterno para aquele que permanecesse eternamente no mau caminho. Se a qualquer momento um clarão de arrependimento entrar no coração do culpado, Deus estende sobre ele a sua misericórdia. A eternidade das penas deve também ser entendida no sentido relativo e não no sentido absoluto.
  2. Os Espíritos, ao virem à carne, trazem com eles o que adquiriram nas suas existências anteriores; é a razão pela qual os homens mostram, instintivamente, aptidões especiais, inclinações boas ou más que parecem inatas.
    As más tendências naturais são os restos das imperfeições do Espírito das quais não está inteiramente despojado; são também os indícios das faltas que cometera anteriormente, que devem ser entendidas como o verdadeiro pecado original. E cada existência deve servir para os homens se irem lavando de algumas impurezas.

O esquecimento das vidas anteriores

  1. O esquecimento das existências anteriores é um benefício de Deus que, na sua bondade, quis poupar ao homem lembranças tantas vezes penosas. Em cada nova existência, ele é aquilo que fez anteriormente de si mesmo; um novo ponto de partida para aquele que conhece os seus defeitos atuais; sabe que esses defeitos são a consequência daqueles que tinha antes e que lhe dá a conhecer o mal que pode ter cometido cometer e isso lhe basta para trabalhar a fim de se corrigir. Se tinha outrora defeitos já vencidos, nada tem a se preocupar com isso; as imperfeições presentes são quanto lhe basta.
  2. Se a alma não viveu antes é porque é criada ao mesmo tempo que o corpo. Supondo isso não pode ter nenhuma relação com as almas que a precederam. Pergunta-se então como é que Deus, que é soberanamente justo e bom, pode tê-la feito responsável por culpas do pai do género humano, manchando-a com um pecado original que não cometeu?
    Dizendo, pelo contrário, que que ela carrega consigo ao nascer o germe das imperfeições de existências anteriores; que ela sofre na existência actual as consequências dos erros cometidos antes, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e aceitar, porque a alma só é responsável pelas suas próprias falhas.

A lógica da Criação confirma-se a si própria

  1. A diversidade das aptidões inatas, morais e intelectuais, é a prova que as almas já tiveram vidas anteriores. Se fossem criadas ao mesmo tempo que o corpo, seria contrário à bondade de Deus ter feito umas mais avançadas que as outras. Como explicar a existência dos selvagens e das pessoas civilizadas, dos bons e dos maus, dos parvos e das pessoas de espírito? Essas diferenças só se explicam dizendo que uns viveram mais do que outros e por isso mais evoluídos se encontram.
  2. Se a existência actual fosse única e determinasse o futuro da alma para todo o sempre, qual seria o destino das crianças que morrem na sua infância? Não tendo feito nem o bem nem o mal, não merecem nem recompensas nem punições. Segundo a palavra do Cristo, sendo cada um recompensado pelas suas obras, não têm direito à felicidade perfeita dos anjos, nem merecem ser privados dela. Digamos que poderão, noutra existência, realizar aquilo que não puderam fazer naquela que foi abreviada, e não há mais excepções.
  3. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos cretinos e dos idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm nenhuma responsabilidade pelos seus atos. Teria sido Deus justo e bom se criasse almas estúpidas para votá-las a uma existência miserável e sem frutos?
    Se admitirmos, pelo contrário, que o caso da alma de um cretino ou de um idiota se trata de um espírito em punição, vivendo aprisionado num corpo incapaz de pensar, já não haverá motivo nenhum para pensarmos que algo estará em desarmonia com a justiça de Deus.

O fim das existências corpóreas e ajuda para todos na evolução

  1. Na sucessão das encarnações, ficando o Espírito pouco a pouco liberto das suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao fim das suas existências corpóreas; pertence, então, à ordem dos Espíritos puros ou dos anjos e goza ao mesmo tempo, da vida completa de Deus e de uma felicidade sem mácula pela eternidade.
  2. Aos homens em expiação sobre a terra, Deus − como um bom pai − não os deixou entregues a si próprios, sem o amparo de um guia. Em primeiro lugar têm os seus espíritos protectores ou anjos guardiões, que velam por eles e se esforçam por conduzi-los ao bom caminho. Têm ainda os espíritos em missão sobre a terra, espíritos superiores que encarnam em certas alturas entre eles, para iluminarem o caminho pelos trabalhos que realizam e fazer avançar a humanidade. Embora Deus tenha gravado a sua lei na consciência dos homens, entendeu dever formulá-la de uma forma explícita; enviou-lhes primeiro Moisés, cujas leis foram apropriadas para os homens do seu tempo. Só lhes falava da vida terrestre, das penas e recompensas temporais. O Cristo veio de seguida completar a lei de Moisés com ensinamentos mais elevados. A pluralidade das existências, a vida espiritual, as penas e recompensas morais. Moisés conduziu os homens pelo temor, O Cristo conduziu-os pelo amor e pela caridade.
  3. O Espiritismo, melhor compreendido actualmente, associa para os incrédulos as provas à teoria; prova o futuro por meio de factos concretos, diz em termos claros e inequívocos aquilo que Jesus disse por parábolas; explica verdades mal conhecidas ou falsamente interpretadas; revela a existência do mundo visível, ou dos espíritos, e inicia os homens nos mistérios da vida futura; vem combater o materialismo que é uma revolta contra o poder de Deus; vem enfim instaurar entre os homens o reino da caridade anunciada pelo Cristo. Moisés lavrou, o Cristo semeou e o Espiritismo vem fazer a colheita.
  4. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz resplandecente, porque surgiu por toda a terra por intermédio das palavras daqueles que já viveram. Tornando claro o que era obscuro, elimina as falsas interpretações ligando os homens em torno de uma mesma crença, porque só existe um Deus, sendo as leis as mesmas para todos os homens; demarca enfim a era dos tempos previamente anunciados pelo Cristo e pelos profetas.
  5. Os males que afligem os homens sobre a terra têm por origem o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo convívio com os seus vícios os homens tornam-se reciprocamente infelizes e agridem-se uns aos outros. A caridade e a humildade devem substituir o egoísmo e o orgulho, deixando de se causar dano. Respeitarão os direitos de cada um e farão reinar entre si a concórdia e a justiça.
  6. Como destruir o egoísmo e o orgulho que parecem ser inatos no coração do homem? O orgulho e o egoísmo estão no coração do homem, porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal e foram exilados na terra para punição dos seus vícios; aí reside ainda o seu pecado original do qual muitos ainda não se libertaram. Pelo Espiritismo Deus vem efectuar um último apelo à pratica da lei ensinada pelo Cristo, a lei do amor e da caridade.
  7. Tendo a Terra chegado ao momento marcado para se tornar estância de felicidade e de paz, Deus não quer que os espíritos encarnados continuer a trazer distúrbios em prejuízo dos que são bons. É por isso que devem desaparecer. Irão expiar o seu endurecimento em mundos menos avançados onde continuarão a trabalhar para a sua evolução numa série de existências ainda mais infelizes e penosas que na Terra.
    Formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida cuja tarefa será de fazer progredir os seres atrasados que ali habitam, com o auxílio dos conhecimentos adquiridos. Só sairão para mundos melhores quando tenham o devido mérito, e assim por diante até terem atingido a purificação completa. Se a Terra fora para eles um purgatório, esses mundos serão o seu inferno, um inferno, contudo, de onde a esperança nunca estará ausente.
  8. Considerando que a geração proscrita vai desaparecer rapidamente, uma nova geração aparecerá, cujas crenças estarão fundadas no Espiritismo cristão. Assistimos à transição que se opera, prelúdio da renovação moral cuja chegada é marcada pelo Espiritismo.

NORMAS DERIVADAS DO ENSINAMENTO DOS ESPÍRITOS

  1. O objectivo essencial do Espiritismo é o aperfeiçoamento dos homens. Essencialmente nos domínios do progresso moral e intelectual.
  2. O verdadeiro espírita não é aquele que acredita nas manifestações, e sim o que tira proveito dos ensinamentos dos espíritos. De nada serve a crença se não servir ao homem para avançar no caminho do progresso e se não o tornar melhor para o seu próximo.
  3. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme e a maledicência são para a alma as ervas daninhas que é preciso todos os dias ir desbastando, e que têm por antídoto: a caridade e a humildade.
  4. A crença no Espiritismo só é proveitosa para aqueles de quem possa dizer-se: Vale mais hoje do que valia ontem.
  5. A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa da sua fé no mundo espiritual; é a dúvida a respeito do futuro que o leva a procurar as alegrias deste mundo, satisfazendo as suas paixões, nem que seja à custa do próximo.
  6. As aflições sobre a terra são os remédios da alma; tratam-na para o futuro como uma operação cirúrgica salva a vida de um doente. É a razão pela qual o Cristo disse: “bem aventurados os aflitos, porque serão consolados.
  7. Nas vossas aflições, olhai abaixo de vós e não acima; pensai naqueles que sofrem ainda mais que vós.
  8. O desespero é natural naquele que acredita que tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso naquele que tem fé no futuro.
  9. O homem é, frequentemente, o artífice de sua própria infelicidade neste mundo; Pense na fonte dos seus infortúnios e verá que na sua maior parte são resultado da sua imprevidência , do seu orgulho e da sua avidez e, por conseguinte das suas infracções às leis de Deus.
  10. A prece á um acto de adoração. Orar a Deus é pensar n’Ele, é aproximar-se d’Ele e colocar-se em comunicação com Ele.
  11. Aquele que ora com fervor e confiança fica mais forte contra as tentações do mal e Deus envia bons espíritos para ajudá-lo. É um pedido de ajuda que nunca é recusado quando é feito com sinceridade.
  12. O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas julgam que todo o mérito está no tamanho da prece, enquanto que ignoram os seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um passatempo, mas não um estudo de si mesmas.
  13. Aquele que pede a Deus perdão das suas faltas, só o obtêm mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, porque os atos valem mais do que as palavras.
  14. A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; ela é, por outro lado, pedida por todos os Espíritos imperfeitos como um meio de aliviar seus sofrimentos.
  15. A prece não pode mudar os decretos da Providência; mas, vendo que alguém se interessa por eles, os Espíritos sofredores sentem-se menos abandonados; são menos infelizes; a sua coragem é reforçada, aumenta o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação das faltas, e pode desviá-los dos maus pensamentos. É nesse sentido que ela pode não somente aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.
  16. Orai, cada um, segundo suas convicções e da maneira que acredita a mais conveniente, porque a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e pureza de intenção são essenciais; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao ruído de um moinho e de onde o coração está ausente.
  17. Deus fez homens fortes e poderosos para serem o sustentáculo dos fracos; o forte que oprime o fraco é maldito de Deus; frequentemente, recebe castigo disso ainda nesta vida, sem prejuízo de possíveis penas futuras.
  18. A fortuna é como um depósito em dinheiro de que o titular não tem mais do que o usufruto temporário. Não o levará para o túmulo e com toda a certeza terá de prestar contas rigorosas do uso que fez com ele.
  19. A fortuna é uma prova mais arriscada do que a miséria porque é uma tentação para cometer abusos e excessos. As pessoas de fortuna têm muito mais dificuldade em ser moderado do que em ser resignado.
  20. O ambicioso que triunfa e o rico que se deleita com prazeres materiais são mais de lastimar do que de invejar, porque é necessário olhar às consequências. O Espiritismo, pelos exemplos terríveis daqueles que viveram e que nos vêm falar da sua sorte, revela a verdade destas palavras do Cristo: “Aqueles que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado”.
  21. A caridade é a lei suprema de Cristo: “Amai-vos uns aos outros como irmãos, amai o vosso próximo como a vós mesmos, perdoai aos vossos inimigos; não façais aos outros o que não quereis que vos façam”, tudo isso se resume numa palavra: caridade.
  22. A caridade não está somente na esmola, porque há caridade em pensamentos, em palavras e em atos. Aquele é caridoso em pensamentos porque é indulgente com as faltas do seu próximo; caridoso em palavras porque nada diz que possa agravar o seu próximo; caridoso em atitudes porque ajuda o próximo na medida das suas possibilidades.
  23. O pobre que reparte o seu pedaço de pão com alguém ainda mais pobre do que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus do que aquele que dá do que lhe é supérfluo sem de nada se privar.
  24. Quem quer que alimenta contra o seu próximo sentimentos de animosidade, ódio, ciúme e rancor não é caridoso, mente se se diz cristão e ofende a Deus.
  25. Homens de todas as castas, de todas as ideologias e de todas as cores, todos vós sois irmãos, porque Deus a todos chama para si; estendei a mão a toda e qualquer pessoa, qualquer que seja a vossa forma de culto ou a vossa maneira de adorar a Deus e não lanceis maldições sobre ninguém, porque a maldição é a violação da lei da caridade proclamada pelo Cristo.

SEM CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO

  1. Com base no egoísmo os homens estão em luta perpétua, com base na caridade viverão em paz.
    Apenas a caridade, como base das instituições, pode garantir a felicidade aos homens neste mundo; de acordo com as palavras do Cristo apenas a caridade pode garantir a felicidade futura, porque encerra em si mesma todas as virtudes que podem conduzir à perfeição.
    Com a verdadeira caridade tal como a ensinou e praticou o Cristo, deixará de haver egoísmo, orgulho, ódio, ciúme e maledicência, além de deixar de haver apego desordenado aos bens materiais deste mundo. É essa a razão pela qual para o Espiritismo cristão tem por lema o seguinte princípio: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

Os incrédulos podem rir dos espíritos e fazer troça daqueles que acreditam nas suas manifestações; Riam se se atrevem do princípio que ele acaba de ensinar e que é a vossa própria salvaguarda, porque se a caridade desaparecesse da face da Terra os homens matavam-se uns aos outros e vós seríeis talvez as primeiras vítimas.
Não está longe o tempo em que esta regra, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia protetora e um título de confiança em todos aqueles que a trouxerem gravada no seu coração.
Um Espírito disse: “Troçaram das mesas girantes; não se troçará jamais da filosofia e da moral que delas derivaram”.
Já estamos longe desses primeiros fenómenos que serviram de distração passageira do ócio e da curiosidade. Essa moral é antiquada, dizem alguns: “Os espíritos deveriam ter bastante mais espírito para nos dar realmente novidades”  foi dito por graça por mais de um crítico.
Se é antiquada, tanto melhor, isso prova que é de todos os tempos. Aos homens cabe a culpa de não a ter praticado, porque só as verdades eternas é que são autênticas.   Os Espíritos vêm chamar-vos, não por uma revelação isolada feita a um único homem, mas pela voz dos próprios Espíritos.
Esta, como trombeta final, vêm proclamar: “Podem acreditar  que aqueles que chamam mortos, estão mais vivos que vós, porque eles vêem o que não vedes e ouvem o que não ouvis.
Será fácil reconhecer naqueles que vos vêm falar, os vossos pais, os vossos amigos e todos aqueles que amastes na Terra e que acreditastes perdidos sem regresso.
Infelizes aqueles que julgam que tudo acaba com o corpo, porque serão cruelmente desenganados; infelizes aqueles que tiverem falta de caridade, porque sofrerão o que tiverem feito os outros sofrerem!
Escutem a voz daqueles que sofrem e que vêm dizer: “Nós sofremos por termos ignorado o poder de Deus e por ter duvidado da sua infinita misericórdia; sofremos pelo nosso orgulho, pelo nosso egoísmo, pela nossa avareza e por todas as más paixões que não soubemos  reprimir; sofremos por todo o mal que fizemos aos nossos semelhantes por termos esquecido a caridade”.
Incrédulos! Será para rir uma doutrina que ensina semelhantes coisas? Será boa ou má?

Encarando-a do ponto de vista da ordem social, dizei se os homens que a pratiquem seriam melhores ou piores, felizes ou infelizes!

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CARTA DE UM CATÓLICO SOBRE O ESPIRITISMO


CARTA DE UM CATÓLICO SOBRE O ESPIRITISMO
Pelo Doutor GRAND
Antigo Vice-Cônsul da França
Traduzido do original: Lettre d’un Catholique sur le Spiritisme.
Traduzido por Terezinha Colle

Curitiba – Pr 2018

A Doutrina Espírita precisa ser salva do Movimento Espírita

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O importante artigo que publicamos abaixo é de autoria de um importante intelectual e publicista brasileiro que encontrámos na alargada participação que mantemos na net (neste caso no facebook, sob o nome de José da Costa Brites).
Edson Figueiredo de Abreu, consegue alinhar um conjunto de ideias que, quanto à metodologia de intervenção e de trabalho, se aplicariam perfeitamente ao caso Português.
Por isso se justifica plenamente a sua publicação, para além de revelar a vasta experiência e a capacidade de análise que o artigo largamente nos oferece.
As nossas mais amistosas saudações aos espíritas brasileiros e a Edson Figueiredo de Abreu a maior consideração e os votos de continuada e profícua ação em benefício da grande cultura espírita; aquela que aplaina os caminhos que trilhamos com enorme entusiasmo e a maior convicção em direção ao brilhante futuro que a todos nos espera, no além das luzes, dos sentimentos universais e da presença envolvente do esplendor DIVINO.

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da autoria de EDSON FIGUEIREDO DE ABREU

A Doutrina Espírita é a clássica codificação – elaborada no extrafísico – pelos Espíritos Superiores e organizada – no plano físico – por Allan Kardec.
O Espiritismo, como também é conhecido, foi formulado por Allan Kardec, primeiramente observando os fenómenos e estudando suas causas e efeitos; depois, ponderando sobre os diversos ensinos recebidos, os organizou e colocou em ordem didática; por fim, comentando-os e difundindo-os através de 32 publicações ao longo de 12 anos de dedicado e extenuante trabalho.
É importante frisar que Kardec preocupava-se e primava pela “unidade e integridade da doutrina espírita”, como podemos constatar no seu seguinte comentário: 

“Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade e o único meio de evitá-la, senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão e clareza, que impossível se torne qualquer interpretação divergente”. (Allan Kardec em Obras Póstumas – cap. 84 – Projeto 1868)

Já o chamado Movimento Espírita, é o que os espíritas, aqueles adeptos do Espiritismo, realizam em nome dessa doutrina.
Neste sentido é preciso ter em mente que, depois de Allan Kardec, não existe alguém ou algo – seja médium, espírito ou organização – que possa falar em nome da Doutrina Espírita como seu representante oficial, apesar da soberba pretensão de alguns.
Por ser a doutrina do livre pensar, qualquer manifestação, escrita ou oral, emitida por dirigentes, médiuns ou federativas que não tenham como base a codificação, devem ser levadas em conta como interpretações adaptadas ou ainda opiniões conceituais sobre os princípios do Espiritismo.
E qual seria, então, a responsabilidade dos espíritas em relação a doutrina?
É preciso ter em mente que nem todo “médium” é espírita e nem todo “espírito” que se manifesta também o é. Não é preciso se aprofundar muito na análise de algumas mensagens que circulam no movimento espírita, para constatar, com relativa facilidade, que muitos médiuns e muitos espíritos não conhecem os princípios básicos da codificação.

Também é preciso ter em mente que a maioria dos espíritas chegam à doutrina trazendo uma série de conceitos, preconceitos, costumes, crenças e condicionamentos adquiridos nos usos e costumes e nas religiões tradicionais anteriormente professadas.

Em respeito ao trabalho dos Espíritos Superiores e ao próprio Allan Kardec, todo espírita sério precisa estudar, se conscientizar e estar bem-preparado para fazer a necessária análise de tudo e atuar corretamente no Movimento Espírita, questionando e aceitando o que for bom, como também recusando o que não for condizente ou ainda contraditório com a codificação elaborada por Kardec.
Infelizmente no Brasil, devido à falta de estudo da codificação, o chamado Movimento Espírita, que é recheado de médiuns e editoras com interesses comerciais, apresenta muitas falhas, deturpações, rituais e enxertos indevidos, tanto nas ideias e conceitos, como nas práticas espíritas.
Para espanto geral, actualmente o mercado editorial espírita conta com mais de 8.407 livros editados por aproximadamente 181 editoras e 1.691 médiuns diferentes. Destes, 3.183 livros foram ditados por 712 espíritos a 434 médiuns. Esses números se baseiam em pesquisa realizada por Ivan Rene Franzolim em 2017.

Assim sendo, a pergunta que não quer calar é:
Como manter, neste cenário, a unidade da codificação preconizada por Kardec e o CUEE? (Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos)?

Somente com o estudo sério da base doutrinária organizada por Allan Kardec, é possível adquirir a capacidade de raciocínio necessária para discernir entre o joio e o trigo, e aprender a separar o que de fato é doutrinário, das opiniões pessoais de médiuns e espíritos ou ainda organizações.
São poucas as editoras que mantém um corpo doutrinário para avaliar as obras psicografadas antes de lançá-las e, na realidade, muitas não o fazem, o que contribui para pôr a perder a base doutrinária calcada no raciocínio e bom senso, originando confusão e a implantação de crendices e superstições.
Este cenário também contribui para a criação de um ambiente em que se aceita de tudo, principalmente o servilismo cego e o religiosíssimo fátuo calcado em ideias de pecados e resgates, assim como também a anuência da existência do maravilhoso e sobrenatural, além de práticas, as mais estranhas.
A falta de estudo da base doutrinaria elaborada por Kardec contribui também para a ascensão de gurus e pseudossábios que, sem nenhum pudor, se colocam como baluartes do espiritismo, emitindo sua opinião para todo tipo de assunto, sem deixar claro que se trata de seu conceito particular, adquirido da sua interpretação da doutrina, e não do Espiritismo em si.
Mas isso não é de estranhar, pois já na época de Kardec, a Doutrina Espírita, assim que surgiu, causou admiração e satisfação para alguns, espanto e receio para outros e sentimentos de escarnio e ódio para muitos.
Foi severamente combatida e perseguida pelo poderio religioso – veja o auto de fé de Barcelona em 1861 -, o que fez com que alguns de seus profitentes tentassem modificá-la em alguns pontos e também enxertar novos conceitos, procurando adequá-la as ideias religiosas vigentes. (Vide os livros – Os Quatro Evangelhos de Jean Batista Roustaing).

Esta situação fez com que Kardec inquirisse os espíritos a respeito, através da seguinte questão: 
“As doutrinas erróneas, que certos Espíritos podem ensinar, não têm por efeito retardar o progresso da verdadeira ciência?
“Desejais tudo obter sem trabalho. Sabei, pois, que não há campo onde não cresçam as ervas más, cuja extirpação cabe ao lavrador. Essas doutrinas errôneas são uma consequência da inferioridade do vosso mundo. Se os seres fossem perfeitos, só aceitariam o que é verdadeiro”.
“Os erros são como as pedras falsas, que só um olhar experiente pode distinguir. Precisais, portanto, de um aprendizado, para distinguirdes o verdadeiro do falso. Pois bem! as falsas doutrinas têm a utilidade de vos exercitarem em fazerdes a distinção entre o erro e a verdade. Se adotam o erro, é que não estão bastante adiantados para compreender a verdade.”
 (O Livro dos Médiuns – cap. 27 – item 301 – 10ª questão)

Porém, infelizmente o Movimento Espírita no Brasil não seguiu, desde o início, os conselhos dos Espíritos Superiores e o CUEE proposto por Kardec.
Devido ao momento histórico, os primeiros espiritas tinham crenças católicas muito fortes e enraizadas, afinal a igreja exercia forte influência no comando do estado.
Então, o espiritismo no Brasil passou a receber, em larga escala, uma grande influência religiosa que culminou com muitos enxertos doutrinários, uns inclusive, totalmente em desacordo com a própria base doutrinária original, chegando mesmo a desfigurá-la em alguns aspectos, a saber:

a) Deus que pune pela reencarnação e sentencia através de pecados e culpas;
b) Exaltação mística da luta da luz contra as trevas;
c) Substituição dos santos católicos por médiuns e espíritos;
d) Ideia presunçosa de que o Brasil é o coração do mundo e pátria do evangelho;
e) Ascensão paralela , direta e reta de Jesus, mantendo-o como um semideus;
f) Jesus como governador planetário;
g) Exaltação e culto a Maria, apresentado no plano espiritual servos e lanceiros;
h) Confirmação da existência de Almas Gêmeas;
i) Apresentação de zonas purgatórias católicas como o Umbral e o Vale dos Suicidas;
j) A mulher devendo cuidar dos afazeres domésticos e ser submissa ao homem;
k) Existência de animais e crianças no plano espiritual;
l) Degeneração espiritual a ponto de transformar o espírito em ovoide e alusão a segunda morte;
m) Cidades organizadas no plano espiritual com muros protetores e armas de defesa;
n) Alimentação no plano espiritual;
o) Órgãos no períspirito similares aos do físico;
p) Rituais de casamentos e casais no plano espiritual;
q) Procriação no plano espiritual;
r) Moeda pecuniária no plano espiritual (bónus horas);
s) Compra de tickets para ingressar em eventos;
t) Datas marcadas para eventos catastróficos ou a transformação planetária etc.

Diante deste cenário, como é possível ao espírita se manter longe das crendices, sabendo discernir entre o que é estapafúrdio e o que é racional?

Como salvar a Doutrina Espírita do movimento espírita, contribuindo para que estas ideias não se propaguem?

1) Estudar as 32 obras de Kardec, iniciando pelos chamados livros básicos, para entender os princípios fundamentais da doutrina;
2) Não aceitar tudo do movimento espírita prontamente, raciocinar, questionar, ler, ouvir, trocar ideias;
3) Conhecer e divulgar corretamente o Espiritismo, sem ficar replicando ideias e falas de expositores ou médiuns famosos;
4) Não acreditar que a Doutrina Espírita precise de órgãos reguladores se auto intitulando “casa mater” do espiritismo;
5) Considerar as informações e mensagens de livros paralelos sob o crivo da razão, da verdade, da utilidade e da bondade;
6) Antes de se pôr a defender teses espíritas se questionar e se perguntar:
– eu conheço bem a doutrina espírita, sei os seus princípios fundamentais?
– Eu tomo cuidado para não divulgar e replicar informações doutrinárias não confirmadas na base?
Lembrar que tudo que se pregue, divulgue e pratique contrário aos princípios da Doutrina Espírita, é responsabilidade direta de quem escreve, quem ensina; quem dirige casas espíritas;
de quem comanda sessões mediúnicas e de quem psicografa.

Então, ao verdadeiro espírita, questionar tudo, não só é permitido, como é extremamente necessário.
Salvemos a doutrina espírita dos espíritas!!!

“Le JOURNAL SPIRITE” – a mais notável publicação do espiritismo na atualidade


Le siège social du Cercle Spirite Allan Kardec se situe à Nancy. Nos antennes forment un seul et même cercle, dans un échange permanent des informations et messages reçus par les différents médiums et portés à la connaissance de l’ensemble des membres de l’association, quelle que soit leur implantation géographique.

O conhecimento que tenho do espiritismo nasceu comigo. Posso dizer que cheguei à vida rodeado de importantes referências de sensibilidade mediúnica, visões e perceções de variadíssima qualidade. Felizmente que a minha família tinha uma grande experiência nessa forma de cultura e de compreensão da vida, vivendo num meio muito rico culturalmente onde o espiritismo tinha um lugar privilegiado: na minha muito querida cidade de LEIRIA.
As minhas primeiras e essenciais ideias a respeito do espiritismo foram, pois, aprendidas com as muitas conversas demoradas e pacientes que tive com a minha querida Avó Cristina, mãe do meu querido Pai, que faleceu – infelizmente – quando eu tinha apenas 7 anos.
O conhecimento do CSAK de Nancy, estabeleci-o há muitos anos, através das leituras e da descoberta que fiz dos trabalhos de Jacques Peccatte, de Michel Pantin e de Karine Chateigner, que considero muito valiosos.

No passado tenho publicado neste mesmo site vários artigos a respeito deste tema. Encontrando-se alguns deles necessitados de revisão, devido à instabilidade do software utilizado.

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Visite-nos em: https://www.spiritisme.com/accueil

Cercle Spirite Allan Kardec

O conhecimento do CSAK de Nancy, estabeleci-o há muitos anos, através das leituras e da descoberta que fiz dos trabalhos de Jacques Peccatte, de Michel Pantin e de Karine Chateigner, que considero muito valiosos.

página pessoal do autor

https://costabrites.com/

 

Leiria, terra de muitos estudiosos do Espiritismo, mostra-se aqui num trabalho de pintura de minha autoria, porque sou de Leiria e… ali aprendi – há muitos anos – o que é o Espiritismo!…
Nunca, durante a minha carreira de divulgador, tive a coragem de cruzar esse trabalho com a minha vida artística.
Agora, como caminho para uma idade já mais do que adulta, falo então do pintor que deixei ser, há mais de 20 anos!…

 

O antigo “Terreiro” bem perto da última casa onde vivi em Leiria, na Rua Padre António, ali ao fundo, à esquerda, nos anos 50/60 do século passado, ao lado da casa do meu grande Amigo, o Professor Narciso Casimiro da Costa!…
Hoje, aquelas ruas estão numa lástima, com casas abandonadas, em ruinas…

lugar@lfa – uma vanguarda do espiritismo em Portugal

>

“O peregrino sobre o mar de névoa”, pintura de Caspar David Friedrich

>Do livre arbítrio à possibilidade da adulteração

>>Apresentando o espiritismo vocação pluralista e não havendo entre nós plataformas abertas e transparentes, grande é o risco de desencontro entre os seus adeptos fiéis e dedicados que, entre nós, se encantaram pela sua magnífica cultura .

Tenhamos em atenção o seguinte:

“…a terceira revelação é coletiva no sentido de não ser feita para privilégio de pessoa alguma; assim sendo ninguém pode dizer-se seu profeta exclusivo. Ela foi feita simultaneamente por toda a Terra para milhões de pessoas de todas as idades, de todas as épocas e condições, desde a mais baixa até à mais alta escala…”

Allan Kardec; A GÉNESE; Capítulo I (Carácter da Revelação Espírita), nº 45.

lugar@lfa / a circunstância humana nas mãos do espírito

Venho hoje apresentar aos meus estimados leitores o trabalho de um português, Gilberto Ferreira, que nos oferece, em ritmo muito fluente, as suas intensas explorações no domínio da cultura espírita, em duas plataformas internáuticas de real valor:

“lugar@zul” foi a tarefa percursora, desde Setembro de 2010, e

“lugar@lfa” a mais recente, afirma-se desde Setembro de 2012.

Ambas têm o carácter de uma “selecta” ou repositório de textos escolhidos para ilustrar aspetos filosóficos, científicos ou de índole moral da cultura espírita. Os endereços respectivos de há longo tempo se encontram indicados na coluna à direita destes textos, no local dedicado às “Visitas recomendadas”.

Mais de quatrocentos textos depois…

O manancial de textos revelados por Gilberto Ferreira é enorme, cobre um leque alargado de autores e deriva de um processo intelectualmente estimulante para viajar através do universo riquíssimo da cultura espírita.
Trabalha diariamente com afinco. Basta conferir as datas das publicações. Estas não são apenas uma acumulação de referências; Ao longo do tempo tem vindo a marcar caminho, obrigando o visitante a pensar e a evoluir, pelo que sugiro com todo o empenho que as leituras de descoberta e exploração deste manancial sejam feitas começando pelo princípio…
Se fosse obrigado a apontar um defeito ao autor (e só obrigado poderia fazer esse injustificado exercício!…) seria denunciar o ritmo incansável das suas publicações.

O acompanhamento estético

Instalado num “template” blogger de visualizações dinâmicas “lugar@lfa” segue as pisadas do seu antecessor, “lugar@zul”, mas o formato e os enquadramentos mudam, podendo ambos ser visitados com proveito.

LugarAlfa

“lugar@lfa” beneficia de uma invulgar sofisticação gráfica que o visitante pode apreciar segundo um de vários formatos à escolha. Do “Classic” ao “Timeslide” são sete os formatos selecionáveis no menu em cima, do lado esquerdo. Clica um, vê o blogue de uma maneira, clica outro e as mesmas coisas aparecem ordenadas de modo diferente. Prodígios do “web design”, é evidente.
A versão “Flipcard” permite visionar em modalidades diferentes com grafismo próprio os textos mais recentes, as datas de publicação, as etiquetas e o elenco de autores.
Quanto às obras o autor fez a opção de lhes conferir “personalidade visual”. Muito prático para a associação de ideias e muito sugestivo esteticamente.
Na segunda coluna dos menus e passando com o cursor pelo local onde estão enumeradas as páginas interiores, temos o acesso a treze subsectores, todos eles recheados dos mais variados conteúdos artísticos e culturais.

Os conteúdos, a qualidade das ideias, a marcha do tempo

A abertura com que destas plataformas se pode contemplar a cultura espírita é muito rica e abrangente. É muitíssimo raro no universo da nossa língua, encontrarem-se lugares da net sobre cultura espírita com tão franca abertura, um tão esclarecido desejo de VER ATRAVÉS do movimento das ideias em marcha ao longo do tempo.
Há nomes importantes para a cultura espírita, evocados por Gilberto Ferreira, que muito raramente são citados, alguns deles obreiros notáveis do vastíssimo património histórico e do imenso prestígio da Cultura Espírita!…

Se visitarmos entretanto os seguintes pontos de passagem para os textos dos autores mais representados, Allan Kardec, Gabriel Delanne, Léon Dénis, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano, Herculano Pires, Manoel Philomeno de Miranda, e muitos outros, começamos a ver muito claro quanto à estratégia de princípios e de métodos de estudo.

Lugar 03

Conclusão a respeito das linhas de coerência

O autor não é simplista nas suas opções internáuticas e não é adepto de abordagens instantâneas. O visitante, se desejar aprofundar o que há para ver, tem que desejar fazê-lo, com tempo e paciência.
Em última análise restará a hipótese desejável de passar à leitura das obras completas, e é para isso que se fazem as “selectas” de textos dedicados a qualquer assunto.
Quanto às questões de princípio, no respeito pelas ideias e no valor da cultura que tanto respeitamos, o labor quotidiano de Gilberto Ferreira merece crédito e consideração por dar indicações seguras, já não da perfeição inquestionável e absoluta, mas por ser tarefa em busca das coisas que nem são fáceis nem são cómodas.

“lugar@lfa” e “lugar@zul” são, na minha opinião, um contributo honesto e coerente com as prestigiadas raízes culturais do Espiritismo em Portugal.

E já agora, se me dão licença, só mais algumas linhas a esse respeito:

As prestigiadas raízes culturais do espiritismo em Portugal

O “movimento espírita português” conseguiu afirmar outrora uma personalidade notável que foi sustentada por uma plêiade de intelectuais e de investigadores prestigiados. As suas raízes mergulhavam profundamente no tecido de influências universalistas do pensamento de Allan Kardec e de seus mais legítimos seguidores.
A lamentável ocorrência histórica da sua proibição durante meio século fizeram com que tivessem mudado os tempos e as vontades, tendo o mundo à volta registado também importantes modificações.
Muita coisa se perdeu e o movimento encontra-se muito necessitado de repensar alguns modelos importados, reforçando a qualidade cultural e os critérios de exigência intelectual que ostentou outrora.

Lugares da net em língua portuguesa com o juízo crítico e o critério cultural de “lugar@lfa” são raros e ajudam os interessados mais atentos a encontrar as linhas mais claramente identificadas com a seriedade intelectual que acima refiro.

200 milhões de brasileiros, multidão de visões do mundo

No Brasil há muito de tudo. A imensa juventude e o esplendor da policromia étnico-cultural do mais populoso país onde se fala a NOSSA língua (quer dizer de quase 300 milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo!) produz inspiração, trabalho, descoberta e entusiasmos dos mais variados matizes.
Para ir lá buscar coisas convém, entretanto, estar atento e saber escolher.
É lá justamente onde se tem processado de modo palpitante o desencontro/encontro do pluralismo espírita. Aos meus compatriotas recomendaria eu, se me dessem licença e tolerassem o atrevimento, que não olhem só numa direção – aquela de onde sopra o vento.

“lugar@lfa” e a sua versão mais antiga “lugar@azul” são sítios elaborados com vontade e método dando quase todos os dias notícias de todos esses fenómenos, razões e pensamentos, no intuito de nos ajudar a pensar neles, bebendo nas melhores fontes.

 Coerentemente com a mensagem acima, e para não se pensar que há aqui reservas quanto a autores e investigadores brasileiros, junto se acrescenta uma citação de um texto publicado no dia 27 de Outubro último por “lugar@lfa” sobre um grande espírita de elevadissimo prestígio e de autoria de um activo autor de elevado sentido crítico, ambos brasileiros.

Fraternas saudações a todos e um grande abraço de parabéns a Gilberto Ferreira.

Alexandre Cabanel-Saint-Louis-Tendo a coroa de espinhos 1878
São Luís com a coroa de espinhos, pintura de Alexandre Cabanel

apóstolos de verdade ~

Viva José Herculano Pires!

José Herculano Pires
José Herculano Pires

Este ano faz precisamente trinta anos que desencarnou José Herculano Pires, um dos maiores vultos do Espiritismo do Brasil. Sim, foi, precisamente, na noite do dia 9 de março de 1979, que a sua alma gloriosa de grande missionário, defensor da pureza doutrinária do Espiritismo e consolidador da Doutrina Espírita em terras brasileiras, regressou à Pátria Espiritual. Foi com justa razão que Jorge Rizzini, seu biógrafo, viu em sua pessoa um “Apóstolo de Allan Kardec”, com o que concordamos plenamente.

José Herculano Pires nasceu na antiga Província do Rio Novo, que é hoje a bela cidade de Avaré, no interior do Estado de São Paulo, no dia 25 de setembro de 1914. Era o filho primogénito de José Pires Correa casado com Bonina Amaral Simonetti Pires, que lhe deu sete filhos. Seu pai, inicialmente, era farmacêutico, mas abandonou a profissão para se tornar um dos mais brilhantes jornalistas do interior de São Paulo. Sua mãe foi uma distinta pianista de Avaré.
Herculano Pires pertencia a uma tradicional família católica da classe média e, na infância, teve sérios problemas de saúde.
A sua faculdade como médium vidente, começou a manifestar-se quando ele era ainda menino. Tinha visões reais de Espíritos andando de noite pela casa.
Em 1920 a sua família transferiu-se para a cidade de Itaí e depois para Cerqueira César, voltando, logo em seguida, para Avaré, onde foi matriculado na Escola de Comércio, fundada e dirigida pelo Professor Jonas Alves de Almeida.
Na adolescência, Herculano Pires foi aprendiz de tipógrafo e aluno do erudito Professor Pedro Solano de Abreu, e, durante dois anos, de 1927 a 1929, trabalhou com seu pai, na Gráfica Casa Ipiranga que o Sr. Pires Correa fundara em Cerqueira César, onde residia com a família e onde lançou o primeiro jornal político, um semanário em forma de tablóide, que recebeu o título de “O Porvir”. Herculano Pires foi o seu tipógrafo auxiliar e, nesse órgão da imprensa, publicou os seus primeiros versos e variados contos.

Herculano Pires, além de poeta e jornalista, foi também professor e grande escritor.

Desde a adolescência interessou-se muito pelo estudo de temas filosóficos. Deixou então o Catolicismo e, por influência de um parente próximo, Sr. Francisco Correa de Mello, tornou-se teosofista, passando a estudar a fundo os principais livros dessa filosofia, principalmente os de Helena Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica Mas, pouco depois veio a desilusão, porque verificou que a Teosofia lhe apresentou certas explicações que lhe pareciam absurdas.
Estava então propenso a se entregar ao Materialismo marxista, quando, certo dia, em 1936, encontrando-se com um amigo, que era espírita e fiel discípulo de Allan Kardec, foi por ele desafiado a ler “O Livro dos Espíritos”. Muito a contragosto, aceitou o desafio. Leu e gostou. Gostou tanto que se tornou espírita convicto, levado pelo raciocínio e pela lógica indestrutível que encontrou no Missionário lionês, em quem o astrónomo francês, Camille Flammarion, viu o bom senso encarnado.
Para Herculano Pires, ser espírita “significa viver o Espiritismo; transformar os princípios doutrinários em norma viva de conduta, para todos os instantes da nossa curta existência na Terra; é praticar o Espiritismo, não apenas no recinto dos Centros ou no convívio dos confrades, mas, em toda a parte: na rua, no trabalho, no lar, na solidão dos próprios pensamentos”.
Tornou-se conferencista eloquente e muito solicitado pelos presidentes de centros espíritas. Num deles, situado na cidade de Ipauçu, encontrou, certa vez, a bela jovem Maria Virgínia de Anhaia Ferraz, também espírita, por quem se apaixonou e com quem veio a casar-se no dia 11 de dezembro de 1938, numa cerimónia apenas civil, em casa da noiva.

Herculano Pires foi um grande polemista, tendo mantido discussões acaloradas com pastores protestantes e sacerdotes católicos e até mesmo com muitos confrades espíritas defensores da obra “Os Quatro Evangelhos” de João Baptista Roustaing, publicada em Bordéus, em maio de 1866. Ele não era de cruzar os braços diante das mistificações e abusos praticados no meio espírita, como acontece hoje.

Ao grande Mestre as nossas sinceras homenagens de admiração e respeito.

/…

Erasto de Carvalho Prestes, in O Franco Paladino, Maio de 2009 / Órgão de divulgação do Espiritismo codificado pelo Mestre Allan Kardec – Viva José Herculano Pires!, 1º fragmento solto da obra.

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“LE NOUVEAU LIVRE DES ESPRITS” – de Karine Chateigner / CSAK – Nancy

A obra que aqui se apresenta constitui um avanço excecional de uma cultura perfeitamente capaz de se desenvolver, de revisitar as suas próprias fontes para alargar conhecimentos, pesquisando sempre novas verdades e robustecendo as já adquiridas.

O Espiritismo, situando-se perante a fonte dos mistérios da vida, é uma sabedoria diferente de todas as outras. Como um aluno com acesso a toda a biblioteca dos seus mestres, basta bater-lhes à porta quando muito bem entende, para rever os menores detalhes da vida, com todo o seu pitoresco, todas as suas dificuldades e segredos.

As várias humanidades, entretanto, mesmo as mais bem situadas perante o aparecimento dessa cultura, criaram vários processos de indiferença e de insensibilidade, desprezando sem critério as ideias mais límpidas e mais difíceis de ignorar, como quem deseja andar para trás para voltar a cair nos erros velhos.

Como poderá algum dia, tão prestável visão do fenómeno da vida ser o sustentáculo legítimo de uma sociedade progressista, onde reine a paz, o progresso e a justiça social?

Sugerimos empenhadamente a leitura da obra apresentada, que julgamos excelente, limitando-nos a publicar aqui o Índice respetivo, que julgamos ser perfeitamente elucidativo quanto ao seu conteúdo.

Como depoimento explicativo muito importante a respeito da qualidade e do conteúdo da obra de KARINE CHATEIGNER, junto podereis escutar as palavras que nos transmite respeito desta mesma obra: “LE NOUVEAU LIVRE DES ÉSPRITS”:

“ECCE HOMO” – Karine Chateigner / CSAK – Nancy

Karine Chateigner, espírita desde 1982, é vice-presidente da associação “Cercle Spirite Allan Kardec”, editora do “Le Journal Spirite”, médium, conferencista e autora de “Le Nouveau Livre des Esprits”.
Esta obra, como “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec – transmite-nos o conhecimento dos Espíritos sobre os grandes temas da metafísica e da filosofia na continuidade de um espiritismo atualizado.
A partir de uma perspectiva renovada por uma profunda pesquisa cultural e mediúnica, Karine Chateigner oferece-nos uma releitura da História, lançando uma nova luz sobre a vida de Jesus de Nazaré, um homem que com sua mensagem marcou 2.000 anos de civilização.

Para dar uma ideia suficientemente clara do magnífico e extenso conteúdo da obra acima referida, inserimos seguidamente uma fotocópia do índice da mesma:

Centro de Pesquisa WINDBRIDGE e a mediunidade nos EUA

ARTIGO TRADUZIDO AUTOMÁTICAMENTE DA LÍNGUA INGLESA, com revisão breve feita pelos autores deste site:
NOTA: a ampla referência a respeito dos contactos mediúnicos deriva da extensa prática da mediunidade que se verifica nos Estados Unidos.
Não foi traduzida a totalidade da página net do Centro de Pesquisa WINDBRIDGE, que pode ser visitado no seu original em inglês:
https://www.windbridge.org/why-is-mediumship-research-important/

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Centro de Pesquisa Windbridge

ESTUDANDO A MORTE E O QUE VEM A SEGUIR

Porque é importante a pesquisa mediúnica ?

Nesta página:

Introdução

Estando alguém a lidar com a morte de um parente próximo, ponderando o que pode acontecer no final da sua própria vida ou contemplando os mistérios da consciência, as informações relevantes de cientistas credenciados sobre essas questões são tão necessárias agora mais do que nunca.

A nossa cultura está perante o início do fim da maior geração da história dos Estados Unidos: as pessoas das gerações que tiveram muitos filhos já começaram a perder cônjuges e amigos. Os membros dessa geração e pessoas de todas as idades precisam de uma fonte confiável para ajudar a distinguir informações sensacionalistas. O Windbridge Research Center esforça-se para ser essa fonte.

Independentemente do que você possa pensar sobre os médiuns, a pesquisa mediúnica é importante por várias razões: 1: todos nós vamos morrer, 2: as pessoas recebem recados mediúnicos todos os dias e 3: entender dificuldades permite ampliar a compreensão de como o nosso mundo funciona.

1. O problema que mais afeta as pessoas: que acontece quando morremos?’

As pesquisas a respeito da sobrevivência da consciência após a morte podem aliviar o medo e a ansiedade a respeito da morte. Além disso, as experiências pessoais de contacto com os mortos podem ajudar o luto. (Veja também: “Comunicação acerca do sofrimento após a morte“.)

Mesmo que esta pesquisa não seja relevante para o leitor, o conhecimento sobre a comunicação após a morte, como procedem os médiuns e o que foi pesquisado a esse respeito podem ajudá-lo a relacionar-se com amigos ou entes queridos interessados nesses tópicos, ou que tiveram experiências relacionadas com os mesmos. 
Essas experiências são frequentes, mas geralmente mal compreendidas. As hipóteses são de que você ou alguém que você conhece tenha tido contacto com um familiar falecido e tenha ficado angustiado por compartilhar a experiência com outras pessoas. A desinformação pode causar sofrimento, e a verdade pode ajudar a aliviá-lo. (Veja também: ‘Conversar com os mortos é normal?’)

2. São feitos contactos mediúnicos todos os dias e é importante entender os efeitos resultantes dessas experiências. Existe uma extensa pesquisa demonstrando que as experiências espontâneas de comunicação pós-morte (ADCs) têm um impacto positivo no luto.

Relatos anedóticos sugerem efeitos semelhantes de ADCs assistidos durante leituras com médiuns, mas mais pesquisas precisam ser feitas para entender completamente os efeitos (Beischel, Mosher e Boccuzzi, 2014-2015; Beischel, Mosher e Boccuzzi, 2017; Beischel, 2019; ver também: ‘ Comunicação de luto e pós-morte ‘,  Projetos atuais: Estudo BAM ).

Julgamos que o fenómeno da mediunidade está onde a acupuntura estava há 30 anos: parece estranho para alguns, mas outros fazem isso e dão-se bem. Precisamos estudar a mediunidade como a comunidade de medicina complementar e alternativa fez com a acupuntura para realmente entendê-la. (Veja também: “Como é financiada esta pesquisa?”)

3. Experiências sensoriais relacionadas com os falecidos apontam para capacidades humanas mais extensas do que aquelas que podem ser explicadas pelo paradigma científico atualmente dominante.

Uma recente pesquisa a respeito de recursos psíquicos descobriu: “Há provas da autenticidade dos contactos psíquicos, que não podem ser facilmente explicada pela qualidade dos estudos teóricos e outras razões. A realidade das comunicações psíquicas é comparável à dos fenómenos estabelecidos em psicologia e outras disciplinas, embora não haja conhecimento perfeito sobre elas”. (Cardeña, 2018, p. 663)
Mesmo os militares dos Estados Unidos continuam a aprofundar os contactos psíquicos:
“Os cientistas da Marinha de hoje ocupam-se menos com o estudo dos fenómenos e mais com o uso do processo misterioso, que os cientistas da Marinha garantem ao público não se basear em superstição” ( Jacobsen, 2017). Pôr de lado essa prática baseia-se em suposições infundadas, ignorância dos dados ou simples preconceitos. (Veja também: ‘ Como os cientistas estudam os médiuns? ‘)

Como esta importante pesquisa é financiada?

Estudos de pesquisa eficazes e relevantes exigem financiamento para serem concluídos. Muitas vezes, a frase “não há provas científicas” é usada apenas para pôr coisas de lado. Normalmente, a realidade é a falta de meios para fazer esse estudo. Quando a mediunidade é apoiada podem tirar-se conclusões importantes e ainda há muito para aprender.

Nos EUA, a maioria das pesquisas científicas é financiada por subsídios governamentais, empresas privadas e fundações sem fins lucrativos. As oportunidades de financiamento para temas controversos como a mediunidade são poucas. As bolsas disponíveis fornecem, em média, menos de 5% do apoio que uma bolsa do National Institutes of Health (NIH) ou da National Science Foundation (NSF) forneceria para pesquisa médica ou pesquisa e educação em ciência e engenharia, respectivamente (Beischel, 2018).

Como resultado das limitações de financiamento, muito poucos indivíduos estão atualmente realizando pesquisas mediúnicas. Embora existam, de acordo com o Bureau of Labor Statistics, atualmente cerca de 20.000 físicos e astrónomos, 31.500 bioquímicos e biofísicos e 120.000 cientistas médicos nos EUA, menos de dez grupos de pesquisa em todo o mundo realizaram pesquisas mediúnicas apoiadas no último decénio (Beischel, 2018).

No Windbridge Research Center, recebemos bolsas de pesquisa de fundações privadas para projetos específicos, mas dependemos de doações para continuar oferecendo materiais educacionais gratuitos e online. 

As doações permitem-nos cumprir a missão de aliviar o sofrimento relacionado com a morte e o que vem a seguir, compartilhando resultados de rigorosa pesquisa científica e outros materiais educacionais gratuitos com profissionais (médiuns), clínicos (profissionais de saúde mental e médicos), cientistas (pesquisadores e filósofos) e o público em geral. 
Doações mensais fornecem apoio contínuo a esses materiais educacionais gratuitos, bem como novos estudos de pesquisa e a publicação de nosso jornal gratuito, de acesso aberto, Threshold . 
O Windbridge Research Center é uma instituição de caridade sem fins lucrativos isenta de impostos 501(c)(3) fundada pela equipa de pesquisa de marido e mulher Mark Boccuzzi e Julie Beischel, PhD.

Explore mais:

Artigo online: Sobre nós
Artigo Onlie: Comunicação de luto e pós-morte
Ficha informativa:  Os quatro tipos de experiências de comunicação pós-morte (ADCs)
Artigo de jornal: Os quatro tipos de experiências de comunicação pós-morte (ADCs)
Artigo online: Como os cientistas estudam os médiuns?
Artigo online:  Ouvir os mortos é normal?
Artigo Online: Nossos Projetos Atuais: Estudo BAM

Referências
Beischel, J. (2018). Pesquisa de mediunidade mental. Enciclopédia Psi.
https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/mental-mediumship-research
Beischel, J. (2019). Experiências de comunicação pós-morte espontâneas, facilitadas, assistidas e solicitadas e seu impacto no luto. Limiar : Journal of Interdisciplinary Consciousness Studies, 3(1) : 1–32. http://www.tjics.org/index.php/TJICS/article/view/31/25
Beischel, J., Mosher, C. & Boccuzzi, M. (2014-2015). Os possíveis efeitos no luto da comunicação pós-morte assistida durante as leituras com médiuns psíquicos: uma perspectiva de vínculos contínuos. Omega: Journal of Death and Dying, 70(2) , 169-194. doi: 10.2190/OM.70.2.b https://windbridge.org/papers/BeischelMosherBoccuzzi_AssistedADCs.pdf
Beischel, J., Mosher, C., & Boccuzzi, M. (2017). 
A potencial eficácia terapêutica da comunicação pós-morte assistida. Em Klass, D., & Steffen, EM (Eds), laços contínuos no luto: novas direções para pesquisa e prática (pp. 176-187). Londres, Reino Unido: Routledge. Cardena, E. (2018). 
A evidência experimental para fenómenos parapsicológicos: Uma revisão. American Psychologist, 73(5) , 663-677. doi: 10.1037/amp0000236 https://psycnet.apa.org/record/2018-24699-001
Jacobsen, A. (2017, 3 de abril). Os militares dos EUA acreditam que as pessoas têm um sexto sentido. TEMPO. https://time.com/4721715/phenomena-annie-jacobsen/


“A Dra. Julie Beischel é uma pioneira corajosa e inovadora. A sua contribuição é enorme, porque ao longo da história humana o terror da finalidade da morte causou mais sofrimento do que todas as doenças físicas juntas.”

PEDIDO A TODOS OS VISITANTES

Caríssimos visitantes,
Temos conhecimento concreto e detalhado, pela estatística fornecidas pela “WordPress”, das visitas que nos são feitas. Esses dados são muito estimulantes para nós, dado o nível de visitas registado.
Só sentimos a falta de contactos fazendo-nos observações críticas, sugestões de trabalho e conteúdos, em suma, com uma opinião explícita, seja ela qual for.
Pela idade que já atingiram os autores deste trabalho, não será possível fazermos de futuro muito mais do que fizemos até hoje.
Conhecer as vossas opiniões seria, entretanto, muito valioso para nós, podendo ter também muito interesse para todos os futuros visitantes.
Obrigado a todos.

A VIDA DEPOIS DA MORTE a nível universitário

 

Entre nós há uma vergonha, um medo e uma aversão enorme de falar a respeito das coisas essenciais da vida.
Afinal, há ou não há Vida depois da morte ?……
As pessoas viram a cara para o lado, é evidente o medo que têm de abordar a questão.

Perante o segredo que se oculta, não querem esclarecer a verdade, mergulhadas numa indiferença sobre questões inevitáveis.

Quem passear pelas estradas da internet, pelos sítios bem informados dos países mais desenvolvidos, as páginas que nos permitem o esclarecimento a este respeito, são facílimos de encontrar.

Depois de ler este artigo sugerimos que façam o favor de ler os outros que se seguem a respeito do mesmo assunto.

Vejamos os livros editados pela UNIVERSIDADE DE VIRGÍNIA:
Books by Division of Perceptual Studies Faculty
Mind/Body Relationship | Near-Death Experiences | Study of Past-Life Memories

 

Esta Universidade apresenta estudos fundamentados cientificamente HÁ JÁ CINQUENTA ANOS, COMO ACIMA SE PODE LER.

Um vídeo a respeito deste departamento da UVA:
https://youtu.be/2GDEtwQo_S4

 

Altered States | Nature of Consciousness | Parapsychology

Children Who Remember Previous Lives | Near-Death Experiences

Science and Religion | Mediumship | Paranormal Phenomena

As referências acima, bem como muitas outras que têm sido publicadas nestas páginas, abrem para uma infinidade de assuntos da maior importância.
Com a maior seriedade cultural e científica ajudará todos os que lhe prestarem a devida atenção.

A reencarnação confirmada cientificamente; Division of Perceptual Studies; University of Virginia/USA

Investigação do Dr. Ian Stevenson

A pesquisa do Dr. Ian Stevenson a respeito do fenómeno da reencarnação começou em 1960 quando soube de um caso no Sri Lanka de uma criança que disse lembrar-se de uma vida passada.
Tendo-se deslocado propositadamente àquele país, interrogou exaustivamente a criança e os seus pais, bem como as pessoas de quem a criança se recordava terem sido seus pais na sua vida anterior.
Este facto o levou-o à convicção de que a reencarnação era possivelmente uma realidade, tendo publicado, nesse mesmo ano, dois artigos a esse respeito no Journal of the American Society for Psychical Research.


Tendo-se dedicado a fazer outras pesquisas nessa região do mundo, onde o entendimento dos fenómenos psíquicos tinha uma tradição antiquíssima e muito mais aberta que no ocidente, identificou número suficiente de casos que achou serem fortemente demonstrativos do tema que desejava aprofundar.
Quanto mais casos descobriu, maior se tornou a sua ambição de definir cientificamente a reencarnação – um dos maiores mistérios do mundo e da vida – que tinha sido praticamente ignorado pela ciência no passado, sob influência das concepções religiosas de perfil dogmático que se tinham implantado em todo o mundo ocidental.

Em 1982, o Dr. Stevenson foi um dos fundadores da Society for Scientific Exploration. Foi autor de cerca de 300 artigos e 14 livros sobre reencarnação. O seu livro de 1966, “Twenty Cases Suggestive of Reincarnation” tornou-se um clássico nos anais da pesquisa de reencarnação.
Em 2003, o Dr. Stevenson publicou o seu segundo livro sobre reencarnação, European Cases of the Reincarnation Type“.
Em 1997 publicou o seu grande clássico: o livro de 2.268 páginas, de dois volumes, “Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects,” que se focaram principalmente em deformidades e outras anomalias com as quais nascem as crianças.
Este clássico monumental contém centenas de imagens que apresentam as provas que descobriu. Documenta 200 casos de crianças com memórias e marcas de nascença que correspondiam às vidas e feridas de pessoas falecidas que estas crianças recordam como tendo vivido numa vida passada.
Em 1997, o Dr. Stevenson publicou uma versão condensada deste livro para o público em geral intitulado“Where Reincarnation and Biology Intersect.”

A pesquisa do Dr. Stevenson sobre a reencarnação também se tornou tema de duas obras importantes, “Old Souls: Compelling Evidence from Children Who Remember Past Lives” da autoria de Tom Shroder (jornalista do Washington Post) e “Life Before Life: Children’s Memories of Previous Lives” da autoria do Dr. Jim B. Tucker (www.jimbtucker.com) um psiquiatra da Universidade da Virginia.
Muitas pessoas, incluindo céticos e estudiosos, concordam que os casos apresentados pelo Dr. Stevenson oferecem a melhor prova até agora para a reencarnação.

DIVISION OF PERCEPTUAL STUDIES – University of Virginia

Stevenson, Greyson, Tucker

Who We Are

At the Division of Perceptual Studies, we believe that a revolution in intellectual history is taking shape, and we have a unique role to play in bringing it to fruition.

Current mainstream science and philosophy portray mind, personality and consciousness as nothing more than byproducts of brain activity encased within our skulls and vanishing at death.  Through its research, DOPS strives to challenge this entrenched mainstream view by rigorously evaluating empirical evidence suggesting that consciousness survives death and that mind and brain are distinct and separable.

And we are not alone.  Growing numbers of scientists and philosophers are becoming convinced that the prevailing physicalist picture is fundamentally flawed, and that science urgently needs to extend in directions that will allow it to accommodate genuine spiritual experiences without loss of scientific integrity.

Read more about the history of DOPS, our founder Dr. Ian Stevenson and the current faculty and staff.

Para as pessoas que tenham a possibilidade de entender a língua inglesa, sugiro este documentário, muito elucidativo relativamente ao assunto tratado nesta notícia.

Crianças que se recordam de vidas anteriores; DOPS Universidade da Virginia /USA

https://med.virginia.edu/perceptual-studies/our-research/children-who-report-memories-of-previous-lives/

Children Who Report Memories of Previous Lives
Dr. Jim Tucker

Jim Tucker with Ryan Hammons and his mother. Read about this interesting case in Dr. Tucker’s book, Return to Life

Some young children, usually between the ages of 2 and 5, speak about memories of a previous life they claim to have lived. At the same time they often show behaviors, such as phobias or preferences, that are unusual within the context of their particular family and cannot be explained by any current life events. These memories appear to be concordant with the child’s statements about a previous life.
In many cases of this type, the child’s statements have been shown to correspond accurately to facts in the life and death of a deceased person. Some of the children have birthmarks and birth defects that correspond to wounds or other marks on the deceased person whose life is being remembered by the child.  In numerous cases, postmortem reports have confirmed these correspondences. Older children may retain these apparent memories, but generally they seem to fade around the age of seven.  The young subjects of these cases have been found all over the world including Europe and North America.
For the past 20 years, Dr. Jim Tucker, now the director of the Division of Perceptual Studies, has focused mainly on cases found in the United States.

His book Return to Life offers accounts of very strong American cases of young children who remember previous lives. In this book, Dr. Tucker writes about the now well-known cases of James Leininger, a young boy who had verifiable past-life memories of being a WWII pilot, and Ryan Hammons, who had verifiable memories of being a Hollywood extra and talent agent.

Dr. Jim Tucker interviewing a young child

Dr. Jim Tucker interviewing a young child


Statements made by a child who seems to be remembering a previous life can be quite varied. The following list of possible statements is not an exhaustive list by any means. It is designed to give an idea of the kinds of things a parent or caregiver might hear, and in our Western culture, tend to dismiss as fantasy.
It is also true that a child might say one or more of these things and not be remembering a previous life. It is probably best not to pump a child for information, nor to try and prevent him or her from saying such things.
 
Types of Statements a Child Might Make:
“You’re not my mommy/daddy.”
“I have another mommy/daddy.”
“When I was big, I …(used to have blue eyes/had a car, etc.).”
“That happened before I was in mommy’s tummy.”
“I have a wife/husband/children.”
“I used to…(drive a truck/live in another town, etc.)”
“I died … (in a car accident/after I fell, etc.)”
“Remember when I …(lived in that other house/was your daddy, etc.)


Advice to parents of children who are reporting memories of a previous life
If you are a parent seeking advice about your child who seems to remember a previous life, please refer to Dr. Jim Tucker’s Advice to Parents.


Please contact us if your child appears to be having memories of a previous life
We are very interested in hearing about cases of young children who are currently spontaneously speaking about memories of a previous life. 
If you are a parent or a caretaker of a young child, please email our research assistant, Diane Morini at dsm3j@virginia.edu to submit your observations and experiences of your child’s behaviors and statements about memories of a previous life.
Rest assured that only qualified study team members will have access to your report of a child’s past life memories submitted via email, and we adhere to a strict code of privacy and confidentiality in all instances. We will not disclose the names of the people involved in the account in any way, without first seeking explicit permission from the parents.

You may note that there are a few published cases in which the actual names are used in presenting details of the case. We want to assure you that this is rare and only done by special permission granted to us by the parents.


Research into Children Who Remember Previous Lives


A respeito do nome de Jesus, origem do designativo “Cristo”

“Head of Christ,” c. 1648 1650 by Rembrandt Harmensz. van Rijn, Dutch, is a part of the “Heads of Christ” series shown at the Philadelphia Museum of Art through Oct. 30.

Caros Amigos,
A respeito do nome de Jesus, e da origem do designativo “Cristo”, tomo a liberdade de inserir a Nota final nº 11 que inserimos na nossa tradução de “O Livro dos Espíritos”:

[11 – O nome de Jesus] – Introdução VI
É neste ponto de “O Livro dos Espíritos” que surge a primeira referência ao nome de Jesus, tendo utilizado Allan Kardec o adjetivo “Cristo”, o que nos obriga a esclarecer qual foi o motivo que nos levou, ao longo de toda esta obra, a usar exclusivamente o seu verdadeiro nome para designá-lo.

Há dois mil anos, no Próximo Oriente como em muitas outras partes do mundo, as pessoas não tinham nomes tão organizados como agora, com sobrenomes e apelidos. Tinham apenas um nome pessoal ao qual se juntava um designativo para diferençar homónimos: o seu local de origem, a profissão ou uma caraterística muito própria do indivíduo. Jesus (derivado do nome judaico Joshua ou Jeshua) era conhecido no local onde vivia como filho de José, o carpinteiro, e mais genericamente como “o nazareno”. É muito comum, em meio espírita, usar-se esta designação: Jesus de Nazaré.

No tempo de Allan Kardec, numa sociedade profundamente influenciada pelo pesadíssimo predomínio católico, “Jesus Cristo” era designação usual, tanto que uma imensa maioria de católicos julgava que “Cristo” seria parte integrante do nome de Jesus, o que não é verdade.

Sendo o espiritismo uma cultura que é orientada pela ordenação racional de factos comprováveis pela experiência, isto é, uma filosofia não dogmática que parte de uma ciência de observação, não pode correr o risco de se deixar embalar por ideias que não são apenas diferentes, são antagónicas.

Ou seja, o espiritismo não aceita dogmas como o da designada “santíssima trindade”, que sacralizou Jesus de Nazaré, afastando-o da sua natureza humana, escamoteando o seu papel fundamental de modelo de comportamento moral que nos propõe o ensino dos Espíritos.
Isto é muito claro ao lermos a pergunta 625 de O Livro dos Espíritos, que pedimos leiam com a melhor atenção, bem como o comentário de Allan Kardec que se lhe segue.
Sendo Jesus de Nazaré modelo de todos os seres humanos, é impossível conceber Jesus como entidade constituído de forma artificialmente diferente de qualquer um de nós, seus irmãos, também muito legitimamente honrados pela categoria inalienável de filhos de Deus.
“Cristo”, por seu turno, é um nome que deriva da palavra grega “christos”, que no contexto do cristianismo primitivo de influência greco-judaica inseria Jesus no elenco do messianismo judaico, que quer dizer exatamente “o messias”, “o enviado”, “o ungido”.
S. Paulo, que nunca conheceu pessoalmente Jesus, deu um primeiro passo nessa direção, quando criou “O Cristo da fé” que se afastava muito do Jesus histórico, cuja vida e mensagem lhe não interessavam, uma vez que centrava toda a sua doutrina na “morte e ressurreição” de Jesus.
Quando o cristianismo começou a helenizar-se e a expandir-se entre os gentios (os não judeus), o título de Cristo passou a ser uma espécie de sobrenome.
Depois do colapso do poder dos Césares de Roma, esvaziados da prerrogativa da sua divinização que lhes era conferida pelo paganismo, tiveram que lançar mão da popularidade crescente e progressiva do cristianismo.
Este tinha avançado de forma imparável, impulsionado pelos ensinamentos de Jesus de Nazaré, em coerência com as antigas sabedorias e com a vanguarda científico filosófica das escolas de pensamento Grego, nomeadamente Pitágoras, Sócrates e Platão (Ver capítulo III da Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo).
O Império romano, aliado ao poder de alguns altos dignitários do cristianismo nascente, apoderou-se do cristianismo para impor a universalidade da sua influência política e estratégica.
Cristo foi-se tornando uma expressão corrente, enquanto o Jesus ressuscitado recebia o sobrenome de “senhor” ou “kyrios”, fórmula que encaixa adequadamente nas determinações políticas que foram assumidas no Concílio de Niceia, no ano de 325, pelo Imperador Constantino, o grande, para obedecer exclusivamente a interesses de predomínio político e estratégico.
Allan Kardec usou indistintamente as palavras Jesus, Cristo, e até Jesus Cristo com o mesmo significado. Porém, quer na ordem das ideias de carácter doutrinário, quer na ordem da consideração histórica da pessoa de Jesus, cento e cinquenta anos depois da elaboração de O Livro dos Espíritos, entendemos que é forçoso fazer opções quanto à utilização desta diversidade de nomes, que pode carregar consigo o peso de graves contradições. A nossa decisão não é apenas linguística nem apenas doutrinária: respeita e faz a devida utilização da memória dos povos, leva em conta as trágicas consequências de mais de 1.700 anos de dogmatismos impiedosamente intolerantes e sangrentos.
Reforçando ideias, repetimos as esclarecidas palavras de Kardec (ver comentário pergunta nº 625 desta obra): “…Se alguns dos que pretenderam instruir os seres humanos na lei de Deus algumas vezes os desviaram para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o que eram apenas leis humanas, criadas para servir as paixões e dominar os homens.”jose (04/12/2021 13:23:30)

José da Costa Brites/Maria da Conceição Brites/
https://palavraluz.com/

A BUSCA DE DEUS E DA VIDA DEPOIS DA MORTE NA IDADE DA CIÊNCIA

1. Resumo e palavras-chave

RESUMO: Experiências de quase morte (EQMs) e outras experiências transpessoais – são aquelas que transcendem os limites usuais do espaço ou do tempo – apontam para a existência e natureza de Deus e da consciência pessoal após a morte física. Neste artigo, revê-se a história dessas experiências anteriores a 1850 e do seu estudo durante três períodos de pesquisa científica entre 1850 e o presente.
Concluiu-se que:
Uma grande percentagem da população viveu EQMs e outras experiências transpessoais.
A maioria dessas pessoas é mentalmente saudável.
Tais experiências mudam a vida das pessoas para melhor.
Embora as EQMs e outras experiências transpessoais não possam provar a existência de um Deus pessoal e vida após a morte, apontam nesse sentido de forma evidente.

2. Experiências Transpessoais

As experiências transpessoais envolvem percepções que transcendem os limites pessoais usuais de espaço e/ou tempo. Também conhecidas como “experiências místicas”, “ experiências religiosas ” ou “ experiências espirituais ” , as experiências transpessoais incluem:

Nota: psicóticos

O psicótico vive num mundo onde a realidade é outra, inatingível por nós ou mesmo por outros psicóticos, mas vive simultaneamente neste mundo real. Delírio, o principal sintoma. O psicótico possui um estado anormal de funcionamento psíquico. Mudanças de humor constantes, manias, obsessão.
Psicótico não é nessáriamente relativo à pessoa com psicose. Uma pessoa pode ter sintomas psicóticos sem ter uma psicose propriamente dita.
Psicótico difere do psicopata. A psicopatia é uma psicopatologia caracterizada pela frieza emocional, falta de remorso, etc. Não é necessariamente assassino. Nem todo psicopata tem vontade de matar. São numerosos, manipulam as pessoas por prazer, ou para que essas satisfaçam as suas vontades.

Nota:
transpessoais têm sido chamadas as experiências nas quais o senso de identidade ou self se estende para além do indivíduo.

Muitas experiências transpessoais apontam para a existência e natureza de Deus e de uma vida após a morte de consciência pessoal contínua além da morte física. O estudo científico das “experiências transpessoais” foi desenvolvido entre a segunda metade do século XIX e o presente (Basford, 1990, pp. viii-ix). William James criou o termo “experiência transpessoal”, Abraham Maslow expandiu muito o seu estudo sério, ao considerá-la uma “quarta força” na psicologia após a psicanálise , o behaviorismo e o humanismo (Daniels, 2004, pp. 366-370) .

Neste artigo, não abordarei experiências transpessoais envolvendo médiuns, nem a cura pela fé, pois não pesquisei essas áreas. O meu tema será o desenvolvimento do estudo das experiências de quase-morte e quase-morte nos últimos 150 anos. Começo com uma breve discussão das experiências transpessoais anteriores a meados do século XIX.

3. Experiências Transpessoais Antes de 1850

Platão, Zoroastro, São Paulo e São Gregório Magno

Toda a história humana é testemunho da experiência humana do transpessoal. Antes da pesquisa de experiências transpessoais por pesquisadores biomédicos e cientistas sociais, esses relatos eram muitas vezes anedóticos e frequentemente “contos muito contados”. Há 2.500 anos, Platão registrou a EQM de Er em sua República (Platão, século IV aC/1892). Relatos em primeira mão de fontes confiáveis ​​no mundo antigo são raros. Zoroastro compôs um poema que documentava sua experiência direta com Deus (Vincent, 1999, pp. 91-127). São Paulo também escreveu sobre a transformação de vida de Jesus ( 1 Coríntios 15:5-8 ) e sobre a sua experiência fora do corpo em que foi transportado ao terceiro nível do Céu ( 2 Coríntios 12:2-5 ).

No século VI, São Gregório, o Grande , no Livro 4 de seus Diálogos (Gregório, século VI dC/1959) forneceu um tesouro de experiências transpessoais, incluindo EQMs, CPMs , DBVs e sonhos vívidos. Esses e outros exemplos da literatura antiga e medieval têm alguma validade pelo próprio fato de soarem muito semelhantes aos relatos transpessoais modernos; no entanto, em quase todos os casos, simplesmente não há o suficiente nas descrições antigas para fazer um julgamento sobre a veracidade da história. Na análise de relatos medievais e modernos de viagens ao outro mundo, Carol Zaleski (1987) observou:
“Não podemos simplesmente retirar o invólucro literário e colocar a mão num evento não embelezado, mesmo quando uma visão realmente ocorreu, é provável que tenha sido trabalhado muitas vezes antes de ser registado” (pp. 86-88).

Esse tema sugeriu, por exemplo, que a Igreja estaria ansiosa para garantir que os relatos registrados não contradissessem a “Verdade” conforme definida pela doutrina da Igreja. No entanto, no mundo medieval, relatos em primeira mão de experiências transpessoais tornaram-se mais frequentemente relatados na vida dos santos. Uma colaboração interdisciplinar moderna entre um historiador e um psiquiatra em experiências transpessoais medievais revelou que as visões pareciam estar relacionadas com a doença mental em apenas 4 dos 134 casos estudados pelos autores (Kroll & Bachrach, 1982).

4. Primeiro Período de Pesquisa Científica em Experiências Transpessoais (1850-1920)

Ciência médica de meados do século XIX, religiões orientais e pesquisa psíquica

Em meados do século XIX, a medicina começou a ser uma ciência. Os médicos estudavam o corpo humano, descobrindo que muitos de seus tratamentos e medicamentos há muito reverenciados eram ineficazes e/ou tóxicos (Benson & Stark, 1997, pp. 109-114). As ciências sociais tornaram-se realidade em grande parte devido à invenção da estatística moderna (Wood & Wood, 1996, p. 23). Concomitantemente, a religião comparada surgiu como tema de estudo pela primeira vez no Ocidente desde o período clássico (Nigosian, 2000, pp. 412-413). Este período testemunhou a publicação dos Livros Sagrados do Oriente de Max Müller (1897), que aumentaram o conhecimento ocidental da religião oriental .. Simultaneamente, a arqueologia deixou de ser uma “caça ao tesouro” para aventureiros para se tornar uma ciência metódica (Oakes & Gahlin, 2003, pp. 26-41).

Em meados do século 19, os médicos começaram a relatar DBVs e as EQMs, habitualmente ausentes das suas publicações (Basford 1990, pp. 5-10.131-137; Walker & Serdahely, 1990, p. 108). Auxiliados por cientistas sociais, estudos de caso e observações de experiências transpessoais começaram a ser verificados. Na década de 1880, a Society for Psychical Research foi formada na Inglaterra e, pouco depois foi fundada a American Society for Psychical Research (Cardeña, Lynn, & Krippner, 2000, p. 6). Os membros dessas organizações eram maioritariamente médicos, professores e pregadores. Os seus membros estavam cada vez mais interessados ​​em estudar casos envolvendo experiências transpessoais.

b. Estudos Transpessoais Inovadores Importantes

I. Estudo de Frederick Myers

Estudos inovadores produzidos por esse novo grupo de pesquisadores psíquicos incluem Human Personality and its Survival of Bodily Death (1903) de Frederick Myers e Deathbed Visions (1926) de Sir William Barrett .
O relato verídico seguinte, retirado do trabalho clássico de Myers, documenta os raros fenómenos de contato físico com uma visão. É o caso de uma aparição ao barão Basil Fredorovich von Driesen de seu falecido sogro, com quem ele não tinha boas relações. O objetivo da ADC do sogro era a reconciliação. Basil relatou apertar a mão da aparição que ele descreveu como “longa e fria”, após o que a visão desapareceu. No dia seguinte, após o culto na igreja, o padre disse a Basílio e sua esposa: “Esta noite, às 15h, Nicholas Ivanovitch Ponomareff apareceu-me e implorou-me para reconciliá-lo com você.” Na mesma noite, o genro e o padre, em locais separados, tiveram uma visão do mesmo morto (Myers, 1903, pp. 40-42).

II. Estudo de Henry Sidgwick

Outro estudo importante no século 19 foi o Relatório de Henry Sidgwick sobre o Censo de Alucinações (Basford, 1990, p. 161). O estudo britânico incluiu mais de 15.000 pessoas não psicóticas e descobriu que cerca de 10% dos participantes relataram aparições, incluindo CPMs e visões religiosas. Este também foi o caso de outros estudos na década de 1990, usando uma amostra representativa de mais de 18.000 participantes (Bentall, 2000, pp. 94-95). Embora as pessoas com esquizofrenia possam relatar e relatam experiências místicas juntamente com sua psicose (Siglag, 1986), na maioria das vezes as pessoas sem doença mental relatam ver figuras religiosas, enquanto as pessoas com esquizofrenia relatam ser figuras religiosas.

III. Estudo de James Hyslop

James Hyslop escreveu muitos livros sobre experiências transpessoais. NA sua obra Pesquisa Psíquica e a Ressurreição (1908) é interessante. Inclui não apenas exemplos verídicos de ADCs e DBVs, mas também um tratado sobre a ressurreição como uma ADC em que Hyslop afirmou: “A existência de aparições verídicas daria realidade tudo o que é útil na história da ressurreição e tornaria semelhante a experiência humana em todas as épocas” (p.383).
Essa mesma abordagem, afirmando que o corpo ressuscitado de Jesus era (citando São Paulo) um corpo “espiritual” (Hyslop, 1908, p. 377), foi adotada em meados do século pelo cónego anglicano Michael Perry, que escreveu The Easter Enigma : Um Ensaio sobre a Ressurreição com Referência Específica aos Dados da Pesquisa Psíquica (1959).
Esta tese foi novamente levantada no final do século 20 por Phillip Wiebe , autor de Visões de Jesus (1997). Esses e outros autores modernos argumentaram que as aparições de Jesus pós-ressurreição são experiências visionárias equivalentes aos relatos de CPMs ao longo da história (Hick, 1993, pp. 41-44; Maxwell & Tschudin, 1990, pp. 66-67, 78, 105). , 119, 150, 166, 168; Wiebe 1997, pp. 3-88).

4. Estudo de William James

A principal publicação do primeiro período de pesquisa sobre experiências transpessoais foi The Varieties of Religious Experience , de William James , publicado em 1902. Aí, declarou corajosamente: Em certo sentido, a religião pessoal [atualmente denominada transpessoal ou espiritual] mostrar-se-á mais importante do que a teologia ou os casos de ordem ecleciástica. As igrejas, uma vez estabelecidas, vivem de segunda mão na tradição; mas os fundadores de cada igreja deviam o seu poder à comunicação pessoal direta com o Divino. Não apenas os fundadores sobre-humanos, Cristo, Buda ou Maomé, mas todos os originadores das seitas cristãs, estiveram neste caso; Portanto, a religião pessoal ainda deve parecer a coisa primordial, mesmo para aqueles que continuam a considerá-la incompleta (James, 1902/1994, pp. 35-36; material entre colchetes adicionado).

Ele prosseguiu afirmando que, a diferença no “fato” natural que a maioria de nós atribuiria como a primeira diferença que a existência de um Deus deveria fazer seria, imagino, a imortalidade pessoal. Religião, de fato, para a grande maioria de nossa própria raça significa imortalidade, e nada mais (James 1902/1994, p. 569).

Uma validação adicional para a afirmação de William James de que os fundadores de todas as religiões obtiveram o conhecimento espiritual de experiências transpessoais diretas de Deus pode ser encontrada em New Religions (2004, pp. 14-24) de Christopher Partridge (2004, pp. 14-24) . Partridge listou mais de 200 religiões que foram fundadas ou ganharam destaque no século passado; virtualmente todos os seus fundadores foram transformados e inspirados por uma experiência transpessoal como uma voz, uma visão ou outra experiência mística de Deus, ou uma CPM de uma figura religiosa.

5. Período Intermediário (décadas de 1930 a 1950) e Segundo Período (década de 1960 até o presente) da Pesquisa Científica em Experiências Transpessoais

a. Carl Jung e as experiências transpessoais

Durante a década de 1920, a pesquisa sobre experiências transpessoais começou a diminuir. Na minha opinião, as possíveis razões para isso incluem a morte dos fundadores da pesquisa sobre a experiência transpessoal, a ascensão do ateísmo e do marxismo culturalmente, e o freudismo e o behaviorismo nas ciências sociais e biomédicas. Em um artigo focado exclusivamente nas EQMs, Barbara Walker e William J. Serdahely (1990) observaram o mesmo período “seco”. Carl Jung (1961) tornou-se uma “voz solitária no deserto” sobre a importância da experiência religiosa e espiritual no funcionamento humano saudável.

b. Abraham Maslow e a Psicologia Transpessoal

Como o pai da psicologia humanista, Maslow revolucionou o estudo da psicologia enfatizando a personalidade saudável em vez da psicopatologia . No final de sua vida, foi além dessa inovação ao ressuscitar o termo “transpessoal” de James e fundar o campo da psicologia transpessoal (Maslow, 1964, pp. x — xi, 19 — 29; Partridge, 2004, pp. 366- 370). Durante esse mesmo período, os cientistas começaram a usar o eletroencefalograma (EEG) para estudar a meditação e outros estados alterados de consciência, demonstrando que os estados meditativos eram fisiologicamente diferentes da consciência comum e não apenas o “pensamento positivo” dos crentes (Wulff, 1997, pp. 69-89, 95-116). Concomitantemente, a facilitação da experiência religiosa com o uso de drogas psicadélicas tornou-se objeto de estudo científico.

c. Pesquisa de LSD de Timothy Leary

Timothy Leary era um respeitado professor de psicologia em Harvard e um dos maiores pesquisadores do mundo sobre personalidade na época em que começou a experimentar LSD e outras drogas psicodélicas (Wulff, DM, 1997). Fez isso na melhor companhia — com Huston Smith , um ministro metodista, teólogo e pesquisador em religião comparada, e Aldous Huxley , autor de Admirável Mundo Novo e As Portas da Percepção (Smith, 2000, p. 6). Um dos primeiros projetos de pesquisa de Timothy Leary em Harvard teve o nome: “ Prisioners to Prophets” (Leary, 1983, pp. 83-90). Neste estudo, supervisionou a administração de LSD a prisioneiros que foram seguidos após a sua libertação da prisão. Inicialmente, o grupo LSD teve uma taxa de reincidência menor do que o membros do grupo de controle que não tinham recebido drogas psicadélicas. No entanto, posteriormente esses resultados foram questionados, e foi sugerido que seu sucesso poderia ser melhor atribuído à interação dos alunos com os presos, ajudando-os a readaptarem-se à sociedade e ajudando-os a encontrar emprego. De fato, um acompanhamento de 34 anos mostrou que a reincidência foi ligeiramente maior para o grupo LSD (Horgan, 2003).

Leary sinceramente pensou ter descoberto algo benéfico para a sociedade; um atalho que permitiria a todos tornarem-se místicos. Assim, foi por algum tempo o campeão das drogas psicadélicas. Ele e os seus amigos sofisticados não tiveram experiências negativas com o LSD, e alguns obtiveram intuições sob sua influência. Leary pensou que a experiência mística foi causada pela droga; infelizmente, a causalidade e a dinâmica de tais experiências acabaram não sendo tão simples.

Eu era estudante de graduação em psicologia na época em que esta pesquisa inicial estava sendo realizada. Um dia, um dos meus professores entrou na aula e anunciou que estava fazendo uma pesquisa sobre LSD e queria que todos tomássemos a droga como parte de seu experimento. Agora, isso foi nos dias anteriores às diretrizes rígidas para pesquisa ética em seres humanos, e não era incomum que os professores incluíssem entre os requisitos do curso que os alunos participassem nas suas experiências. Fiquei muito aliviado quando meu professor disse que, se tivéssemos empregos, não éramos obrigados a participar. Ele então nos disse que essas coisas eram TÃO boas que ele nos daria algumas se fôssemos ao seu escritório depois da aula! Advertiu-nos que, se tomássemos por conta própria, teríamos que prometer tomá-lo com um amigo, pois havia algumas pessoas que tinham “efeitos colaterais incomuns (bad trips)”, e o Governo Federal tornou os psicodélicos ilegais. Claramente, a experiência de Deus não estava nas drogas, como Leary esperava.

d. Pesquisa PsicAdélica de Walter Pahnke

“O caminho para Deus é apenas um passo, o passo para fora de si mesmo.”

Nessa época, um pesquisador de Harvard chamado Walter Pahnke (Argyle, 2000, pp. 64-66; Smith, 2000, pp. 199-205) conduziu uma experiência controlada no Andover Theological Seminary na qual dividiu os seminaristas em dois grupos: os de um grupo tomaram psicadélicos e os do outro tomaram um placebo. Depois, colocou os dois grupos num culto de Páscoa de 2 horas e meia. O resultado foi que um número significativo daqueles que receberam a psilocibina relataram experiências místicas em comparação com o grupo controle.
O que Pahnke havia feito era o que os xamãs faziam há séculos: usar drogas para “descentralizar” seus súbditos. As drogas psicadélicas induzem distorções percetivas e forçam o sujeito a sair da sua mentalidade normal, mas é o xamã – ou, no caso da tentativa de Pahnke, os ministros cristãos – que desempenha o papel crítico de guiar o experimentador. No caso dos xamãs nativos americanos, o cenário é um hogan onde o participante é cercado por companheiros de adoração, fogo e cânticos. No culto cristão da Páscoa, os “xamãs cristãos” forneceram o contexto de música, liturgia e oração. O cenário espiritual total é o “gatilho” da experiência mística; as drogas ajudam apenas na medida em que permitem ao experimentador sair da realidade comum (Wulff, 1997, pp. 188-193). Como o místico sufi Abu Said (Vincent, 1994, p. 40) colocou:

e. Experiências Transpessoais e Psicose

Além da relação entre experiências transpessoais e drogas psicodélicas, há também alguma sobreposição entre experiências transpessoais e psicose. Este foi o foco de um livro recente intitulado Psicose e Espiritualidade (Clarke, 2001). O misticismo pode ser diferenciado da psicose por meio da avaliação psicológica. Ralph Hood (2001, pp. 20-31) desenvolveu duas escalas para medir a natureza profunda da experiência mística religiosa: a Religious Experience Episode Measure (REEM) e a Mysticism Scale(Escala M). Esses instrumentos separam místicos de não místicos, mas não diferenciam claramente místicos de psicóticos. Para alcançar este último, um diagnosticador precisa também usar um instrumento que diferencie pessoas com e sem psicose. O uso de mais de um teste para diagnóstico diferencial é comum em psicologia; por exemplo, o diagnóstico de dificuldade de aprendizagem requer a administração de avaliações de leitura e de QI (Vincent, 1987, pp. 45-58).

Embora seja possível ser tanto místico quanto psicótico, pesquisas modernas descobriram muito mais pessoas tendo experiências místicas do que psicoses (Argyle, 2000, pp. 71-72, Hood, 2001, pp. 410-411). Essas diferenças são destacadas em um estudo usando análise de palavras para diferenciar as descrições verbais de místicos, usuários de drogas psicodélicas, psicóticos e pessoas não incluídas em nenhum desses grupos. Os pesquisadores descobriram que as descrições das várias experiências não coincidem (Oxman, Rosenberg, Schnurr, Tucker, & Gala, 1988). Em geral, estudos sobre misticismo e saúde mental mostraram consistentemente que a esmagadora maioria dos místicos é mentalmente “normal” ou “saudável”.

f. Pesquisa de experiência religiosa de Sir Alister Hardy

Em 1969, Sir Alister Hardy , um biólogo, criou a Unidade de Pesquisa de Experiências Religiosas na Universidade de Oxford, hoje Centro de Pesquisas de Experiências Religiosas na Universidade de Gales, Lampeter (Rankin, 2008, p. 3). Este empreendimento marcou o início da pesquisa em larga escala sobre experiências místicas. Para pesquisar a experiência religiosa mística na população em geral, Hardy fez um apelo ao público em geral por meio de jornais e panfletos com a pergunta:

“Você já teve consciência ou foi influenciado por uma presença ou poder, chame de ‘Deus’ ou não, que é diferente do seu eu cotidiano?”

Ele convidou os leitores a enviar suas respostas. Dez anos depois, Hardy (1979/1997) publicou um livro baseado nas primeiras 3.000 respostas que recebeu a essa pergunta sobre experiências místicas.

Em seguida, indo além da metodologia de amostra auto-selecionada, os pesquisadores realizaram pesquisas de pesquisa em larga escala. Em 1977, David Hay e Ann Morisy (Hardy, 1979/1997, pp. 124-130) fizeram a mesma pergunta a uma amostra nacional britânica de 1.865 pessoas: 35% responderam “sim”. Entre os tempos do apelo do jornal britânico e da pesquisa populacional objetiva em larga escala, Andrew Greeley (1974) e seus colegas do Centro Nacional de Pesquisa de Opinião da Universidade de Chicago começaram a fazer uma pergunta muito semelhante:

“Você já se sentiu como se estivesse muito perto de uma poderosa força espiritual que parecia levantá-lo para fora de si mesmo?”

Uma amostra de 1.467 americanos mostrou que 39% responderam “sim”. Ao longo dos anos, repetidas amostras nacionais mostraram que o número de pessoas que responderam afirmativamente a essa pergunta variou de 35% a 50% (Wood, 1989, p. 856). Quando os entrevistados foram entrevistados em vez de pesquisados, o número aumentou para mais de 60% (Hay, 1987, pp. 136-137).

Possivelmente porque mais americanos estão se sentindo mais confiantes em sua espiritualidade, ou talvez porque a pergunta tenha sido formulada de maneira diferente, quando perguntada recentemente:

“Em geral, com que frequência você diria que experimentou a presença de Deus ou uma força espiritual que se sentiu muito próxima de você?”

86% dos americanos relataram uma ou mais experiências transpessoais. Quem sabe? Talvez nós, humanos, estejamos “saindo do nosso armário (espiritual)” ( Mitofsky International e Edison Media Research , 2002)!

Nos primeiros 3.000 casos de experiências místicas que Hardy e seus colegas coletaram, um dos “gatilhos” da experiência mística “foi a perspectiva da morte”. Mais recentemente, Mark Fox (2003, pp. 243-329) analisou essas “ experiências de crise” (CE) e as comparou com outras experiências místicas não-crise (não-CE). Considerando que a maioria dessas ECs foram EQMs, era difícil dizer pelos relatórios voluntários se esses indivíduos morreram ou, em alguns casos, apenas chegaram perto da morte. Apesar dessa limitação, Fox conduziu o estudo porque essas EC/NDEs ocorreram antes da popularização da EQM. Ele encontrou notável semelhança entre esses dois grupos. Em outras palavras, uma das maneiras de se ter uma experiência mística é morrer! Esta ligação entre a EQM e outras experiências místicas é um achado comumente relatado (Cressy 1994, 1996; Fenwick & Fenwick, 1995, pp. 229-236; Kircher, 1995, pp. 81-91; Ring, 2005, pp. 51-51- 52; Vincent, 1994, pp. 9-17).

Recentemente, Xinzhong Yao e Paul Badham do Alister Hardy Research Center publicaram um grande projeto de pesquisa intitulado Experiência Religiosa na China Contemporânea (2007). Yao e Badham entrevistaram 3.196 chineses. A religião é suprimida na China, e não deve ser surpresa que poucos entrevistados indicaram uma afiliação religiosa, mas 56,7% relataram experiências religiosas/espirituais. Usando o budismo como exemplo, apenas 2,3% dos chineses relataram ser budistas, mas 27,4% disseram ter adorado Buda no último ano e 18,2% relataram uma experiência religiosa envolvendo Buda ou bodhisattvas em algum momento de suas vidas (Holmes, 2006). ).

g. Pesquisa de experiência transpessoal de Osis e Haraldsson

Outro grande estudo transcultural sobre experiências transpessoais é relatado no livro de Osis e Haraldsson At the Hour of Death (1977), que documenta 1.708 casos de visões no leito de morte.registrados por médicos e enfermeiros nos Estados Unidos e na Índia. Esses pesquisadores compararam pacientes com visões no leito de morte com pacientes cujo diagnóstico resultaria em alucinações psicóticas, como doença cerebral, uremia e febre acima de 103 graus. Eles também levaram em conta os efeitos da medicação. As aparições dos moribundos nos Estados Unidos e na Índia envolveram parentes mortos e figuras religiosas; em nenhum caso, tanto no estudo piloto norte-americano quanto no estudo transcultural, foi a pessoa “levada” ─ a figura familiar ou religiosa que o paciente percebeu ter vindo para levar o paciente para a vida após a morte ─ uma aparição de um ser vivo Individual. Em geral, as visões no leito de morte eram semelhantes em ambos os países, embora houvesse algumas diferenças. Um décimo dos americanos e um terço dos indianos expressaram emoções negativas quando figuras religiosas apareceram. Os indianos estavam mais ansiosos por morrer, provavelmente porque a religião hindu ensina o julgamento. No entanto, uma vez que a experiência de morrer começou, quase sempre foi agradável para indianos e americanos. O único relato de uma pessoa indo para o inferno foi o de uma ítalo-americana. A diferença mais marcante entre as experiências no leito de morte nos EUA e na Índia é uma que poderia ter sido antecipada: as figuras religiosas que vieram para levar a pessoa para a vida após a morte correspondiam à religião da pessoa. Os cristãos viram Deus, Jesus, anjos e Maria. Os hindus viam figuras como era quase sempre agradável para indianos e americanos. O único relato de uma pessoa indo para o inferno foi o de uma ítalo-americana. A diferença mais marcante entre as experiências no leito de morte nos EUA e na Índia é uma que poderia ter sido antecipada: as figuras religiosas que vieram para levar a pessoa para a vida após a morte correspondiam à religião da pessoa. Os cristãos viram Deus, Jesus, anjos e Maria. Os hindus viam figuras como era quase sempre agradável para indianos e americanos. O único relato de uma pessoa indo para o inferno foi o de uma ítalo-americana. A diferença mais marcante entre as experiências no leito de morte nos EUA e na Índia é uma que poderia ter sido antecipada: as figuras religiosas que vieram para levar a pessoa para a vida após a morte correspondiam à religião da pessoa. Os cristãos viram Deus, Jesus, anjos e Maria. Os hindus viam figuras comoYamaraj , o deus hindu da morte, assim como Krishna, Rama e Durga , (Osis & Haraldsson, 1977, pp. 52-78, 218).

Um subproduto do estudo de Osis e Haraldsson foi que incluiu 120 pessoas que passaram por experiências de quase morte (EQMs). Assim como os visionários do leito de morte, os que passaram por uma EQM na Índia e nos Estados Unidos tiveram experiências semelhantes. A única exceção foi que, nos EUA, as pessoas relataram ter sido instruídas a retornar ou que “tinham trabalho a fazer”. Na Índia, eles costumavam ser informados de que seu nome “não estava na lista”. Um hindu teria sido informado por um mensageiro hindu da morte que eles haviam trazido a pessoa errada. Curiosamente, este relatório incluiu um relato em que outro homem com o mesmo nome estava no mesmo hospital e, quando o paciente inicial recuperou a consciência, o outro homem com o mesmo nome morreu (Osis & Haraldsson, 1977, pp. 147-159) .

Também na década de 1970, foram realizadas pesquisas sobre a objetivação do diagnóstico psiquiátrico. Os resultados desta pesquisa culminaram no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais III (DSM-III) em 1980. Tive o privilégio de trabalhar neste projeto (American Psychiatric Association, 1980, p. 481). O DSM-III removeu a mitologia freudiana da nomenclatura diagnóstica e proibiu um diagnosticador de saltar para um diagnóstico baseado em um único sintoma como alucinações . Mais importante, reconheceu que a experiência religiosa não era em si mesma patológica; em outras palavras, agora estava tudo bem Deus falar com você!

h. O início da pesquisa sobre a experiência de quase morte

Em 1975, Raymond Moody publicou Life After Life e cunhou o termo “experiência de quase morte”. Imediatamente após esta publicação, uma pesquisa séria sobre a EQM começou. A International Association for Near-Death Studies (IANDS) foi fundada em novembro de 1977 por Raymond Moody, Kenneth Ring , Bruce Greyson , Michael Sabom , John Audette, e alguns outros (International Association for Near-Death Studies, 2009). A pesquisa sobre a EQM captou rapidamente a atenção do público, ofuscando todas as outras experiências transpessoais. Essa conclusão é evidenciada pelo grande volume de pesquisas sobre EQM (Holden, Greyson e James, 2009, pp. 1-10). Os destaques de pesquisas sérias sobre EQMs incluem a primeira análise objetiva de Ring das características de EQM (1980). Pouco tempo depois, Sabom (1982) realizou o primeiro estudo prospectivo sobre a EQM. Ring e Sharon Cooper pesquisaram recentemente o que os cegos “vêem” quando têm uma EQM (Ring & Valarino, 1998, pp. 73-95). Mais recentemente, Jeffery Long e Paul Perry (2010) publicaram uma análise de 613 casos de Jeff e Jody Long’sSite da Fundação de Pesquisa em Experiências de Quase Morte (NDERF). Uma área frutífera de pesquisa tem sido sobre os efeitos posteriores das EQMs e outras experiências transpessoais. Resumidamente, os efeitos são extremamente positivos e mudam a vida, e não desaparecem com o tempo (Hay, 1987, pp. 153-167; Ring & Valarino 1998, pp. 123-144).

eu. Teorias científicas tentam explicar experiências de quase morte

À medida que foram levantadas questões sobre a EQM e suas características, pesquisas científicas tentaram lidar com elas. Por exemplo, quando a imprensa afirmou consistentemente que todas as EQMs eram experiências prazerosas dominadas por sentimentos como paz, amor e alegria, Greyson e Nancy Evans Bush (1992), em seu artigo “ Distressing Near-Death Experiences”, contra-atacou com sua análise de experiências dominadas por sentimentos como isolamento, tormento ou culpa. Quando o astrônomo Carl Sagan, atuando como psicanalista de poltrona, afirmou que as EQMs eram apenas pessoas revivendo suas experiências de nascimento, sua “teoria” logo foi refutada em um artigo de Carl Becker que incluía dados não apenas sobre a fisiologia do recém-nascido, mas também a falta de semelhança entre as características da EQM e do nascimento (Becker, 1982). Em um estudo de Susan Blackmore (1983) intitulado “ Nascimento e OBE ”, ela não encontrou diferença nos relatos de passagem por um túnelcomo transição para outra realidade para as pessoas nascidas por cesariana ou de parto normal. Finalmente, embora a maioria das EQMs seja prazerosa, o processo de nascimento é amplamente reconhecido como traumático. Em toda a história registrada, diz-se que apenas uma pessoa riu em vez de chorar ao nascer Zoroastro (Vincent, 1999, p. 3). Sagan não foi o único cético em relação à EQM, mas seu caso ilustra que, quando são levantadas questões, segue-se a investigação científica. “ Modelos explicativos para experiências de quase morte ” de Greyson, Kelly e Kelly (2009, pp. 213-234) oferece uma excelente visão geral das pesquisas que apoiam e refutam as afirmações sobre as origens das EQMs.

j. Induzindo Experiências Transpessoais

Michael Persinger ofereceu mais do que teorias sobre a EQM e outros fenômenos transpessoais (Kelly, Greyson e Kelly, 2007, pp. 382-383). Usando estimulação eletromagnética, ele tentou criar fenômenos do tipo EQM em laboratório, e alguns de seus sujeitos relataram fragmentos de fenômenos semelhantes à EQM e outras experiências transpessoais, bem como fenômenos estranhos, como tontura e formigamento (Greyson, 2000, página 335). No entanto, um estudo escandinavo recente não conseguiu replicar suas descobertas (Keller, 2005). Com base na pesquisa de Persinger, seu aluno, Todd Murphy(2006), começou a comercializar dispositivos eletrônicos para aprimorar experiências meditativas. Se experiências transpessoais pudessem ser induzidas com segurança em laboratório usando estimulação elétrica, essa habilidade cumpriria o antigo sonho de dar a todos uma experiência mística, mudar as pessoas para melhor e trazer uma “nova era”? Em outra nota, Persinger expressou a crença de que sua pesquisa demonstra que a EQM e outras experiências transpessoais estão localizadas no cérebro (Kelly, Greyson e Kelly, 2007, pp. 382-384). No entanto, a estimulação cerebral pode ser interpretada como “limpando as portas da percepção” e levando à iluminação (Kelly, 2007, pp. 603-607).

Desde os tempos antigos, as pessoas tentam induzir experiências transpessoais. No mundo antigo, as pessoas usavam a iniciação nos “mistérios” (Meyer, 1987, pp. 3-13). Sobre a indução aos Mistérios de Ísis , Apuleio deu um relato que é com toda probabilidade autobiográfico:

“Eu me aproximei dos limites da morte. Trilhei o limiar da Prosperina : e nasci através dos elementos voltei. À meia-noite eu vi o sol brilhando em toda a sua glória. Aproximei-me dos deuses abaixo e dos deuses acima, fiquei ao lado deles e os venerei.” (Meyer, 1989, p. 199).

Ele passou a afirmar que não poderia revelar mais porque era um mistério! Os historiadores não estabeleceram qual porcentagem de pessoas foram capazes de ter uma experiência transpessoal induzida no mundo antigo. Os métodos dos antigos também não são conhecidos, mas a ideia de que eles possuíam tal conhecimento continua a ser intrigante (Ring, 1986).

Em uma tentativa de indução, Moody inventou o psychomanteum para facilitar as CPMs de maneira não intrusiva. Usando um espelho levemente inclinado, pouca luz, uma cadeira macia e um quarto escuro, Moody foi capaz de criar a condição para cerca de metade de seus sujeitos experimentarem visitas de seus entes queridos mortos (Moody & Perry, 1993). Este experimento foi replicado várias vezes (Hastings et al., 2002; Roll, 2004). Não estou sozinho entre meus colegas ao sentir que essa necromancia moderna não está isenta de riscos. Se essas visões são realmente reais, como observou Moody (1993, p. 112), as pessoas que aparecem podem não ser as esperadas; se as aparições são produtos da mente inconsciente do sujeito, provavelmente é melhor deixá-las em paz.

k. Religião e Experiências de Quase Morte

Isso nos leva a outro aspecto da pesquisa de EQM: religião e EQMs . Fox (2003, pp. 55-97) viu um silêncio ensurdecedor entre os teólogos, que geralmente não abordaram o tema. Essa omissão parece ser verdadeira para os teólogos do cristianismo, bem como para outras religiões. No entanto, Judith Cressy (1994), uma ministra e conselheira pastoral com doutorado, escreveu ligando as semelhanças entre EQMs e misticismo. O teólogo cristão liberal Marcus Borg (1997, pp. 37-44, 171) apoiou a validade das experiências transpessoais; ele também expressou um otimismo hesitante sobre a validade das EQMs. John Hick , o maior universalista/ pluralista do mundoteólogo cristão, é um endossante entusiasta de experiências transpessoais e esperançoso quanto à veracidade das EQMs (Hick, 1999). O teólogo canadense Tom Harpur também abordou como vários aspectos das EQMs se relacionam com o cristianismo em geral, com seitas cristãs específicas e com a religião mundial. Ele concluiu seu livro Life After Death (1991) com uma forte declaração relacionando as EQMs à teologia cristã universalista.

Fora do cristianismo, o endosso para a relevância das EQMs para a religião é escasso. Alguns anos atrás, eu estava assistindo a um programa de televisão no qual perguntaram ao Dalai Lama como as EQMs afetaram sua crença na reencarnação. Ele respondeu que as EQMs refletem o estado “ Bardo ” – na teologia budista, o estado intermediário entre a morte e o renascimento. Recentemente, o padre zoroastrista Kersey Antia (2005) escreveu sobre o zoroastrismo, EQMs e outras experiências transpessoais. Escritores sobre religião comparada também escreveram sobre a EQM. Zalesky’s (1987) Other World Journeys: Accounts of Near-Death Experience in Medieval and Modern Times , Farnaz Masumian’s (1995)Life After Death: A Study of The Afterlife in World Religions e The Uttermost Deep de Gracia Fay Ellwood (2001) são bons exemplos de livros sobre EQMs e religião comparada . Recentemente, Gregory Shushan (2009) examinou cinco civilizações antigas e culturalmente independentes e concluiu que os elementos centrais de suas crenças sobre a vida após a morte são semelhantes aos das EQMs. Ele afirmou:

“Em última análise, este estudo aponta para um tipo de ‘realidade’ experiencial única, que pode ou não indicar uma única realidade transcendental” (Shushan, 2009, p. 199).

Warren Jefferson (2008) escreveu sobre as EQMs de índios norte-americanos e documentou que muitos de seus relatos de vida após a morte incluem experiências de reencarnação. Finalmente, Marianne Rankin (2008) escreveu uma excelente visão geral das experiências transpessoais, incluindo EQMs, intitulada Uma Introdução à Experiência Religiosa e Espiritual . Este trabalho abrange experiências em religiões do mundo, antigas e modernas, orientais e ocidentais.

Já discuti a maravilhosa comparação de Osis e Haraldsson (1977) entre americanos que eram principalmente cristãos e indianos orientais que eram principalmente hindus, mas ambos os autores eram psicólogos e não teólogos. Alguns pesquisadores de EQM, inclusive eu, não têm medo de vincular os resultados da pesquisa de EQM com suas crenças religiosas. Esses autores incluem os cristãos conservadores Maurice Rawlings (1978) e Michael Sabom (1998), o cristão mórmon Craig Lundahl (1981) e os cristãos universalistas Ken Vincent (2003, 2005) e Kevin Williams (2002).

6. Conclusão

A busca por Deus e vida após a morte na Era da Ciência destaca um aspecto negligenciado do chamado conflito entre religião e ciência. Nos últimos 150 anos, cientistas sociais e biomédicos pesquisaram a própria natureza da religião usando todas as ferramentas disponíveis para a ciência moderna. EQMs e outras experiências transpessoais podem e são investigadas da mesma forma que todos os outros fenômenos psicológicos são investigados. A validade dessas experiências é baseada em várias fontes de dados, incluindo:

  1. Estudos de caso de experiência transpessoal (Bucke, 1901/1931, pp. 9-11, 287-289, 357-359; Guggenheim & Guggenheim, 1996; Maxwell & Schudin, 1990; Wiebe, 1997, pp. 40-88; 2000, págs. 119-141).
  2. Pesquisas sociológicas que revelam quem e qual porcentagem da população tem EQMs e outras experiências transpessoais (Argyle, 2000, p. 56; Wood 1989, p. 856).
  3. Instrumentos de avaliação psicológica que medem não apenas a saúde mental do indivíduo, mas também avaliam a profundidade das experiências místicas (Hood, 2001; Hood, Spilka, Hunsberger, & Gorsuch, 1996, pp. 183-272).
  4. Testes biomédicos e de neurociência, incluindo o EEG, PET-scan e ressonância magnética funcional para, em alguns casos, documentar estados alterados genuínos de consciência e demonstrar que as experiências transpessoais não são apenas desejos (Hood et al., 1996, pp. 193-193- 196; Newberg, D’Aquili, & Rause, 2001; Wulff, 1997, pp. 169-188), e EEGs e ECGs que permitem a documentação do processo de morrer em EQMs que ocorrem em hospitais.
  5. Investigações sociológicas e psicológicas que avaliam os efeitos posteriores que essas experiências têm nas pessoas (Greyson, 2000, pp. 319-320; 345; Hick, 1999, pp. 163-170; Hood et al., 1996, pp. 410-411). ).
  6. Pesquisa experimental controlada, como o experimento de Walter Pahnke sobre os efeitos dos psicodélicos (Argyle, 2000, pp. 64-66; Smith, 2000, pp. 199-205).

Na minha opinião, embora a EQM e outras experiências transpessoais não provem a existência de um Deus pessoal e vida após a morte, eles definitivamente apontam para isso. A pesquisa até o momento documenta o fato de que:

  1. Uma grande porcentagem da população experimentou EQMs e outras experiências transpessoais.
  2. A esmagadora maioria daqueles que têm EQMs e outras experiências transpessoais são mentalmente saudáveis ​​e não psicóticos.
  3. EQMs e outras experiências transpessoais mudam a vida das pessoas para melhor. Parece também que as EQMs e outras experiências transpessoais representam realidades fenomenológicas na origem de praticamente todas as principais religiões do mundo .

7. Referências

Nova edição revista da tradução de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, edição livre e aberta para todos

 Está a aproximar-se a apresentação pública da nossa tradução de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, que terá lugar em Lisboa, por iniciativa da muito prestigiada  “LIVRARIA BERTRAND”, em data a ser aqui indicada oportunamente.

PEDIMOS A TODOS OS QUE JÁ LERAM
A IMPORTANTÍSSIMA OBRA
E SOBRETUDO A QUEM
AINDA A NÃO LEU
TODA A ATENÇÃO POSSÍVEL !!!….


Em edição aberta e livre para todo o mundo de língua portuguesa...

Esta é a nova edição da nossa tradução de “O Livro dos Espíritos” directamente do francês para português de Portugal, com duas notas de apresentação de grandes amigos nossos e distintos espíritas, JOÃO XAVIER DE ALMEIDA e JOÃO DONHA, ambos notáveis conhecedores da nobre língua portuguesa, um português, outro brasileiro.

A nossa tradução tem o intuito de ajudar a criar uma nova geração de leitores de “O Livro dos Espíritos”, sobretudo junto de pessoas não espíritas , mas que também poderá, com proveito, ser lido por pessoas já conhecedoras do tema.
Inclui um prefácio dos tradutores, dirigido a essas pessoas e um nutrido grupo de Notas finais acerca das diferenças de cultura, de sensibilidade e de terminologias entre o que era antes e o que é hoje, relativamente ao tempo em que a obra foi organizada por ALLAN KARDEC, em meados do século XIX..

O trabalho geral de revisão do livro traduzido foram movidos pelos seguintes propósitos:

Primeiro
Aproximação mais acentuada do francês praticado pelo autor da obra ao português falado nos nossos dias, com critérios de ordem gramatical e lexical coerentes com o espírito da cultura respectiva.

Segundo
Sendo “O Livro dos Espíritos” a obra basilar da cultura espírita, o leitor terá um acesso mais fácil e penetrará mais fundo na restante obra de Allan Kardec.

Terceiro
A vontade de abertura sinalizada no prefácio de autores e o franco desejo de debate de ideias sugerido nas Notas finais do Livro sugerem o recentramento da obra de Allan Kardec no estudo fundamental da cultura espírita.

De João Xavier de Almeida:
recebemos a mensagem de um prestigiado e histórico dinamizador e organizador da cultura espírita em Portugal.
Do seu valioso prefácio colhemos o seguinte momento, que convida todos os leitores à leitura completa do texto:

Jamais nos demitamos do dever de gratidão ao Brasil, pelas diversas traduções (totalizando, todas, muitos milhões de exemplares editados) que facultaram ao leitor português a obra colossal de Allan Kardec; convenhamos porém: a tradução que ora ouso prefaciar supre finalmente uma nada lisonjeira omissão editorial lusitana, tão longa e desconfortável aos nossos brios.
Dizer grandiosa e transcendente a obra traduzida, O Livro dos Espíritos, nada tem de exagero. Ela integra um pentateuco hodierno de que é o volume basilar, e configura um relevante marco civilizacional judaico-cristão de cultura universal. Sagra-se como a terceira dum ciclo de grandes revelações, iniciado com Moisés e aperfeiçoado por Cristo. Mas… revelação agora em estilo direto, lógico, assertivo, coerente com a profundeza latente das duas precedentes; uma revelação já não necessitada de alegorias e formalismos requeridos outro ra pelo verdor evolutivo do Homem. Enfim, uma revelação sobre factos e leis naturais sistematizados com inatacável metodologia científica. Consistente, elucidativa, ela emerge vigorosa duma época onde o racionalismo, inebriado pela emancipação da opressiva tutela eclesiástica, derrapava no materialismo presunçoso que decretou “a morte de Deus” e entronizou a Deusa Razão.

1
…o paradigma teocrático… gerava um Estado teocrático, sustentado por uma poderosa instituição sacerdotal, com sua hierarquia sólida, seus ritos mágicos e sua capacidade de sugestão controlando as massas. O comportamento era subordinado à suposta vontade divina e, a adoração aos seus desejos. E, muito sangue foi derramado pelas religiões em nome da Divindade.

2
…o paradigma humanista, onde a ênfase é retirada da Divindade e passa a ser dada ao Homem, suas necessidades, seus direitos, suas aspirações e suas destinações. E, novamente, muito sangue foi derramado pelas revoluções em nome da Humanidade.

3
…um novo paradigma, onde a ênfase que já foi exclusiva da Divindade e, depois do Homem, transcende o imediato e passa a ser dada ao Espírito, ou seja, à nossa individualidade que sobrevive à extinção do corpo físico.

Este é o novo paradigma que o presente livro e as obras subsequentes que o completam está construindo. O Paradigma do Espírito, da imortalidade, da responsabilidade individual pelos próprios atos e, da multiplicação ao infinito das oportunidades de correção e progresso

De João Donha,

da cidade de Curitiba, no Brasil recebemos o favor fundamental de um testemunho de leitura; palavras de acolhimento e abertura de horizontes, para inspirarem à leitura mais proveitosa deste Livro, que nos oferece:
“…o novo paradigma do Espírito, da imortalidade, da responsabilidade individual pelos próprios atos, e da multiplicação ao infinito das oportunidades de correção e progresso…”

1
…o paradigma teocrático… gerava um Estado teocrático, sustentado por uma poderosa instituição sacerdotal, com sua hierarquia sólida, seus ritos mágicos e sua capacidade de sugestão controlando as massas. O comportamento era subordinado à suposta vontade divina e, a adoração aos seus desejos. E, muito sangue foi derramado pelas religiões em nome da Divindade.
2
…o paradigma humanista, onde a ênfase é retirada da Divindade e passa a ser dada ao Homem, suas necessidades, seus direitos, suas aspirações e suas destinações. E, novamente, muito sangue foi derramado pelas revoluções em nome da Humanidade.
3
…um novo paradigma, onde a ênfase que já foi exclusiva da Divindade e, depois do Homem, transcende o imediato e passa a ser dada ao Espírito, ou seja, à nossa individualidade que sobrevive à extinção do corpo físico.
Este é o novo paradigma que o presente livro e as obras subsequentes que o completam está construindo. O Paradigma do Espírito, da imortalidade, da responsabilidade individual pelos próprios atos e, da multiplicação ao infinito das oportunidades de correção e progresso

NOTA:
Esta tradução de “O Livro dos Espíritos”, bem como o original conjunto de anotações, é da nossa exclusiva autoria, como pessoas INDEPENDENTES DE QUALQUER ORGANIZAÇÃO IDEOLÓGICA, RELIGIOSA OU POLÍTICA.

Questionner l’existence

Cercle Spirite Allan Kardec

inscrevam-se em: https://www.youtube.com/user/CercleSpiriteAK/featured

Questionner l’existence


Éclairant les grandes questions existentielles de l’être humain sur l’origine et le sens de la vie, le spiritisme répond à l’essence même du message humaniste et propose une formule de partage, de liberté, et d’émancipation pour tous les êtres humains, tous les peuples sans distinction.

Champ inépuisable de réflexion, la philosophie spirite découle de la manifestation des esprits et apporte des réponses aux questions existentielles du sens de la vie, de son origine et de la place de l’être humain dans la société.

Le spiritisme résulte de l’enseignement de milliers de communications avec des personnes décédées appelées esprits. Domaine d’expérimentation depuis les années 1850, il est basé sur l’observation et l’analyse des manifestations produites par ces esprits, par l’intermédiaire de personnes ayant une sensibilité particulière appelées médiums.

Le souhait universel des esprits est que chaque être humain évolue intellectuellement, moralement et spirituellement tout en participant à la transformation progressive de l’humanité.

En savoir plus…

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« Ne souffrant d’aucune sorte de dogme ni de rite initiatique, le spiritisme s’adresse à tous les Hommes avides de connaissance et d’émancipation morale et intellectuelle »

Extrait de message spirite d’Allan Kardec (Mars 1985)

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Décrypter des phénomènes inexpliqués Le spiritisme se définit comme une science d’observation, s’intéressant aux phénomènes inexpliqués et délaissés par la science matérialiste, dans une réelle démarche d’analyse à caractère scientifique.Démystifiant les mécanismes de la vie et de la mort, de l’existence de l’esprit et de sa destinée, des interactions entre le monde des morts et le monde des vivants, le spiritisme traite de la nature, de l’origine, et de la destinée des esprits, ainsi que leurs rapports avec le monde matériel.Du milieu du 19e siècle jusqu’aux années 30, de nombreux scientifiques ont étudié minutieusement les phénomènes spirites, apportant les preuves de l’existence de l’esprit au-delà de la matière par multiples expériences, sous couvert de protocoles expérimentaux rigoureux.La somme de tous ces enseignements a permis d’approfondir les lois spirites quant aux facultés psychiques et phénomènes médiumniques, apportant un éclairage inédit sur la capacité des esprits, l’impact de la force pensée, et les possibles contacts avec les esprits désincarnés.
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Un changement d’état Que deviennent les décédés une fois que le voile de la mort a éteint le dynamisme de la vie ? Où sont passés nos proches et ceux que nous avons tant aimés ?Celles et ceux que nous avons aimés, à qui nous continuons de penser, peuvent nous entendre, nous comprendre, nous suivre, et parfois peuvent sans doute nous faire des signes. Peu importe la manière qui dépend surtout des circonstances et leur latitude à se manifester, c’est leur façon à eux de nous interpeller.Beaucoup quittent leur corps et passent le tunnel de lumière, rejoignant cet au-delà à la rencontre de leurs amours passées ou présents. Ils continuent d’apprendre dans leur nouvel état afin poursuivre leur chemin d’évolution. Ils peuvent alors avoir envie de dire ce qu’ils pensent et ce qu’ils découvrent, manifestant leur enthousiasme à affirmer leur survivance et que tout continue malgré l’absence et la séparation physique.
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Percevoir au-delà

La médiumnité est une sensibilité exacerbée qui permet à certaines personnes appelées médiums d’être réceptifs aux manifestations des esprits et d’en être les intermédiaires

A partir des enseignements du spiritisme et selon l’expérience acquise au sein de notre structure, nous distinguons trois grandes catégories essentielles en médiumnité permettant un effet intelligent : les médiumnités intuitives ou semi-automatiques, les médiumnités par automatismes, et les médiumnités faisant intervenir un phénomène de transe.

Aucune échelle de valeurs n’est établie entre toutes ces formes de médiumnité, car tout mode de communication, s’il est correctement développé et pratiqué, permet aux esprits de s’exprimer et d’apporter des informations dans la richesse et la complémentarité entre ces différentes facultés.

La diversité des médiumnités est alors un avantage, permettant aux esprits d’utiliser tous les modes possibles de l’expression humaine, tels la parole et le geste, l’écriture, le dessin, la peinture, la sculpture, la musique.

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Renaître encore Parmi les principes fondamentaux de la pensée spirite, la réincarnation correspond à l’addition d’expériences de vie différentes et nécessaires au développement de la morale et de l’intellect de chaque individu.La réincarnation répond à une évolution positive de l’esprit. Au fil de nos vies successives sur de multiples mondes habités d’évolutions différentes, l’âme se transforme alors progressivement et évolue en connaissance et en moralité. Chaque vie est une nouvelle expérience qui nous met au contact de nos semblables, celles et ceux que nous avons connus antérieurement ou non.Chaque vie est ainsi l’apprentissage de choses nouvelles, faite de réalisations différentes à atteindre, confrontant l’être à de multiples expériences dans le contexte d’une société, d’une culture, ou d’une civilisation.
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« Naître, mourir, renaître encore, et progresser sans cesse, telle est la loi. »

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Allan Kardec

Un mouvement structuré

Notre cercle s’inscrit dans la continuité évolutive du mouvement spirite, fondé par Allan Kardec en 1858, et poursuit les expériences de communications avec les esprits, assurant le renouveau d’un propos actualisé à la lumière des esprits.

L’histoire du Cercle Spirite Allan Kardec débute en 1974. Il est un organisme à but non lucratif (loi 1901) représenté aujourd’hui à Nancy, Paris, Besançon, Belfort, Montpellier-Béziers, Toulouse, et Lyon.

Disposant d’une structure appropriée et expérimentée, la mission principale de l’association est de promouvoir la diffusion de la pensée spirite au travers de livres, d’une revue trimestrielle “Le Journal Spirite”, d’événements proposés au public (conférences, forums, expositions, etc). Les membres adhérents sont des bénévoles issus de tout milieu, ayant le désir d’apprendre, d’étendre leurs connaissances, de participer à ce renouveau spirite, et de répondre par un engagement sincère et volontaire aux buts que s’est fixée l’association.

ARTIGO VISTO EM: https://www.spiritisme.com/spiritisme

Resumo da doutrina espírita – meu pai

Uma comunicação mediúnica de meu pai, um tesouro bem guardado que agora dou a conhecer

É tempo oportuno para que eu revele um documento que durante toda a vida de minha mãe foi sendo conservado naquela reserva oculta das coisas preciosamente difíceis de mostrar à luz aberta da convivência. Por muitas razões de pudor sentimental mas, essencialmente, porque era objecto que despertava o eco de um enormíssimo desgosto: o falecimento de meu pai, a 15 de Dezembro de 1949.  Esclareço igualmente que os papéis desta comunicação permaneceram guardados pela minha mãe junto das suas mais íntimas recordações, e que só me chegou às mãos quando adoeceu gravemente há cerca de 16 anos atrás.
A comunicação mediúnica de meu pai foi efectuada logo no dia 7 de Fevereiro de 1950 e foi facilitada pelo facto de a família se encontrar, desde os anos vinte do século anterior, intimamente relacionada com a cultura espírita.

Um documento com substância de verdade, cultura própria e informações concretas

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Vai a abrir o texto completo, transcrito com pequenas reticficações formais, a partir daquele que foi escrito pela minha mãe de forma rápida, na sua bonita caligrafia, para mim tão familiar.

(Nota: as comunicações mediúnicas são muitas vezes vividas sob forte emoção e não há nenhum aparelho capaz de registá-las automaticamente sem vacilações ou gralhas, fáceis de corrigir com razão e boa fé, em análise posterior.)

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Faço seguidamente os considerandos apreciativos da comunicação e comentários respectivos, frase por frase. Peço às visitas o favor de lerem esses comentários, pois são eles, com efeito, o principal do que tenho para dizer-vos.
Encerro com as imagens digitalizadas dos textos originais, redigidos sobre velhas folhitas de escola primária, com caneta permanente de tinta azul escurecida pelo tempo.

 
Texto da comunicação mediúnica de meu pai

Em 7 de Fevereiro de 1950

Oremos e meditemos!
Pequeníssimo qual verme no mundo vivente, arrebatado de devotamento e veneração, curvo-me ante mim mesmo e digo: Não sou digno. Não sou digno de ser ouvido pelo que deixei no mundo! Não… não mereço ser perdoado nesta enorme falta que tão ousado cometi! – não respondi à verdade que em grandes letras se revelava à minha compreensão, tão sonante como verbal e audível, tão sincera e imponente como os trovões anunciando a tempestade; Se não nos prepararmos nos naufrágios da vida exterior para gozar no interior da consciência à sombra do dever cumprido!
Que palpitante ensino para o rebelde que fui…! Oremos pois. Que Deus seja louvado!
O choque!… fez sofrer a minha pessoa quando já ausente do corpo… sofrer tão merecido como violenta a separação dele!!!
Ah!… Fora do mundo… homem cheio de esperanças… nessa pobre e misérrima vida, se é que vida se lhe pode chamar em comparação à que a mim, principiante, vejo desdobrar-se tão cheia e surpreendente, como se de cinco anos em ignota aldeia vivido, entrasse em luzente capital de rico império!…
A cada momento novas e fulgurantes vistas com panoramas de recreativa beleza se manifestam em face do meu frouxo entendimento! Até me sinto esquecer a vida própria!
Parece-me que vida é mais o que eu vejo do que eu mesmo! Esta fulguração de vidas, de sóis que são as almas na fusão das suas compreensões em se chocar, que vibram brilho e amor!
Choro comoções tão chocantes, sentimentos de formosa cordialidade. Mas eu embasbacado pergunto aos amigos porque tão cedo viria para o além?
Empregado subalterno aqui… notai, mas que mal pode ser comparado aí!
O que eu sinto aqui é mui superior ao que aí se sente nas mais favoráveis condições da vida.
Aquele choque tão brutalmente violento, fora nem mais nem menos o reflexo da minha negação ao chamamento que tão veraz sentia!
Arremessado para a verdade eterna afora o corpo por este servir de estorvo àquilo com que Deus quer mimosear-nos dentro dele!
Ouçamos esta voz aí para não haver esses desastres, essa forma tão chocante para nós todos! Ouçamos meigamente e à sombra do dever cumprido deixem o coração emocionar-se a favor dos destituídos desse sentimento. Desde que daí parti é este o meu mais belo momento!!
Estou a engrandecer esta pobre personalidade baseando-a no desejo de a alguém ser útil com a lição que me custou a vida e o amor espezinhado de minha mãe que tão baldadamente aos pés me expôs ; custou-me o amor da esposa suspirosa que não teve o adeus fatal!!!
Ah!… Perdoem-me… não posso falar ainda na terceira pessoa! Não me é permitido por uma grande entidade a qual me fez portador desta mensagem, como já disse, enchendo-me de regozijo por tal favor.
Entregue nas mãos de quem lhe dá passagem
para quem queira…
Bendito seja Deus receber…

 
 
 
Alguns comentários:
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A mensagem dos espíritos captada por um médium não é como um relatório técnico ou como um despacho de agência noticiosa. É uma revelação ditada com energia amplificada do pensamento, conceitos que muitas vezes as palavras não traduzem de modo integral. É necessário saber isso e sentir a mensagem dessa tal forma subjectiva e amplificante, sem a pequenez duma análise estrita.

Palavra por palavra, frase por frase, contudo, a comunicação do meu querido pai concentra na sua reduzida dimensão um conjunto de qualidades positivas, abre perspectivas muito belas sobre a vida depois da morte, além de ser, no meu entender, muito elegante no sentido literário e ainda plenamente fiel ao rigor da doutrina espírita.

A intuição da minha mãe acrescentou, sem nenhum preconceito literário mas com grande perceção sensível, uma pontuação exclamativa abundante. Conhecendo como conheci as pessoas que estiveram presentes na sessão espírita em questão e, muito em particular, a personalidade do médium, minha tia Augusta, tenho a consciência de que a sua convicta determinação anímica incluía uma enorme dose de afirmação espiritual. Donde, a abundância de acentuações exclamativas, intercalado o discurso aqui e ali por reticências, que devem ter correspondido a pausas meditativas na intensidade da mensagem.

 
Oremos e meditemos!

Estas são as duas palavras iniciais, preciosas na sua riqueza de proposta construtiva dos valores da atitude espiritual e da predisposição intelectual:
Oremos todos, pois, e meditemos sempre em cada momento da nossa vida: o convite é como um alerta e um voto, uma determinação da vontade:”… progredir e evoluir sem cessar, tal é a lei…”
Surge logo depois o sentimento de modéstia da sua própria pessoa, das suas limitações naturais:

“…Pequeníssimo qual verme no mundo vivente, arrebatado de devotamento e veneração, curvo-me ante mim mesmo e digo: Não sou digno….”

Tal modéstia e o sentido da autocrítica são uma tradução do rigor de obediência aos princípios essenciais da evolução pela aprendizagem, pela expiação e pelas provas de que este mundo nosso é cenário organizado e propício.
Convém esclarecer que meu pai, embora tivesse vivido num ambiente muito mais próximo da verdadeira pobreza do que da humildade remediada, tinha sido bafejado pelo convívio com pessoas de alto padrão moral, integridade de procedimentos e, mais do que isso, ilustradas com o conhecimento da doutrina dos espíritos. Daí o seu sentimento de culpa de não ter cumprido integralmente a sua tarefa.

“…Não sou digno de ser ouvido pelos que deixei no mundo! Não… não mereço ser perdoado nesta enorme falta que tão ousado cometi! – não respondi à verdade que em grandes letras se revelava à minha compreensão…”
“…Que palpitante ensino para o rebelde que fui… o José da Costa Brites! Oremos pois. Deus seja pois louvado!…”



A sinceridade de tais palavras, o profundo sentimento que as anima, nenhum relator – por muito sensibilizado e intelectualmente centrado que fosse – poderia construí-las artificialmente.
A referência explícita ao nome próprio, que não sei se é elemento frequente neste tipo de comunicações, pode aqui ser talvez entendida pela data muito recente da passagem à imaterialidade.
O relacionamento que faço tem a ver com a inflexão do discurso, que agora se centra na ocorrência do acidente, sofrido há menos de dois meses:

“…O choque!… fez sofrer a minha pessoa quando já ausente do corpo… sofrer tão merecido como violenta a separação dele!!! Ah!… fora do mundo o homem cheio de esperanças…”

Vêm de seguida breves mas muito elucidativas visões e percepções qualitativas do além:

“… nessa pobre e misérrima vida, se é que vida se lhe pode chamar em comparação à que a mim, principiante, vejo desdobrar-se tão cheia e surpreendente, como se de cinco anos em ignota aldeia vivido, entrasse em luzente capital de rico império!… A cada momento, novas e fulgurantes vistas com panoramas de recreativa beleza se manifestam em face do meu frouxo entendimento! Até me sinto esquecer a vida própria!…”

Esta “visão do céu” associo eu a uma quantidade de narrativas feitas do além por intermédio de outros espíritos que eu considero privilegiados do ponto de vista cultural e sensitivo. Que o meu querido pai tenha tido a possibilidade e as condições de – em tão pouca quantia de palavras – fazer uma “descrição” tão condizente com esse outros textos, tão empolgada e empolgante, é coisa que me causa uma espantosa admiração e uma enormíssima felicidade.

A abertura de alma prossegue, no teor que pode ser analisado na sua totalidade no texto completo, numa linguagem sintética e ao mesmo tempo poeticamente comovida:

“…Choro comoções tão chocantes, sentimentos de formosa cordialidade!…”

A pergunta que formula logo a seguir parece-me de uma extraordinária importância para que avaliemos o contexto espiritual em que se desenvolve a corrente dos sentimentos expressos: o meu pai faz-nos saber, pela forma como exprime o sentido da pergunta, que se encontra acompanhado por amigos, logo, num clima de favorável acolhimento, propício a que coloque questões relativas à violenta surpresa que teve de suportar, no momento do acidente que o vitimou:

“…mas eu embasbacado pergunto aos amigos porque tão cedo viria para o além?…”

A conclusão tirada oferece-me uma visão positiva das circunstâncias que rodeavam meu pai, do ponto de vista da sua situação e do clima que o acolheu. E prossegue na descrição do ambiente celestial que o rodeia, em termos inequívocos:

“… Empregado subalterno aqui… notai… mas que mal pode ser comparado aí!. O que eu sinto aqui é mui superior ao que aí se sente nas mais favoráveis condições de vida…”

Será talvez adequado referir que a vida do meu pai sempre foi de grande modéstia,  sendo tão órfão que jamais conhecera o pai (falecido por doença em Moçambique para onde emigrara na busca de melhores condições de vida seguindo as passadas de seu pai – meu bisavô – o qual ali tinha vivido antes).
Era motorista de profissão e sua mãe, minha avó, vivia dos recursos da terra e o acidente mortal de viação que o vitimou ocorreu nas imediações de Coimbra.

“…Aquele choque tão brutalmente violento fora nem mais nem menos o reflexo da minha negação ao chamamento que tão veraz sentia…”
“…Arremessado para a verdade eterna afora o corpo por este servir de estorvo àquilo que Deus quer mimosear-nos dentro dele! Ouçamos essa voz aí para não haver esses desastres, essa forma tão chocante para nós todos…”

Esta última frase ressoa em mim como um queixume, um condoído desabafo pelas condições incautas em que circulavam os motoristas nas estradas portuguesas. Meu pai, seguindo na sua mão, foi colhido de frente por uma camioneta que ultrapassava fora de mão um carro de bois, a seguir a uma curva. Ao impacto de frente somou-se o efeito – que lhe foi fatal – do impacto da carga que seguiam amontoada atrás do motorista, sem qualquer protecção. Meu pai foi por isso esmagado pelo peso de encontro ao volante e tinha a clara noção disso.
Só depois do seu falecimento a empresa, de que minha mãe recebeu durante alguns anos uma misérrima pensão sem sentido, se resolveu a colocar uma barreira entre as cargas e os motoristas que as transportavam.
E continua:

“…Oiçamos meigamente e à sombra do dever cumprido deixem o coração emocionar-se a favor dos destituídos desse sentimento…”

Este chamado comovente e este apelo à comoção é, não nos iludamos, feito de uma forma que nada tem de um superficial apelo caritativo imediatista ou simbólico. O nosso coração deve emocionar-se a favor daqueles que não são providos do sentimento de seguirem a obediência aos chamamentos, como o que o meu pai “tão veraz sentia”, “à sombra do dever cumprido”!…

A frase que convida à emoção foi adoptada pela minha avó, e algumas vezes a ouvi meigamente sentenciar:

– “Deixem o coração emocionar-se!…”

Sendo eu portador de uma tão emocionante mensagem, como poderei sentir-me menos que um privilegiado das circunstâncias, alguém que foi favorecido por um testemunho tão vivo e tão intensamente sentido.
O culminar da felicidade espiritual de meu pai e a declaração do seu bem-estar face à nova situação alcançada, tem a sua expressão – com enorme contentamento para mim – na frase seguinte:

“…Desde que daí parti é este o meu mais belo momento!!…”

Refere depois com desgosto e arrependimento algumas das diferenças que teve com sua mãe, escusando-se a verter a mínima crítica das razões pessoais que tivera e que pudessem ser tomadas como desforço ou acinte para com minha avó Cristina. Posso referir isso com segurança, dado que foi matéria muito frequentemente abordada sendo eu criança e meu pai vivo ainda, e aludida mais tarde, em conversas de família. Questões normais do dia a dia, juízos feitos a respeito de atitudes diversas, rigor de princípios, etc.

Quase no fim, contudo, segue-se uma observação fortissimamente comprovativa da autenticidade desta mensagem, pelo que tem de secreto, de conceituosamente subentendido. Disse então meu pai:

“…Ah! …Perdoem-me… não posso ainda falar na terceira pessoa! Não me é permitido por uma grande entidade a qual me fez portador desta mensagem como já disse, enchendo-me de regozijo por tal favor…”

A minha leitura deste trecho da comunicação de meu querido pai, cumula o meu coração de uma infinita ternura e o compromisso do segredo a que foi vinculado cumpriu-o de forma hulmildemente disciplinada, como era timbre da sua personalidade.
Sendo ele a falar na primeira pessoa e sendo naturalmente minha mãe a segunda (a amada “esposa suspirosa que não teve o adeus fatal” – minha mãe, estando distante do hospital onde se encontrava, não assistiu aos últimos momentos de vida de meu pai) é perfeitamente claro que sou eu essa “terceira pessoa”.
Para todas aquelas almas sensíveis que são conhecedoras dos códigos comunicativos vigentes entre espíritos desencarnados e seres ainda materializados como nós, é perfeitamente óbvio que assim é.

Considerando aqueles pormenores de certas comunicações mediúnicas que são como um detalhe revelador da autenticidade das mesmas, é este o momento precioso da comunicação de meu pai que confirma a sua invencível credibilidade:

Não sendo autorizado a mencionar um ser ainda nas primícias da sua infância, eu mesmo, para evitar a mínima interferência na vida que me competia viver, a comunicação de meu pai situa-se integralmente dentro dos critérios de respeito pelas regras e ordenações do plano da criação e desenvolvimento responsável dos humanos!…

E termina, despedindo-se de forma singela, concisa e respeitosíssima perante o Alto:

“…Entregue nas mãos de quem lhe dê passagem… para quem queira… Bendito seja Deus receber…”

Chamo a atenção para o seguinte:

Um certo requinte de linguagem que é usada pelo meu pai não era certamente reflexo de uma aquisição recente ou efeito “celestial”.
Quer a minha avó, quer as minhas tias, embora pessoas muito modestas, usavam esse tipo de linguagem devido essencialmente à sua delicadeza de espírito e à sua capacidade de registar e exprimir emoções. A minha tia Augusta, a que era médium espírita, era uma pessoa de sensibilidade e dotes intelectuais muito invulgares.
Certo é, evidentemente, que meu pai era uma pessoa muito meigo de carácter, que se exprimia com correcção e elegância.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é 07975.jpg
Lendo repetidas vezes este belíssimo conjunto de palavras e este vibrante encadeado de ideias, sinto-me reforçado na minha condição por um inquebrantável feixe de energias positivas e verdades tão claras que não necessito de provas factualmente comprováveis da sua autenticidade. Elas são por si, e na sua natureza íntima, o garante mais sólido da consoladora verdade, da luz inspiradora e da vida eterna!

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O que partilhei aqui convosco no dia de hoje não foi uma notícia lida num jornal, não foi um “post” copiado na internet num site apetecível. Foi um pedaço precioso de vida experimentado e vivido, de olhos postos no além, indicação da nossa marcha evolutiva, com todos os sentidos do corpo e do espírito postos na magnânima omnipotência de Deus, nosso Criador.
 
 
 
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Fins de Novembro de 2011
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João Donha e a tradução para português de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec

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João Donha – Professor de Português e de História, poeta, escritor e notável estudioso e divulgador espírita de Curitiba, Paraná – Brasil

João Donha - Espiritismo Esta fotografia mostra o cabeçalho do blogue “João Donha – espiritismo” e representa o seu autor, já há alguns anos evidentemente, à entrada da “Passage de Ste. Anne”, em Paris, designação que em português se poderia traduzir como “Galeria de Santa Ana”. Como curiosidade, antes de termos começado a dedicar-nos integralmente à investigação da cultura espírita, estivemos um tempo em Paris, de visita a um filho que ali se encontrava. Movidos por qualquer espécie de intuição, visitámos demoradamente toda esta área histórica da cidade, incluindo, evidentemente o interessantíssimo e muito conhecido espaço do Palais Royal. Na altura não tínhamos a noção exacta, como agora, de que ali trabalhara tão afincada e generosamente Hipólito Leão Denisard Rivail, na produção da grande obra que mais tarde iríamos ler, estudar e traduzir!...
Para ter acesso a “João Donha – espiritismo”, um blogue muito rico de conteúdos de pensamento e cultura espírita, é favor clicar na imagem.


A seguir o comentário do professor João Donha, conforme foi publicado no já mencionado blogue de sua autoria:

PRIMEIRA (E ÚNICA) TRADUÇÃO PORTUGUESA DO LIVRO DOS ESPÍRITOS


A primeira tradução para a língua portuguesa de um livro de Allan Kardec foi feita em 1862, pelo francês Alexandre Canu, secretário nas sessões da Societé Spirite. Trata-se do “O Espiritismo em sua mais simples expressão”, publicado em Paris pelo editor autorizado pelas duas coroas, brasileira e portuguesa, que bastante influenciou a entrada do espiritismo no Rio de Janeiro, segundo o próprio Kardec.
Depois disso, iniciaram-se as traduções das obras de Kardec para o português feitas por brasileiros e lançadas no Brasil.
Posteriormente, edições dessas traduções passaram a ser feitas também em Portugal, com as costumeiras adaptações quanto às peculiaridades regionais do idioma. Adaptações feitas em toda a literatura. Só o Saramago não permitiu; por isso, suas obras são lidas no Brasil tal como escritas em Portugal.
Mas essa lacuna (a falta de uma tradução para o português de Portugal das obras de Kardec) começa agora a ser suprida pelo casal José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites, com a publicação de “O Livro dos Espíritos”.
Eu disse “começa”, porque o desafio é lançado, a ser cumprido por eles ou por outros, para que a tradução das demais obras de Kardec também se faça ao som da beleza original do nosso idioma, “última flor do Lácio, inculta e bela” como lembra Olavo Bilac em seu imortal soneto.

E, podemos dizê-lo sem medo de exageros, lacuna preenchida de forma brilhante. Costa Brites e Maria da Conceição (ou, simplesmente São, como ela simpaticamente se coloca numa rede social) têm um excelente domínio do francês e perfeita consciência da dinâmica histórica a influenciar constantemente uma língua, de forma que, não fizeram apenas uma tradução para o português: fizeram uma tradução para o Século XXI. O cuidado com a expressão correta, clara e precisa dos conceitos transmitidos nesta obra (que se insere no rol das grandes obras sintetizadoras da cultura ocidental) norteou seu trabalho. Um elucidativo, instigador e inteligente prefácio, somado às oportunas “Notas Finais” (que são referenciadas ao longo do texto em negrito e entre colchetes), tornam a leitura desta tradução perfeitamente digerível pelo iniciante no conhecimento espírita e, imprescindível para o estudioso aplicado da doutrina.

A proposta de Costa Brites se resume num brado: “OLE – obra viva, obra aberta!” Pois, segundo ele me disse num e-mail: “a cultura espírita, os espíritas, sobretudo aqueles que têm o privilégio de falar com os Espíritos, nunca deveriam ter parado de avançar na pesquisa mediúnica, abrindo cada vez mais o património das informações”. E finaliza com um vibrante e oportuno desafio que, aliás, é também a minha opinião: “quem não estiver de acordo com o nosso trabalho, tem uma proposta antecipada que lhe apresentamos: façam uma tradução para proveito próprio, com todo o empenho e interesse cultural” (…) “No dia em que todos os espíritas tiverem feito uma tradução para seu próprio uso, talvez se tenham dados passos em frente, que nos expliquem de forma consistente ‘a natureza, origem e destino dos Espíritos e as suas relações com o mundo material’, com todas as respetivas facetas e horizontes”.

Enfim, eis a obra. “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, tradução de José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites, Luz da Razão Editora, Portugal, 2017.

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Comentário a este texto inserido por nós no blogue de João Donha :

Caro professor João Donha,

Os autores da tradução de “O Livro dos Espíritos” diretamente do francês original para português da atualidade agradecem reconhecidamente a atenção posta na leitura e na observação cuidadosa do trabalho que fizemos com tanto gosto e interesse proveitoso.
Com efeito, a motivação principal que nos dirigiu foi a de colhermos ensinamentos para nós mesmos, acompanhando todas as fases da tradução com a necessária pesquisa a respeito de todos os temas que mereciam essa atitude.
A intenção última foi a de servir o melhor possível, e simultaneamente, o interesse da cultura espírita e do português de Portugal que aprendemos na escola, na vida e no maravilhoso alento das palavras de nossas Mães.
O resultado mais feliz dessas observações foi o de termos conseguido estabelecer uma construtiva intimidade intelectual com a obra de Allan Kardec e dos ensinamentos dos Espíritos que nos deu a conhecer com tão elevado critério de ordenação metodológica.
Ao autor deste blogue e a todos os seus visitantes as nossas melhores saudações.

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No largo espaço da Internet cabe perfeitamente, e na nossa sensibilidade claramente se justifica, uma breve imagem do que aprendemos a respeito de João Donha. O perfil e as poesias vão inseridas porque valorizam esta página.
Se a Internet não servir para encontrar e conhecer pessoas e enriquecer a nossa visão da vida, para que servirá ela?
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JOÃO ALBERTO VENDRANI DONHA, professor de Português e História, de Curitiba, Paraná, Brasil.
A si mesmo se qualifica como:

Ex-professor eventual de português e história;
ex-quase-escritor;
ex-funcionário de estatal;
… Algumas publicações infanto-juvenis; artigos e poesias em diversos periódicos.
E… nada a “completar”… A não ser o exercício atual de duas profissões não regulamentadas (graças a Deus):
a de “fiscal da natureza”, exercida na rive gauche do rio Cachoeira,
e a de “palpiteiro contumaz”, que pode ser verificada aqui no blog.

PUBLICAÇÕES:
“Os Gatos de Angaetama” (1979, CooEditora; 1985, Criar; 1995, HDLivros).
“Pelos Outros, Pela Gente” (1980, CooEditora).
“O Lambari Comilão” (1985, Criar).
“Brás Brasileiro” (1986, HDV).
“Espaço Agrário” (1980, Vozes).
“Os Desconhecidos” (1979, Beija-Flor).

Quase Poemas

Cb. 19.2.2007

RIO TEMPO

Estou num corpo, que está num barco, que desce um rio.
Saí da fonte para a foz, e estou em meio do caminho.
Para mim, a fonte é o passado e a foz é o futuro.
Se paro ou me volto as coisas se invertem.
Pois a fonte tem águas que ainda não vi,
o que faz que elas sejam o futuro,
enquanto que a foz são águas passadas.
Mesmo quando me movo ao longo do rio,
tendo a fonte como passado, lá estão surgindo novas águas;
portanto, em meu passado surgem novidades.
Mas as novidades não são coisas do futuro?
Se o futuro é a foz, suas águas podem ter passado por mim;
então meu futuro é conhecido, pois é feito de águas passadas.
Oh, meu Deus, minha vida gira como as voltas deste barco,
tendo o passado e o futuro sempre no presente.

9.7.2008

DIONÍSIO E APOLO

Se somos antes de ser; se temos categorias a priori; se somos uma centelha divina; se temos uma consciência prévia dada por Deus, lá no fundo e tal, esta verdade indemonstrável mas irrefutável, me indica que todo o saber é adquirido pela intuição, e a razão só lhe dá forma. Assim foi na fase inicial do conhecimento humano, e assim deve permanecer no desenvolvimento científico. A razão não é capaz de gerar novos conhecimentos, mas, simplesmente conformar o conhecimento intuitivo. É evidente; basta apenas observar que, quanto mais racional é uma pessoal, mais previsível ela é, e quanto mais intuitiva, mais criativa e genial. Isto não só porque a pessoa que se aferra apenas à razão se torna prisioneira da previsibilidade inerente a essa faculdade, mas, também, porque está fugindo à sua verdadeira natureza.
Viver é melhor que conhecer.

22.4.2009

A CIDADE

Sonho com a cidade da minha infância,
com muros baixos e portões abertos,
fechados apenas no mês de cachorro louco.
Agora, os cachorros estão sempre loucos
e saltam aterradores nos quintais,
obrigando todos a terem grades e
muros altos…

3.9.2009

POEMIAS

Eu não sirvo prá amigo,
nem prá companheiro,
muito menos prá correligionário,
aliás, eu não sirvo prá co-
isa nenhuma: sou apenas um indivíduo.
E da minha individualidade
(ou seria individualismo?)
eu não abro mão.

A contradição vivida
é que no exercício da minha
individualidade
(ou seria individualismo?),
eu dou-me o direito
de não ter opinião definida;
tê-la, portanto, dividida.
E o in-divíduo
é algo não divisível.

.1990

ECLESIASTES

Vaidade de vaidades, disse o Eclesiastes.
Que proveito tiras tu, ó trabalhador,
Do trabalho com que sempre te desgastaste
Debaixo do sol, a não ser a tua dor?

O sol nasce todo dia e torna a se por
Uma geração vem, outra geração parte
Por mais que pense não se livra do Criador
Filosofia, religião, ciência e arte.

Na calha do tempo se esvai inveja e amor
Seja puro ou pecador, não ilude a sorte
A tragédia com mais furor atinge o forte.

E por mim, que se dane burro ou pensador
Tudo é vaidade, pois que seja como for
Sábio e insensato encontram a mesma morte.

.2012

EU POETA?

O poeta senta e escreve
Eu apenas sinto e ouço
A sinfonia dos sabiás
Na hora mágica das cinco.
É muita paz e felicidade
Ainda que não sendo, só estando,
Mesmo que não tendo, só amando.

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PALAVRAS DE JOÃO DONHA
UMA APRESENTAÇÃO LÚCIDA E INTELIGENTE
DA PERSONALIDADE E DO VALOR DO TRABALHO DESENVOLVIDO POR ALLAN KARDEC:

Da cultura da Grécia antiga a Allan Kardec, a falta de memória da Humanidade

Sócrates e Platão

SÓCRATES (469—399 AC.) É um dos poucos indivíduos dos quais se poderá dizer, pela influência cultural e intelectual que exerceu no mundo, que sem ele a história teria sido profundamente diferente. Ficou especialmente conhecido pelo método, que tem o seu nome, de pergunta e resposta, pela noção que tinha da sua própria ignorância e pela afirmação de que uma vida sem o questionamento de si mesma não merece a pena ser vivida.

PLATÃO (427—347 AC.) é um dos mais conhecidos, lidos e estudados filósofos do mundo. Foi aluno de Sócrates e professor de Aristóteles, e viveu na Grécia em meados do século IV A.C. Embora influenciado inicialmente por Sócrates, a tal ponto de o ter tornado a principal figura dos seus escritos, também foi influenciado por Heráclito, Parménides e pelos Pitagóricos.


Sócrates e Platão, precursores do cristianismo e do espiritismo


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O Capítulo IV da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo” surpreende-nos com uma referência fortíssima ao legado de Platão e de Sócrates que está na linha do que nos informa a Introdução de “O Livro dos Espíritos”, no número VI – Resumo dos ensinamentos dos Espíritos, e é coerente com a restante obra de Allan Kardec.
São esses os temas desta publicação, que apresenta os seguintes conteúdos:

  • NOTA PRÉVIA alertando para a falta de memória da Humanidade e os seus trágicos efeitos.
  • CAPÍTULO IV da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, com o texto introdutório e resumo do legado de Sócrates e Platão, em vinte e cinco pontos, a maioria dos quais é seguido por um comentário de Allan Kardec, salientado a azul;
  • Como elemento de contextualização do texto anterior, referência de um valioso trabalho de Reinaldo Di Lucia, apresentado no VII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita, São Paulo, Brasil, em 2001, cujo ficheiro PDF incluímos e cuja leitura e análise completa empenhadamente recomendamos;
  • Inserção Capítulo VI da Introdução de “O Livro dos Espíritos”, para os visitantes poderem reler e comparar o seu conteúdo com o Capítulo IV da Introdução de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e o referido legado de Sócrates/Platão.

A FALTA DE MEMÓRIA DA HUMANIDADE E OS SEUS TRÁGICOS EFEITOS

A impiedosa e quase sempre cruel marcha da História impediu que a sequência das culturas e das sensibilidades pudessem ter tido acesso, ao longo dos séculos, às conceções filosóficas aqui referidas e à sua proveitosa utilidade no estabelecimento da paz e na manutenção da tolerância.
Referimos, é claro, o manancial de informações científico-filosóficas que nos apresenta a cultura espírita dos nossos dias, em paralelo com o conhecimento já em evidência na Grécia Clássica, plasmado há mais de dois mil anos por alguns dos mais insignes pensadores da História da Humanidade.

Levando em conta o momento superior da civilização, salto qualitativo da Humanidade, durante o qual passou pelo planeta a presença, a palavra e o exemplo de Jesus de Nazaré, muito se perdeu na memória dos homens desde o classicismo Grego até aos tempos de hoje.

Entre o pensamento dos Clássicos Gregos e a actualidade posterior a Allan Kardec, não estamos perante conhecimentos casuais ou desirmanados. Foram informações coligidas a seu tempo exatamente pelos mesmos métodos e derivaram das mesmas fontes de que ainda hoje nos servimos, OS ESPÍRITOS.
Os Espíritos na Grécia falaram aos viventes na Terra, irmãos seus como nós o somos agora, com os mesmos propósitos, a mesma vontade generosa e, tantas vezes, para minorar as saudades da pátria espiritual daqueles que prestavam provas e cumpriam expiações como nós o fazemos nas nossas vidas.
Profundo e precioso é o património de conhecimentos da Humanidade, mas lamentável a força dispersiva das piores tendências do Homem, em luta consigo mesmo!…
Com a prática condizente com as ideias aqui expostas, os critérios dogmáticos não teriam surgido ou podiam ter-se resolvido em paz, em harmonia e convivência.

De nada serviram, pelo caminho, os hábitos de milhões de vidas sombrias orientadas pelo medo dos infernos e purgatórios, DAS CRUZADAS ‒ exportação da violência pelo recurso organizado dos organismos político-estratégicos EM ESTREITA CUMPLICIDADE com o DOGMATISMO RELIGIOSO, as conversões à força, a colonização dos corpos, das mentes e das culturas, o pretexto das dilatações da FÉ e dos IMPÉRIOS para a prática dos maiores abusos históricos de todos os tempos, o silêncio mantido à custa de TORMENTOS INQUISITORIAIS e tantas outras abominações que esmagaram as sociedades e foram transportados por todos os continentes, num delírio materialista, desalmado e cego!…

A acentuação destas ideias nada tem de despropositado, antes pelo contrário. A senda pedregosa dos dogmatismos está aberta, e muitos milhões de almas e poderosas forças obscuras continuam a trilhá-la.
Por isso temos recomendado, ao longo destas páginas, uma atenção permanente à memória dos povos e à História da Humanidade. Porque, com o conhecimento dos erros do passado, se resolvem os erros do presente e se evitam as infelicidades injustas do futuro. Muitíssimo grande é a responsabilidade dos portadores de mensagens do ESPÍRITO EMANCIPADOR.

Capítulo IV da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”

 

A morte de Sócrates, de Jacques-Louis David (1787)

Resumo dos conceitos de Sócrates e Platão que elucidam a ideia da origem e do destino do homem:
Depois de cada tema segue a azul comentários de Allan Kardec.

I – “O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia junto aos modelos primordiais, às ideias do verdadeiro, do bem e do belo. Separou-se deles ao encarnar e, lembrando o seu passado, sente-se mais ou menos atormentada pelo desejo de lá voltar.”

Não se pode enunciar mais claramente a distinção e a independência do princípio inteligente e do princípio material. É, além disso, a doutrina da preexistência da alma, da vaga intuição que ela conserva da existência de outro mundo ao qual aspira, da sua sobrevivência à morte do corpo, da sua saída do mundo espiritual para encarnar, e do seu regresso a esse mundo após a morte. É, enfim, o germe da doutrina dos anjos caídos.

II – “A Alma perturba-se e confunde-se quando se serve do corpo para analisar algum objeto. Sente vertigens, como se estivesse ébria, porque se liga a coisas que são, pela sua natureza, sujeitas a transformações. Em vez disso, quando contempla a sua própria essência volta-se para o que é puro, eterno, imortal, e sendo da mesma natureza, aí permanece ligada tanto tempo quanto possa. Cessam então as suas perturbações, porque está unida ao que é imutável. Este estado da alma é o que chamamos sabedoria”.

Assim, o homem que considera as coisas vistas de baixo, terra à terra, do ponto de vista material, vive iludido. Para as apreciar com clareza é necessário vê-las do alto, ou seja, do ponto de vista espiritual. O verdadeiro sábio deve, por qualquer forma, isolar a alma do corpo, para ver com os olhos do Espírito. É isso o que ensina o Espiritismo (Cap. II, n° 5).

III – “Enquanto tivermos o nosso corpo, e a nossa alma se encontrar mergulhada nessa corrupção, nunca possuiremos o objeto dos nossos desejos ─ a verdade. De facto, o corpo oferece-nos mil obstáculos, pela necessidade que temos de cuidar dele. Além disso, enche-nos de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de maneira que, com ele, é impossível ser sensato, mesmo por um momento. Mas, se nada se pode conhecer verdadeiramente enquanto a alma está unida ao corpo, uma destas duas coisas se impõe: ou que nunca se conhecerá a verdade, ou que se conhecerá depois da morte. Livres da loucura do corpo, então conversaremos, é de esperar-se, com pessoas igualmente livres, e conheceremos por nós mesmos a essência das coisas. É por isso que os verdadeiros filósofos se preparam para morrer e a morte não lhes parece de maneira alguma temível”. (Ver O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. II, e 2ª parte, cap. I).

Aqui está o princípio das faculdades da alma, obscurecidas devido aos órgãos corporais, e da expansão dessas faculdades depois da morte. Mas trata-se aqui das almas evoluídas, já depuradas. Não acontece o mesmo com as almas impuras.

IV – “A alma impura, nesse estado, encontra-se pesada e é novamente arrastada para o mundo visível, pelo horror ao que é invisível e imaterial. Vagueia, então, segundo se diz, ao redor dos monumentos e dos túmulos, junto dos quais foram vistos, às vezes, fantasmas tenebrosos. Assim devem ser as imagens das almas que deixaram o corpo sem estar inteiramente puras, e que conservam alguma coisa da forma material, o que permite aos nossos olhos apercebê-las. Essas não são as almas dos bons, mas as dos maus, que são forçadas a vaguear nesses lugares, onde carregam as penas das suas vidas passadas e onde continuam a vaguear até que os apetites inerentes à sua forma material as coloquem de novo a habitar um corpo. Então, retomam sem dúvida os mesmos costumes que, durante a vida anterior, eram da sua predileção”.

Não somente o princípio da reencarnação está aqui claramente expresso, mas também o estado das almas, que ainda estão sob o domínio da matéria, é descrito tal como o Espiritismo o demonstra nas evocações. E há mais, pois afirma-se que a reencarnação é uma consequência da impureza da alma, enquanto as almas purificadas estão livres dela.
O Espiritismo diz isto mesmo, apenas acrescenta que a alma que tomou boas resoluções na erraticidade, e que tem conhecimentos adquiridos, trará ao renascer menos defeitos, mais virtudes e mais ideias intuitivas do que na existência anterior. Assim, cada existência marca para ela um progresso intelectual e moral. (O Céu e o Inferno, 2ª parte: Exemplos).

V – “Após a nossa morte, o génio (daïmon, em grego) que nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos os que devem ser conduzidos ao Hades, para aí serem julgados. As almas, depois de permanecerem no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida por numerosos e longos períodos”.

Esta é a doutrina dos Anjos da Guarda ou Espíritos protetores, e das reencarnações sucessivas, após intervalos mais ou menos longos de erraticidade.

VI – “Os demónios preenchem o espaço que separa o Céu da Terra, são os laços que ligam o Grande Todo consigo mesmo. A divindade nunca entra em comunicação direta com os homens, é por meio dos demónios que os deuses se relacionam e conversam com ele, quer durante o estado de vigília quer durante o sono”.

A palavra “daïmon”, que originou o termo “demónio”, na Antiguidade não tinha o sentido do mal, como acontece entre nós. Não se aplicava essa palavra exclusivamente aos seres maldosos, mas a todos os Espíritos em geral, entre os quais se distinguiam os espíritos superiores chamados deuses e os Espíritos menos elevados ou demónios propriamente ditos, que comunicavam diretamente com os homens. O Espiritismo ensina também que os Espíritos povoam o espaço, que Deus não comunica com os homens senão por intermédio dos Espíritos puros, encarregados de nos transmitir a sua vontade, que os Espíritos comunicam connosco durante o estado de vigília e durante o sono.
Substituindo a palavra demónio pela palavra Espírito teremos a doutrina espírita; usando a palavra anjo, teremos a doutrina cristã.

VII – “A preocupação constante do filósofo (tal como o compreendiam Sócrates e Platão) é a de ter o maior cuidado com a alma, não tanto por esta vida, que é apenas um instante, mas tendo em vista a eternidade. Se a alma é imortal, não é sábio viver para a eternidade?”

O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.

VIII – “Se a alma é imaterial, deve voltar, após esta vida, a um mundo igualmente invisível e imaterial, da mesma forma que o corpo, ao decompor-se, volta à matéria. Importa somente distinguir bem a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimenta, como Deus, da sabedoria e dos pensamentos, da alma mais ou menos manchada por impurezas materiais, que a impedem de se elevar ao divino, retendo-a nos lugares da sua passagem pela Terra”.

Sócrates e Platão, como se vê, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Insistem nas diferenças que resultam da sua maior ou menor pureza. O que eles diziam por intuição, o Espiritismo prova-o, pelos numerosos exemplos que nos põe diante dos olhos (O Céu e o Inferno, 2ª parte).

IX – “Se a morte fosse o desaparecimento total do homem, isso seria de grande vantagem para os maus, que após a morte estariam livres, ao mesmo tempo, dos seus corpos, das suas almas e dos seus vícios.
Só aquele que enriqueceu a sua alma, não com estranhas ornamentações, mas com as que lhe são próprias, poderá esperar tranquilamente a hora da sua partida para o outro mundo”.

Por outras palavras: o materialismo, que proclama o nada após a morte, seria a negação de todas as responsabilidades morais posteriores e, por conseguinte, um estímulo ao mal. O malvado tem tudo a ganhar com o nada, o homem que se livrou dos seus vícios e se enriqueceu de virtudes é o único que pode esperar tranquilamente o despertar na outra vida. O Espiritismo mostra-nos, pelos exemplos que diariamente nos apresenta, quanto é penosa a passagem desta para a outra vida e a entrada na vida futura, para os que praticam o mal. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, cap. I).

X – “O corpo conserva bem marcados os vestígios dos cuidados que se teve com ele ou dos acidentes que sofreu. Acontece o mesmo com a alma. Quando está separada do corpo conserva os traços evidentes do seu caráter, dos seus sentimentos, e as marcas que nela deixaram os atos que praticou durante a vida. Assim, a maior desgraça que pode acontecer a um homem é a de ir para o outro mundo com uma alma carregada de crimes. Tu vês, Callicles, que nem tu, nem Polus, nem Górgias, podereis provar que se deve levar outra vida que nos seja mais útil quando formos para o outro mundo. De tantas opiniões diferentes, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber uma injustiça do que cometê-la, e que antes de tudo devemos aplicar-nos, não a parecer, mas a ser um homem de bem”. (Conversas de Sócrates com os discípulos na prisão).

Aqui encontra-se outro ponto capital hoje confirmado pela experiência, segundo o qual a alma não purificada conserva as ideias, as tendências, o caráter e as paixões que tinha na Terra. Esta máxima: mais vale receber uma injustiça do que cometê-la, não é totalmente cristã? É o mesmo pensamento que Jesus exprime por este juízo: “Se alguém te bater numa face, oferece-lhe a outra”. (Cap. XII, nºs 7 e 8)).

XI – “De duas, uma: ou a morte é a destruição absoluta, ou é a passagem da alma para outro lugar. Se tudo deve extinguir- se, a morte será como uma dessas raras noites que passamos sem sonhar e sem nenhuma consciência de nós mesmos. Mas se a morte é apenas uma mudança de morada, a passagem para um lugar onde os mortos se devem reunir, que felicidade a de ali reencontrarmos os nossos conhecidos! O meu maior prazer seria o de examinar de perto os habitantes dessa outra morada e distinguir entre eles, como aqui, os que são sensatos dos que creem sê-lo e não o são. Mas já é tempo de partirmos, eu para morrer e vós para viver”. (Sócrates aos seus juízes).

Segundo Sócrates, os homens que viveram na Terra encontram-se depois da morte e reconhecem-se. O Espiritismo no-los mostra, continuando as suas relações, de tal maneira que a morte não é uma interrupção, nem uma cessação da vida, mas uma transformação sem solução de continuidade.
Sócrates e Platão, se tivessem conhecido os ensinamentos transmitidos por Jesus quinhentos anos mais tarde, e os que o Espiritismo nos transmite hoje, não teriam falado de outra maneira. Nisso, nada há que nos deva surpreender, se considerarmos que as grandes verdades são eternas e que os Espíritos adiantados devem tê-las conhecido antes de vir para a Terra, para onde as trouxeram. Sócrates, Platão e os grandes filósofos do seu tempo poderiam estar, mais tarde, entre aqueles que secundaram Jesus na sua divina missão, sendo escolhidos precisamente porque estavam mais aptos do que outros a compreenderem os seus sublimes ensinamentos. E pode acontecer que façam agora parte da grande plêiade de Espíritos encarregados de virem ensinar aos homens as mesmas verdades.

XII – “Não se deve nunca retribuir a injustiça com a injustiça, nem fazer mal a ninguém, qualquer que seja o mal que nos tenha feito. Poucas pessoas, contudo, admitem este princípio, e as que não concordam com ele só podem desprezar-se umas às outras”.

Não é este o princípio da caridade, que nos ensina a não retribuir o mal com o mal e a perdoar aos inimigos?

XIII – “É pelos frutos que se conhece a árvore. É necessário qualificar cada ação por aquilo que ela produz: chamá-la má quando a sua consequência é má, e boa quando produz o bem”.

Esta expressão: “É pelos frutos que se reconhece a árvore”, encontra-se textualmente repetida, muitas vezes, no Evangelho.

XIV – “A riqueza é um grande perigo. Todo o homem que ama a riqueza, não se ama a si próprio nem ao que é seu, mas ama algo que lhe é mais estranho do que aquilo que é dele”. (Cap. XVI).

XV – “As mais belas preces e os mais belos sacrifícios agradam menos à Divindade do que uma alma virtuosa que se esforce por se lhe assemelhar. Seria grave que os deuses se interessassem mais pelas nossas oferendas do que pelas nossas almas. Se tal acontecesse, os maiores culpados poderiam conquistar os seus favores. Mas não, pois só são verdadeiramente retos e justos os que, pelas suas palavras e pelos seus atos, cumprem os deveres para com os deuses e os homens”. (Cap. X, nºs 7 e 8).

XVI – “Chamo homem violento ao amante vulgar, que ama mais o corpo do que a alma. O amor está por toda a natureza que nos convida a exercitar a nossa inteligência. Encontramo-lo até mesmo no movimento dos astros. É o amor que ornamenta a natureza com os seus admiráveis adornos. Enfeita-se e fixa a sua morada onde encontra flores e perfumes. É ainda o amor que traz a paz à Humanidade, a calma ao mar, o silêncio aos ventos e o sossego à dor”.

O amor, que deve unir os seres humanos por um sentimento de fraternidade, é uma consequência desta teoria de Platão sobre o amor universal, como lei da natureza. Sócrates disse que “o amor não é um deus nem um mortal, mas um grande Daïmon”, ou seja, um grande Espírito que preside ao amor universal. Foi sobretudo esta afirmação que lhe foi imputada como crime.

XVII – “A virtude não pode ser ensinada, vem por um dom de Deus aos que a possuem”.

É quase como a graça no conceito cristão. Mas se a virtude é um dom de Deus, um favor, pode perguntar-se por que razão não é concedida a todos? Por outro lado, se é um dom, não há mérito da parte do que a possui? O Espiritismo é mais explícito, ensina que aquele que a possui já a adquiriu pelos seus esforços nas vidas sucessivas, ao livrar-se pouco a pouco das suas imperfeições. A graça é a força que Deus concede aos homens de boa vontade, para se livrarem do mal e fazerem o bem.

XVIII – “Há uma disposição natural em cada um de nós, é a de nos apercebermos muito menos dos nossos defeitos do que dos defeitos alheios”.

O Evangelho diz: “Vês o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu?” (Cap. X, nº 9 e 10).

XIX – “Se os médicos não conseguem debelar a maior parte das doenças, é porque tratam o corpo sem a alma, e porque, se o todo não se encontra em bom estado, é impossível que as suas partes estejam bem”.

O Espiritismo esclarece as relações entre a alma e o corpo, e prova que um atua incessantemente sobre o outro. Assim, abre um novo caminho à ciência. Mostrando-lhe a verdadeira causa de certas doenças, dá-lhe, pois, o meio de as combater. Quando a ciência levar em conta a ação do elemento espiritual no conjunto orgânico, será mais eficaz.

XX – “Todos os homens, desde a infância, fazem mais mal do que bem”.

Estas palavras de Sócrates tocam a grave questão da predominância do mal sobre a Terra, questão insolúvel sem o conhecimento da pluralidade dos mundos e do destino da Terra, onde habita apenas uma pequena parte da Humanidade. Só o espiritismo lhe dá a solução, que se encontra desenvolvida mais adiante, nos capítulos II, III e V.

XXI – “A sabedoria está em não julgares que sabes aquilo que não sabes”.

Isto vai dirigido àqueles que criticam as coisas de que, frequentemente, nada sabem. Platão completa este pensamento de Sócrates, ao dizer: “Tentemos primeiro torná-los, se possível, mais honestos nas palavras. Se não conseguirmos, não nos preocupemos com eles e busquemos nós a verdade. Tratemos de nos instruir, mas sem nos incomodarmos“. É assim que devem agir os espíritas, em relação aos seus contraditores de boa ou má-fé. Se Platão vivesse hoje encontraria as coisas mais ou menos como no seu tempo e poderia usar a mesma linguagem. Sócrates também encontraria quem zombasse da sua crença nos Espíritos e o tratasse como se fosse louco, assim como ao seu discípulo Platão.
Foi por ter professado esses princípios que Sócrates foi ridicularizado, primeiro, depois acusado de impiedade e condenado a beber a cicuta. É bem certo que as grandes e novas verdades, levantando contra si os interesses e os preconceitos que elas ferem, não podem ser estabelecidas sem lutas e sem mártires.


Para as pessoas interessadas em documentar histórico-culturalmente, identificando bem a origem destas referências a Sócrates e Platão, recomendo a leitura integral do seguinte trabalho de Reinaldo Di Lucia:

VII Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita / São Paulo 2001
da autoria de REINALDO DI LUCIA

Sócrates e Platão: percursores do espiritismo
de REINALDO DI LUCIA – PDF

A Escola de Atenas, de Raffaello Sanzio (pintura de 1509-1511), uma das obras mais extraordinárias do Museu do Vaticano que representa grande número de pensadores, entre os quais Platão e Sócrates.

 

Para completar e actualizar as referências aqui expostas, nada como a palavra de ALLAN KARDEC, com a conhecida síntese:

Resumo dos ensinamentos dos Espíritos, conforme o Capítulo VI da Introdução de “O Livro dos Espíritos”:

Os seres que deste modo comunicam designam-se a si mesmos – como já dissemos – pelo nome de Espíritos ou génios, e como tendo pertencido, pelo menos alguns, a pessoas que viveram na Terra. Constituem o mundo espiritual, como nós constituímos, durante a vida, o mundo corporal. Resumimos a seguir, em poucas palavras, os pontos mais salientes dos ensinamentos que nos transmitiram:

Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo poderoso, soberanamente justo e bom. Criou o Universo que inclui todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais constituem o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

O mundo corporal é secundário, poderia deixar de existir ou nunca ter existido sem alterar a essência do mundo espírita. Os Espíritos animam temporariamente um corpo material perecível, cuja morte os devolve à liberdade.

Entre as diferentes espécies de seres corporais, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá superioridade moral e intelectual sobre as outras. A alma é um Espírito encarnado num corpo material.

Há nos seres humanos três coisas:

1º) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º) A alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;
3º) O sistema de ligação que une a alma ao corpo, o perispírito, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

O ser humano tem assim duas naturezas: pelo corpo participa da natureza dos animais, dos quais possui os instintos; pela alma participa da natureza dos Espíritos. O sistema de ligação entre corpo e Espírito, o perispírito, é um complexíssimo sistema semimaterial.

A morte é o falecimento do corpo mais denso. O Espírito conserva o organismo de ligação ou perispírito, que lhe serve como corpo semimaterial, de muito baixa densidade, invisível para nós no seu estado normal. O Espírito pode torná-lo circunstancialmente visível e mesmo tangível, como acontece no fenómeno das aparições.

O Espírito não é, portanto, um ser abstrato, indefinido, que só o pensamento pode compreender. É um ser real, definido, que em certos casos pode ser apreendido pelos nossos sentidos da vista, da audição e do tato. Os Espíritos pertencem a diferentes níveis, não sendo iguais em poder, inteligência, saber ou moralidade:

– Os da primeira ordem são os Espíritos superiores que se distinguem dos outros pela perfeição, pelos conhecimentos, pela proximidade de Deus, pela pureza dos sentimentos e pelo seu amor ao bem: são os anjos ou Espíritos puros.

− Os dos outros níveis distanciam-se progressivamente desta perfeição.

– Os dos níveis inferiores são propensos às nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. e comprazem-se no mal.

Neste número há os que não são muito bons nem muito maus, são mais perturbadores e intrigantes do que maus. A malícia e as inconsequências parecem ser as suas características: são os Espíritos tolos ou frívolos.

Os Espíritos não pertencem eternamente à mesma ordem. Todos se vão aperfeiçoando, passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta evolução dá-se mediante a encarnação, imposta a uns como expiação e a outros como missão.

A vida material é uma prova a que devem submeter-se repetidas vezes até atingirem a perfeição absoluta: é uma espécie de filtro purificador, do qual vão saindo mais ou menos aperfeiçoados.

Deixando o corpo, a alma regressa ao mundo dos Espíritos, do qual saíra para reiniciar uma nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual fica no estado de Espírito errante. Devendo o Espírito passar por muitas encarnações, conclui-se que todos nós tivemos muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, seja na Terra, seja noutros mundos. A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou Espírito pudesse encarnar no corpo de um animal. (Ver pergunta 611 e seguintes.)

As diversas existências corporais do Espírito são sempre de evolução positiva e nunca de evolução negativa ou retrógrada: a rapidez desse progresso evolutivo, contudo, depende dos esforços que fazemos para chegar à perfeição. As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós. Assim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem perverso a de um Espírito impuro.

A alma tinha a sua individualidade antes da encarnação e conserva-a após a separação do corpo. No seu regresso ao mundo dos Espíritos, a alma reencontra ali todos os que conheceu na Terra e todas as suas existências anteriores desfilam na sua memória, com a recordação de todo o bem e de todo o mal que fez. (Ver perguntas 305 a 307)

O Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O ser humano que supera essa influência, pela elevação e purificação da sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites mais rudes, aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua natureza animal.

Os Espíritos encarnados habitam a multiplicidade dos astros do Universo.

Os Espíritos não encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita. Estão por toda a parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e convivendo connosco com grande proximidade: é toda uma população invisível que se agita em nosso redor.

Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenómenos até agora inexplicados ou mal explicados, que só encontram solução racional no espiritismo.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos estimulam-nos para o bem, apoiam-nos nas provas da vida e ajudam-nos a suportá-las com coragem e resignação. Os maus instigam-nos ao mal: para eles é um prazer ver-nos sucumbir e tornarmo-nos iguais a eles.

As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As comunicações ocultas têm lugar pela boa ou má influência que exercem sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir as más e as boas inspirações. As ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumentos.

Os Espíritos manifestam-se espontaneamente ou pela evocação.

Podemos evocar todos os Espíritos:

− Os que animaram homens obscuros e os das personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que tenham vivido;

− Os dos nossos parentes, dos nossos amigos ou inimigos e deles obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham além túmulo, sobre os seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes seja permitido fazer-nos.

Os Espíritos são atraídos em função da sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias, dominadas pelo amor do bem e pelo desejo sincero de instrução e de melhoria. A sua presença afasta os Espíritos inferiores que, pelo contrário, têm acesso fácil e liberdade de ação entre pessoas frívolas guiadas apenas pela curiosidade, onde quer que predominem os maus instintos.

Longe de obter bons conselhos e informações úteis, só é possível esperar desses Espíritos futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois servem-se frequentemente de nomes veneráveis para melhor induzirem em erro.

Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, cheia da mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior. Os seus conselhos revelam a mais pura sabedoria e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade.

A dos Espíritos inferiores, pelo contrário, é inconsequente, muitas vezes banal e mesmo grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras, dizem com mais frequência falsidades e absurdos, por malícia ou por ignorância. Zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e alimentando os seus desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na verdadeira aceção da palavra, só se verificam nos centros sérios, cujos membros estão unidos por uma íntima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.

A moral dos Espíritos superiores resume-se, como a de Jesus, nesta máxima evangélica: “Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam”, ou seja, fazer o bem e não o mal. O ser humano encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as ações menores.

Os Espíritos superiores ensinam-nos que:
─ O egoísmo, o orgulho e a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria;
─ Aqueles que neste mundo se libertam da matéria, pelo desprezo das futilidades mundanas e pelo exercício do amor ao próximo, se aproximam da natureza espiritual;
─ Cada um de nós se deve tornar útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos, como prova;
─ O forte e o poderoso devem apoio e proteção ao fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de Deus.

Ensinam-nos, enfim:
─ No mundo dos Espíritos, onde nada pode estar escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas;
─ A presença inevitável e incessante daqueles que prejudicámos é um dos castigos que nos estão reservados;
─ Ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na Terra.

Os Espíritos superiores ensinam-nos, também, que não há faltas cujo perdão seja impossível e que não possam ser apagadas pela expiação. É nas sucessivas existências que o ser humano encontra os meios que lhe permitem avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, no caminho do progresso que conduz à perfeição, que é o seu objetivo final.”

Este é o resumo do espiritismo tal como resulta do ensino dado pelos Espíritos superiores.

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Prefácio dos tradutores de “O Livro dos Espíritos”

Prefácio dos tradutores

Com sugestões de leitura e requisitos essenciais para entender a obra

Esta nova tradução de O Livro dos Espíritos, da autoria de Hipólito Leão Denisard Rivail, sob o pseudónimo de Allan Kardec, foi feita pelos abaixo-assinados diretamente da língua francesa, conforme a segunda edição original de 1860, de modo a torná-lo acessível a todas as pessoas que falam a língua portuguesa dos dias de hoje, isto é, do ano de 2018.
Destina-se tanto a leitores espíritas como não espíritas, tendo sido este pre­fácio especialmente redigido para pessoas não espíritas, dando a conhecer as condições essenciais para aceder à mensagem da obra e aos seus ensinamentos. Além da renovação linguística, esta versão do livro contém algumas dezenas de comentários de contextualização cultural, publicadas no fim do mesmo e designadas como “Notas finais”. Têm a finalidade de esclarecer certas palavras e ideias que se encontram deslocadas ou desatualizadas, devido à antiguidade histórica do escrito original.
O que aqui fica dito resulta da imensa admiração e respeito que temos pelo ensinamento dos Espíritos, na forma que foi metodicamente organizada por Hipólito Leão Dénisard Rivail, aliás Allan Kardec.
Como autores da tradução, deste prefácio e das Notas finais, obedecemos exclusivamente, na forma e no conteúdo desse trabalho, à nossa consciência cultural e moral, visto que não somos membros de qualquer organização religiosa, ideológica ou política.

O espiritismo falado em português de Portugal

Tendo procurado traduções de acordo com o português de Portugal dos dias de hoje, só encontrámos versões revistas para português, mas visivelmente subsidiárias das antigas traduções brasileiras, com todas as respectivas características.
Pensamos que não é prestigiante para os espíritas portugueses terem dei­xado passar tanto tempo sem afirmarem uma desejável autonomia cultural, que tivesse realizado a tradução completa de todos os muito notáveis trabalhos de Allan Kardec, incluindo a Revista Espírita, que teriam ganho, junto dos utilizadores da es­plêndida língua portuguesa, mais vigor e trato familiar.

Carácter da obra e suas qualidades essenciais

O Livro dos Espíritos trata de assuntos de índole universal, cujo conhecimen­to é indispensável a todos os seres humanos conscientes do seu devir ontológico.
O Livro dos Espíritos fornece informações concretas e baseadas em factos, explicando de onde viemos antes de nascer e para onde vamos depois da morte, bastando uma consulta cuidadosa ao índice para ter uma ideia dos seus conteúdos científico-filosóficos e bem assim dos seus objectivos morais.
Pormenoriza a natureza e o significado de fenómenos de todos os dias, dos mais simples aos mais complexos, e qual a atitude mais recomendável para enfrentá-los. Esclarece-nos acerca da alegria, da tristeza, da saúde e das enfermidades, da razão de existirem ricos e pobres e por que razão há pessoas que nascem belas, inteligentes e afortunadas e há outras que nascem com dificuldades, tristezas e até desfiguradas fisicamente.
O Livro dos Espíritos fala com profundidade do bem e do mal, ajudando-nos a compreender a sua complexidade, por vezes desconcertante. A cultura que nos apresenta tem o intuito de melhorar o entendimento do mundo e de reforçar a nossa consciência em clima de responsabilidade sem medo; não obriga ninguém a nada, não é uma religião, não configura um catecismo; apresenta uma visão otimista da vida e alarga os caminhos que conduzem à paz dos indivíduos e da sociedade no seu conjunto.

[1 – O espiritismo é uma religião?]

(NOTA: esta numeração passa a ser inscrita em certos pontos do texto e diz respeito às “Notas Finais” de contextualização cultural, que convirá ir consultando.)

Sugestões para a leitura de O Livro dos Espíritos:

Para quem começa, este não é um livro para ler de empreitada, como uma peregrinação e, muito menos, como uma penitência. Alguns conselhos que aqui registamos aumentarão a receptividade de muitos leitores, dando-lhes a exata noção do que vão encontrar pela frente.
Allan Kardec dedicou uma parte muito importante da sua argumentação com os leitores dirigindo-se, naturalmente, às pessoas do seu tempo. Um número significativo de textos é dirigido aos “opositores”, aos “incrédulos” e aos “adversários” do espiritismo. Nesse tempo, diferentemente do que se passa hoje, escasseavam as actividades lúdicas, e a comunicação social, como a conhecemos hoje, estava à distância de muitos anos. Havia, portanto, certas pessoas que, com a popularidade das “mesas girantes” e das “reuniões espíritas” em geral, se aproximavam desse fenómeno para o contestar, argumentando das mais diversas formas.
É a essas pessoas que Allan Kardec se dirigia em larga porção da “Introdução”, da “Conclusão” e de muitos parágrafos dos extensos comentários espalhados ao longo do Livro.
O leitor da actualidade, posto de sobreaviso, vai compreender o que foi escrito e saberá levar esses textos na devida conta. Estar a argumentar com opositores incrédulos e adversários do espiritismo não faz sentido nenhum na actualidade, porque esses, muito dificilmente abrirão sequer “O Livro dos Espíritos”.
O livro propriamente dito só começa depois de toda a complicada “Introdução” e vem a seguir a um pequeno texto chamado “Prolegómenos”, palavra que quer dizer: “introdução” ou “noções preliminares de uma obra ou de uma ciência”.
O leitor deve ter a liberdade de procurar inicialmente no livro o que mais lhe interessar, lendo por aqui e por ali os temas mais apetecíveis. Poderá, para esse efeito, consultar primeiramente o Índice.

Leia e releia com atenção o que achar mais válido e interessante.

Se não estiver de acordo com o que está explicado em certo ponto, tenha a coragem de prosseguir. Adie as certezas difíceis de atingir com facilidade imediata, para que a longa jornada da vida possa abrir-lhe uma outra maneira de ver as coisas que agora não alcança, mas que tanta falta lhe fazem: o sentido otimista da vida, a esperança, a serenidade e a confiança. Se quiser prosseguir desse modo, é nossa convicta opinião que a leitura deste livro poderá ser um precioso auxiliar para atingir esses objetivos.
Não se pode esperar que a vida e o mundo, a natureza e todo o Universo sejam de entendimento imediato e fácil. Deve, pois, continuar a explorar, mais na atitude de quem estuda do que na atitude de quem lê por simples curiosidade.
O leitor que queira aprender, realmente, deve estar preparado para relacionar diversas partes do livro entre si, tentando encontrar relações coerentes entre os diversos ensinamentos. Só depois de ter feito estas explorações iniciais, com todo o interesse e vontade, valerá a pena ler o livro de uma assentada, ou passar, em alternativa favorável, à leitura de todos os escritos de Allan Kardec, incluindo o formidável conjunto da Revista Espírita, também publicada em vida pelo seu autor.

Requisitos essenciais para entender o livro e a origem dos seus ensinamentos

Sendo muito difícil avaliar a complexidade extraordinária do Universo e configurar com facilidade o significado da vida e da morte, há pessoas que desistem de compreender a realidade como projeto coerente, justo e generoso.
A ciência de observação baseada no estudo dos fenómenos espirituais, associada à enorme coerência de tudo o que nos rodeia desde o átomo às estrelas permite, pelo contrário, concluir que nada acontece de forma gratuita ou casual.
A par dessa conclusão fortemente documentável, todos nós necessitamos de construir reservas de convicção e de energia que nos auxiliem a vencer os obs­táculos com êxito, podendo, desejavelmente, ajudar quem nos rodeia, familia­res, amigos e a sociedade, com vista ao progresso, à felicidade, à verdade e à justi­ça, tais como se encontram fielmente configurados pelo conhecimento espírita.
A conclusão contrária de que o mundo e a vida resultam de acasos sem nexo, sem origem nem destino perfeitamente harmonizados, é uma desistência negligente que conduz à desmoralização, à dureza e ao medo.
As provas da coerência do plano das vidas e da natureza são tão volumosas e eloquentes, estão aqui tão próximas de cada um de nós, que não será necessário gastarmos muito tempo argumentando em seu favor. Os que ainda não atingiram esta ideia comecem a prestar atenção: ler “O Livro dos Espíritos” pode ser um bom começo.
Pensamos, portanto, de forma inabalável, que tudo o que existe deriva de uma inteligência suprema criadora de todas as coisas.
Fiquemos agora apenas por essa expressão, à qual não é necessário dar nome. É mais um sentimento que uma ideia definida que reside no íntimo intuitivo da sensibilidade. Deixemos que ela permaneça aí, onde melhor se compreende e onde mais perto está de tudo o que somos.
Quanto ao leitor que ainda duvida, esperamos com toda a convicção que nos encontre mais tarde, comungando da mesma fé que nos anima, com esperança e vontade esclarecida, harmonia e paz no coração. A criação magnânima da vontade superior que nos trouxe aqui não tem pressa. A jornada, que começou não se sabe onde nem como, continuará a desenvolver-se por todo o sempre. Tenhamos, pois, a serenidade que corresponde a esse devir sem limites nem fronteiras.
Como parte mais técnica e prática, sem cujo entendimento é impossível avançar para a leitura, é favor considerar o seguinte: apesar de dotados de importantíssimo património de capacidades orgânicas e racionais, os seres humanos entendem o Universo com ferramentas muito modestas e limitadas.
Os nossos cinco sentidos, a vista, o ouvido, o olfato, o paladar e o tato, deixam-nos a distâncias inimagináveis da realidade das coisas concretas, do mais perto ao mais longínquo, do mais pequeno ao infinitamente grande.
Tudo o que existe é muito mais do que podemos entender com essas limitadas ferramentas sensoriais, por muito completas e exigentes que sejam a nossa imaginação e a nossa inteligência.
No Universo (ou nos Universos?…) é muito mais aquilo que não se vê e não se entende, do que aquilo que se percebe e se sente com a vista e com o entendimento. A espantosa marcha da ciência tem dado passos de gigante ao tentar aproximar-se dessa enormidade de segredos. Mas quanto mais avança, mais profunda é a noção das coisas ignoradas.
Teremos que regressar ao grande Sócrates e à ideia que lhe conferiu a categoria do homem mais sábio de toda a Grécia: aquele que tinha a noção máxima de tudo o que desconhecia.
Existimos, pois, antes de nascermos neste mundo, num outro plano de que não temos conhecimento, no qual continuaremos a existir depois de falecido o corpo que nos serve de veículo existencial. O nascimento e a morte, portanto, não são o começo e o fim de tudo, e esse é um dos ensinamentos fundamentais de “O Livro dos Espíritos”.
Para confirmar factualmente essa realidade são conhecidas fontes de informação, de cuja existência há provas abundantes, que estão documentadas ao longo de toda a existência da Humanidade.

A mediunidade e a troca direta de informações entre o mundo dos vivos e o dos mortos

Havendo pessoas especialmente dotadas com mais um do que os normalíssimos cinco sentidos, têm por isso a capacidade, incompreensível para a maioria, de poderem sentir, ver e até dar voz às entidades espirituais que, depois da vida material, passam a existir no plano a que chamamos “mundo espiritual”.
Essa capacidade, esse sentido raro, chama-se “mediunidade”, porque são chamados “médiuns” os que a possuem.
Médium é uma palavra latina que signifíca “meio”, e que serve para designar o “in­termediário” ou “tradutor” das inumeráveis mensagens que têm sido trocadas entre os dois planos da existência, de forma que pode ser comprovada pela realidade dos factos.
A mediunidade é muito mais abundante do que se julga, tem graus de operacionalidade e modalidades muito diversas e já foi estudada em meio científico por diversas autoridades isentas e da maior competência, para além de se tornar evidente para qualquer pessoa que dela tenha o conhecimento direto.
“Mundo material” é o nosso, o do corpo físico que conhecemos, o mundo das coisas que vemos e palpamos à nossa volta.
O “mundo espiritual” é o mundo que não vemos, mas que se faz sentir po­derosamente, porque é nele que existimos antes e iremos existir depois, por toda a eternidade. Os contactos entre o “mundo material” e o “mundo espiritual” são contínuos e realizam-se de diversas formas desde há uma imensidade de anos.
O autor de “O Livro dos Espíritos”, Hipólito Leão Denisard Rivail, aliás Allan Kardec, organizou e sistematizou de modo filosófico um grande conjunto de apontamentos tirados de conversas tidas, ao longo de anos, entre pessoas vivas e entidades espirituais, que puderam “conversar” normalissimamente por intermédio de médiuns. Esse trabalho foi desenvolvido em França, em meados do século dezanove. O autor referido designou essa cultura como sendo: “o espiritismo, ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como das suas relações com o mundo corporal”.
É destas conversas, e dos comentários feitos pelo autor da obra a respeito das ideias por ele organizadas, que é feito “O Livro dos Espíritos”.
Segundo as conclusões seguras a que o “espiritismo” chegou, todos nós somos Espíritos, temporariamente ocupados por um breve intervalo de aprendizagens e experiências diversas através da vida no nosso corpo material.
Depois regressaremos, em paz e na maior das liberdades, ao nosso estado natural e mais permanente de Espíritos. Não se esqueçam: com letra maiúscula, por todas as razões mais nobres e mais válidas.

Notas breves sobre o método de tradução que seguimos

Sendo o francês e o português línguas da mesma família latina, tivemos a preocupação de fugir ao critério erróneo da “tradução à letra”, respeitando o fundo e não a forma das palavras do grande livro, tal como os ensinamentos nele contidos recomendam. O autor teve o intuito de escrever um livro que fosse acessível a todos os leitores da sua época. Sabemos, contudo, as profundas modificações que registaram, entretanto, todas as técnicas de comunicação. A frase mais curta, a economia de recursos de carácter retórico e enfático, a sim­plificação dos tempos verbais e muitos outros meios, foram usados por nós para facilitar a aproximação aos leitores, respeitando, entretanto, o carácter próprio que foi conferido à obra pelo seu autor.
Para além das versões em português, procurámos esclarecer muitos dos seus aspetos através de traduções noutras línguas e da pesquisa de outras obras do mesmo autor.
Consultámos, por exemplo, a tradução em castelhano de Alberto Giordano, publicada na Argentina em 1970 e influenciada pela que foi feita pelo professor brasileiro José Herculano Pires, que também analisámos com cuidado; e a excelente tradução em língua inglesa da autoria da jornalista Anna Blackwell, profunda co­nhecedora da cultura espírita, que foi contemporânea e amiga da família Rivail du­rante o tempo que viveu em Paris. A edição de que nos servimos tinha por intuito revelar a obra de Allan Kardec no universo cultural anglo-saxónico e foi publicada em Boston em 1893, mas o prefácio da autora está assinado de 1875, em Paris.
Também lemos as conhecidíssimas traduções de Guillón Ribeiro, a seu tempo dirigente da Federação Espírita Brasileira que, quando pelas primeiras vezes nos vieram à mão, desde logo despertaram em nós a determinação de fazer uma tradução para português de Portugal dos nossos dias. Com o devido respeito por esse trabalho, não foi o modelo que procurámos seguir, por razões muito concretas, mas que não é oportuno detalhar nesta breve apresentação.

A escolha das palavras

Sabendo que as palavras têm alma, usámos uma estrutura lexical coerente com o carácter filosófico e moral da obra, no contexto da sua visão otimista da magnânima obra da criação e do glorioso destino da Humanidade.
No texto original de Allan Kardec, por tendências de época que serão compreensíveis e estão bem estudadas, é usado em certas passagens do Livro algum vocabulário herdado das teorias penalizantes do universo filosófico das antigas religiões.
O aproveitamento dessas expressões nas traduções dos dias de hoje, deixou em absoluto de fazer sentido. Prosseguimos, nesta edição, no uso de referências lexicais compatíveis com a cultura que nos orienta com todo o rigor moral e toda a exigência intelectual. Porém, com uma visão do mundo, que encoraje a conquista da paz e do progresso pelo raciocínio, e da ultrapassagem do erro pelo conhecimento racional. Para colocar esta questão plano histórico cultural, sugerimos a leitura da Nota Final nº 39, que trata da “queda do homem”, e do ensino primordial das religiões dogmáticas.

Allan Kardec

Hipólito Leão Denisard Rivail,

organizador dos ensinamentos dos Espíritos

No início deste prefácio de tradutores escolhemos a grafia do nome Hipólito Leão Denisard Rivail, com os dois nomes próprios traduzidos e Denisard com “s”, como está na sua certidão de nascimento. Fizemos isso por ser a versão que nos parece mais perto da nossa língua e, especialmente, porque nos temos habituado a pensar nele como um semelhante, nosso amigo íntimo.
O destino fez com que Hipólito Leão/Allan Kardec tivesse ficado sem biografia oficial propriamente dita, feita por um contemporâneo seu. Por algu­ma coisa foi: a obra é o que interessa, ditada por narradores invisíveis, configu­rada pelo autor que organizou a mensagem.
Vale muito a pena ler tudo o que deixou escrito, sobretudo este “Livro dos Espíritos”, trabalho estruturador da mensagem de que se encarregou. De cada vez que se lê, novas coisas se descobrem e melhor se entendem o todo e os por­menores. Será estudo útil para os que desejam encontrar o fio da vida, tantas vezes encarada como drama sem solução, e serem capazes de construir agora um destino que valha a pena, com alegria e entusiasmo, porque há um depois!…
Hipólito Leão começou a interessar-se pelo tema que iria tratar de forma tão brilhante e generosa numa posição distanciada de qualquer crença, outros- sim cuidadosamente positivista e até cautelosamente cético, numa idade de ple­na maturidade, apenas por ter sido insistentemente convidado por amigos para esse efeito.
O trabalho, que começou aos 55 anos de idade (numa época em que a esperança de vida era muito inferior à da atualidade), foi levado a cabo com de­dicação total, mediante um esforço hercúleo, sem medida, que de certa forma conduziu ao desenlace da sua vida.
Convém referir que o modelo expositivo que serve à estruturação de O Livro dos Espíritos, desenvolvido nas restantes obras de Allan Kardec, obedece ao formato que durante os séculos XVIII e XIX constituía os princípios da exposição cientifica clássica, definindo ordenadamente:

1° – A escolha do objeto de estudo, que se conclui ser o Espírito, tratado no Livro Primeiro (As Causas Primárias);
2° – A análise do objeto de estudo, ou seja, a consideração e avaliação de toda a fenomenologia que constitui a sua razão de ser, que é tratada no Livro Segundo (O Mundo Espírita ou dos Espíritos);
3° – O estabelecimento das leis que regulam esse conjunto de fenómenos, que é feito no Livro Terceiro (sobre as Leis Morais);
4° – A dedução das consequências da aplicação dessas leis, que é feita no Livro Quarto (sobre as Esperanças e Consolações).

O critério de Hipólito Leão, em todo o imenso trabalho que efetuou, nun­ca foi o de se promover pessoalmente à condição de dirigente ou autoridade ideológica e muito menos religiosa. A metodologia utilizada para a estrutura­ção do “corpus” de informações e saberes científico-filosóficos que levou a cabo foi isenta de segundos sentidos de proveito pessoal ou institucional.

O professor Hipólito Rivail desaconselhou os grandes coletivos espiritas

Obedecendo a critérios que foi enunciando em diversas intervenções, nunca favoreceu o agrupamento de grande número de adeptos em instituições federativas as quais, de antemão, declarou perniciosas, por facilitarem a arqui­tetura do poder e a manipulação das consciências.
Toda a realidade que se seguiu ao seu falecimento, quer em França, quer no estrangeiro, deu plena razão às previsões e avisos que formulou.
Os pequenos grupos de cidadãos, harmonicamente associados numa con­vivência produtiva de pensamento claro e de reta consciência, na obediência da razão crítica e do diálogo construtivo, formam o modelo mais claramente por si recomendado para constituir a sociedade espírita.
Em síntese, fique esclarecido que a obra traduzida e a filosofia que encerra oferecem uma visão otimista da vida, liberta de dogmatismo, verdadeiramente emancipadora da Humanidade e produtora de paz, na igualdade entre todos os seres humanos.
Consideramos ainda que O Livro dos Espíritos defende, com o máximo respeito, a integridade ecológica do planeta que habitamos, o direito à dignida­de, à justiça e à máxima felicidade de todos os seres que nele habitam.
A característica essencial desta tradução, que sugere a passagem de toda a obra de Kardec para o português de Portugal/2018, num clima cultural aberto, é propor o regresso metódico a uma obra muito conhecida pelo seu nome, mas escassamente debatida; abrindo o seu acesso, se possível, a novos públicos e a jovens inquietos pelo grande mistério da sua origem e do seu destino.
Para esta terceira edição foram cuidadosamente revistos e ampliados os seus conteúdos de referenciação cultural, além de se ter procurado com mais abertura uma versão mais próxima da nossa linguagem de todos os dias, usando as prodigiosas qualidades estético-culturais de que dispõe a magnífica língua portuguesa.
Consideramos, não obstante, que a nossa tarefa de ler atentamente o que nos deixou Allan Kardec, não fica por aqui. A sua leitura em português dos nossos dias faz parte de um debate de ideias que gostaríamos de ver par­tilhado e enriquecido pelo maior número de leitores, espíritas e não espíritas.

O destino adequado para O Livro dos Espíritos não é permanecer imóvel, como peça sacralizada de ideias petrificadas. Julgamos que deve ser entendido por todos os seus leitores de antes, de agora e do futuro, como uma obra ener­gicamente VIVA e justificadamente ABERTA.

Entregamo-lo a todos os prezados leitores com os melhores votos de feliz e proveitosa leitura

José da Costa Brites e Maria da Conceição Brites
Setembro de 2018

Experiências de Quase Morte

Este longo e muito elucidativo trabalho foi publicado pelo conhecidíssimo divulgador de fenómenos relacionados com a vida após a morte, Dr. Victor Zammit.
Ver a notícia inserida ao fundo desta mesma notícia, pesquisada no seguinte endereço:
http://www.victorzammit.com/index.html.
O nosso trabalho foi adaptado para a nossa linguagem de português de Portugal, com pequenas intervenções no texto.
NOTA: há algumas falhas no final do artigo de que pedimos desculpa. Em breve serão rectificadas

À medida que a tecnologia e a medicina evoluem, muitas pessoas morrem em determinadas condições, regressando imediatamente à vida pelo recurso às tecnologias da ressuscitação. Muitas dessas pessoas tiveram depois a oportunidade e o desejo de descrever as suas vivências durante esse processo, designado em língua portuguesa como EQM – “Experiência de Quase Morte” e, em língua inglesa como NDE – “Near Death Experience”.

Milhões de pessoas em todo o mundo já passaram por  esse tipo de experiência. Em 1983, uma grande pesquisa americana feita por George Gallup Junior relatou que cerca de cinco por cento da população adulta já havia experimentado uma dessas EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE (Gallup 1983).
Os estudos que têm sido feitos em todo o mundo revelam que esse tipo de experiências são idênticas para todos os seus protagonistas, independentemente de diferenciações compreensíveis de ordem cultural, conforme os que as descrevem: O estudo de Margot Grey sobre as EQMs na Inglaterra (Gray 1985); O estudo de Paola Giovetti na Itália (Giovetti 1982); Estudo de Dorothy Counts na Melanésia (Counts 1983); Estudo de Satwant Pasricha e Ian Stevenson (1986) na Índia.

Essas experiências têm acontecido ao longo da história da humanidade, mas foi apenas nos últimos trinta anos que as pessoas na cultura ocidental se sentiram seguras para falar sobre elas.

O que acontece
– uma experiência típica

Experiência de um homem que teve um ataque cardíaco e se vê fora do corpo: Descobre que não pode ser ouvido; vê um familiar, mas este diz que ainda não é hora de ele morrer; entretanto, regressa ao corpo, o que lhe revela que existe uma vida após a morte.

NOTA: Os originais destas gravações foram todas feitas em inglês. O Youtube facilita a apresentação de legendas em português, solicitando isso no rodapé do vídeo, à direita.


http://www.youtube.com/watch?v=bqInhGpECak

Dr. Jeff e Jody Long apresentam seis experiências de quase morte. O Dr. Jeffrey Long, autor de Evidence of the Afterlife: The Science of Near-Death Experiences , fornece contexto e descreve alguns dos principais recursos associados às experiências de quase morte.


O Holandês Dr. Pim Van Lommel fala sobre consciência durante uma EQM

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Dezasseis razões pelas quais as experiências de quase morte (EQMs) não são alucinações ou efeitos do cérebro moribundo:

1. Os sobreviventes de EQM têm memórias claras do que lhes aconteceu, que recordam por toda a vida.
Os pacientes que não tiveram uma EQM, ficam muito confusos e de nada se lembram.
O Dr. Eben Alexander foi levado à beira da morte e passou uma semana em coma devido a uma inexplicável infecção cerebral. No seu best-seller, “Prova do Céu, Jornada do Neurocirurgião para a Vida após a morte”, descobriru a realidade desse reino espiritual, que muitos relataram em EQMs.

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http://www.youtube.com/watch?v=qZqTSBvwRQo

O Dr. George Richie estava no exército para ir para a escola de medicina em Richmond em 1943. Estava muito doente e foi declarado morto por pneumonia. Teve uma EQM extremamente detalhada e vívida.
http://www.youtube.com/watch?v=ruKjIrejDCk

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O mistério da percepção durante as experiências de quase morte – Dr. Pim van Lommell (Conferência, Ciência e não Dualidade 2013)


2. Considerando que as alucinações são todas diferentes, as Experiências de Quase Morte são muito semelhantes em diferentes culturas e ao longo da História.
Houve experiências de Quase Morte que foram relatadas em todas as culturas, até na Antiguidade.
O mito de Er é uma história que Platão contou no seu livro “A República”. Trata-se de um relato, transmitido oralmente, de alguém que retornou do Hades, o céu. Revela um lugar cósmico, fundamentalmente moral, na ordem de uma teleologia vinculativa para todos os humanos. Ao longo dos séculos, houve muitos outros fenómenos desse tipo.
Enquanto duas EQM’s não são iguais, todas seguem o mesmo padrão geral e têm os mesmos efeitos colaterais de transformação moral e cultural.

3. As pessoas veem e ouvem coisas enquanto estão inconscientes que seriam impossíveis numa existência normal.
Uma grande percentagem de pessoas que passaram por Experiências de Quase Morte conseguem descrever exatamente o que lhes aconteceu enquanto estavam inconscientes. Sabem quem estava presente e com quem falaram, mesmo à distância. Os pesquisadores consideram-nas experiências verídicas, pelo conjunto de detalhes comprováveis pelos outros assistentes que os protagonistas referem. Além de descrever as suas experiências, muitos dos protagonistas viram, fora do corpo, o que se passava na sala de cirurgia, quando estavam a ser assistidos. Neste vídeo, o famoso cirurgião cardíaco Dr. Rudy fala sobre um caso de EQM em que o paciente estava morto, mas foi capaz de descrever tudo o que aconteceu na sala de cirurgia, incluindo as notas com mensagens no monitor do computador do cirurgião.

Assistir ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=JL1oDuvQR08

O Dr. Michael Sabom descobriu que 80% de seus pacientes que tiveram um ataque cardíaco sem ter uma EQM não conseguiam descrever como foram revividos. Mas nenhuma pessoa do grupo que testemunhou o que aconteceu fora de seus corpos cometeu um erro ao descrever o procedimento (Sabom 1980).

O Dr. Pim Van Lommel conta o caso de um paciente que, embora inconsciente, afirmou ter visto onde uma enfermeira colocou a sua dentadura. Uma semana depois, o paciente reconheceu a enfermeira e pediu sua dentadura de volta (Van Lommel et. Al. 2001).

Al Sullivan viu seu cardiologista, Dr. Takata, agitando os braços enquanto estava na sala de cirurgia, algo que seria impossível para ele ver ou saber.

Um novo livro de Titus Rivas (Autor), Anny Dirven (Autor), Rudolf H. Smit (Autor), Robert G. Mays (Editor), Janice Miner Holden (Editor):
Este livro contém mais de 100 relatos confiáveis, muitas vezes em primeira mão de percepções durante as EQMs que mais tarde foram verificadas como precisas por fontes independentes:
The Self Does Not Die: Verified Paranormal Phenomena from Near-Death Experiences
Paperback – 6 de julho de 2016

4. As pessoas voltam de uma EQM com fatos precisos que não conheciam antes.
Existem muitos relatos de pessoas que tiveram experiências de quase morte e voltaram com fatos que não sabiam antes.
Emily Kelly relatou um caso em que um homem ficou entusiasmado ao ver pela primeira vez as fotos do pai morto da sua esposa. Identificou-o na sua EQM, antes mesmo de a ter conhecido.(Greyson 1998).
O russo George Rodonaia saiu do corpo enquanto estava inconsciente como resultado de um acidente. Foi para o hospital onde a esposa de um amigo acabara de dar à luz uma filha. O bebé estava a chorar e ele percebeu que a criança tinha uma fractura no quadril. Comunicou mentalmente com a mãe e ela disse-lhe que esse acidente tinha acontecido logo após o nascimento, quando uma enfermeira deixou cair a criança. Vários dias depois, quando se recuperou o suficiente para falar, as primeiras palavras de George Rondonaia alertaram os médicos sobre a criança com o problema que observara. Os médicos tiraram raios-X ao menino e todos os fatos que ele tinha referido no estado de inconsciência eram reais. (Atwater 2007: 165).

5. Pessoas relatam encontros com parentes que não sabiam que estavam mortos. Em todos os casos, eles estão corretos.
O Dr. Kübler-Ross falou sobre uma garota que se feriu num acidente de automóvel. Ninguém lhe disse que a sua mãe e o seu irmão tinham morrido nesse mesmo acidente. Porém, a menina viu-os já na vida espiritual, durante a sua EQM.
Mesmo o Dr. Kübler-Ross não sabia que o irmão e a Mãe tinham morrido apenas dez minutos antes da menina ter tido a EQM (Kübler-Ross 1997).Ian Stevenson (1959) publicou um caso semelhante.
Na Inglaterra, o primo de certo homem, morrera sem que ninguém nos Estados Unidos soubesse disso. Durante uma EQM que teve, esse homem viu o seu primo no mundo espiritual, tendo desse modo sabido da sua morte. Só algum tempo depois recebeu da Inglaterra um telegrama anunciando a morte do primo. (Stevenson, 1959).
PMH Atwater relata o caso de uma mulher que conversou com seu pai durante uma EQM pela qual passou. Nem ela nem ninguém da família sabia do acontecido, que só mais tarde foi confirmado. (Atwater 2007: 164).

6. Algumas pessoas voltam com conhecimento exato do futuro.
Em alguns casos, as pessoas vêem a sua família em dois futuros possíveis: um em que a pessoa permanece na vida após a morte e outro em que ela retorna à sua vida (Atwater 2007).
Alguns veem os filhos que vão ter (Eadie 1992).
Outros têm visões sobre eventos mundiais, mas dizem que foram informados de que eles são apenas futuros possíveis.
Dannion Brinkley escreveu com antecedência sobre: ​​
– a derrota dos EUA na Guerra do Vietnam;
– a eleição de um presidente americano com o RR inicial (Ronald Reagan);
– turbulência no Oriente Médio;
– o desastre de Chernobyl em 1986;
– a Guerra da Tempestade no Deserto contra o Iraque em 1990 (Brinkley e Perry, 1994).

7. Algumas pessoas voltam com conhecimento avançado consistente com a física quântica.
Quase todos os sobreviventes dizem que entraram numa dimensão em não havia tempo e muitos foram capazes de voltar e avançar no tempo.
Olaf Swenson diz que foi por causa do conhecimento que ganhou durante sua EQM que mais tarde desenvolveu mais de 100 patentes em química subatômica (Morse sd).
Mellen-Thomas Benedict trouxe da sua EQM uma grande quantidade de informações científicas e afirmou que esse conhecimento foi a base de seis patentes americanas que registou. (Benedict 1996).

8. Algumas pessoas são curadas de doenças fatais durante uma EQM ou recuperam milagrosamente de ferimentos graves.
Mellen Thomas-Benedict, morreu em 1982 com um cancro. Depois do falecimento, e durante uma hora e meia ficou sem sinais de vida. Milagrosamente, voltou ao corpo depois de ter passado por uma EQM completa. Três meses depois, o seu corpo não revelava nenhum sinal do cancro (Benedict 1996).

Anita Moorjani estava perto de morrer com um cancro. Quando voltou da sua EQM, ela teve uma recuperação total da saúde.(Moorjani 2012).

Elisabeth Kübler-Ross conta a história dramática de um homem cuja família inteira morreu num terrível acidente. Depois disso, tornou-se alcoólatra e abusador de drogas até ser atropelado por um carro. Numa EQM que teve, viu toda a sua família bem e feliz na vida, depois da sua morte. Elisabeth escreveu:
” Reentrou no corpo físico, que se encontrava numa sala de emergência, arrancou as correias que o prendiam, e saiu dali. Nunca teve delirium tremens ou quaisquer efeitos posteriores devido ao abuso de drogas e álcool.” (Kübler-Ross 1991).

9. Os cegos podem ver durante a EQM
Em seu livro “Mindsight”, o Dr. Kenneth Ring e Sharon Cooper relatam entrevistas detalhadas com 31 pessoas que eram total ou parcialmente cegas e tiveram uma EQM durante a qual tinham a capacidade da visão.
Vicki Noratuk, que era cega de nascença, nem conseguia ver o preto. Durante sua EQM, podia ver pela primeira vez na sua vida. Reconheceu a sua aliança de casamento e o seu cabelo. Também viu pessoas feitas de luz – mas nunca vira luz antes (Ring e Cooper, 1999).

Elisabeth Kübler-Ross também entrevistou pacientes cegos que eram capazes de ver perfeitamente enquanto estavam “mortos” e fora do corpo (Kübler-Ross 2005).

10. Algumas pessoas têm EQM em grupo.
Em 1996, Arvin Gibson entrevistou um bombeiro chamado Jake, que teve uma EQM enquanto trabalhava com outros bombeiros, numa floresta, durante um incêndio que os vitimou. Vários colegas estavam a passar por uma EQM. Reconheceram-se e viram-se acima dos seus corpos sem vida. Todos sobreviveram e puderam confirmar que a experiência tinha sido uma realidade. A EQMde Jake é contada no livro de Arvin Gibson, “The Fingerprints of God”. Consulte Mais informação…

11. Algumas pessoas têm experiências de quase morte quando não há nada fisicamente errado com elas.
Pesquisadores descobriram que meditação profunda, visões no leito de morte, relaxamento, visão psíquica, projeção astral, transe, olhar no espelho e movimentos dos olhos podem desencadear elementos de EQM (veja o site de Kevin Williams, near-death.com).

12. Alguns espectadores que não têm nada de errado com eles podem compartilhar e verificar a experiência de quase morte de outra pessoa.


Raymond Moody fala sobre experiências de morte compartilhada

13. Algumas pessoas têm uma experiência de quase morte quando estão em morte cerebral completa.
As alucinações só podem ocorrer quando as pessoas têm o cérebro em funcionamento, com a capacidade de registar um Electroencefalograma. As EQM acontecem a pessoas cujos cérebros não se encontrava a funcionar. Nessas ocasiões, as pessoas não deveriam ter memória, mas as EQMs vividas são recordadas pelas pessoas mesmo anos depois.
Pam Reynolds precisava de uma operação arriscada para corrigir um ponto fraco na parede de um vaso sanguíneo no cérebro. Numa operação cirúrgica que fez para esse efeito, a sua temperatura corporal foi baixada em 60 graus, o batimento cardíaco e a atividade cerebral foram interrompidos e o sangue circulou por uma máquina. Nada poderia ter visto porque os seus olhos foram fechados com fita adesiva, não conseguiria ouvir, porque os seus ouvidos estavam cobertos por tampas de plástico e sons medindo 90 decibéis eram-lhe continuamente aplicados. Depois disso foi reiniciado o seu funcionamento cardíaco e o seu corpo aquecido. Entretanto, depois de tudo isso, relatou que tinha sido capaz de ver, ouvir e sentir o que lhe tinha acontecido. Descreveu detalhes da operação que lhe foi feita posteriormente. Foi capaz de se lembrar dessa longa e complexa EQM que aconteceu durante um período em que não tinha tido a mínima actividade cerebral (Sabom 1998).

O corpo de George Rodonaia foi armazenado no congelador de um necrotério de hospital por três dias. Mais tarde o seu corpo foi aberto para uma autópsia. Entretanto, enquanto tinha estado “morto”, viu a sua esposa fora do hospital, selecionando seu túmulo e considerando casar-se de novo.(Atwater 2007: 166). {Veja o vídeo no ponto 4 acima}

Eben Alexander é um neurocirurgião académico que teve uma EQM. Estava inconsciente de meningite severa que destrói tudo, exceto as funções cerebrais humanas mais básicas. Revelou depois que, por mais de uma semana, esteve virtualmente em morte cerebral, tendo registado uma complexíssima EQM que não poderia ter sido criada por sua atividade cerebral (Alexander 2012).

14. Muitas pessoas passam por uma ‘revisão de vida’ durante a qual vêem suas vidas da perspectiva de outras pessoas.
O Dr. Kenneth Ring e outros pesquisadores mostram que uma característica chave da revisão de vida é que as pessoas não veem suas vidas de seu próprio ponto de vista. Não é como reproduzir uma gravação de vídeo. Em vez disso, veem-nas da perspectiva de todos os outros com quem interagiram. Abordam os sentimentos e memórias das outras pessoas envolvidas. São coisas que não teriam como saber normalmente (Ring e Valarino 1998).

15. As sequelas de uma EQM são únicas e duradouras.
Outras pessoas que estão perto da morte também teriam uma substância química liberada por um cérebro moribundo, mas elas não vivenciam uma EQM ou os mesmos efeitos de longo prazo. Consulte mais sobre os efeitos das EQMs nos seguintes endereços:
site IANDS site / near-death.com.

Os efeitos psicológicos mais comuns (experimentados por 80-90% dos sobreviventes adultos) são muito reconhecíveis.
Cherie Sutherland, uma pesquisadora australiana, entrevistou 50 sobreviventes de EQM em profundidade. Descobriu que os efeitos nas vidas dos sobreviventes foram notavelmente consistentes e bastante diferentes dos efeitos das alucinações induzidas por drogas ou produtos químicos.
Em Transformed by the Light (1992), identificou muitos efeitos que foram confirmados por outros estudos, por exemplo, Ring (1980 e 1984) Atwater (1988). Isso inclui:
• uma crença universal na vida após a morte.
• uma alta proporção (80%) agora acreditava na reencarnação.
• ausência total de medo da morte.
• uma grande mudança da religião organizada para a prática espiritual pessoal.
• um aumento estatisticamente significativo na sensibilidade psíquica.
• uma visão mais positiva de si mesmo e dos outros.
• um desejo crescente de solidão.
• um maior senso de propósito.
• falta de interesse no sucesso material, juntamente com um aumento acentuado no interesse pelo desenvolvimento espiritual.
• cinquenta por cento experimentaram grandes dificuldades em relacionamentos íntimos como resultado de suas prioridades alteradas.
• um aumento da consciência sobre a saúde.
• a maioria bebeu menos álcool.
• quase todos pararam de fumar.
• a maioria desistiu de medicamentos prescritos.
• a maioria assistia menos televisão.
• a maioria lê menos jornais.
• um maior interesse na cura alternativa.
• um maior interesse em aprendizagem e auto-desenvolvimento.
• setenta e cinco por cento experimentaram uma grande mudança de carreira, na qual se mudaram para áreas de ajudar os outros.
PMH Atwater afirmou que os pesquisadores de EQM’s concluiram que pelo menos 75% a 78% dos adultos casados que tiveram EQM’s se divorciaram dentro de sete a dez anos depois dessa experiência (2007: 89).

A seguir, um exemplo de alguém que mudou completamente como resultado de sua experiência de quase morte:
Vídeo: RESURECTED MILLIONAIRE não se preocupa com dinheiro!
* o pesquisador explica que, depois de uma EQM, as pessoas mudam;
* Gordon Allen era um empresário de muito sucesso que amava dinheiro;
* adoeceu com pneumonia e sentiu-se deixando o corpo.
* ele sentiu um amor avassalador
* conheceu três seres espirituais elevados que se comunicaram com ele como um irmão muito querido
* foi-lhe dito que os talentos que lhe foram dados visavam um propósito superior de ajudar os outros
* quando voltou, sentiu que o seu coração estava a arder de amor
* ligou para todas as pessoas que conhecia, pediu desculpa e pediu perdão por não os ter amado como deveria ser.
* Agora é um conselheiro ajudando pessoas desfavorecidas.
* pesquisador afirma que essas mudanças são muito comuns.
* Gordon diz que sua vida agora é muito mais rica do que antes.

Assista ao segmento do vídeo The Day I Died – em 41 minutos.

PMH ATWATER FALA SOBRE OS EFEITOS DEPOIS DE NDES

16. Sobreviventes de EQM tornam-se muito mais sensíveis psíquicamente.
Um estudo americano independente do Dr. Melvin Morse descobriu que os sobreviventes de EQM têm três vezes mais experiências psíquicas do que a população em geral. Frequentemente, não podiam usar relógios e costumavam ter problemas para usar eletricidade – os seus computadores portáteis entrariam em curto-circuito e seus cartões de crédito deixavam de funcionar. (Morse 1992). Também descobriu que adultos que tiveram EQM’s deram mais dinheiro para caridade do que outros, eram mais propensos a fazer trabalho voluntário na comunidade, trabalharam mais em empregos onde poderiam ajudar as pessoas, não abusavam de drogas e comiam mais frutas frescas e vegetais do que outras pessoas (Morse 1992).
Um grande número de médiuns e médiuns de ponta afirmam que as suas habilidades foram ativadas ou estimuladas por EQMs: Debbie Malone, Susanne Wilson, Joe McMoneagle, Edgar Cayce,

Na internet:
Experiências de quase morte e vida após a morte
Compilado por Kevin Williams, esta página é uma conquista notável e é de longe o recurso mais abrangente sobre EQMs. Contém exemplos de experiências de quase morte (EQMs) de muitas culturas e links excelentes.


New Heaven New EathRede de experiências de quase morte – um site maravilhoso e abrangente com uma lista exaustiva de vídeos de EQM.

NDE Accounts- coleção de vídeos e
The International Association for Near-Death Studies
São sites com muitos relatos de EQM em muitos países. Têm seção de perguntas e respostas e links para a maioria dos melhores sites sobre o assunto.

Para obter mais detalhes e assistência para lidar com as consequências de um EQM, entre em contato com a International Association for Near Death Studies. http://www.iands.org/aftereffects.html

Para obter ajuda na compreensão de uma EQM assustadora consulte: http://www.iands.org/scary.html#talkto

Fundação de Pesquisa de EQM – Entrevista – Dr. Jeffrey Long em Coast to Coast.

The Website of PMH Atwater
Um dos pesquisadores originais no campo dos estudos de quase morte. PMH Atwater começou seu trabalho em 1978. Nove livros foram publicados desde então sobre suas descobertas.

Dr. Peter Fenwick- Skeptico
Estudo AWARE do Dr. Sam Parnia

Documentário da BBC – O dia em que morri – não é um
dos melhores documentários feitos sobre Experiências de Quase Morte, pela BBC. Apresentando muitos cientistas importantes que estudaram EQMs e outros incidentes relacionados. Alegadamente, a BBC recusou-se a reproduzir este documentário e impediu que fosse vendido como DVD devido à pressão da censura científica.

Partida prematura – Documentário francês sobre EQMs

Eben Alexander em EQMs negativas

Eben Alexander em uma visão modificada da realidade

Apresentação de slides

Outros bons vídeos de EQM online
EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE DE UM NEUROCIRURGIÃO
Em uma entrevista recente com Alex Tsakiris, o Dr. Eben Alexander explica como ele não conseguiu encontrar qualquer explicação fisiológica para o que aconteceu com ele e concluiu que a mente é independente do cérebro.

DR MELVIN MORSE EXPERIÊNCIAS DE PERTO DA MORTE NUMA SOCIEDADE ESPIRITUALMENTE POBRE
” Eu não “acredito” em experiências de quase morte. É minha opinião que a pesquisa científica valida que as experiências de quase morte são reais. A ciência de 2011 indica que todos nós temos um “ponto de deus” ou (de acordo com Mario Beauregard MD) um “cérebro de deus” que nos conecta com o divino, o domínio de todo o conhecimento atemporal e sem espaço.”

Parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=-wDdnfYNQgM




SURVIVING DEATH – um pequeno documentário destacando 3 EQMs

 http://www.youtube.com/embed/pgBdf1GqNlA?list=PLkvfKrW6cwjh65uVMQps0yqf77ZhCREw5

Victor Zammit. advogado, resume as provas.
  



MELHORES documentários completos


VIDA APÓS A VIDA


ALÉM DA NOSSA VISTA


O DIA EM QUE MORRI- BBC DOCUMENTARY
https://vimeo.com/176601336
Whitecrow commentary


5th Dimension: Near Death Experience
https://www.youtube.com/watch?v=4mL- 2f4FNPs&list=PLt0F07xkyGs5tJQSZPky1B2P5nQdPmi4r


JEFFREY MISHLOVE ENTREVISTAS DR KENNETH RING
https://www.youtube.com/watch?v=DJIfxwrDs40


GRANDE LISTA DE VÍDEOS NDE
http://www.nderf.org/NDERF/Video_audio/multimedia.

Victor Zammit, Ph.D.

Bio

Victor James Zammit has a B.A. in Psychology, Graduate Diploma in Education, M.A. in Legal History and Constitutional Law, Bachelor of Laws degree, and Ph.D. in law. He is a retired attorney (solicitor/barrister) of the Supreme Court of the New South Wales and the High Court of Australia.

Victor was initially suspicious of the New Age Movement for what appeared to be its blatant commercial exploitation of people’s basic instinctual tendency for spiritual development. However after many years as an open-minded skeptic he had a number of repeated psychic and mediumistic experiences which set him questioning, reading and researching. Adopting a scientific criterion, Victor was able to select that information which could withstand and pass the many rigid tests of repeatability and objectivity.

Victor is now a full-time writer and researcher on empirical evidence for the afterlife. His new book, A Lawyer Presents the Evidence for the Afterlife, now a best selling book on Amazon, is widely acclaimed as one of the clearest and most complete reviews of the evidence for the afterlife.

His weekly newsletter on the afterlife and afterlife communication is read by thousands of people around the world.

This is Victor’s description of his conference presentation:

Over the last few decades we put a lot of emphasis on “proving the afterlife.” But what has urgently emerged is the shock realisation that atheists in the United States make up only some 5 percent of the population, whereas those with very powerful traditional beliefs about punishment, judgment and the afterlife who strongly oppose and try to stop our progress make up more than 60 percent. We need to look into this very closely.

We do have highly competent afterlife investigators and other highly qualified researchers who can effectively deal with the open-minded skeptics: the 5 percent. But priority has to be immediately shifted to persuasively show that traditional religious beliefs about judgment, punishment, and the afterlife are fundamentally wrong.

I will show that these days highly credible intelligences directly from the afterlife tell us what really happens when we cross over, traditional punishment does not exist, there is no divine judgment, and the afterlife is totally different from what people have been conditioned to accept for nearly 2,000 years.

I will be discussing very briefly and matching up the evidence from six major areas of modern investigation of what happens when you die in the context of punishment and judgment:

  • Near-Death Experiences or NDEs
  • Out-of-body journeys
  • Mental mediumship
  • Between life regressions
  • Transmissions from spirit teachers of high degree speaking through mediums, channellers and automatic writers
  • Revelations through physical mediumship
  • The major part of my speech will focus on information about judgment and punishment given in direct communication with entities who have physically materialised in the Circle of the Silver Cord.

Our perception of the world is by and large determined by our environmental conditioning. Our conditioning is man-made and is subject to fundamental errors. Inevitably, our early conditioning shapes our beliefs. For nearly 2,000 years the West has entrenched in its culture, history and tradition–all of which to-day directly affect our decision making processes especially in punishment, judgment and the afterlife.

Contemporary psychic empirical research in punishment, judgment and the afterlife has produced results which are fundamentally inconsistent with the traditional beliefs in punishment, judgment and the afterlife.

A extraordinária quantidade de pessoas insígnes, interessadas na realidade dos fenómenos psíquicos

Eminent People Interested in Psi

Já no terceiro milénio, dispondo de informações e métodos de observação como nunca houve na História da Humanidade, a ciência académica institucionalizada continua a gerir-se de forma muito fechada, oferecendo exclusivamente o ponto de vista materialista para esclarecimento do mundo e da vida.

Sentimo-nos por isso no dever de continuar a apresentar documentos importantes de abertura cultural e científica, no sentido de alargar esses horizontes, hoje em dia ultrapassados e empobrecidos.

A muito conhecida e prestigiada Psi Encyclopedia, apresenta-nos uma lista fabulosa de intelectuais, cientistas, escritores e homens da arte e do pensamento que, já de há muito tempo, têm prestigiado e feito progredir todo o género de saberes que nos tornam mais capazes de compreender o passado e o presente, e muito melhor habilitados para vencer o futuro.

Como forma concreta de documentar a visão do que é eterno e fundamental durante toda a vida de milhares de milhões de pessoas, junto anexamos o prodigioso elenco de individualidades que, nos mais diversos ramos do conhecimento intelectual e da sensibilidade ESPIRITUAL, dão testemunho fundamental do seu elevado ENTENDIMENTO das suas, e das nossas VIDAS.

Com esta apresentação, confiamos no conhecimento bastante alargado da língua inglesa para que o artigo se torne perfeitamente elucidativo.

Many more eminent scientists, thinkers, writers, politicans and artists of various kinds than is generally relized took the possibility of psychical phenomena seriously. Here is a list of more than two hundred of them. Contents

  1. Introduction
  2. Nobel Prizewinners
  3. Other Eminent Figures: Physics, Chemistry, Engineering, Invention
  4. Mathematicians
  5. Psychologists and Social Scientists, Neuroscientists, Biologists, Physicians
  6. Humanities, Philosophers
  7. Writers, Artists
  8. Politicians, Explorers, Others
  9. Literature
  10. References

Nobel Prizewinners

Henri Bergson (1859-1941), philosopher, 1927 Nobel Prize in Literature, president of the Society for Psychical Research and theoretician of consciousness and psi.29

Bjørnstjerne Bjørnson (1832-1910), 1903 Nobel Prize in Literature, wrote an article about a person said to be psychic.30

Pearl S Buck (1892-1973), 1938 Nobel Prize in Literature, visited JB Rhine’s parapsychology meetings.31

Nicholas Murray Butler (1862-1947), 1931 Nobel Prize in Peace, President of Columbia University, philosopher and diplomat, wrote about psi32 and helped organize the American Society for Psychical Research.

Alexis Carrel (1873-1944), 1912 Nobel Prize in Physiology or Medicine, discussed anomalous healing in a book.33

Arthur Holly Compton (1892-1962), 1927 Nobel Prize in Physics, was supportive of psi in his correspondence with JB Rhine.34

Marie Curie (1867-1934), 1903 Nobel Prize in Physics, 1911 Nobel Prize in Chemistry, participated in séances with Eusapia Palladino and wrote of the importance of research in parapsychology.35

Pierre Curie (1859-1906), 1903 Nobel Prize in Physics, participated in séances with Eusapia Palladino and wrote of the importance of research in parapsychology.36

John Eccles (1903-1997), 1963 Nobel Prize in Physiology or Medicine, edited a book discussing psi and participated in related conferences.37

Albert Einstein (1879-1955), 1921 Nobel Prize in Physics, wrote the preface to a telepathy book38 and commented, ‘We have no right to rule out a priori the possibility of telepathy. For that the foundations of our science are too uncertain and incomplete.’39

T. S. Eliot (1888-1965), 1948 Nobel Prize in Literature, a major figure in poetry and essay, ‘regarded highly’ the theory of precognition by Dunne and reprinted his An Experiment with Time while he was director of Faber and Faber. He described a similar view of time in his poem Burnt Norton. 40

Brian Josephson (1940-), 1973 Nobel Prize in Physics, has written about psi and been a staunch advocate of psi research for decades.41

Maurice Maeterlinck (1862-1949), 1911 Nobel Prize in Literature, wrote on ostensible psi phenomena.42

Thomas Mann (1875-1955), 1929 Nobel Prize in Literature, attended and reported on séances.43

Guglielmo Marconi (1874-1937), 1909 Nobel Prize in Physics, developer of radio and radio telegraphy, interested in spiritualism, he wanted to invent a technology to communicate with the deceased. 44

Kary Banks Mullis (1944-), 1993 Nobel Prize in Chemistry, has participated in psi research and spoken in support of it.45

Wolfgang Pauli (1900-1958), 1945 Nobel Prize in Physics, discussed with Carl Jung the notion of synchronicity and was believed, by himself and by colleagues, to have an interfering psychokinetic effect on machines.46 (See Otto Stern, below)

Jean Perrin (1870-1942), 1926 Nobel Prize in Physics, was a member of the Institut Général Psychologique’s (IGP) Group of Study of Psychic Phenomena.47

Max Planck (1858-1947), 1918 Nobel Prize in Physics and author of quantum theory, expressed his interest in psychical research in his correspondence.48

Sully Prudhomme (1839- 1907), 1901 Nobel Prize in Literature, participated in the Société de Psychologie Physiologique’s committee for the study of telepathy.49

Santiago Ramón y Cajal (1852-1934), 1906 Nobel Prize in Physiology or Medicine, researched hypnosis and psi phenomena and wrote a book about them (destroyed during the Spanish Civil War).50

Sir William Ramsay (1852-1916), 1904 Nobel Prize in Chemistry, discoverer of the noble gases, collaborator of Lord Rayleigh, was a member of the SPR and corresponded with Rayleigh on the SPR’s research activities51

Charles Richet (1850-1935), 1913 Nobel Prize in Physiology or Medicine, founded the Annales des Sciences Psychiques, president of the Society for Psychical Research (1905), and of the Institut Métapsychique International (1923).

George Bernard Shaw (1856-1950), 1925 Nobel Prize in Literature, best known for his very influential plays, including Pygmalion and Arms and the Man. He attended with psi researcher Frank Podmore meetings of the (British) Society for Psychical Research and mentioned incidents of ostensible psi.52

Albert Schweitzer (1875-1965), 1925 Nobel Prize in Peace, reported the paranormal phenomena he observed in Africa and remarked that he would like to carry out psi research.53

Glenn Seaborg (1912-1999), 1951 Nobel Prize in Chemistry for the investigation of traunsuranium elements, co-wrote with Margaret Mead a praising statement about a book on parapsychology. 54

Aleksandr Solzhenitsyn (1908-2008), 1970 Nobel prizewinner in literature, mentions precognition as a fact in his work.55

Otto Stern (1888-1969), 1943 Nobel Prize in Physics, is said to have banned Pauli from his lab, for fear that Pauli’s involuntary PK effect would interfere with the machinery there.56

John William Strutt, Lord Rayleigh (1842-1919), 1904 Nobel Prize in Physics, discovered of argon, collaborator of William Ramsay, president of the Society for Psychical Research.57Eugene Wigner (1902-1995), 1963 Nobel Prize in Physics, encouraged research on physics and psi.58

JJ Thompson (1856-1940), 1906 Nobel Prize in Physics, member of the governing council of the Society for Psychical Research for 34 years.59

WB Yeats (1865-1939), 1929 Nobel Prize in Literature, member of the Society for Psychical Research, wrote extensively about psi and esoterism.60

Other Eminent Figures: Physics, Chemistry, Engineering, Invention

Jacques-Arsène d’Arsonval (1851-1940), physician, physicist, and inventor, led the IGP and carried out research with a spirit medium.61

John Logie Baird (1888-1946), engineer and inventor of television, attended spiritist séances and was persuaded by them.62

Sir William Barrett (1845-1925): Chair of physics at the Royal College of Science in Dublin, Fellow of the Royal Society, and founder and president of the Society for Psychical Research.63

Olivier Costa de Beauregard (1911-2007), quantum physicist, published on parapsychology, first under the pseudonym E. Xodarap, and considered psi phenomena as to ‘be expected as very rational’.64

Alexander Graham Bell (1847-1922), inventor of the telephone, thought that the device might allow communication with the dead.65

John Stewart Bell (1928-1990), physicist, developer of the Bell theorem, employee of the European Council for Nuclear Research (CERN), originator of the Bell theorem, wrote about keeping an open mind regarding psi.66

David Bohm (1917-1992), quantum theoretician, sought to integrate his theory with psi.67

Édouard Branly (1844-1940), physicist, inventor of a component of wireless telegraphy, member of the French Academy of Sciences, was a member of the IGP’s Group of Study of Psychic Phenomena.68

Alexander Butlerov (1828-1886), chemist, pioneer of the theory of chemical structure and discoverer of various elements, researched ostensible psychic manifestations and wrote articles about them.69

Chester Carlson (1906-1968), physicist and inventor of electrophotography, donated money to and was interested in psi research.70

Sir Arthur C. Clarke (1917-2008), fiction and science writer and inventor, discussed psi in his novels and non-fiction, becoming increasingly, but not completely skeptic, about the paranormal.71

Gérard Cordonnier (1907-1977), mathematician, engineer, winner of the Arts, Sciences and Letter Silver Medal, wrote on psi.72

Sir William Crookes (1832-1919), chemist, physicist, and inventor, carried research on DD Home and spiritualism, president of the Society for Psychical Research.73

JW Dunne (1910-1949), aeronautical engineer, wrote An Experiment with Time, a book about precognition.74

Freeman Dyson (1923-2020), theoretical physicist and mathematician who made fundamental contributions to various areas of science, wrote a foreword to a book on psi phenomena in which he stated: ‘ESP is real, as the anecdotal evidence suggests, but cannot be tested with the clumsy tools of science.’75

Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor of electric light and sound recording, among other things, was convinced by some psi demonstrations and proposed that instruments could be developed to communicate with the deceased.76

Harold Eugene Edgerton (1903-1990), professor of electrical engineering at MIT, participated in research on remote viewing.77

Gerald Feinberg (1933-1992), physicist, worked at Columbia and Princeton Universities, considered precognition to be at the base of most, or perhaps all, psi phenomena.78

Camille Flammarion (1842-1925), astronomer and writer, founder and first president of the Société Astronomique de France, wrote on psi and mediumship.79

J. T. Fraser (1923-2010), engineer and inventor, founded the multidisciplinary study of time. In his most important book, he refers positively to the naturalistic and experimental work on precognition by the Rhines.80

Richard Buckminster Fuller (1895-1983), systems theorist, inventor, talked about the reality of telepathy.81

George Gamow (1904-1968), physicist, wrote on the ostensible macro-PK effect called the Pauli Effect.82

Arnaud de Gramont (1861-1923), physicist, member of the French Académie des Sciences, founding member of the Institut Métapsychique International.83

Heinrich Hertz (1857-1894), physicist, showed the existence of electromagnetic waves, was a member of the Society for Psychical Research.84

Robert Jahn (1930-2017), dean of engineering at Princeton University, pioneer of deep space propulsion, founded the Princeton Engineering Anomalies Research Lab to study mind-machine interactions and other psi phenomena.85

Ernst Jordan (1902-1980), quantum physicist, wrote on quantum mechanisms and psi.86

Sir Oliver Lodge (1851-1940), physicist and mathematician, developer of wireless telegraphy, principal of Birmingham University, president of the Society for Psychical Research, wrote on mediumship and survival.87

Henry Margenau (1901-1997), Higgins Professor of Physics at Yale and staff at Princeton and MIT, philosopher of science, wrote favorably about parapsychology.88

James Smith ‘Mac’ McDonnell (1899-1980), engineer and chair of the McDonnell-Douglas corporation, supported research in parapsychology.89

Edgar Dean Mitchell (1930-2016), aeronautical engineer, 6th person to walk on the moon. He founded the Institute of Noetic Sciences, in which research on psi is conducted, and published a psi study himself.90

Edward Pickering (1846-1919) astronomer and physicist, director of the Harvard College Observatory, wrote on psi.91

Sir Alfred Pippard (1920-2008), Cavendish Professor of Physics, Cambridge, gave an address to a joint SPR/Parapsychological Association on his mother’s telepathic experiences.92

Michael Polanyi (1891-1976), made important contributions to various fields including chemistry, economics, and epistemology, including the concepts of personal and tacit knowledge. He was cognizant of JB Rhine’s work and remained open to it, mentioning the parapsychological explanation as the simplest one.93

Archie E. Roy (1924-2012), Professor of Astronomy, University of Glasgow, SPR president, wrote on psychical research.94

Giovanni Schiaparelli (1835-1910), astronomer, historian of science and senator, researched Eusapia Palladino.95

Richard Shoup (1943-2015), computer scientists, innovator in digital animation and winner of an Emmy and an Academy Award, proposed a time symmetric theory of psi. 96

Balfour Stewart (1828-1887), physicist, member of the Royal Society, president of the Society for Psychical Research.97

F J M Stratton (1881-1961), Professor of Astrophysics and Director of Solar Physics Observatory at Cambridge, president of the Society for Psychical Research.98

Julien Thoulet (1843-1936). Professor of Mineralogy at the University of Nancy, oceanographer99, described a psi event in a letter to Charles Richet.100

Cromwell Fleetwood Varley (1828-1883), engineer and developer of telegraph technology, conducted physics experiments with mediums.101

Evan Harris Walker (1935-2006), physicist and inventor, developed a quantum explanation of psi.102

Arthur M Young (1905-1995), polymath, helicopter inventor, sought to integrate parapsychology with other branches of science.103

Johann Karl Friedrich Zöllner (1834-1882), astrophycist who provided a measure of the Sun’s radiance and created optical illusions. He was a psychical researcher and wrote on his experiments with medium Henry Slade, who very likely was fraudulent.104

Mathematicians

Burton H Camp (1880-1980), president of the Institute of Mathematical Sciences, wrote that the statistical analyses conducted by Rhine and his team were ‘essentially valid’.105

Augustus de Morgan (1806-1871), mathematician and logician, advanced the study of induction. His wife Sophia, under a pseudonym, wrote a book reporting their investigations on psychic phenomena, with a pseudonymous preface by De Morgan, in which these phenomena were not considered per se precluded by science and a truly agnostic view about psychic phenomena was proposed.106

Sir Ronald A Fisher (1890-1962), statistician and geneticist, corresponded with JB Rhine and published articles on statistical analyses in parapsychology.107

Thomas Greville (1910-1988), statistician, Professor at the University of Wisonsin-Madison, editor of the Journal of the Society for Industrial and Applied Mathematics, developed statistical techniques for psi experiments.108

Irving Good (1916-2009), statistician and cryptologist, colleague of Alan Turing, suggested a physiological method to study nonconscious psi.109

Hans Hahn (1879-1934), mathematician and philosopher, was Vice-president of the Austrian Society for Psychical Research and collaborated in research on psi. 110

John Littlewood (1885-1977), Ball Professor of Mathematics, Cambridge, fellow of the Royal Society, conducted card guessing experiments and wrote on their statistics.111

Eleanor Sidgwick (1845-1936), mathematician, principal of Newnham College, president of the Society for Psychical Research.112

Alan  Turing (1912-1954), mathematician, pioneer of computer science and artificial intelligence, wrote of the ‘overwhelming’ statistical evidence for telepathy.113

Psychologists and Social Scientists, Neuroscientists, Biologists, Physicians

Roberto Assagioli (1888-1974), psychiatrist, pioneer of humanistic and transpersonal psychology, wrote a book on psi.114

David Bakan (1921-2004), professor of psychology at the Universities of Chicago and York, discussed Biblical prophecy and contemporary psi research in his courses115

Vladimir Bekhterev (1856-1927), neurologist and reflex psychologist, studied psi in humans and animals.116

Hans Berger (1873-1941), neurologist, created the electroencephalogram, inspired by a telepathic event with his sister.117

Filippo Bottazzi (1867-1941), physiologist, biochemist, wrote a book on mediumistic phenomena.118

Henry Pickering Bowditch (1840-1911), physician, dean of the Harvard Medical School, founding member of the Society for Psychical Research, wrote on psi.119

William Brown (1881-1952), director of the Institute of Experimental Psychology at Oxford University, supported psi research.120

Luther Burbank (1849-1926), botanist, creator or developer of many species, founder of agricultural science. He described his own and his family’s telepathic abilities in his autobiography.121

Dorothy Tiffany Burlingham (1891-1979), pioneer of child psychoanalysis and co-founder of the Hampstead Clinic in London (currently the Anna Freud Centre). Wrote a paper positing psi processes among mothers and children. 122

Rémy Chauvin (1913-2009), biologist, honorary professor at La Sorbonne, researched and wrote on animal psi.123

Irvin L Child (1915-2000), chair of psychology at Yale University, wrote a supportive meta-analysis of the Maimonides dream research program.124

Frederik Willem van Eeden (1860-1932), psychiatrist, writer, and progressive thinker, participated in séances and wrote about lucid dreaming.125

HJ Eysenck (1916-1997), psychologist, researcher in personality, intelligence, and psychotherapy, supported the validity of some psi phenomena and criticized scientistic dogmatism.126

Gustav Fechner (1801-1887), physicist, one of the founders of experimental psychology, participated in séances and wrote about the possibility of survival after death.127

Sándor Ferenczi (1873-1933), central theorist in psychoanalysis, wrote on psi phenomena in development and therapy and communicated with Freud about it.128

Théodore Flournoy (1854–1920), psychologist, professor at the University of Geneva, wrote important books on dissociation without discarding the possibility of psi processes.129

Sigmund Freud (1856-1939), founder of psychoanalysis, wrote a number of papers on psi in psychotherapy.130

Hans Driesch (1867-1941), biologist and philosopher, wrote a book on psi,  president of the Society for Psychical Research.131

Sir Ronald A Fisher (1890-1962), statistician and geneticist, corresponded with JB Rhine and published articles on statistical analyses in parapsychology.132

William Hewitt Gillespie (1905-2001), President of the International Psychoanalytical Association, Freud Memorial Professor of Psychoanalysis at University College, London, wrote supportively of psi phenomena.133

Karl Gruber (1881-1927), zoologist, professor at Munich Polytechnic, conducted psi research on animals.134

Guðmundur Hannesson (1866-1946), physician, founder of the Icelandic Scientific Society and rector of the University of Iceland, investigated  the medium Indriði Indriðason.135

Sir Alister Hardy (1896-1985), Linacre Professor of Zoology at Oxford, founder of the Religious Experience Research Unit at Oxford, President of the Society for Psychical Research, wrote on psi and religion.136

Raúl Hernández-Peón (1924-1968), neurophysiologist of sleep, sought to integrate psi and neurophysiology137

James Hillman (1926-2011), psychologist, Jungian author, wrote on psi and depth psychology.138

Sir Julian Huxley (1887-1975), evolutionary biologist and first director of UNESCO, mentioned psi supportively in his writing.139

Aniela Jaffé (1903-1991), psychologist, Jungian author, wrote on psi and synchronicity.140

William James (1842-1910), psychologist and philosopher, president of both the British and the American Societies for Psychical Research.141

Pierre Janet (1859-1947), pioneer in the study of dissociation, had success on experiments on hypnosis and psi (but later became cautious about psi).142

CG Jung (1875-1961), founder of analytical psychology, wrote on synchronicity and ostensible psi phenomena.143

Elizabeth Kübler-Ross (1926-2004), psychiatrist, proponent of the hospice care movement, wrote on near-death experiences and the possibility of survival. 144

A N Leontiev (1903-1979), head of the psychology department at Moscow University, investigated remote viewing.145

Jacques Jean Lhermitte (1877-1959), neurologist and neuropsychiatrist, clinical director at the Salpêtrière hospital, member of the Institut Métapsychique International.146

Cesare Lombroso (1835-1909), criminologist and physician, wrote a book on spiritualism and psi.147

Alexander Luria (1902-1977), neuropsychologist, wrote about parapsychology.148

Elizabeth Lloyd Mayer (1947-2005), psychoanalyst, professor at the University of California, investigated psi in depth after a psychic traced a valued stolen possession.149

William McDougall (1871-1938), psychology professor at Harvard and later at Duke, president of both the American and the British Societies for Psychical Research.150

Margaret Mead (1901-1978), cultural anthropologist, helped the Parapsychological Association become a member of the American Association for the Advancement of Science and wrote a supportive introduction to a remote viewing book.151

Paul Meehl (1920-2003), psychologist and philosopher of science, wrote on the likely compatibility of science and ESP.152

Thomas Walter Mitchell (1869-1944), physician, for many years editor of the British Journal of Medical Psychology, president of the Society for Psychical Research.153

John Muir (1838-1914), geologist and naturalist, recounted in a letter having an accurate premonition of encountering an unexpected friend in a valley.154

Gardner Murphy (1895-1979), president of the American Psychological Association and of the Society for Psychical Research,155 wrote extensively on human potentials and on psi.156

Traugott Konstantin Oesterreich (1880-1949), psychologist and philosopher, professor in Tübingen, wrote on spirit possession and psi.157

Sir Alan S Parkes (1900-1990), researcher at University College, London, on reproductive biology, organized and participated in a symposium on psi.158

Candace Pert (1946-2013), neuropharmacologist, chief of the Section on Brain Biochemistry of the Clinical Neuroscience Branch, National Institute of Mental Health, was interested in psychokinetic effects on living systems and subtle energies.159

Théodule-Armand Ribot (1839-1916), psychologist, professor at the Collège of France and La Sorbonne, published papers on psychical research in his journal Revue Philosophique.160

Sante de Sanctis (1862-1935), doctor, psychologist, and psychiatrist, investigated ostensible psi phenomena.161

Hans Schäfer (1906-2000), professor and director of the department of physiology at the University of Heidelberg, epidemiologist, wrote about psi.162

Rocco Santoliquido (1854-1930), physician and Director General of Public Health, investigated a medium, and was founder and president of the Institut Métapsychique International.163

Pitirim Sorokin (1889-1968), founder and director of the department of sociology at Harvard, wrote an introduction to a book on psi.164

Mabel St Clair Stobart (1862-1954), founder of the Women’s Sick and Wounded Convoy Corps (1912) and the Women’s National Service League (1914), wrote about spiritualism.165

Wilhelm Stekel (1868-1940), one of the first associates of Freud and prolific writer, authored a book about telepathy in dreams.166

John R Swanton (1873-1958), president of the American Anthropological Association and editor of American Anthropologist, endorsed parapsychology.167

Leonid I Vasiliev (1891-1966), professor of physiology at Leningrad University, researched extensively psi and suggestion at a distance.168

Alfred Russel Wallace (1826-1923), co-creator of the theory of evolution, investigated and was a supporter of spiritualism.169

William Grey Walter (1910-1977), neurophysiologist and robot inventor, wrote on the use of the EEG to investigate psi.170

Humanities, Philosophers

Bhikhan L Atreya (1897-1967), professor of philosophy at Banaras Hindu University, expert on Hinduism, carried out research and wrote on parapsychology.171

Samuel Bergman (1883-1975), philosopher of physics, dean of the Hebrew University, wrote a book on telepathy.172

Émile Boirac (1851-1917), philosopher, president of the Grenoble and Dijon universities, researched Eusapia Palladino, wrote a book on psychical research.173

Kenneth E Boulding (1910-1993), economist, systems scientist, philosopher, president of the American Association for the Advancement of Sciences, declared to the Washington Star in 1979: ‘The evidence of parapsychology can’t just be dismissed out of hand’.174

CD Broad (1887-1971), Knightsbridge Professor of Moral Philosophy at Cambridge, president of the Society for Psychical Research.175

Kenneth Burke (1897-1993), literary theorist, discussed psi phenomena in the context of creativity.176

Rudolf Carnap (1891-1970), philosopher and member of the Vienna Circle, wrote on the importance of researching psi.177

Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), philosopher and palentologist, wrote on the evolution of psi abilities in The Phenomenon of Man.178

CTK Chari (1909-1993), head of the department of philosophy at Madras Christian College, wrote on philosophy of physics and psi.179

Ernesto de Martino (1908-1965), historian of religion and anthropologist, wrote on the link between ethnology and parapsychology.

Jacques Derrida (1930-2004), philosopher, founder of deconstructionism, wrote an essay discussing the nature of telepathy and its relation to psychoanalysis.180

Max Dessoir (1867-1947), philosopher, psychologist, professor at the University of Berlin, coined ‘parapsychology’ and other psi terms.181

ER Dodds (1893-1979), classical scholar, Regius Professor of Greek (Oxford), president of the Society for Psychical Research.182

CJ Ducasse (1881-1969), professor of philosophy at Washington and Brown Universities, wrote on parapsychology and was a Board member of the American Society for Psychical Research.183 

Mircea Eliade (1907-1986), Professor at the University of Chicago, historian of religion and fiction writer, asserted that real paranormal phenomena were at the base of some religious beliefs.184

Antony Flew (1923-2010), philosopher of religion, while not convinced about psi phenomena, opined that there was ‘much interesting and suggestive evidence’.185

Isaac K Funk (1839-1912), lexicographer, editor, founder of Funk & Wagnallis, wrote on psi phenomena.186

Maurice Garçon (1889-1967), lawyer, writer, conjurer, member of the Académie Française, researched psi phenomena.187

James H Hyslop (18541920), philosopher, psychologist, professor at Columbia University, wrote extensive on psi.188

LP Jacks (1860-1955), professor of philosophy and principal at Manchester College, Oxford, president of the Society for Psychical Research.189

Andrew Lang (1844-1912), writer and anthropologist, president of the Society for Psychical Research.190

Gabriel Marcel (1889-1973), philosopher, member of the Académie des Sciences Morales et Politiques, honorary president of Institut Métapsychique International.191

Gilbert Murray (1866-1957), classicist, professor at Oxford and Harvard universities, vice president of the League of Nations Society after World War I, president of the Society for Psychical Research.192

Frederic Myers (1843-1901), classical scholar and poet, president and one of the main authors of the Society for Psychical Research.193

Haraldur Níelsson (1868-1928), theologian and spiritualist, first rector  of the University of Iceland, investigated the medium Indriði Indriðason. 194

HH Price (1899-1984), philosopher, Wykeham Professor of Logic at Oxford, president of the Society for Psychical Research.195

Adolf Reinach (1883-1917), pioneer phenomenologist and language and law theoretician, documented and discussed instances of soldiers’ foreboding (precognition) in WWI of their impending death.196

Josiah Royce (1855-1916), philosopher, professor at the University of California and Harvard, member of the American Society for Psychical Research, wrote on psi.197

Ferdinand de Saussure (1857-1913), linguist and semiotician, attended séances of Hélène Smith (Catherine-Elise Müller) and analyzed her created languages.198

FCS Schiller (1864-1937), professor of philosophy at the Universities of Oxford, Cornell, and Southern California, president of the Society for Psychical Research, supported the epistemological foundation of parapsychology.199

Henry Sidgwick (1838-1900), Knightsbridge Professor of Moral Philosophy at Cambridge, President of the Society for Psychical Research.200

Kees van Peursen (1920-1996), philosopher and theologian, professor of philosophy at Groningen and Leiden U, wrote on psi.201

AW Verrall (1851-1912), classics scholar and first King Edward VII Chair of English, was interested in psi along with many others in his immediate family.202

Johannes Maria Verweyen (1883-1945), philosopher, anti-Nazi resistance fighter, poet, wrote on parapsychology and occultism.203

Gerda Walther (1897-1977), philosopher, pioneer phenomenologist with important contributions as well to parapsychology and the study of schizophrenia.204

Aloys Wenzl (1887-1967), philosopher, dean and president at Ludwig-Maximilians-Universität München, was an official observer at a 1954 conference on psi.205

Writers, Artists

Jelly d’Arányi (1893-1966), violinist, participated in  séances and chanelled various messages. Sister of Adila Fachiri.206

L  Frank Baum (1856-1919), writer, creator of the Oz series, attended spiritist séances and wrote about them.207

Ingmar Bergman (1918-2007), film and theatre director and author, recounted autobiographical ostensible psi phenomena208

Algernon Blackwood (1869-1951), writer, declared that his interest in psychic matters was ‘in questions of extended or expanded consciousness’ and saw ‘the rapprochement between Modern Physics and so-called psychical and mystical phenomena’.209

Jorge Luis Borges (1899-1986), writer, published an appreciative foreword to a Spanish version of JW Dunne’s An Experiment with Time.210

Victor Brauner (1903-1966), surrealist painter, considered himself also a visionary.211

André Breton (1896-1966), founder of surrealism and knowledgeable of the psi literature, researched experientially and wrote extensively on psi and automatisms, often in collaboration with other surrealists.212

John W. Campbell, Jr. (1910-1971), writer of science-fiction (SF) and editor of Astounding Science Fiction during the Golden Age of Science Fiction. He discussed psi phenomena in his magazine and encouraged its inclusion into SF literature213

Gilbert Keith (GK) Chesterton (1874-1936), writer, best known perhaps for his Father Brown series, advocated an open investigation and consideration of psi phenomena.214

Samuel Clemens (Mark Twain) (1835-1910), writer, member of the American Society for Psychical Research, described various autobiographical psi events.215

Michael Crichton (1942-2008), writer, physician, and filmmaker, wrote about his personal experiences with psi.216

Rubén Darío (Félix Rubén García Sarmiento) (1867-1916), writer and diplomat pioneer of the modernismo literary movement. He referred to psychical researchers in his work (eg, in his short story El caso de la señorita Amelia) and was interested in parapsychology, dreams, and spiritualism.217

Robert Desnos (1900-1945), surrealist poet and automatist, claimed to have been in telepathic contact with another artist, Marcel Duchamp and to see into other people’s future.218

Philip K Dick (1928-1982), writer, described various ostensible psi phenomena in his autobiographical works, including xenoglossy and an accurate diagnosis of his son’s hernia.219

Charles Dickens (1812-1870), writer, member of The Ghost Club, organization devoted to psychical research.220

Charles Dodgson (Lewis Carroll) (1832-1898), author of Alice in Wonderland, mathematician, member of the Society for Psychical Research.221

Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), creator of Sherlock Homes, unflinching defender of ostensible psi phenomena and spiritualism.222

Theodor Dreiser (1871-1945), writer and journalist, corresponded with psi researcher Hereward Carrington.223

George Eliot (Mary Ann Evans) (1819-1880), writer, corresponded with psychical researchers and premised her The Lifted Veil on psi. She wrote to George Combe in 1852, ‘But indications of clairvoyance witnessed by a competent observer are of thrilling interest and give me a restless desire to get more extensive and satisfactory evidence.’224

Adila Fachiri (1886-1962), violinist, participated in séances and chanelled various messages. Sister of Jelly d’Arányi.225

Anne Francis (1930-2011), actress, winner of a Golden Globe and nominated for an Emmy, described her interest in psychic phenomena in her autobiography.226

Maxim Gorky (1868-1936), writer, was convinced of the existence of telepathy.227

Graham Greene (1904-1991), novelist shortlisted for the Nobel Prize, was convinced that Dunne’s view of precognition was correct and explained some of his vision.228

Alec Guiness (1914-2000), actor, wrote that he precognized the fatal accident of James Dean.229

Thomas Hardy (1840-1928), writer, claimed to have had a telepathic and other psi experiences.230

Victor Hugo (1802-1885), writer, creator of Les Misérables, experimented with automatic writing and drawing, participated in séances.231

Ted Hughes (1930-1998), British Poet Laureate, described psi phenomena in his life.232

Aldous Huxley (1894-1963), writer, proponent of a Mind at Large, advisor to the Parapsychology Foundation.233

James Joyce (1882-1941), writer, his sister claimed that she and he had seen the ghost of their mother. He read and was influenced by Myers’s Human Personality, and its Survival of Bodily Death.234

Wassily Kandinsky (1866-1944), painter and art theoretician, wrote about direct transmission of art.235

Hilma af Klint (1862-1944), painter, pioneer of abstractionism, worked as a medium with automatic writing, drawing, and painting.236

Arthur Koestler (1905-1983), author, provided funds for what became the Koestler Unit for the study of parapsychology at the University of Edinburgh, wrote on psi.237

Stanley Kubrick (1928-1999), film director, screenwriter, producer, etc., discussed psi positively as an inspiration for his film The Shining.238

Einar Hjörleifsson Kvaran (1859-1938), writer, editor, and spiritualist, participated in the investigations of Icelandic mediums including Indriði Indriðason and Hafstein Björnsson.239

František Kupka (1871-1957), one of the founders of abstractionist art, proposed a direct mind-to-mind transmission of the artist’s inner world.240

Dame Edith Sophy Lyttelton (1865-1947), playwright, recipient of various awards including Dame Commander of the British Empire, wrote books about psi phenomena.241

James Merrill (1926-1995), poet, winner of the Pulitzer among other prices, some of his works derives from sessions with a ouija board during more than two decades.242

Robert Musil ( 1880-1942), writer, author of one of the foremost novels of the 20th century, The Man without Qualities, mentioned the possibility of psi phenomena during séances.243

Vladimir Nabokov (1899-1977), writer, author of Lolita and other prose classics, kept a diary to test whether his dreams could anticipate future events, inspired by Dunn’s An Experiment with Time.244

JB Priestley (1894-1984), writer, supported the notion of precognition in his essays and plays.245

Marguerite Radclyffe-Hall (1880-1943), writer, pioneer of lesbian literature with The Well of Loneliness. She co-authored an important study of the medium Gladys Osborne Leonard.246

Rainer Maria Rilke (1875-1926), one of the foremost poet in German language, attended séances and experimented with automatic writing.247

George Rochberg (1918-2005), composer, discussed psi phenomena in the context of his creative work.248

Gene Rodenberry (1921-1991), writer and Star Trek creator, was convinced of the reality of psi phenomena.249

Jules Romains (Louis Henry Jean Farigoule) (1885-1972), writer, member of La Académie Française, wrote a book on sightless vision and alluded to psi in other writings.250

John Ruskin (1819-1900), influential art critic, member of the Society for Psychical Research.251

George William (AE) Russell (1867 –1935), writer, painter, activist, claimed he was clairvoyant.252

Sigfried Sassoon (1886-1967), WWI poet, member of The Ghost Club.253

Victorien Sardou (1831-1908), writer, best-known for the libretto to Tosca, experimented with automatic writing and drawing.254

Alvin Schwartz (1916-2011), fiction writer and essayist, discussed ostensible psi phenomena in his life.255

Upton Sinclair, Jr. (1878-1968), Pulitzer prizewinner, wrote a detailed account of psi experiments with his wife in his book Mental Radio.256

Dame Edith Louisa Sitwell (1887-1964), poet and critic, helped direct some research with mediums. 257

Olaf Stapledon (1886-1950), writer and philosopher, was interested in and recommended the scientific study of psi phenomena.258

William Thomas Stead (1849-1912), pioneer of investigative journalism and progressive activist who battled, among other topics, child prostitution. He published Borderland, a quarterly on psychic topics, described using automatic writing and telepathy, and repeatedly wrote about shipwrecks and himself as drowning after one, before perishing during the sinking of the Titanic. It was also claimed that he had communicated post-mortem. (See William T Stead.)259

Rudolf Steiner (1861–1925), philosopher, theoretical founder of the Waldorf education, wrote about personal psi experiences.260

Robert Louis Stevenson (1850-1894), author of Treasure Island, member of the Society for Psychical Research, corresponded with FWH Myers.261

Karlheinz Stockhausen (1928-2007), one of the most influential classical electronic and avant-garde music, in an interview he mentioned “telepathy and telekinesis” as facts.262

August Strindberg (1849-1912), writer, painter and playwright, discussed personal experiences that he interpreted as parapsychological in his writings.263

Andrei Tarkovsky (1932-1986), film and theatre director and writer, discussed ostensible psi phenomena as sources for his films.264

Alfred, Lord Tennyson (1809-1892), Poet Laureate of Great Britain and Ireland, member of the Society for Psychical Research.265

Jacques Tourneur (1904-1977), director of various acclaimed horror films, including Cat People. He was considered to be a psychic himself.266

Kurt Vonnegut, Jr. (1922-2007), author of Slaughterhouse Five, artist, described ostensible psi phenomena that occurred in his life.267

Florizel von Reuter (1890-1985), violinist and composer, professor at the Vienna Musical Academy, wrote on his experience as a medium.268

H(erbert) G(eorge) Wells (1866-1946), writer of fiction and non-fiction, and futurist, President of PEN, author of The Time Machine and The War of the Worlds. His multi-volume summary of biology, co-authored with Julian Huxley and G. P. Wells, included a sympathetic and well-informed discussion of psychical research in Book 8, ‘Man’s Mind and Behaviour’ in Voume 3.. 269

Politicians, Explorers, Others

Alexander Aksakov (1832-1893), Russian State Councilor, writer, researched, contributed to and edited publications on psi.270

Arthur Balfour (1848-1930), philosopher, British prime minister, president of the Society for Psychical Research.271

Gerald Balfour (1853-1945), scholar, Chief Secretary for Ireland, president of the Society for Psychical Research.272

Donald Campbell CBE (1921-1967), speed record breaker in land and water, member of the Ghost Club.273

Air Chief Marshal Hugh Dowding (1882-1970), commander of the RAF during the Battle of Britain, author of various books on survival and member of the Ghost Club.274

Winifred Coombe Tennant (1874-1956), suffragette, politician, representative at the League of Nations, practised as a medium.275

Alexandra David-Néel (1868-1969), explorer, writer, expert on Tibet, declared that psychic phenomena should be studied ‘just like any other science’.276

Willliam Gladstone (1809-1898), served as British prime minister four different terms, member of the Society for Psychical Research, commented  that psi research ‘is the most important work in the world’.277

Claiborne de Borda Pell (1918-2009), six-term US Senator, head of the Senate Foreign Relation Committee, supported psi research.278

William Lyon Mackenzie King (1874-1950), longest serving prime minister of Canada, spiritualist.279

Loren McIntyre (1917-2003), photojournalist, discoverer of the source of the source of the Amazon River. He described communicating telepathically with the chief shaman of a Majoruna tribe.280

Dame Edith Lyttelton (1865-1948), British delegate to the League of Nations, author, president of the Society for Psychical Research, wrote on psi.281

Francisco I Madero (1873-1913), provided the intellectual basis to the Mexican revolution and became its first democratically elected president, practised automatic writing and mediumship.282

Erik Kule Palmstierna (1877-1959), Swedish politician and diplomat, wrote books based on chanelled material.283

Sir Henry Morton Stanley (1841-1904), explorer and journalist, wrote about psi phenomena in his autobiography.284

Cort van der Linden (1846-1935), progressive Prime Minister of The Netherlands, was a member of the (British) Society for Psychical Research.285

Henry A. Wallace (1888-1965), progressive Vice President of the United States, besides occupying other important posts. He was a sponsor of the Round Table Foundation, which sponsored research on parapsychology.286

Etzel Cardeña

Barz, C. (2010). Scientific spirit, spirituality, and spirited writing: Spiritualism between science, religion and literature. Tijdschrift voor Skandinavistiek 31, 1.

Bjørnson, B. (1909). Wise-Knut. New York: Brandu’s.

Butler, N.M. (1886). The progress of psychical research. Popular Science Monthly 29.

Doyle, A. C. (1926). The History of Spiritualism.

Dyson, F. (2014). One in a million. New York Review of Books, 25 March.

Fechner, G.T. (1904). The Little Book of Life after Death. Boston, Massachusetts, USA: Little, Brown, & Company. [Originally published 1836.]

Flammarion, C. (1907). Mysterious Psychic Forces. Boston, Massachhusetts, USA: Small, Maynard and Company.

Goff, H. (2005). Science and the seance. BBC News.

Lodge, O. (1916). Raymond, or Life and Death. New York, NY: George H. Doran.

Lorenzato, J. (1978). La lévitation est-elle prouvée? (Is levitation proven?). Revue Psi International 4.

Sommer, A. (2013). The naturalisation of the “poltergeist.” http://forbiddenhistories.com/tag/albert-von-schrenck-notzing/ [Unplished ms.]

NOTA
Para colheita de muito mais referências e informações (em língua inglesa, é claro), é favor consultar os sites respectivos, nomeadamente no seguinte endereço:
https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/

Artigo visto em:
https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/eminent-people-interested-psi?fbclid=IwAR2tSyyw6BU3s7ZwuxIKqhe9HVGu7WTdxXDl26mzcrcrUyIyd1JSK8WWf7c

References

O pensamento de Immanuel Kant; o sentido da AUTONOMIA

A Ética de Immanuel Kant e o Imperativo Categórico

Os textos aqui apresentados foram colhidos com liberdade de um site na internet que é da autoria de Pedro Menezes, apresentado ao fundo.

Immanuel Kant (1724-1804) criou um modelo ético independente de qualquer tipo de justificação moral religiosa, baseado na capacidade de julgar inerente ao ser humano.
Para isso, elaborou um imperativo, uma ordem que o indivíduo pudesse utilizar como bússola moral: o Imperativo Categórico.
Esse imperativo é uma lei moral interior, baseada na razão, sem causas sobrenaturais supersticiosas ou relacionadas com a autoridade do Estado ou da Religião.
Kant procurou fazer com a filosofia o que Nicolau Copérnico fez com as ciências, cujos estudos transformaram – no seu tempo – toda a forma de compreensão do mundo.
A ética kantiana está desenvolvida, sobretudo, no livro “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” (1785). Nele, o autor procurou estabelecer um fundamento racional para o dever.

A Moral Cristã e a Moral Kantiana

Kant foi largamente influenciado pelos ideais do Iluminismo laico que rompeu com o conhecimento baseado na autoridade dogmática.
Segundo Kant o pensamento é uma faculdade autónoma e livre das amarras impostas pela religião, sobretudo, pelo pensamento da Igreja Medieval.
Kant reforça essa ideia ao afirmar que somente o pensamento autónomo poderia conduzir os indivíduos ao esclarecimento e à maioridade.
A maioridade em Kant não está relacionada com a idade, ou maioridade civil, ela é a independência dos indivíduos fundamentada na sua capacidade racional de decidir por si mesmos o que é o dever.
A moral kantiana opõe-se à moral cristã, que entende que o dever é entendido como uma norma vinda de fora para dentro, a partir das Escrituras ou dos ensinamentos religiosos, ou seja, uma heteronomia, ainda por cima, com carácter dogmático.

“Duas coisas que me enchem a alma de crescente admiração e respeito: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.”
Immanuel Kant


A ética de Kant fundamenta-se única e exclusivamente na Razão, as regras são estabelecidas de dentro para fora a partir da razão humana e da sua capacidade de criar regras para a sua própria conduta. Isso garante a laicidade, independência da religião, e a autonomia, independência de normas e leis da moral kantiana. Kant substituiu a autoridade imposta pela Igreja, pela autoridade da Razão.

Immanuel Kant é um dos filósofos mais estudados na modernidade. Seus trabalhos são pilar e ponto de partida para a moderna filosofia alemã, com seguidores como Fichte, Hegel, Schelling e Schopenhauer. Kant tentou resolver as questões entre o racionalismo de Descartes e Leibniz e o empirismo dos filósofos David Hume e John Locke.

Vida e Obra de Kant

Immanuel Kant nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, no dia 22 de Abril de 1724. Foi o quarto de nove filhos do casal Johann Georg Kant, fabricante de arreios para cavalgaduras, e Anna Regina Kant. Viveu uma vida modesta e devota ao luteranismo. Estudou no “Colégio Fredericianum” antes de ir para a “Universidade de Königsberg”. Assim, após passar a adolescência estudando num colégio protestante, foi para a Universidade de Königsberg, em 1740. Foi ali professor e conferencista associado, depois de se ter doutorado em filosofia, tendo estudando também física e matemática, além de leccionar Ciências Naturais.
Em 1770, assumiu a Cátedra de Lógica e Metafísica, quando terminou a chamada fase pré-crítica de Kant, na qual predominava a filosofia dogmática. Seus textos mais emblemáticos dessa época foram “A História Universal da Natureza” e “Teoria do Céu”, de 1775.
Na segunda fase do autor, é superada a “letargia dogmática” a partir do choque sofrido pela leitura dos escritos do filósofo escocês, David Hume (1711-1776).
Kant revelou que o espírito, ou razão, modela e coordena as sensações, das quais as impressões dos sentidos externos são apenas matéria prima para o conhecimento.
Foi um entusiasta do iluminismo, acerca do qual publicou a obra O que é o Iluminismo?(1784).
Nessa obra, sintetiza a possibilidade do homem seguir sua própria razão, o que seria a sua saída da menoridade, definida como a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento. Ou seja, o facto de não ousar pensar, por motivos de cobardia e preguiça, são as principais razões da menoridade humana.
Nessa fase, Kant irá escrever ainda A Crítica da Razão Pura (1781) eCrítica da Razão Prática (1788).
Kant nada tinha feito de excecional até aos 50 anos de idade, quando teve início a sua segunda fase, na qual produziu freneticamente. Era metódico, sistemático e pontual. Precisamente às 15h30, saía para passear, de forma que se tornou hábito emblemático para os seus conterrâneos.

Frases de Kant

  •  “A missão suprema do homem é saber do que precisa para sê-lo.”
  • O sábio pode mudar de opinião. O ignorante, nunca.”
  • Não somos ricos pelo que temos, mas pelo que não precisamos de ter.”
  • Ciência é o conhecimento organizado. A sabedoria é a vida organizada.”

Pedro Menezes

Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (2009) e Mestre em Ciências da Educação, no domínio “Educação, Comunidades e Mudança Social”, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto – FPCEUP (2020), em Portugal. Foi professor de Filosofia do Ensino Médio (SEEDUC-RJ), entre 2010 e 2018, e do Ensino Fundamental II (SMECE – Seropédica – RJ), entre 2015 e 2018. Atuou como Diretor Adjunto do C. E. Ministro Orozimbo Nonato nos anos de 2017 e 2018. Participou como bolsista do Laboratório de Licenciatura e Pesquisa sobre o Ensino da Filosofia (LLPEFil – UERJ) em 2007 e 2008. Realizou cursos na área de Educação e Novas Tecnologias.

É urgentíssimo despertar e fortalecer a cultura espírita

para ter acesso ao ficheiro PDF é favor clicar na imagem

A leitura das obras de Paulo Henrique de Figueiredo:

oferecem uma contextualização histórico-filosófica do espiritismo, em função da evolução das ideias progressistas que se desenvolveram no mundo e, especialmente, durante do século XVIII e no decurso do século XIX, com a referência ordenada dos principais estudiosos e homens de ideias desses mesmos anos. Esta visão das coisas alarga substancialmente a ideia que é geralmente apresentada do espiritismo.

A REVOLUÇÃO ESPÍRITA – Teoria esquecida de Allan Kardec

AS INVESTIGAÇÕES DE PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO

Um passo em frente na caracterização filosófica da ideia espírita

De Immanuel Kant se disse que, depois dele, nada seria como dantes no pensamento ocidental. Depois de assimilado o avanço conceptual proposto por Paulo Henrique de Figueiredo, nada será igual no espiritismo em português.


RECEBI, OPORTUNAMENTE,  DE UM JOVEM BOM AMIGO BRASILEIRO O FAVOR DA REMESSA DE DOIS LIVROS IMPORTANTÍSSIMOS PARA O PRESENTE E PARA O FUTURO DO ENSINO DOS ESPÍRITOS, TAL COMO NOS FOI LEGADO POR ALLAN KARDEC.
SÃO
OBRAS ESSENCIAIS, RESULTANTES DE MUITOS ANOS DE PESQUISAS DE PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO, PARA QUE DESPERTE E SE RENOVE UMA CULTURA QUE MUITOS INSISTEM EM  ANESTESIAR, DETURPAR OU DEMOLIR:

REVOLUÇÃO ESPÍRITA – A teoria esquecida de ALLAN KARDEC
MESMER – A ciência negada do magnetismo animal

O essencial desta notícia é a oferta aos visitantes de uma introdução às ideias de PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO, de que tomei conhecimento pela generosidade comunicativa das suas palestras e da sua página pessoal.

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AO FUNDO está incluído para descarga um ficheiro PDF da transcrição livre de uma dessas palestras de 17 de Setembro de 2016.
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Reparei depois que o texto da mensagem de agradecimento que mandara ao meu jovem amigo brasileiro, com o entusiasmo com que a escrevi, pode servir como abertura para esse tema:

Caríssimo amigo “J”

“…Deves estar lembrado do Pdf que te enviei a respeito das ideias e da investigação de Paulo Henrique de Figueiredo…”
A propósito disso, tenho estado a assentar ideias a respeito de Immanuel Kant e de todos os antecedentes culturais que poderão fundamentar a lógica histórico-filosófica do aparecimento do ensino dos Espíritos, tal como nos foram transmitidos pela notabilíssima  obra de Allan Kardec.
Esse processo implica a visão abrangente e coordenada da História da Humanidade e da marcha do pensamento filosófico, tarefa a que PHF tem vindo a dedicar a sua melhor atenção, já há dezenas de anos, e que preenche uma lacuna antiga do estudo e da apreciação do conhecimento espírita em português.
Faço esta compartimentação linguística da grande cultura, porque os franceses, que foram os seus legítimos percursores – quer na teoria, quer na prática – deram-se ao luxo de a deixar um pouco ao Deus dará e não a integraram de forma consequente na vasto seio da cultura europeia.
A essa tarefa meteu ombros este brasileiro universalista iluminado por uma formidável lucidez cultural, que veio buscar ao velho continente – provando largamente a abundância de dados e conceitos entretanto negligenciados – a panaceia adequada para um sem número de sincretismos já dramaticamente enraízados na versão tropical do legado de Allan Kardec.
Levará tempo a clarear essa mescla de impulsos desencontrados, conforme também esclarece Paulo Henrique de Figueiredo. Felizmente que a clarividência emancipadora do ensino dos Espíritos não nos foi comunicada por palavras limitadas do quotidiano confuso do suor e das lágrimas de quem caminha lenta, mas persistentemente, para a Luz. Foi-nos comunicada pelo pensamento enorme de quem contempla o mundo de alto e de largo.

Por isso também nós traduzimos “O Livro dos Espíritos” para a língua portuguesa dos dias de hoje, para novas gerações de leitores, alheios à estratificação do pensamento formalista. O que está nas páginas daquele livro não são as palavras petrificadas de um século passado. São ideias luminosas e esclarecidas que dia a dia se renovam, assim haja a lucidez para entender a cada instante a libertadora mensagem dos Espíritos.

Sendo o ensino dos Espíritos uma culminância da modernidade é evidente que os pontos mais elevados e sensíveis da marcha das ideias filosóficas e do desenvolvimento dos factos históricos, têm obrigatoriamente de ter uma correspondência activa e consequente com o seu aparecimento.

Kant não hesitou em definir a sua filosofia como uma “revolução copernicana” na história do pensamento, pois a sua obra significava uma revolução equivalente à que representara o heliocentrismo de Copérnico para a ciência.
Kant foi, indiscutivelmente, o fundador da filosofia moderna: com a sua obra completa-se essa viragem rumo à subjectividade, timidamente iniciada por Descartes e radicalizada por David Hume, que caracterizou toda a filosofia até aos nossos dias.
Após as suas famosas três Críticas (Crítica da Razão Pura, 1781; Crítica da Razão Prática, 1788 e Crítica do Juízo (ou da Faculdade de Julgar), 1790) nada voltaria a ser como dantes.

 A importância fantástica que tem a obra de Paulo Henrique de Figueiredo é ser o avanço mais consequente e organizado que eu conheço no estabelecimento e solidificação dessa correspondência activa!…
A virtude conceptual e ideológica que tem esse avanço é constituir uma ultrapassagem, uma superação, de um conjunto de debates mesquinhos e infindáveis, que estorvam a compreensão das qualidades essenciais do espiritismo, mesmo para alguns que – de certa forma – se julgam adeptos certificados.
PHF, para além de lançar um desafio sem precedentes aos interessados activos na proposta espírita, tal como foi delineada por ALLAN KARDEC, identifica vários aspectos em que tem sido omissa a compreensão dos antecedentes  que possibilitaram a sua eclosão e de várias contingências do seu devir histórico.
Relativamente ao seu próprio país, a redescoberta e elucidação de estudiosos fundadores como Manuel José de Araújo Porto-Alegre, Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias, desmistifica mitos pseudo-inauguradores de um movimento irremediavelmente marcado por cismas fracturantes e sincretismos incompatíveis com o espiritismo como impulso intelectual emancipador e universalista com profundas raízes intelectuais.
Há sectores, ditos “progressistas”, do espiritismo, que ainda não chegaram às ideias de Immanuel Kant, resumidamente, porque ainda não perceberam a natureza de uma ideologia e de um exercício programático caracterizado pelo sentido da AUTONOMIA, pela ideia da EVOLUÇÃO, e pela CONSCIÊNCIA como residência originária da orientação MORAL, ou seja – ainda não chegaram ao ponto zero da “revolução copernicana” de Kant!…
Estou a ler um livro muito inspirado e envolvente, que é da autoria de Joan Solé, um jovem catalão para aí da tua idade, excepcionalmente bem escrito, que oferece numa bandeja de analogias multi culturais (até artísticas…) o perfil das ideias de Kant, e que se chama exactamente ” A revolução copernicana na filosofia”:

Nota: Esse livro faz parte de uma colecção de 40 obras a respeito dos principais filósofos e da marcha das ideias filosóficas; foi editada em Portugal, por um semanário, sob o título “Descobrir a Filosofia”. Deve ter sido editada no Brasil, pela certa.
Se leres bem em Espanhol (a língua castelhana, atenção…) posso-te mandar 30 pdf’s de 30 dessas obras. Para quem quiser completar ideias a respeito da Filosofia, ou inaugurá-las, é um apetitoso convite à leitura.

O projecto da colecção foi dirigido por Manuel Cruz, catedrático de Filosofia na Universidade de Barcelona, com a colaboração de muito conceituados especialistas!…
O Paulo Henrique de Figueiredo tem sido muito simpático e já pré-anunciou a sua autorização para publicar o Pdf com a transcrição  da apresentação do livro: Revolução Espírita – A Teoria Esquecida de Allan Kardec

Aqui fica o link para a notícia que diz respeito à obra. O site – do próprio autor – tem uma variedade de artigos a não perder. Como requinte técnico que é raro, cada artigo é antecedido da indicação do número de minutos que leva a ler!…

Felicidades e os melhores votos de saúde

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PDF com a transcrição livre, de minha inteira responsabilidade, da palestra devidamente identificada de PAULO HENRIQUE DE FIGUEIREDO:

REVOLUÇÃO ESPÍRITA – A teoria esquecida de ALLAN KARDEC.

 

Revolução Espírita, de Paulo Henrique de Figueiredo

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Este trabalho, feito no interesse de pesquisa de dois portugueses, seguidores e divulgadores da mensagem de Paulo Henrique de Figueiredo, apresenta a leitura integral e cuidadosa, com facilidade de pesquisa e inter-relação de conteúdos, de todos os artigos publicados entre 12/Jun/2016 e 28/Set/2017, por Paulo Henrique de Figueiredo na sua página pessoal.
Está publicado num ficheiro PDF, ao fundo deste artigo.>

A REVOLUÇÃO ESPÍRITA é o título de um livro que recebemos do Brasil, que começámos a ler com entusiasmo no momento em que nos demos conta da importância da sua mensagem, das reflexões e das propostas construtivas que consigo transporta.
Como é sabido de muitos e muitos milhares de referências Históricas, a REVOLUÇÃO FRANCESA, assim escrita, com maiúsculas, representa – com as inerências dolorosas de todos os grandes dramas da História da Humanidade, e estamos a pensar, nada mais nada menos que no sacrifício do cidadão Jesus de Nazaré – um ponto absolutamente essencial na viragem dos tempos, das atitudes e das conceções das sociedades organizadas, pelo menos no hemisfério que habitamos.
A REVOLUÇÃO ESPÍRITA de Paulo Henrique de Figueiredo, evidencia à partida o lúcido reconhecimento das realidades que estiveram na base do maior levantamento político-social e ideológico que sacudiu a Europa, ao fim de muitos séculos de abominável dogmatismo, intolerância, desigualdades e inenarráveis violências institucionais, quase sempre “sacralizadas”.

A REVOLUÇÃO ESPÍRITA que Paulo Henrique de Figueiredo nos apresenta possui, porém, potencial transformador muito mais vasto, pode dizer-se, universal, porque reside na consciência; procede pelo raciocínio, pelo sentido de liberdade e pelo mais absoluto respeito pela paz e pela elevação moral.

Intelectualmente pode abarcar a antiguidade e a seriedade das mesmas razões que fundamentaram a Revolução Francesa. Surgem deste modo, aglutinando muitas outras, as referências ao pensamento inspirador de Jean-Jacques Rousseau e ao seu desenvolvimento filosófico levado a cabo por Immanuel Kant.
Segue-se, no encadeado complexo de muitas razões e acontecimentos (entre elas o avanço científico proposto por Franz Anton Mesmer) a tarefa de metodização efetuada por Allan Kardec de conhecimentos excecionais, embora radicados na antiguidade do Homem, e que o relacionam com a transcendência, a sua origem e o seu destino.
Uma Revolução faz pensar na outra. Não são iguais nem parecidas, nem nas suas motivações fundamentais, nem nos processos utilizados e muito menos nos objetivos alcançáveis.
Uma faz pensar na outra porque ambas permanecem dificílimas de concretizar, e porque oferecem a perspetiva de mudanças radicais. Mas a Revolução Espírita, no âmbito e na projeção dos seus objetivos é muitíssimo mais vasta, profunda e intemporal.
O desenvolvimento da sociedade humana é de uma complexidade trágica. Mas é o único caminho inevitável e indispensável, porque vai ordenando lentamente as vontades e as atitudes individuais e coletivas em direção ao grande e necessário Progresso.
Haja a coragem para estudá-las a ambas, na íntegra seriedade das suas causas e consequências.

Quanto à que chamaremos nossa, a REVOLUÇÃO ESPÍRITA, a ser conduzida em PAZ, progresso intelectual e elevação moral será certamente – neste Terceiro Milénio – a grande – a SUPERIOR transformação de toda a HUMANIDADE!…

Para ter acesso ao ficheiro PDF com a totalidade dos artigos acima referida,
é favor clicar neste “link”:

REVOLUÇÃO ESPÍRITA, de Paulo Henrique de Figueiredo

A RENOVAÇÃO E O REFORÇO DO ESPIRITUALISMO RACIONAL

IA

Aconselho os visitantes a lerem todas as obras de Paulo Henrique de Figueiredo, sobre MESMER, A Revolução Espírita e a ideia da AUTONOMIA

O seu conteúdo é o mais largo passo em frente que se oferece ao conhecimento do Espiritismo com a abertura esclarecida das suas origens naturais e universais em contextualização histórico cultural.

Essa leitura atenta, com a consulta e pormenorização de todas as fontes é o renovado horizonte do conhecimento espírita, o reforço e a actualização necessária da leitura das obras de Allan Kardec.

O UMBRAL, sucedâneo do INFERNO, desmistificado pelo ensino dos Espíritos

O elemento principal deste artigo é a entrevista dada a respeito do tema em título por Paulo Henrique de Figueiredo, à TV Mundo Maior, cuja transcrição integral se encontra mais abaixo.

Como elemento bibliográfico de muito interesse é anexado um PDF que foi feito a partir de um artigo da Drª Maria das Graças Cabral de 9 de Outubro de 2011, devidamente referenciado, sobre o mesmo tema, com consultas efectuadas nas obras de Alan Kardec e considerandos da autora.>

Cena pertencente ao filme brasileiro “Nosso Lar” dirigido por Walter de Assis baseado no livro do mesmo nome, psicografado por Francisco de Paula Cândido Xavier, e que documenta visualmente o suposto “umbral”, aqui discutido.

Uma das ferramentas das doutrinas dogmáticas para amedrontarem as pessoas, mantendo-as prisioneiras do medo do futuro e obrigando-as a obedecer inflexivelmente aos seus mandamentos sacramentais, foi terem inventado o Inferno, ideia completamente inclassificável numa base minimamente racional.
Como poderia uma entidade criadora de seres naturalmente vulneráveis e tantas vezes desprovidos de recursos para enfrentarem as dificuldades naturais do mundo e da vida, estabelecer regras tão cruéis e que conduzissem tais seres aos sofrimentos eternos?

Uns ricos e poderosos, outros pobres e desvalidos, uns saudáveis e corajosos outros fracos e doentes, todos ameaçados desde o nascimento ao risco eminente (sobretudo para aqueles que morrem com poucos anos, ou meses, ou dias de vida!…) todos, sem apelo nem agravo, sujeitos obrigatoriamente à obediência sacramental de permanentes imposições incompreensíveis e de rigores implacáveis das condenações aos sofrimentos mais horríveis, por todos os séculos dos séculos!…
Quem domina os mecanismos dessas obrigações litúrgicas e sacramentais, em proveito próprio, mantendo os cidadãos mais humildes durante toda a vida, à beira do precipício de julgamentos tão infernalmente intolerantes?
Todos sabemos do que estou a falar, a cultura de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo permanece prisioneira desse género de perspetivas, seja qual for a denominação religiosa que continua a alimentar e explorar – repito, em proveito próprio – tais abominações sem nome!…

E então o espiritismo que diferença faz se também nos ameaça com o UMBRAL?

O dia a dia de grande quantidade de frequentadores de centros espíritas está habituado ao elevado nível de teorias penalizadoras, da ideias do “carma”, que não pertence de todo ao vocabulário espírita e cuja lógica é absolutamente alheia à cultura respetiva, já para não falarmos de cenas alucinantes de filmes e vídeos “espíritas” que “mostram” cenários alucinantes povoados por fantasmas andrajosos nos “umbralinos” vales dos suicidas!….

A COMPLETA DESMISTIFICAÇÃO da ideia do UMBRAL, pela palavra de Paulo Henrique de Figueiredo

O artigo de hoje de “espiritismo cultura” apresenta a transcrição (o mais fiel possível) de uma palestra já não muito recente de Paulo Henrique de Figueiredo que, coerentemente com pontos de vista plenamente fundamentados já abordados aqui (ver A Revolução Espírita – A teoria esquecida de Allan Kardec, de Paulo Henrique de Figueiredo), clarifica de forma resumida e inexistência no mundo espiritual de lugares reservados para coletivos de Espíritos, seja qual for o seu nível de evolução e, muito menos, a prevalência de sistemas punitivos sistematizados e muito menos dogmaticamente fechados.

A responsabilidade espiritual das pessoas tem carácter individual, e depende unicamente da sua autodeterminação em liberdade e do nível de afirmação da sua consciência moral.
De resto, está ao alcance de todos a adoção de atitudes construtivas e de evoluções positivas.
A todos é acessível o auxílio, através do conselho e da solidariedade dos bons Espíritos que, libertos do orgulho, podemos e devemos solicitar a todo o momento e seja qual for a nossa circunstância específica.

UMBRAL VISÃO ESPÍRITA/ TV mundo maior

Olá amigos da TVMUNDO MAIOR!
Muitas das histórias que ouvimos a respeito do UMBRAL relatam um local de dor e sofrimento. Para falar sobre este assunto e esclarecer alguns pontos nós vamos receber o pesquisador e escritor espírita Paulo Henrique de Figeiredo.

 ELEN ARÇA
̶  Paulo seja bem vindo!
Paulo Henrique de Figueiredo:
̶  Eu é que agradeço o convite!
O que é o UMBRAL para o espiritismo?
̶  A grande maioria dos espíritas que participa no movimento espírita foram educados nas religiões cristãs, protestantes e, na maioria, católicos.
Há uma tradição do entendimento do que ocorre na espiritualidade, desde as religiões antigas, de uma semelhança entre o que se vive neste mundo e o que acontece no outro. Um exemplo disso é o que acontece após o julgamento final.  A ideia é que os bons vão viver no paraíso e usufruir do prazer. E os maus vão viver no sofrimento. Mas o sofrimento que se imagina é um sofrimento físico.
Na Índia por exemplo, eram concebidos dois infernos, o inferno quente e o inferno gelado, da neve, do sofrimento do frio. O que se tornou clássico na Grécia e na tradição cristã foi o inferno quente.

O espiritismo traz uma inovação ao explicar o que é o mundo espiritual que não tem paralelo nas metafísicas anteriores a ele. E o espiritismo é muito recente, tem apenas 160 anos.

Então, compreender bem o que o espiritismo explica não é muito corrente.
As pessoas normalmente associam o entendimento das descrições, por exemplo, lendo em André Luís a descrição do “umbral”. Imaginam a vivência lá equivalente à que existe aqui no mundo material. Ou seja, um lugar onde se sente muito sofrimento. Seria um paralelo relativo ao inferno.
A questão é que os Espíritos, na obra de Kardec, demonstram que o mundo espiritual é muito diferente do que normalmente se imagina. No mundo material estamos determinados pelo ambiente em que nos encontramos. Se estivermos num ambiente muito quente, não importa quem seja, vai sofrer com o calor. Dos simples aos inteligentes, o bandido ou um santo, vão sentir muito calor, porque no mundo físico o organismo é igual para todos.
Quando formos para o mundo espiritual, as pessoas não percebem que o nosso corpo espiritual, num grau de evolução mediano, tem aparência equivalente à vivência que temos aqui. Muitas das pessoas que desencarnam, nem percebem que morreram, quando regressam ao mundo espiritual!…

A realidade do mundo espiritual é determinada pelo seguinte facto: O que se pensa e se sente altera as condições físicas do corpo espiritual, do perispírito.
Exemplificando: quando mais ligado às questões deste mundo, quanto mais ligado aos instintos, às paixões, às emoções, mais denso fica o perispírito, mais pesado.
E quanto menos apegado, mais desprendido, menos denso e mais leve ficará o seu perispírito.
A densidade do perispírito é que determina a localização do mundo espiritual a que vai estar associado, o nível de sintonia a que o seu perispírito está situado.
A associação que você fez do mundo espiritual com a ideia do inferno, corresponde à ideia de que quem comete erros, vai ser julgado e colocado num local de sofrimento.
O que o espiritismo veio ensinar-nos é de que o local onde estamos ambientados depende do que pensamos e sentimos.
Portanto, quando as pessoas morrem, vítimas de apegos, remorsos, desejos de vingança, sentimentos desses aproximam-nos da condição animal. No mundo espiritual a consequência disso é ter um corpo espiritual denso, pesado.
Esse corpo espiritual mais denso e pesado vai situar-se num ambiente com outras pessoas que se encontram nas mesmas condições.

Muito diferente da ideia do inferno, que é um lugar sem saída, o verdadeiro mundo espiritual como explica o espiritismo é formado por níveis diferenciados – onde se entra e de onde se sai – pela livre escolha de cada um.
Quem muda o seu padrão de pensamento, modifica o nível de sintonia com aquele lugar.
Muitas pessoas que desencarnam, regressando ao mundo espiritual, não têm uma noção do mundo em que se encontram, passam a viver do mesmo modo que viviam no mundo material. Procuram as mesmas coisas e mantêm os mesmos hábitos, as mesmas emoções e o mesmo medo, procurando satisfazer as mesmas necessidades.
Quanto mais medo tiver, mais denso e pesado se torna. Sem modificar essas tendências essas características as entidades espirituais não percebem que estar ali é uma decisão deles mesmo.

Conclusão: no mundo espiritual não existem lugares determinados por Deus para alojar este ou aquele Espírito. Não há nenhum castigo pré-determinado ou condição de sofrimento que seja imposta. Tudo é fundamentado no conceito de liberdade. Cada um vai para onde quer e fica onde quer. E essa decisão é tomada em função do seu padrão de pensamento e sentimento.

E nós encarnados, em sonhos ou desdobramentos, podemos entrar nessas zonas mais densas?

̶  Veja bem: o que significa estar encarnado? Significa que antes de nascermos, estávamos no mundo espiritual. E ligámo-nos à primeira célula que representou o surgimento do nosso corpo físico. Quando as células se vão multiplicando o ser vai-se ligando a cada uma delas, até ao momento que está ligado ao embrião, e depois, quando a criança nasce, a sua consciência como espírito passa a ser determinada pelo cérebro. Passa a pensar pelo cérebro. No momento, os que estamos a conversar aqui e os que nos estão escutando, encontramo-nos na condição de pessoas que pensam pelo corpo. Isso não significa, porém, que não estejamos presentes no mundo espiritual.
Como a nossa consciência está no corpo é como se o nosso perispírito ficasse ligado a ele, mais ou menos na mesma localização. Se vamos dormir, ou no caso do desdobramento como na pergunta que me fez, o corpo dorme, a consciência desliga-se do nosso cérebro e passamos a pensar com o corpo espiritual, com perispírito.
Estando de posse desse perispírito, onde estaremos? Estaremos num ambiente com o qual estivermos em sintonia.
Enquanto encarnados, nós já temos um ambiente espiritual determinado pelos nossos padrões de pensamento.
Há pessoas que ficam preocupadas e que me perguntam:

Para onde vamos depois da morte?

̶  Eu respondo-lhes que a pergunta que me fazem não devia ser essa. Deveriam perguntar-me onde é que estão nesse mesmo momento, agora. Porque onde estamos agora é exatamente aí onde vamos estar depois da morte.
Como espírita, a melhor maneira de entender o espiritismo é reconhecermos que somos espíritos, nós somos espíritos!…
As consequências dos nossos atos, portanto, não são futuras, são imediatas. Todas as decisões que tomamos no nosso quotidiano, elas devem estar voltadas para termos controle das nossas emoções, não é não termos emoções, porque o nosso corpo necessita delas. Necessitamos de medo, de raiva, precisamos de ter fome, necessitamos dos prazeres, tudo isso está ligado à sobrevivência do organismo.
A nossa capacidade, como espíritos conscientes é fazer uso de todas essas emoções e sentimentos e paixões nos limites do necessário.
Se morreu alguém, ficamos tristes com esse facto, e experimentar essa tristeza é extremamente natural, mas isso tem de ir-se extinguindo e recuperarmos esses factos como lembranças do passado.
Ficar a viver essas penas permanentemente no futuro, é uma coisa que não devemos fazer.
Em paralelo podemos observar o comportamento dos animais, que vivem as emoções nas circunstâncias, mas não guardam a lembrança das circunstâncias passadas, nem ficam projetando um futuro ruim.
O Homem, nessas condições, ganha a liberdade e tem que aprender que fazer uso dela, mantendo o equilíbrio, é a grande saída para a saúde, para o bem estar e para a felicidade.

E quanto aos espíritos desencarnados que se encontram num estado mais evoluído, conseguem transitar para essas regiões, passam por alguma orientação? Como se passa isso?

̶  Imagine o seguinte: se você tiver um objetivo determinado, vai onde for necessário para alcançá-lo! Imaginemos que está a fazer certa prova, de corrida de bicicleta, ou de esforço extremo em que tem que rastejar na lama, atravessar o mato. Se esse for um objetivo determinado e que vai terminar em breve, mas que é necessário para conquistar algo, isso deixa de ser um sofrimento.
Os bons espíritos, contrariamente ao que certas pessoas imaginam, não ficam como se fosse num céu, muito contentes por estarem num lugar bom.
Os bons espíritos vão onde podem ser úteis!
Têm por isso a capacidade de alterar a densidade do seu organismo, e essa alteração de densidade não representa de forma nenhuma uma situação de mal estar. Fazem isso com a intenção de estarem próximos daqueles que vão ajudar.
Se estiverem invisíveis podem inspirar alguém, mas se forem surgir a um outro espírito em estado de igualdade, conseguem ser muito mais tocantes na sua mensagem e no seu conselho.
Os bons espíritos, portanto, em muitos momentos das suas missões, passeiam pelo mundo espiritual do mais denso para menos denso, sempre tentando levar a sua mensagem, o seu entendimento. Fazendo com que os espíritos que estão ali despertem.
O que eles não podem é agir pelo outro. Se alguém estiver, portanto, no mundo espiritual, passando por uma situação de dificuldade, o espírito bom pode aproximar-se e sugerir que o outro mude o seu modo de pensar, que seja otimista, que peça ajuda.

Porque o que mais dificulta um Espírito no mundo espiritual é o orgulho. É o não pedir ajuda, é o não reconhecer que precisa de recomeçar, e esse é o primeiro passo para a mudança.

É recomendável vibrar ou fazer preces pelos espíritos que se encontram nessas regiões?

̶  Não há a mínima dúvida!
Todos os espíritos vivem num ambiente que se estabelece de tal forma que o que se pensa e sente determina o seu corpo e o ambiente em que ele está. Se tiver alguma ligação afetiva com alguém, seja qual for a condição em que se encontre, o espírito que procura ajudar pode ter acesso à sua mente.
Se pensar em alguém que se foi deste mundo, com tristeza, com pesar excessivo, estaremos a transmitir-lhe angústia.
Se a energia transmitida for otimista, vai dar tudo certo, vai superar, esse é o pensamento que temos que transmitir-lhe.  Porque ao receber esse pensamento, ele vai sentir um impulso, uma força, uma luz que o motivam. A soma dessas motivações mais a vontade dele vai possibilitar-lhe ultrapassar a condição em que se encontra.
Portanto, é sempre útil, estabelecer esses pensamentos, para aqueles que nós conhecemos e também para os que não conhecemos.
Mas sempre numa atitude de otimismo, boa vontade.
Se formos espectadores de uma corrida, e estimularmos com entusiasmo, aplausos e frases de encorajamento aqueles que começam a fraquejar, ajudamo-los a prosseguir. Passa-se o mesmo com os espíritos, sobretudo os que estiverem com dificuldades. Os sentimentos otimistas e estimulantes vão chegar-lhes como um impulso.
A pessoa que transmite essa ajuda é realmente como alguém que também se encontra a competir enfrentando-se a si mesmo naquela prova, tentando superar os seus limites. De resto, todos os bons espíritos já passaram por situações semelhantes!
Enfrentaram as dificuldades e superaram-nas pelo seu próprio esforço. Os que estimulam terceiros têm sempre o argumento principal que é o de poderem dizer que já estiveram numa situação semelhante e conseguiram superá-la.

Muito obrigada Paulo!
̶  Eu é que agradeço!

Cena pertencente ao filme brasileiro “Nosso Lar” dirigido por Walter de Assis baseado no livro do mesmo nome psicografado por Francisco de Paula Cândido Xavier, e que documenta visualmente o suposto “Nosso Lar”, aqui discutido


PDF de um artigo da Drª Maria das Graças Cabral de 9 de Outubro de 2011, devidamente referenciado, sobre o mesmo tema, com consultas efectuadas nas obras de Alan Kardec e considerandos da autora:


+ UMBRAL E NOSSO LAR


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“O Inferno”, painel do retábulo “O Jardim das Delícias”, de Hieronymus Bosch, 1504 (Museu do Prado, Madrid)

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“Roustainguismo” – a teoria de falsificação do espiritismo e os enormes prejuízos que causou

Para cada salto em frente da Humanidade há sempre tentativas perversas para falsificar, adulterar e contrariar o progresso que desperta e a esperança que se configura.

O espiritismo, logo de início, defrontou-se com uma teoria que o reduzia aos horizontes retrógrados do dogmatismo imperante em todas as religiões, que se servem da heteronomia para imporem o seu poder pelo medo dos infernos, do sentimento do pecado e da culpa!…

Essa teoria foi criada por iniciativa de um francês contemporâneo de Allan Kardec que se chamava Jean-Baptiste Roustaing, que se tornou malfadadamente conhecida como “roustainguismo” e foi adotado no Brasil, há mais de 100 anos, como tema obrigatório de estudo e divulgação pela federação espírita brasileira. E como o tal o inscreveu nos seus próprios estatutos oficiais.

As consequências culturais de um tal absurdo são incalculáveis dada a enorme quantidade de mal-entendidos, conceitos erróneos, conflitos e divisões a que deu origem no seio do movimento espírita, durante mais de 100 anos.

Foi, no nosso entender, o mais extraordinário factor para a falta de prestígio científico e cultural, que fez do espiritismo uma cultura confidencial, altamente minoritária e confinada a pequenos círculos de carácter místico e ritualista, quando poderia ter-se tornado uma frente de reforço consistente da PAZ, do PROGRESSO e da EVOLUÇÂO de toda a Humanidade.

O espiritismo é um avanço inovador que oferece à Humanidade as perspectivas mais avançadas da AUTONOMIA que é tema de uma valiosa obra de Paulo Henrique de Figueiredo, cuja leitura se recomenda a todos os visitantes: “A HISTÓRIA JAMAIS CONTADA DO ESPIRITISMO”:

Esperamos que, com a devida celeridade, esta lúcida mensagem, apoiada em factos concretos e investigações idóneas, abranja o maior número possível de interessados, para que o espiritismo possa, o mais urgentemente possível, alcançar a notoriedade prestigiada que merece.

Acrescentamos apenas a página disponínel para poderem ter acesso a um alargado conjunto de palestras e apresentações de Paulo Henrique de Figueiredo:

É favor clicar na imagem para ter acesso